Por Vinicius Couto
O que é pregação? É com essa pergunta que Olyott inicia sua obra Pregação Pura e Simples. De acordo com ele, “poucas pessoas são capazes de apresentar uma resposta exata a esta pergunta”, mesmo entre aqueles que já pregam há muitos anos.[1] Para se obter o melhor entendimento, bem como o real significado de pregação, é preciso recorrer às Escrituras, que usa quatro palavras no Novo Testamento para se referir à pregação.
Kerusso. Essa palavra ocorre em Mateus 12.41 ao descrever a pregação de Jonas aos ninivitas, a mensagem de João batista pelo deserto da Judéia (Mt 3.1), como a proclamação ou apregoação das palavras de Cristo (Lc 4.18,19) e também de seus apóstolos (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11). Kerygma é outra palavra grega derivada dekerusso. Essa palavra também é usada mais de sessenta vezes no Novo Testamento e significa literalmente “declarar como faz um arauto.”
O arauto era o responsável por transmitir a mensagem que o Rei estava enviando para outrem ou para a população de seu reino. O arauto deveria expor essa mensagem sem muda-la ou corrigi-la, pois se tratava de uma mensagem oficial. Nesse sentido, o conteúdo da pregação é algo que não deve brotar do homem, mas da Palavra de Deus, a qual precisa ser transmitida de forma fiel e exata. O pregador não fala por sua própria autoridade, mas pela dAquele que o enviou.
Euangelizo. Como se pode perceber, essa palavra deriva de Evangelho e significa “evangelizar”, isto é, “trazer ou anunciar boas notícias”. Evangelizar, nesse sentido, não significa uma mensagem exclusivamente dirigida a não crentes, como parece ter tomado conotação atual e sim de anunciar coisas relativas à vasta doutrina de Cristo. Em Romanos 1.15, por exemplo, Paulo diz: “Quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho (euangelizo) também a vós outros que estais em Roma.”
Martureo. Esta palavra significa “dar testemunho dos fatos.” Esse testemunho não tem a ver com a hodierna concepção de contar em público experiências, livramentos e benesses conquistadas e sim com o sentido de dar um depoimento no tribunal. Olyott explica que martureo consiste em contar sobre fatos e acontecimentos objetivos e não a sentimentos e ocorrências pessoais e subjetivas.[2] Essa palavra aparece em João 4.39, quando a mulher samaritana vai à cidade contar (testemunhar) sobre quem acabara de conhecer.
Didasko. Esse último vocábulo significa “pronunciar em termos concretos o que a mensagem significa em referência ao viver.”Está mais diretamente ligada ao ensino, didache. Essa palavra ocorre em Atos 5.42, onde se lê que os apóstolos não cessavam “de ensinar e de pregar” (didasko e euangelizo) a Jesus, o Cristo. Em Atos 15.35, é dito que Paulo e Barnabé demoraram-se em Antioquia, “ensinando e pregando” (didasko e euangelizo), a palavra do Senhor. Em Atos 28.31, diz que Paulo usou sua casa em Roma para pregar e ensinar (kerusso e didasko). Olyott conclui a introdução sobre o significado de pregação mostrando que
quando alguém prega, não importa o lugar em que esteja ou para quem está falando, está fazendo todas as quatro coisas que mencionamos. No Novo Testamento, não temos uma palavra que signifique pregar para o perdido e outra que signifique pregar para o salvo. Simplesmente não encontramos mensagens conhecidas como “mensagens doutrinárias”, enquanto outras são conhecidas como “mensagens evangelísticas”. (…) A pregação, toda a pregação, envolve fazer quatro coisas de uma vez.[3]
Koller acrescenta a respeito do significado de pregação dizendo que é “aquele processo único pelo qual Deus, mediante Seu mensageiro escolhido, se introduz na família humana e coloca pessoas perante Si, face a face”. Para ele, a pregação deve ter um elemento confrontador e constitui numa mensagem oriunda de Deus para chegar aos corações dos homens, cujo objetivo primaz é salvar a alma humana.[4]Stott contribui para a definição de pregação dizendo que ela consiste na exposição das Escrituras e que esta exposição deve “esclarecer o texto inspirado com tal fidelidade e sensibilidade que a voz de Deus seja ouvida e seu povo lhe obedeça.”[5]
No Antigo Testamento, a tarefa de pregar era do “profeta”. Ele era chamado para exortar o povo de Deus a mudar de vida e cumprir a Lei divina.No Novo Testamento, a tarefa de pregar passou primariamente aos Apóstolos, mas com a dispersão do cristianismo em outras localidades, novas funções surgiram, tais como os mestres que apoiavam no ensino e os profetas que também eram pregadores.
