Semeando o Evangelho

Semear a Verdade e o Amor de Deus
sexta-feira, 14 de abril de 2017
UM CLAMOR PELA SANIDADE DO EVANGELHO EM MISSÕES (PARTE 2)
Parte II: Super impressionado pelo “sobrenatural”
Eu sento ali, intrigado, enquanto ouço a história daquele homem. Nós estamos em uma cidade importante e extremamente inalcançada no Norte da Índia. Detalhes sobre detalhes se amontoam enquanto ele narra os impressionantes eventos que o levaram a renunciar o Sikhismo pelo Cristianismo. Eu ouço atentamente enquanto ele nos fala da cura que sua mãe recebeu de uma doença com risco de morte, sua subsequente ascenção da pobreza à riqueza, as perseguições que ele encarou e, o mais importante, a visão sobrenatural em que ele viu uma figura com um manto branco que apertou sua mão e lhe disse “Eu te abençoarei.”
Ele esfrega seus olhos úmidos, limpando as lágrimas – e, então, nos diz que, embora isso tenha acontecido há mais de 20 anos, ele ainda pode sentir a mão daquela figura do outro mundo apertando a sua mão ainda hoje. Meus irmãos do Ocidente ouvem, alguns desconfiados, mas uns dois ou três ficam absolutamente encantados.
Meu colega de trabalho indiano me cutuca. Nós somos todos muito acostumados com o truque; isso é algo que já vimos e ouvimos muitas outras vezes. O homem termina sua história, e um dos meus amigos do Ocidente, um irmão sincero – na verdade, um que é consideravelmente sólido em sua teologia – comenta: “Uau! Deus seja louvado! Esse é um testemunho e tanto, irmão!”
Por dentro, estou espantado. Como é que até mesmo pessoas que conhecem suas Bíblias e entendem bem o evangelho são enganadas por esse tipo de coisa? Não é óbvia a completa ausência do evangelho no testemunho dele?
Meu amigo indiano e eu começamos a explicar para aquele homem sobre o verdadeiro perdão de pecados que somente Jesus pode prover, sobre a morte de Cristo, sua ressurreição e seu sacrifício substitutivo que levou pecados na cruz. Ele olha intrigado, pois não tem a mínima ideia do que estamos falando! Tudo o que ele sabe é que “Jesus é o único deus que vai lhe abençoar”. Eis o porquê de ele ter se tornado um cristão. Eis o porquê de ele ter se tornado um pastor. E ele tem sido um pastor por 20 anos! Ele antes era um pobre Sikh, mas agora ele dirige um carro grande e elegante como um “bispo cristão”. Ele nos leva ao prédio da sua “igreja”, uma mega igreja com vários andares e 3.000 lugares e nos diz que ele é o “bispo” de um ministério que planta várias centenas de igrejas a cada seis meses. Mas se poderia trocar o nome “Jesus” pelo nome de qualquer outro deus em todo lugar no seu testemunho e isso não faria a mínima diferença.
Para piorar um pouco mais, esse “bispo” tem um missionário do Ocidente, totalmente tomado pela sua história, funcionando quase como seu servo. Por que não? Afinal, o missionário pode enviar um relatório com todos os números desse bispo como se fossem os dele!
Claramente, o Ocidente tem um encanto pelo “sobrenatural”. Meu objetivo aqui não é entrar no debate se Deus ainda opera hoje sobrenaturalmente ou não. Ao invés disso, espero alertar meus irmãos e irmãs do Ocidente para os perigos de serem seduzidos por histórias sensacionalistas que são desprovidas da mensagem bíblica do evangelho. Eu também espero convocar meus irmãos tanto na Índia quanto no Ocidente a manterem a mensagem do evangelho como central em nossa obra do evangelho e a estimar o poder santo e autoritativo da Palavra de Deus sobre tudo mais.
O espírito santo migrou?
Os Beatles. Madonna. Julia Roberts. Comer, Rezar, Amar. Universitários sem trabalho. É possível pensar em uma longa lista de pessoas no Ocidente que são fascinadas pela espiritualidade transcendental do Oriente. E essa tendência encontrou também lugar na igreja. Já estou cansado de ouvir isso de novo e de novo: “Nós, cristãos ocidentais, temos uma mente muito fechada. Nós colocamos Deus em uma caixa! Nós colocamos limites no que ele pode fazer. É por isso que não vemos Deus operar sobrenaturalmente aqui como ele faz no Oriente”. Muitos de meus irmãos e irmãs no Ocidente compraram a falsa ideia de que a igreja ocidental é desprovida da obra sobrenatural do Espírito Santo hoje; enquanto isso, eles dizem, a terceira pessoa da Trindade está grandemente ativa no Oriente em lugares como Índia e China, onde as pessoas estão supostamente tendo sonhos e visões e onde milagres estão acontecendo em todos os lugares. Então, no Ocidente, as pessoas são fascinadas e seduzidas por todo testemunho e relatório impressionante que ouvem sobre o que está acontecendo “lá fora” no campo missionário.
Mas, infelizmente, esse fascínio pelo “sobrenatural” é frequentemente acompanhado por uma perda de discernimento. Algumas vezes, os ocidentais ficam com os olhos tão arregalados pelas histórias sensacionais do Oriente que nem percebem a não existência de nenhuma forma da mensagem do evangelho.
Amados irmãos, acordem! O Espírito Santo não mudou de localidade. Ele está tão ativo no Ocidente quanto está em qualquer outro lugar do mundo, fazendo o que ele foi enviado para fazer – reforçando o testemunho de Cristo (João 15.26-27; Atos 1.16; 1 Pedro 1.12); convencendo o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8); levando a igreja à toda a verdade (João 16.13); glorificando Cristo ao trazer as pessoas das trevas para a luz enquanto a mensagem do evangelho é proclamada (2 Coríntios 3.12-4.6); e selando o povo de Deus para o Dia da Redenção (Efésios 1.13).
Ah, que venhamos a reconhecer que a grande e sobrenatural obra de Deus ocorre quando o Espírito Santo abre os olhos dos pecadores para a glória de Cristo, regenerando e renovando-os através da proclamação do evangelho, para que eles sejam transferidos do reino das trevas para o reino do Senhor Jesus Cristo em arrependimento e fé. Será que não percebemos que o Espírito de Deus é soberano e ativo, realizando essa obra em todo lugar onde Cristo é fielmente proclamado a partir das Escrituras?
Eu sei de muitos queridos irmãos e irmãs no Ocidente cujos testemunhos são mais ou menos assim: “Eu cresci em um lar cristão. Desde muito novo, meus pais me ensinaram a Bíblia. Meus pais amavam o Senhor. Eles me levaram a Cristo e me falaram da sua morte sacrificial em favor dos pecadores. Eu era muito jovem quando ouvi o evangelho, arrependi-me dos meus pecados e confiei em Cristo para a salvação. Então, eu cresci por toda a minha vida conhecendo o Senhor”. Amados irmãos, isso é menos glorioso ou menos sobrenatural de alguma forma? Isso não é uma demonstração do poder do Espírito Santo para ressuscitar pecadores mortos para a vida? Nós nos esquecemos da glória do evangelho? Será que esquecemos que todo o céu celebra quando um pecador chega ao arrependimento?
Não vamos enfatizar outras coisas, pois isso tem consequências desastrosas.
A fabricação de testemunhos que impressionam
Semelhantemente à obsessão ocidental pelos números, o fascínio do Ocidente pelas histórias sensacionalistas tem tido um efeito corrosivo similar. Os testemunhos são fabricados a fim de deslumbrar e admirar os crentes do Ocidente para que venham a dar generosamente apoio financeiro. E mais uma vez, eu sinto dizer que meus amigos do Ocidente, até mesmo os teologicamente sãos, mostram-se ingênuos.
Na Índia, eu encontrei crentes indianos professos que não me falavam muito de seus testemunhos – e por que fariam, já que eu sou só mais um companheiro indiano? Mas essas mesmas pessoas, quando encontram um ocidental, assim que veem uma pele clara, são rápidas em narrar histórias de sonhos, visões e experiências sobrenaturais impressionantes.
Em mais de uma ocasião, eu tive a dolorosa experiência de visitar igrejas e cristãos no Ocidente que tiveram a péssima experiência de serem enganados por “ministros” indianos. Por exemplo, um “evangelista” indiano ludibriou toda uma rede de igrejas com seu testemunho fantástico.
Ele dizia ter sido criado como um religioso hindu. Dizia também que sua família tinha uma cobra que eles adoravam diariamente. Quando adulto, ele foi levado por um fervor religioso e um zelo pelo Hinduísmo. Ele estava prestes a atacar e matar cristãos quando teve uma visão de Cristo que lhe parou e o levou às lágrimas. Então, ele se tornou um cristão, resolvendo proclamar a fé que uma vez havia perseguido e, a despeito de ter sido rejeitado pela sua família e por amigos, está seguindo a Cristo e servindo-o como um evangelista.
Muitas igrejas e ministérios apoiavam esse “homem de Deus”, somente para depois saberem que toda a história havia sido inventada. Esse homem, na verdade, cresceu como filho de um pastor em um “lar cristão”, e fabricou esse testemunho porque aprendeu que somente testemunhos como esse podem gerar apoio do Ocidente. E deixe-me lhe assegurar de que essa história não é um caso isolado. Há muitos, muitos outros como esse. E, em cada caso, meus irmãos e irmãs do Ocidente são muito rápidos em se maravilharem – e infelizmente – em serem enganados.
Tal engano poderia ter sido evitado exercendo-se mais cuidado e discernimento, verificando cada detalhe desses testemunhos (especialmente em vista dos seus detalhes extraordinários) a partir de testemunhas oculares, e checando cautelosamente se a pessoa entende o evangelho bíblico e o estima acima de tais experiências.
Quando os cristãos ocidentais são involuntariamente levados por histórias sensacionalistas do sobrenatural, não somente a corrupção cresce na Índia, mas também os falsos ensinos. Até mesmo igrejas e cristãos que denunciam os males do herético evangelho da prosperidade, na verdade, promovem seu crescimento na Índia. Como? Endossando e apoiando ministros que enfatizam grandes milagres enquanto ensinam o anti-evangelho da saúde e da riqueza. Isso também está ligado à paixão pelos números: o “evangelho da prosperidade” prospera e traz para si pessoas aos montes. Esse “evangelho”, então, se gaba tanto dos “milagres” sobrenaturais como dos grandes números.