Sobre os profetas, Foulkes explica que eles “estavam intimamente associados (…) na obra da edificação da Igreja a partir de seus fundamentos e eram, portanto, essenciais como dons de Cristo à Igreja.” A ideia mentalizada de profetas no Novo Testamento pode ser confundida com a do Antigo Testamento, mas na Nova Aliança eles eram “homens de fala inspirada, cujo ministério da Palavra foi da máxima importância.” Eles tanto podiam prever o futuro como podiam fortalecer a Igreja com a Palavra de exortação. Foulkes alega que “sua grande obra era proclamar a palavra de Deus.”[6]
O trabalho apostólico da pregação pode ser visto em passagens como Atos 6.2 e 2 Coríntios 5.20, que dizem, respectivamente: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas” e “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Rogamo-vos, [pois], da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” A tarefa de pregar e de ensinar exigia tempo e dedicação por parte daquele que o executava, tanto que Paulo disse que esses“presbíteros (…) sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17).
A pregação primitiva sempre esteve envolvida com a real exposição das Escrituras. O conteúdo das mensagens dos primeiros pregadores da Igreja Primitiva continha elementos centrados em Cristo, como “Sua morte expiatória, Sua ressurreição corporal, e Sua soberania eterna.”[7] A palavra exposição deriva do latim expositio e significa divulgar, publicar e trazer à luz o que existe.[8]
A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO NA LITURGIA CRISTÃ
A pregação, conforme assevera Koller, tem por objetivo a persuasão para a vida da fé comunicada com convicção. O sermão é o lugar de encontro da alma humana com Deus, a qual procura canalizar a graça divina para crentes e não crentes e trazer a comunhão do homem com Deus. Koller ainda considera que a pregação não tem por objetivo infundir emoção, mero conhecimento ou provocar pensamento, mas promover transformação vívida na vida do ouvinte.[9]
A pregação deve ser baseada na Bíblia, o livro Sagrado do cristianismo. Paulo disse que essa Escritura é inspirada por Deus e apta para várias finalidades na igreja, tais como ensinar, redargüir, corrigir, instruir em justiça e para o aperfeiçoamento em santidade e em toda a boa obra (2Tm 3.16,17).Ela também deve ser sistemática, expositiva, teológica e teocêntrica.[10]
MacArthur comenta que “nenhuma igreja pode permanecer saudável por muito tempo se o seu púlpito não se mostrar forte”, sendo que um púlpito forte é caracterizado por uma pregação alicerçada na Bíblia. Ele complementa dizendo que a pregação bíblica “precisa exaltar a verdade de Deus e exigir que ela receba a devida atenção”, pois “a verdade proclamada com poder, fundamentada nas Escrituras, é o sinequa non da igreja.”[11]
Koller combina a ideia paulina alegando que a pregação da Escritura promove consagração, doutrinação, inspiração (no sentido de ter desejo de adorar a Deus), consolação, fortalecimento, convicção e ação. Isso ocorre porque a pregação comunica os desígnios de Deus e o faz de forma eficaz para qualquer nível de maturidade e faixa etária.[12]Falando sobre a importância da pregação, Olyott diz que
a obra de Deus no mundo e a pregação estão intimamente ligadas. Onde Deus age, ali a pregação floresce. Em todos os lugares em que a pregação é menosprezada ou está ausente, ali a causa de Deus passa por um tempo de improdutividade. O reino de Deus e a pregação são irmãos siameses que não podem ser separados. Juntos, eles permanecem de pé ou caem.[13]
Existem vários tipos de sermão, sendo eles o temático, textual e o expositivo. Todos eles são bons e possuem suas vantagens. O primeiro, por exemplo, é o mais simples e prático de todos. Não exige muito estudo e aprofundamento para prepara-lo, entretanto, pode incorrer no risco de fazer acumuladas eisegeses,[14] pois pensa no tema e adentra para a Escritura, a fim de procurar uma passagem que coadune com o pensamento. De todos os tipos de sermão, esse é o que traz mais facilidade para sair da fidelidade bíblica.[15] Obviamente que isso não é uma verdade absoluta, é possível preparar um sermão temático partindo de dentro para fora (exegese)[16].