Colocando a ênfase no lugar certo
Meus irmãos e irmãs, a única forma para o crescimento do verdadeiro evangelho acontecer na Índia é nos lembrarmos de como o crescimento do evangelho vem: através do evangelho. O evangelho proclama que todas as pessoas em todos os lugares pecaram e se rebelaram contra Deus, nosso Criador, e que permanecem justamente condenadas sob seu santo julgamento; mas Deus graciosamente salva pecadores através do seu Filho Jesus Cristo, que viveu uma vida sem pecado, morreu uma morte sacrificial na cruz como um substituto pelos pecadores e foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de que todos os que se arrependem de sua própria iniquidade e confiam somente nele venham a receber total perdão de pecados e a vida eterna através dele. A história do grande e sobrenatural plano de salvação de Deus deve tomar precedência sobre todas as outras “histórias sobrenaturais”.
Não sejamos levados por histórias de sonhos e visões, mas nos mantenhamos firmes no fundamento da Palavra inspirada de Deus. Até mesmo o apóstolo Pedro, que foi uma testemunha ocular da glória de Cristo no Monte da Transfiguração, que ouviu a própria voz de Deus e viu com seus próprios olhos o Filho de Deus em toda a sua glória majestosa, nos diz que nós temos algo ainda mais certo que sua experiência. O que temos é a mais confirmada palavra profética, a qual fazemos bem em atender, isto é, a Bíblia (2 Pedro 1.16-21).
Os fiéis cooperadores indianos que eu conheço, que sinceramente trabalham para o crescimento do verdadeiro evangelho nas regiões mais difíceis da Índia, fazem uma única coisa quando alguém chega a eles com histórias de um sonho, de uma visão ou de qualquer outra coisa. Eles abrem a Palavra de Deus. Mostram a essas pessoas a Bíblia. Lembram-nas de que tais ocorrências “sobrenaturais” podem ser instáveis e incertas, mas que a Escritura é firme e verdadeira. Nós agradecemos por sonhos, visões, curas sobrenaturais, libertações e qualquer outro ato sobrenatural da providência de Deus que glorifica a Cristo? Certamente. Mas a obra mais sobrenatural de todas é quando o Espírito Santo leva pessoas a se submeterem ao livro sobrenatural.
Meus irmãos e irmãs do Ocidente, no seu apoio da obra do evangelho na Índia, vocês terão discernimento e não serão levados por essas coisas sensacionalistas? Vocês lembrarão que a proclamação do evangelho e o ensino das Escrituras é que produzem uma pessoa conformada à imagem de Cristo? Vocês se certificarão de que qualquer “obra do evangelho” que vocês endossam e apoiam é fundamentada na mensagem da morte e ressurreição de Cristo pelos pecadores, no evangelho do arrependimento e da fé, e na santa e inspirada Palavra de Deus? Eu oro para que vocês assim o façam.
Então, da próxima vez que vocês ouvirem um testemunho sobrenatural da Índia (ou de qualquer outro lugar), sejam cautelosos para discernir se a pessoa realmente entendeu o evangelho. E certifiquem-se de que Deus receba a glória sobre tudo e todos pela sua maravilhosa obra sobrenatural em salvar pecadores perdidos.
Eu sento ali, intrigado, enquanto ouço a história daquele homem. Nós estamos em uma cidade importante e extremamente inalcançada no Norte da Índia. Detalhes sobre detalhes se amontoam enquanto ele narra os impressionantes eventos que o levaram a renunciar o Sikhismo pelo Cristianismo. Eu ouço atentamente enquanto ele nos fala da cura que sua mãe recebeu de uma doença com risco de morte, sua subsequente ascenção da pobreza à riqueza, as perseguições que ele encarou e, o mais importante, a visão sobrenatural em que ele viu uma figura com um manto branco que apertou sua mão e lhe disse “Eu te abençoarei.”
Ele esfrega seus olhos úmidos, limpando as lágrimas – e, então, nos diz que, embora isso tenha acontecido há mais de 20 anos, ele ainda pode sentir a mão daquela figura do outro mundo apertando a sua mão ainda hoje. Meus irmãos do Ocidente ouvem, alguns desconfiados, mas uns dois ou três ficam absolutamente encantados.
Meu colega de trabalho indiano me cutuca. Nós somos todos muito acostumados com o truque; isso é algo que já vimos e ouvimos muitas outras vezes. O homem termina sua história, e um dos meus amigos do Ocidente, um irmão sincero – na verdade, um que é consideravelmente sólido em sua teologia – comenta: “Uau! Deus seja louvado! Esse é um testemunho e tanto, irmão!”
Por dentro, estou espantado. Como é que até mesmo pessoas que conhecem suas Bíblias e entendem bem o evangelho são enganadas por esse tipo de coisa? Não é óbvia a completa ausência do evangelho no testemunho dele?
Meu amigo indiano e eu começamos a explicar para aquele homem sobre o verdadeiro perdão de pecados que somente Jesus pode prover, sobre a morte de Cristo, sua ressurreição e seu sacrifício substitutivo que levou pecados na cruz. Ele olha intrigado, pois não tem a mínima ideia do que estamos falando! Tudo o que ele sabe é que “Jesus é o único deus que vai lhe abençoar”. Eis o porquê de ele ter se tornado um cristão. Eis o porquê de ele ter se tornado um pastor. E ele tem sido um pastor por 20 anos! Ele antes era um pobre Sikh, mas agora ele dirige um carro grande e elegante como um “bispo cristão”. Ele nos leva ao prédio da sua “igreja”, uma mega igreja com vários andares e 3.000 lugares e nos diz que ele é o “bispo” de um ministério que planta várias centenas de igrejas a cada seis meses. Mas se poderia trocar o nome “Jesus” pelo nome de qualquer outro deus em todo lugar no seu testemunho e isso não faria a mínima diferença.
Para piorar um pouco mais, esse “bispo” tem um missionário do Ocidente, totalmente tomado pela sua história, funcionando quase como seu servo. Por que não? Afinal, o missionário pode enviar um relatório com todos os números desse bispo como se fossem os dele!
Claramente, o Ocidente tem um encanto pelo “sobrenatural”. Meu objetivo aqui não é entrar no debate se Deus ainda opera hoje sobrenaturalmente ou não. Ao invés disso, espero alertar meus irmãos e irmãs do Ocidente para os perigos de serem seduzidos por histórias sensacionalistas que são desprovidas da mensagem bíblica do evangelho. Eu também espero convocar meus irmãos tanto na Índia quanto no Ocidente a manterem a mensagem do evangelho como central em nossa obra do evangelho e a estimar o poder santo e autoritativo da Palavra de Deus sobre tudo mais.
O espírito santo migrou?
Os Beatles. Madonna. Julia Roberts. Comer, Rezar, Amar. Universitários sem trabalho. É possível pensar em uma longa lista de pessoas no Ocidente que são fascinadas pela espiritualidade transcendental do Oriente. E essa tendência encontrou também lugar na igreja. Já estou cansado de ouvir isso de novo e de novo: “Nós, cristãos ocidentais, temos uma mente muito fechada. Nós colocamos Deus em uma caixa! Nós colocamos limites no que ele pode fazer. É por isso que não vemos Deus operar sobrenaturalmente aqui como ele faz no Oriente”. Muitos de meus irmãos e irmãs no Ocidente compraram a falsa ideia de que a igreja ocidental é desprovida da obra sobrenatural do Espírito Santo hoje; enquanto isso, eles dizem, a terceira pessoa da Trindade está grandemente ativa no Oriente em lugares como Índia e China, onde as pessoas estão supostamente tendo sonhos e visões e onde milagres estão acontecendo em todos os lugares. Então, no Ocidente, as pessoas são fascinadas e seduzidas por todo testemunho e relatório impressionante que ouvem sobre o que está acontecendo “lá fora” no campo missionário.
Mas, infelizmente, esse fascínio pelo “sobrenatural” é frequentemente acompanhado por uma perda de discernimento. Algumas vezes, os ocidentais ficam com os olhos tão arregalados pelas histórias sensacionais do Oriente que nem percebem a não existência de nenhuma forma da mensagem do evangelho.
Amados irmãos, acordem! O Espírito Santo não mudou de localidade. Ele está tão ativo no Ocidente quanto está em qualquer outro lugar do mundo, fazendo o que ele foi enviado para fazer – reforçando o testemunho de Cristo (João 15.26-27; Atos 1.16; 1 Pedro 1.12); convencendo o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8); levando a igreja à toda a verdade (João 16.13); glorificando Cristo ao trazer as pessoas das trevas para a luz enquanto a mensagem do evangelho é proclamada (2 Coríntios 3.12-4.6); e selando o povo de Deus para o Dia da Redenção (Efésios 1.13).
Ah, que venhamos a reconhecer que a grande e sobrenatural obra de Deus ocorre quando o Espírito Santo abre os olhos dos pecadores para a glória de Cristo, regenerando e renovando-os através da proclamação do evangelho, para que eles sejam transferidos do reino das trevas para o reino do Senhor Jesus Cristo em arrependimento e fé. Será que não percebemos que o Espírito de Deus é soberano e ativo, realizando essa obra em todo lugar onde Cristo é fielmente proclamado a partir das Escrituras?
Eu sei de muitos queridos irmãos e irmãs no Ocidente cujos testemunhos são mais ou menos assim: “Eu cresci em um lar cristão. Desde muito novo, meus pais me ensinaram a Bíblia. Meus pais amavam o Senhor. Eles me levaram a Cristo e me falaram da sua morte sacrificial em favor dos pecadores. Eu era muito jovem quando ouvi o evangelho, arrependi-me dos meus pecados e confiei em Cristo para a salvação. Então, eu cresci por toda a minha vida conhecendo o Senhor”. Amados irmãos, isso é menos glorioso ou menos sobrenatural de alguma forma? Isso não é uma demonstração do poder do Espírito Santo para ressuscitar pecadores mortos para a vida? Nós nos esquecemos da glória do evangelho? Será que esquecemos que todo o céu celebra quando um pecador chega ao arrependimento?
Não vamos enfatizar outras coisas, pois isso tem consequências desastrosas.
A fabricação de testemunhos que impressionam
Semelhantemente à obsessão ocidental pelos números, o fascínio do Ocidente pelas histórias sensacionalistas tem tido um efeito corrosivo similar. Os testemunhos são fabricados a fim de deslumbrar e admirar os crentes do Ocidente para que venham a dar generosamente apoio financeiro. E mais uma vez, eu sinto dizer que meus amigos do Ocidente, até mesmo os teologicamente sãos, mostram-se ingênuos.
Na Índia, eu encontrei crentes indianos professos que não me falavam muito de seus testemunhos – e por que fariam, já que eu sou só mais um companheiro indiano? Mas essas mesmas pessoas, quando encontram um ocidental, assim que veem uma pele clara, são rápidas em narrar histórias de sonhos, visões e experiências sobrenaturais impressionantes.