O segundo também possui sua praticidade e tende a não sair do texto, sendo assim, fiel à Escritura. Sua fraqueza é a tendência de trazer assuntos apenas histórico-textuais, o que pode deixar de lado a questão da aplicabilidade do texto lido e ensinado. É preciso ter cuidado para que esse sermão não se torne mera palestra explicativa, uma aula sem aplicação.[17] Sobre a importância da aplicação, Oylett reforça:
Como os raios do sol focalizados sobre a pele por uma lente ampliadora, a aplicação reflete na consciência do ouvinte as sérias reivindicações da verdade. A aplicação prega às pessoas, e não apenas diante das pessoas. Isola cada indivíduo e o faz entender que a mensagem é para ele pessoalmente. A aplicação confronta o ouvinte. Encontra-o como um oficial de justiça batendo à porta de seu coração e entregando-lhe uma intimação pessoal. Exige uma resposta e insiste que esta lhe seja dada ali, naquele momento.[18]
Stott reforça a importância da aplicação. Ele assevera que é obrigação de todo pregador uma sensibilidade para com o mundo moderno, pois apesar de Deus ter falado ao mundo antigo em suas próprias línguas e culturas, Ele pretendeu “que sua Palavra fosse para todas as pessoas em todas as culturas, incluindo a nós no começo do século XXI em que nos chamou para viver.”“Portanto,” afirma Stott, “o expositor bíblico é mais do que um exegeta”, pois este explica o significado original do texto, ao passo que o “expositor vai adiante e aplica isso ao mundo moderno.”[19]
Por isso, é preciso que o pregador se esforce para entender o mundo em que vive e contextualizar a mensagem, visto que ele (o mundo) está mudando rapidamente. Na visão de Stott, é preciso sentir a dor, a desorientação e o desespero inserido no mundo pós-moderno e isso caracteriza uma obrigação dupla cabida aos expositores bíblicos: “esclarecer o texto inspirado das Escrituras tanto com fidelidade ao mundo antigo quanto com sensibilidade para com o mundo moderno.”
O terceiro tipo de sermão, entretanto, é o mais seguro e que passa mais profundidade para o ouvinte. Ele visa explicar o texto e fazer as devidas aplicações para o contexto contemporâneo do ouvinte. Seu ponto fraco pode ser a enorme gama de informações e a tecnicidade que o envolve. É preciso que os que o adotam usem-no de forma equilibrada e simplificada para aqueles que estão ouvindo.
O sermão expositivo “não é uma inovação dos especialistas em homilética, mas uma volta às origens bíblicas”, afirma Lopes, e “para aprendê-la, a pessoa precisa, antes de tudo, observá-la nas Escrituras. A Bíblia prescreve o conteúdo singular e o modelo supremo para a pregação.”[20] A brilhante obra de Lopes aborda a presença da pregação expositiva no Antigo Testamento, passando pela Igreja Primitiva, pelos pais da igreja, pelos reformadores, pelos puritanos e pelos despertamentos até a contemporaneidade.[21]
Koller diz que “a prédica expositiva alimenta a alma”, pois ela familiariza os ouvintes com a verdade bíblica. Isso ocorre porque o pregador faz uso de numeroso material escriturístico, algo que ocorre com maior frequência do que nos outros dois tipos de sermão supracitados, e proporciona maior desenvolvimento para que o ouvinte fique arraigado e firmado na Palavra de Deus.[22]
Além do sermão expositivo ser o método com menor possibilidade de desvio das Escrituras, Carson ainda acrescenta mais cinco vantagens.[23] Ele diz que o método expositivo ensina as pessoas a como lerem suas Bíblias, confere confiança ao pregador e dá autoridade ao sermão, vai ao encontro da necessidade por relevância sem deixar o clamor por relevância ditar a mensagem, força o pregador a saber lidar com as perguntas difíceis e capacita o pregador a expor sistematicamente todo o desígnio de Deus.