Em mais de uma ocasião, eu tive a dolorosa experiência de visitar igrejas e cristãos no Ocidente que tiveram a péssima experiência de serem enganados por “ministros” indianos. Por exemplo, um “evangelista” indiano ludibriou toda uma rede de igrejas com seu testemunho fantástico.
Ele dizia ter sido criado como um religioso hindu. Dizia também que sua família tinha uma cobra que eles adoravam diariamente. Quando adulto, ele foi levado por um fervor religioso e um zelo pelo Hinduísmo. Ele estava prestes a atacar e matar cristãos quando teve uma visão de Cristo que lhe parou e o levou às lágrimas. Então, ele se tornou um cristão, resolvendo proclamar a fé que uma vez havia perseguido e, a despeito de ter sido rejeitado pela sua família e por amigos, está seguindo a Cristo e servindo-o como um evangelista.
Muitas igrejas e ministérios apoiavam esse “homem de Deus”, somente para depois saberem que toda a história havia sido inventada. Esse homem, na verdade, cresceu como filho de um pastor em um “lar cristão”, e fabricou esse testemunho porque aprendeu que somente testemunhos como esse podem gerar apoio do Ocidente. E deixe-me lhe assegurar de que essa história não é um caso isolado. Há muitos, muitos outros como esse. E, em cada caso, meus irmãos e irmãs do Ocidente são muito rápidos em se maravilharem – e infelizmente – em serem enganados.
Tal engano poderia ter sido evitado exercendo-se mais cuidado e discernimento, verificando cada detalhe desses testemunhos (especialmente em vista dos seus detalhes extraordinários) a partir de testemunhas oculares, e checando cautelosamente se a pessoa entende o evangelho bíblico e o estima acima de tais experiências.
Quando os cristãos ocidentais são involuntariamente levados por histórias sensacionalistas do sobrenatural, não somente a corrupção cresce na Índia, mas também os falsos ensinos. Até mesmo igrejas e cristãos que denunciam os males do herético evangelho da prosperidade, na verdade, promovem seu crescimento na Índia. Como? Endossando e apoiando ministros que enfatizam grandes milagres enquanto ensinam o anti-evangelho da saúde e da riqueza. Isso também está ligado à paixão pelos números: o “evangelho da prosperidade” prospera e traz para si pessoas aos montes. Esse “evangelho”, então, se gaba tanto dos “milagres” sobrenaturais como dos grandes números.
Colocando a ênfase no lugar certo
Meus irmãos e irmãs, a única forma para o crescimento do verdadeiro evangelho acontecer na Índia é nos lembrarmos de como o crescimento do evangelho vem: através do evangelho. O evangelho proclama que todas as pessoas em todos os lugares pecaram e se rebelaram contra Deus, nosso Criador, e que permanecem justamente condenadas sob seu santo julgamento; mas Deus graciosamente salva pecadores através do seu Filho Jesus Cristo, que viveu uma vida sem pecado, morreu uma morte sacrificial na cruz como um substituto pelos pecadores e foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de que todos os que se arrependem de sua própria iniquidade e confiam somente nele venham a receber total perdão de pecados e a vida eterna através dele. A história do grande e sobrenatural plano de salvação de Deus deve tomar precedência sobre todas as outras “histórias sobrenaturais”.
Não sejamos levados por histórias de sonhos e visões, mas nos mantenhamos firmes no fundamento da Palavra inspirada de Deus. Até mesmo o apóstolo Pedro, que foi uma testemunha ocular da glória de Cristo no Monte da Transfiguração, que ouviu a própria voz de Deus e viu com seus próprios olhos o Filho de Deus em toda a sua glória majestosa, nos diz que nós temos algo ainda mais certo que sua experiência. O que temos é a mais confirmada palavra profética, a qual fazemos bem em atender, isto é, a Bíblia (2 Pedro 1.16-21).
Os fiéis cooperadores indianos que eu conheço, que sinceramente trabalham para o crescimento do verdadeiro evangelho nas regiões mais difíceis da Índia, fazem uma única coisa quando alguém chega a eles com histórias de um sonho, de uma visão ou de qualquer outra coisa. Eles abrem a Palavra de Deus. Mostram a essas pessoas a Bíblia. Lembram-nas de que tais ocorrências “sobrenaturais” podem ser instáveis e incertas, mas que a Escritura é firme e verdadeira. Nós agradecemos por sonhos, visões, curas sobrenaturais, libertações e qualquer outro ato sobrenatural da providência de Deus que glorifica a Cristo? Certamente. Mas a obra mais sobrenatural de todas é quando o Espírito Santo leva pessoas a se submeterem ao livro sobrenatural.
Meus irmãos e irmãs do Ocidente, no seu apoio da obra do evangelho na Índia, vocês terão discernimento e não serão levados por essas coisas sensacionalistas? Vocês lembrarão que a proclamação do evangelho e o ensino das Escrituras é que produzem uma pessoa conformada à imagem de Cristo? Vocês se certificarão de que qualquer “obra do evangelho” que vocês endossam e apoiam é fundamentada na mensagem da morte e ressurreição de Cristo pelos pecadores, no evangelho do arrependimento e da fé, e na santa e inspirada Palavra de Deus? Eu oro para que vocês assim o façam.
Então, da próxima vez que vocês ouvirem um testemunho sobrenatural da Índia (ou de qualquer outro lugar), sejam cautelosos para discernir se a pessoa realmente entendeu o evangelho. E certifiquem-se de que Deus receba a glória sobre tudo e todos pela sua maravilhosa obra sobrenatural em salvar pecadores perdidos.
GRAÇA REVIVIFICADORA
“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias. Correrão e não se cansarão; e andarão e não se fatigarão.” (Isaías 40.31)
“Tu não nos reavivarás , oh Senhor?” Minha alma! você está consciente de seu estado em declínio? Você tem caminhado menos com Deus, suas afeições têm sido menos celestiais? Você tem tido uma proximidade menos consciente do propiciatório, tem diminuído a comunhão com o seu Salvador? A oração tem um sido menos um privilégio? As pulsações da vida espiritual estão mais fracas e vacilantes? O pão da vida tem sido menos apreciado? Tem o que é temporal e tangível suplantado as realidades invisíveis e eternas? Você está afundando neste estado de sonolência contente consigo mesmo, nessa conformidade de sua vida com o mundo, perdendo toda a felicidade da verdadeira religião e colocando em risco a vida melhor por vir? Levante! Chame ao seu Deus! “Tu não nos reavivarás, oh Senhor?”
Ele pode nada ter respondido, senão a repreensão fulminante: “Quantas vezes eu quis ajuntar vocês – mas vocês não quiseram!” “Efraim está entregue aos seus ídolos – deixe-o em paz!” Mas “na ira, Ele se lembra da misericórdia.” “Eles serão vivificados como o trigo.” “A boca do Senhor o disse.” Como e onde a graça revivificadora é encontrada? Ele lhe dá a chave nesta preciosa promessa. Ela está no seu ajoelhar-se – por um retorno à sua câmara secreta de oração! “Os que esperam no Senhor!” “Espera no Senhor, tem bom ânimo, e Ele fortalecerá o seu coração; espera, pois, no Senhor!”
“Tu não nos reavivarás , oh Senhor?” Minha alma! você está consciente de seu estado em declínio? Você tem caminhado menos com Deus, suas afeições têm sido menos celestiais? Você tem tido uma proximidade menos consciente do propiciatório, tem diminuído a comunhão com o seu Salvador? A oração tem um sido menos um privilégio? As pulsações da vida espiritual estão mais fracas e vacilantes? O pão da vida tem sido menos apreciado? Tem o que é temporal e tangível suplantado as realidades invisíveis e eternas? Você está afundando neste estado de sonolência contente consigo mesmo, nessa conformidade de sua vida com o mundo, perdendo toda a felicidade da verdadeira religião e colocando em risco a vida melhor por vir? Levante! Chame ao seu Deus! “Tu não nos reavivarás, oh Senhor?”
Ele pode nada ter respondido, senão a repreensão fulminante: “Quantas vezes eu quis ajuntar vocês – mas vocês não quiseram!” “Efraim está entregue aos seus ídolos – deixe-o em paz!” Mas “na ira, Ele se lembra da misericórdia.” “Eles serão vivificados como o trigo.” “A boca do Senhor o disse.” Como e onde a graça revivificadora é encontrada? Ele lhe dá a chave nesta preciosa promessa. Ela está no seu ajoelhar-se – por um retorno à sua câmara secreta de oração! “Os que esperam no Senhor!” “Espera no Senhor, tem bom ânimo, e Ele fortalecerá o seu coração; espera, pois, no Senhor!”
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
JESUS É O AMÉM DE DEUS
Versículo do dia: Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. (2Coríntios 1.20)
A oração é o lugar onde o passado e o futuro são ligados repetidamente em nossas vidas. Eu menciono isso aqui porque Paulo vincula a oração com o sim de Deus nesse versículo de forma impressionante.
Em 2Coríntios 1.20, ele diz (com um grego sucinto, traduzido em um português sucinto): “Porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”. Vamos tentar esclarecer isso.
Eis o que ele está dizendo: “Portanto, por causa de Cristo, dizemos amém a Deus em nossas orações, para mostrar que Deus recebe a glória pela graça futura com a qual contamos”.
Se você já se perguntou por que como cristãos dizemos amém ao final de nossas orações e de onde vem esse costume, aqui está a resposta. Amém é uma palavra tomada diretamente do hebraico para o grego sem qualquer tradução, assim como ela foi introduzida no português e na maioria das outras línguas sem qualquer tradução.
Em hebraico, era uma afirmação muito forte (veja Números 5.22; Neemias 5.13; 8.6) — um formal, solene e sério “Eu concordo”, “Eu confirmo o que você acabou de dizer” ou “Isso é verdade”. Simplificando: “amém” significa um sim muito sério no contexto de se dirigir a Deus.
Agora, observe a conexão entre as duas metades do verso 20. A primeira metade diz: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim”. A segunda metade diz: “Porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”.
Quando você compreende que “amém” e “sim” significam a mesma coisa, aqui está o que o versículo diz: Em Jesus Cristo, Deus diz o seu sim para nós por meio das suas promessas; e em Cristo, nós dizemos o nosso sim a Deus por meio da oração.
Versículo do dia: Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. (2Coríntios 1.20)
A oração é o lugar onde o passado e o futuro são ligados repetidamente em nossas vidas. Eu menciono isso aqui porque Paulo vincula a oração com o sim de Deus nesse versículo de forma impressionante.