MacArthur também dá sua contribuição sobre a importância da pregação expositiva:
A pregação expositiva é um gênero declarativo no qual a inerrância encontra sua expressão lógica e a igreja tem a sua vida e poder. Afirma simplesmente que a inerrância exige a exposição como o único método de pregação que preserva a pureza das Escrituras e cumpre o propósito para o qual Deus nos deu a sua Palavra.[24]
Outra vantagem da pregação expositiva em relação aos demais métodos, é que ela requer maior conhecimento para preparação do sermão e acaba, por conseguinte, desenvolvendo esse mesmo conhecimento a quem prega e a quem ouve.[25]Chapell ainda reforça essas vantagens, alegando que “Não estamos interessados em propagar nossas opiniões, filosofias alheias ou reflexões especulativas.” O real interesse do pregador expositivo é“a verdade de Deus proclamada de tal maneira que as pessoas possam ver que os conceitos emanam da Escritura e aplicam-se à vida pessoal de cada um. Tal pregação põe as pessoas em contato imediato com o poder da Palavra.”[26]
OS DESAFIOS DA PREGAÇÃO
A pregação em si já um desafio na era pós-moderna. O homem nunca foi mais atraído por distrações e entretenimentos do que nos dias atuais. A pregação enfrenta alguns desafios diretamente conectados com o pós-modernismo. Pode-se enumerar pelo menos quatro: 1) Ser vista como algo desnecessária; 2) A frieza disfarçada de solenidade; 3) O relativismo; e 4) A qualidade do sermão.
Spurgeon, alcunhado de “príncipe dos pregadores”, alguém que atraía multidões em suas pregações, já reclamava da desvalorização para com o sermão em seus dias. De acordo com ele, “a apatia está por toda parte. (…) Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor.”[27]
Algo desnecessário. Praticamente todos os autores citados neste ensaio dedicam um capítulo homônimo em suas obras, sob o título de primazia da pregação.O pós-modernismo e sua visão relativista das coisas enxerga a pregação e suas funções exortativas como desnecessária. Infelizmente, a desvalorização do sermão no cenário atual é cada vez mais recorrente.
Lloyd-Jones, ao falar sobre a pregação, o faz de forma apaixonante. Para ele, “a obra da pregação é a mais elevada, a maior e a mais gloriosa vocação para a qual alguém pode ser convocado.”A pregação é a “mais urgente necessidade da igreja cristã na atualidade.” Ele conclui que, não há nada como a pregação. “Nada existe que se lhe compara. Trata-se da maior incumbência que há no mundo, a mais emocionante, a mais excitante, a mais recompensadora e a mais maravilhosa.”[28]
MacArthur enumera quinze problemas produzidos pela superficialidade da pregação: 1) usurpação da autoridade de Deus sobre a alma; 2) remoção do senhorio de Cristo da igreja; 3) obstrução da obra do Espírito; 4) demonstração de arrogância e de falta de submissão; 5) separação da graça santificadora do pregador; 6) enfraquecimento da adoração em nível pessoal e congregacional, bem como a obscurecência da verdadeira profundidade; 7) impedimento de desenvolver a mente de Cristo; 8) depreciação da pregação e da vida do pregador; 9) impedimento do pregador ser um arauto; 10) produção de uma congregação fraca e indiferente; 11) subtração da genuína fonte de ajuda; 12) estímulo à indiferença para com a Palavra e Sua autoridade; 13) engano quanto às reais necessidades; 14) remoção do poder do púlpito; e 15) atribuição da mudança à habilidade do pregador ao invés da ação de Deus.[29]
Frieza x solenidade. A pregação expositiva não deve passar pela caricatura de algo engessado, frio, meramente erudito, ríspido e ausente de emoção. Chapell comenta que “o sermão expositivo tem sido estigmatizado (nem sempre injustamente) como representante de um estilo de pregação que se degenera em recitações estéreis”, recheado “de trivialidades bíblicas ou que indevidamente faz defesas dogmáticas de características doutrinárias distantes da vida comum.”[30]
Um dos desafios no contexto da América Latina é justamente a aplicação de uma pregação que atenda à realidade de seu povo. Sabe-se que “os latinos tendem a ser mais inspiradores do que instrutivos, mais emocionais do que expositivos.” Alguns pensadores são contra a liberdade da emoção na pregação, mas, conforme atestam Castellanos, Miranda e Ramos, “isso não é feito com o propósito de manipular, mas um a expressão sincera de como Deus nos fez.”[31]
Olyott afirma que “a verdadeira persuasão envolve emoção” e conclui sobre o tema perguntando: “Enquanto [as emoções] forem direcionadas pela verdade, e somente pela verdade, como podem ser perigosas?”[32]O risco não é a abertura para a emoção. Isso sempre esteve presente na Igreja (vide principalmente os primeiros grandes despertamentos). O risco é transformar a pregação em uma exposição de auto-ajuda e que visa apenas emocionar os ouvintes.
Relativismo. Outro desafio relacionado com a pregação é a relativização presente no pós-modernismo. Chapell comenta que as “tendências modernas de pregação que negam a autoridade da Palavra, em nome da sofisticação intelectual” são cada vez mais comuns e que “conduzem a um subjetivismo desesperador em que as pessoas fazem o que é direito a seus próprios olhos — situação cuja futilidade a Escritura já anunciou claramente (Jz 21.21).”[33]
MacArthur reafirma que “a pregação evangélica deve refletir nossa convicção de que a Palavra de Deus é infalível e inerrante.” Embora nem toda forma de pragmatismo e empirismo sejam errados, “há uma tendência perceptível no evangelismo contemporâneo de afastar-se da pregação bíblica e desviar-se para uma abordagem centrada na experiência, pragmática e na pregação tópica no púlpito.”[34]
Qualidade do sermão. O sermão precisa buscar a devida qualidade. Conforme foi visto no início desta aula, o pregador é um arauto, isto é um transmissor da mensagem divina. Esta tarefa deve ser feita de forma fiel, de forma que o conteúdo não seja adulterado e que o ouvinte possa ser agraciado com a compreensão da revelação dos desígnios de Deus para o homem. O sermão expositivo é a ferramenta mais adequada para que essa mensagem seja apregoada de forma fiel e qualitativa.
Lopes mostra que é preciso valorizar a pregação expositiva, sendo esta uma necessidade urgente, pois o atual cenário evangelical é “marcado pela superficialidade no púlpito e pelo analfabetismo bíblico nos bancos das igrejas.”[35] A pregação expositiva, como já pôde ser constatado, é muito saudável em sua abordagem e é capaz de gerar uma igreja saudável. Estatisticamente falando,
A pregação expositiva é um dos melhores instrumentos para produzir o crescimento sadio da igreja. Uma pesquisa realizada por Thom Rainer entre 576 igrejas batistas nos Estados Unidos revelou que a pregação como um método para a exposição eficaz do evangelho, era preferida por mais de 90% dos entrevistados! Nenhuma outra metodologia comparou-se a esta. Nas igrejas com freqüência acima de 1.500 ou abaixo de 100, cem por cento das respostas citaram a pregação como o fator mais importante no crescimento de sua congregação.[36]
Lopes acrescenta mais um dado estatístico:
Do mesmo modo, Song Woo Hong analisou mil pastores e mil líderes leigos da Igreja Evangélica Coreana em toda a República da Coréia em 1982 e 1983, chegando a importantes conclusões sobre a influência da pregação no crescimento da igreja. Noventa e oito por cento dos pastores e leigos consideraram a pregação como importantíssima para o crescimento da igreja, e 45,8% consideraram a pregação como o fator mais importante no crescimento da igreja. Mais de 30% consideraram a pregação expositiva como o estilo favorito de pregação.[37]
A pregação está diretamente associada ao crescimento da igreja local. Um dos pilares da Igreja primitiva era exatamente a exposição da doutrina dos Apóstolos. Para que ela cresça de forma saudável e equilibrada, é preciso que a pregação reflita esses aspectos de saúde e equilíbrio doutrinário. A pregação expositiva é uma ferramenta indissociável para essa tarefa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pregação como elemento central no culto cristão, apesar de ter uma herança mais precisa da Reforma Protestante, sempre esteve presente na igreja e na liturgia veterotestamentária. Atualmente, com os valores pós-modernistas que vêm sendo implantados através da educação e do modus vivendi da sociedade, a pregação enfrenta grandes desafios e boas sugestões foram fornecidas neste ensaio.
Entretanto, esse não é o único desafio contemporâneo e que precisa de contextualização no culto cristão. Estão envolvidos nesse ínterim, o louvor e a missão da igreja local. O louvor é uma ferramenta didática poderosa e a missão da igreja consiste em proclamar a boa notícia para o mundo. A contextualização desses dois elementos serão estudados com mais calma nas próximas aulas.
Semeando o Evangelho

Semear a Verdade e o Amor de Deus
segunda-feira, 1 de maio de 2017
JESUS É A CAUSA E EFEITO DA NOSSA VIDA ESPIRITUAL
Foi em Jesus que “foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.”.
O Cristo que nos salvou é o Senhor de tudo e de todos.