Em 2Coríntios 1.20, ele diz (com um grego sucinto, traduzido em um português sucinto): “Porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”. Vamos tentar esclarecer isso.
Eis o que ele está dizendo: “Portanto, por causa de Cristo, dizemos amém a Deus em nossas orações, para mostrar que Deus recebe a glória pela graça futura com a qual contamos”.
Se você já se perguntou por que como cristãos dizemos amém ao final de nossas orações e de onde vem esse costume, aqui está a resposta. Amém é uma palavra tomada diretamente do hebraico para o grego sem qualquer tradução, assim como ela foi introduzida no português e na maioria das outras línguas sem qualquer tradução.
Em hebraico, era uma afirmação muito forte (veja Números 5.22; Neemias 5.13; 8.6) — um formal, solene e sério “Eu concordo”, “Eu confirmo o que você acabou de dizer” ou “Isso é verdade”. Simplificando: “amém” significa um sim muito sério no contexto de se dirigir a Deus.
Agora, observe a conexão entre as duas metades do verso 20. A primeira metade diz: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim”. A segunda metade diz: “Porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”.
Quando você compreende que “amém” e “sim” significam a mesma coisa, aqui está o que o versículo diz: Em Jesus Cristo, Deus diz o seu sim para nós por meio das suas promessas; e em Cristo, nós dizemos o nosso sim a Deus por meio da oração.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Para que estaremos nós aqui sentados até morrermos?” (2 Reis 7.3)
Querido leitor, este livro foi escrito principalmente com o objetivo de edificar os crentes. Mas, se você ainda não é salvo, nosso coração anseia por você. Eu alegremente diria uma palavra que talvez fosse abençoada para você. Abra sua Bíblia e leia a história dos leprosos. Observe a posição deles, a qual era semelhante à sua posição. Se você continuar na situação em que está, perecerá. Se vier a Jesus, você apenas morrerá. “Quem não se arrisca, não petisca” é um velho ditado e no seu caso, não há muito a ser arriscado. Se você não se esforça em uma situação de desespero, ninguém mais terá compaixão de você, quando lhe sobrevier a ruína. Nenhum dos que se recusam a olhar para Jesus escapará da condenação eterna. Você sabe que alguns são salvos e creem nEle, pois alguns de seus conhecidos receberam misericórdia. Então, por que não você? Os ninivitas disseram: “quem sabe?” (Jonas 3.9). Aja de acordo com a mesma esperança e experimente a misericórdia do Senhor. Perecer é tão horrível, que, se houvesse algo em que se agarrar, o instinto de autopreservação o levaria a esticar sua mão.
Tenho lhe falado no âmbito de sua própria incredulidade. Procurei assegurar-lhe, como que falando da parte do Senhor, que, se você buscá-Lo, Ele será achado. Jesus não rejeita nenhum dos que vêm a Ele. Você não perecerá, se confiar em Jesus. Pelo contrário, você encontrará um tesouro mais precioso do que o tesouro encontrado pelos infelizes leprosos que se reuniram no acampamento dos assírios. Que o Espírito Santo o encoraje a vir imediatamente; e você não crerá em vão. Quando você for salvo, conte as boas-novas aos outros. Não retenha a salvação para si mesmo. Diga-o primeiramente à igreja e reúna-se com ela em comunhão. Faça com que o pastor seja informado a respeito de sua descoberta e proclame as boas-novas em todos os lugares. Que o Senhor mesmo o salve antes do final deste dia.
Querido leitor, este livro foi escrito principalmente com o objetivo de edificar os crentes. Mas, se você ainda não é salvo, nosso coração anseia por você. Eu alegremente diria uma palavra que talvez fosse abençoada para você. Abra sua Bíblia e leia a história dos leprosos. Observe a posição deles, a qual era semelhante à sua posição. Se você continuar na situação em que está, perecerá. Se vier a Jesus, você apenas morrerá. “Quem não se arrisca, não petisca” é um velho ditado e no seu caso, não há muito a ser arriscado. Se você não se esforça em uma situação de desespero, ninguém mais terá compaixão de você, quando lhe sobrevier a ruína. Nenhum dos que se recusam a olhar para Jesus escapará da condenação eterna. Você sabe que alguns são salvos e creem nEle, pois alguns de seus conhecidos receberam misericórdia. Então, por que não você? Os ninivitas disseram: “quem sabe?” (Jonas 3.9). Aja de acordo com a mesma esperança e experimente a misericórdia do Senhor. Perecer é tão horrível, que, se houvesse algo em que se agarrar, o instinto de autopreservação o levaria a esticar sua mão.
Tenho lhe falado no âmbito de sua própria incredulidade. Procurei assegurar-lhe, como que falando da parte do Senhor, que, se você buscá-Lo, Ele será achado. Jesus não rejeita nenhum dos que vêm a Ele. Você não perecerá, se confiar em Jesus. Pelo contrário, você encontrará um tesouro mais precioso do que o tesouro encontrado pelos infelizes leprosos que se reuniram no acampamento dos assírios. Que o Espírito Santo o encoraje a vir imediatamente; e você não crerá em vão. Quando você for salvo, conte as boas-novas aos outros. Não retenha a salvação para si mesmo. Diga-o primeiramente à igreja e reúna-se com ela em comunhão. Faça com que o pastor seja informado a respeito de sua descoberta e proclame as boas-novas em todos os lugares. Que o Senhor mesmo o salve antes do final deste dia.
terça-feira, 11 de abril de 2017
UM CLAMOR PELA SANIDADE DO EVANGELHO EM MISSÕES (PARTE 1)
Parte I: Obcecado por números
Eu sinto como se já tivesse ouvido essa conversa mais de mil vezes. Em meus anos vivendo nos Estados Unidos, geralmente os crentes me conhecem e, tendo sabido que eu vim da Índia, perguntam: “Ah! Você já ouvir falar do ______, um indiano que está no ministério?”