Ele exerce domínio sobre todas as coisas porque é o Criador e tudo foi criado não somente por Ele, mas para pertencer a Ele.
Assim como o primogênito de uma família era o senhor e herdeiro de tudo, como se lê em Hb 1.2.
Desde toda a eternidade o Pai constituiu o Filho herdeiro de todas as coisas.
Por isso, a Jesus foi dada toda autoridade tanto nos céus quanto na terra.
O Pai lhe constituiu Senhor de tudo e de todos para que exerça o domínio através do qual Ele é honrado, porque importa que o Filho seja honrado tanto quanto o Pai é honrado.
De maneira que aquele que não honrar o Filho não estará honrando o Pai, como se lê em Jo 5.23.
“para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.”
Jesus é o Senhor de tudo e de todos, até mesmo dos espíritos rebeldes, mas é particularmente o Senhor daqueles que O honram.
Foi do desejo do Pai que toda a plenitude estivesse no Filho e por isso O deu como Senhor de todas as coisas e cabeça da Igreja.
Quando a Bíblia se refere à Igreja, o que está em foco não é nenhum templo, instituição, denominação religiosa, mas todos aqueles que se convertem a Cristo.
Por ser Seu corpo, toda vida espiritual verdadeira que houver na Igreja terá procedido dEle como Cabeça deste corpo.
É por isso que se não permanecermos nEle, a vida divina não fluirá em nós e seremos achados como mortos, espiritualmente falando.
O Cristo que nos salvou é o Senhor de tudo e de todos.
Ele exerce domínio sobre todas as coisas porque é o Criador e tudo foi criado não somente por Ele, mas para pertencer a Ele.
Assim como o primogênito de uma família era o senhor e herdeiro de tudo, como se lê em Hb 1.2.
Desde toda a eternidade o Pai constituiu o Filho herdeiro de todas as coisas.
Por isso, a Jesus foi dada toda autoridade tanto nos céus quanto na terra.
O Pai lhe constituiu Senhor de tudo e de todos para que exerça o domínio através do qual Ele é honrado, porque importa que o Filho seja honrado tanto quanto o Pai é honrado.
De maneira que aquele que não honrar o Filho não estará honrando o Pai, como se lê em Jo 5.23.
“para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.”
Jesus é o Senhor de tudo e de todos, até mesmo dos espíritos rebeldes, mas é particularmente o Senhor daqueles que O honram.
Foi do desejo do Pai que toda a plenitude estivesse no Filho e por isso O deu como Senhor de todas as coisas e cabeça da Igreja.
Quando a Bíblia se refere à Igreja, o que está em foco não é nenhum templo, instituição, denominação religiosa, mas todos aqueles que se convertem a Cristo.
Por ser Seu corpo, toda vida espiritual verdadeira que houver na Igreja terá procedido dEle como Cabeça deste corpo.
É por isso que se não permanecermos nEle, a vida divina não fluirá em nós e seremos achados como mortos, espiritualmente falando.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
SUBVERSIVOS PARA O SALVADOR
Versículo do dia: Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados… E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? (Mateus 8.29)
Os demônios aprenderam um mistério aqui. Eles sabiam que estavam condenados. Eles sabiam que o Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que isso ocorresse, que Cristo viria antes do tempo da derrota final.
Cristo não vai esperar até que a bomba atômica caia para acabar com a guerra. Ele começou a liderar uma força subversiva no território de Satanás. Ele treinou uma “equipe de resgate” para executar ousadas operações de salvamento. Cristo planejou muitas vitórias táticas antes do tempo da vitória estratégica final.
A mentalidade resultante do tempo da guerra é essa: Visto que a condenação de Satanás é certa, e ele sabe disso, podemos sempre lembrá-lo dela quando ele nos tentar a segui-lo. Podemos rir e dizer: “Você está fora de si. Quem deseja juntar forças com um perdedor?”.
A igreja é o inimigo aberto do “deus deste século” (2 Coríntios 4.4). Nós somos os guerrilheiros e perturbadores. Somos a insurgência no reino rebelde do “príncipe da potestade do ar” (Efésios 2.2).
Isso não é seguro. Mas é emocionante. Muitas vidas estão perdidas. As forças de Satanás estão sempre à procura de nossa atividade subversiva. Cristo assegurou a ressurreição para todos os que lutarem até a morte. Porém, ele não garantiu conforto, nem aceitação do mundo, nem prosperidade no território inimigo.
Muitos têm dado suas vidas alegremente atrás das fileiras que executam ordens para o comandante. Eu não consigo pensar em nenhuma maneira melhor de viver — ou morrer!
Versículo do dia: Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados… E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? (Mateus 8.29)
Os demônios aprenderam um mistério aqui. Eles sabiam que estavam condenados. Eles sabiam que o Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que isso ocorresse, que Cristo viria antes do tempo da derrota final.
Cristo não vai esperar até que a bomba atômica caia para acabar com a guerra. Ele começou a liderar uma força subversiva no território de Satanás. Ele treinou uma “equipe de resgate” para executar ousadas operações de salvamento. Cristo planejou muitas vitórias táticas antes do tempo da vitória estratégica final.
A mentalidade resultante do tempo da guerra é essa: Visto que a condenação de Satanás é certa, e ele sabe disso, podemos sempre lembrá-lo dela quando ele nos tentar a segui-lo. Podemos rir e dizer: “Você está fora de si. Quem deseja juntar forças com um perdedor?”.
A igreja é o inimigo aberto do “deus deste século” (2 Coríntios 4.4). Nós somos os guerrilheiros e perturbadores. Somos a insurgência no reino rebelde do “príncipe da potestade do ar” (Efésios 2.2).
Isso não é seguro. Mas é emocionante. Muitas vidas estão perdidas. As forças de Satanás estão sempre à procura de nossa atividade subversiva. Cristo assegurou a ressurreição para todos os que lutarem até a morte. Porém, ele não garantiu conforto, nem aceitação do mundo, nem prosperidade no território inimigo.
Muitos têm dado suas vidas alegremente atrás das fileiras que executam ordens para o comandante. Eu não consigo pensar em nenhuma maneira melhor de viver — ou morrer!
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 2.1)
Cristo, em Si mesmo, possui graça sem medida, mas não a conservou apenas para Si. Assim como o reservatório esvazia toda sua água pelos canos, Cristo se esvaziou de sua graça pelo seu povo. “Porque todos nós temos recebido de sua plenitude e graça sobre graça” (João 1.16). Até parece que Ele possui graça apenas para distribuí-las a nós. Como uma árvore, Ele produz doces frutos, a fim de serem colhidos pelos necessitados. A graça dele sempre está disponível e sem custo algum. Da mesma forma que o sangue no corpo, embora flua do coração, pertence igualmente a cada membro, assim as influências da graça são a herança de cada santo unido ao Cordeiro. Neste sentido, há doce comunhão entre Cristo e sua igreja, porquanto ambos experimentam a mesma graça. Esta é a verdadeira comunhão: quando a seiva da graça flui do tronco ao ramo e quando se percebe que o próprio tronco é sustentado pelo alimento que nutre o ramo. Enquanto de Jesus recebemos graça e mais constantemente reconhecemos que ela veio dele, nós O veremos em comunhão conosco e desfrutaremos da alegria desta comunhão com Ele. Usemos diariamente nossas riquezas, retirando dele o suprimento que precisamos. Façamos isto tão destemidamente quanto aqueles que tiram dinheiro da carteira.
Cristo, em Si mesmo, possui graça sem medida, mas não a conservou apenas para Si. Assim como o reservatório esvazia toda sua água pelos canos, Cristo se esvaziou de sua graça pelo seu povo. “Porque todos nós temos recebido de sua plenitude e graça sobre graça” (João 1.16). Até parece que Ele possui graça apenas para distribuí-las a nós. Como uma árvore, Ele produz doces frutos, a fim de serem colhidos pelos necessitados. A graça dele sempre está disponível e sem custo algum. Da mesma forma que o sangue no corpo, embora flua do coração, pertence igualmente a cada membro, assim as influências da graça são a herança de cada santo unido ao Cordeiro. Neste sentido, há doce comunhão entre Cristo e sua igreja, porquanto ambos experimentam a mesma graça. Esta é a verdadeira comunhão: quando a seiva da graça flui do tronco ao ramo e quando se percebe que o próprio tronco é sustentado pelo alimento que nutre o ramo. Enquanto de Jesus recebemos graça e mais constantemente reconhecemos que ela veio dele, nós O veremos em comunhão conosco e desfrutaremos da alegria desta comunhão com Ele. Usemos diariamente nossas riquezas, retirando dele o suprimento que precisamos. Façamos isto tão destemidamente quanto aqueles que tiram dinheiro da carteira.
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