“Não, não ouvi. Como você o conhece?”
“Bom, nossa igreja o apóia em seu sustento – ele é um evangelista incrível que plantou igrejas nos últimos 5 anos, abriu 5 orfanatos e dirige um seminário para formação de pastores!”
“Sério? Você o conhece pessoalmente?”
Na maioria dos casos, a resposta é: “Claro, nós o conhecemos pessoalmente. Ele visitou nossa igreja e compartilhou seu testemunho. Ele tem um testemunho e tanto. Sua visão é plantar mais de 30.000 igrejas nos próximos 10 anos.”
Tem sido difícil para mim não parecer cínico e não me sentir frustrado todas as vezes que eu tenho conversas como essas. Isso porque o que meus irmãos e irmãs do Ocidente geralmente não entendem é que muitos desses “ministros” indianos aprenderam o que empolga as pessoas no Ocidente. Os indianos aprenderam que números massivos e testemunhos surpreendentes deslumbram as igrejas do Ocidente. E, quando os parceiros mantenedores no Ocidente ficam impressionados, isso geralmente significa dólares entrando. Infelizmente, as igrejas ocidentais raramente aprendem (se é que alguma vez aprenderam) que, em muitos casos, os números são inflados, os testemunhos são fabricados e a “obra do evangelho” em que elas estão investindo é, na verdade, uma miragem.
A conversa que descrevi acima ilustra algumas questões particulares em missões, às quais tenho assistido com uma crescente preocupação. E, como um indiano que nasceu e cresceu na Índia e chegou ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo através do trabalho fiel de um missionário do Ocidente em minha cidade, eu me sinto responsável em externar minhas preocupações.
Por outro lado, espero tratar de alguns dos maiores problemas de missões na Índia – problemas que surgem a partir de certas ênfases do Ocidente. Esses problemas são perpetuados e agravados tanto por missionários do Ocidente que vão para a Índia quanto por igrejas do Ocidente que sustentam ministros indianos nativos. Meu desejo não é ser pessimista e crítico, mas chamar-nos a sermos fiéis e obedientes às ordens bíblicas de “fazer discípulos” e proclamar “todo o conselho de Deus”. Considere isso como um clamor do Oriente para o Ocidente por uma sanidade em missões centrada no evangelho.
I. Obcecado por números
Primeiro, é importante discutir um dos problemas primários em missões na Índia – a empolgação do Ocidente pela eficiência numérica, isto é, a ideia de que grandes números são uma validação da bênção de Deus e do sucesso no ministério.
O mundo corporativo é apaixonado por números, por grandes números. Os números são a ordem do dia em toda esfera da vida, e a empolgação por números impressionantes encontrou seu lugar na igreja e na missão da igreja, tanto no Ocidente quanto – como um resultado da influência ocidental – na Índia. Muito do jargão de missões é, de alguma forma, colorido pela noção de eficiência numérica: “rapidez”, “multiplicação”, “estratégia”, “crescimento”.
Cada “visão” e cada “relatório” tem um tipo de etiqueta numérica acoplada. 5.000 igrejas em 5 anos. 30.000 batismos em 3 anos. Maior e mais rápido = melhor. Certo?
Errado!
Infelizmente, a obsessão da igreja do Ocidente por números tem tido um efeito destrutivo, de modo que o nome de Cristo é blasfemado na Índia.
Uma mania pecaminosa por números maiores e melhores tem infectado tanto os ministros nativos quanto a obra dos missionários ocidentais na Índia. A noção de que o crescimento numérico é um indicador de fidelidade é estranho às Escrituras e, na verdade, surge do “movimento de crescimento de igreja”.[1] Mas, infelizmente, a maioria das igrejas – até mesmo aquelas que sustentam uma teologia do evangelho centrada em Deus mais robusta – comprou essa falsa ideia de que “crescimento rápido” é o sinal primário da bênção de Deus. Quanto mais rápido você cresce, mais fiel você é.
Eu espero desacreditar essa falsa ideia discutindo alguns dos desastrosos efeitos que isso teve em missões na Índia. Porém, mais do que isso, espero alertar meus irmãos e minhas irmãs do Ocidente para uma abordagem de missões mais sã, fiel e centrada no evangelho. Nós certamente podemos celebrar um crescimento numérico se ele for de acordo com a Escritura. Mas quando o crescimento numérico substitui prioridades da Escritura, o evangelho é comprometido e o testemunho cristão é manchado. Ao apontar alguns dos resultados devastantes da ênfase nos números, eu espero encorajar as igrejas do Ocidente a terem discernimento sobre os trabalhos dos missionários que eles sustentam, enquanto encorajo meus irmãos indianos a buscarem um crescimento real do evangelho em seus ministérios, independente de eles parecerem ou não impressionantes para o Ocidente.
A praga do cristianismo nominal
Os relatórios missionários da Índia estão cheios de notícias de impressionantes “movimentos de pessoas” para Cristo que estão aparentemente acontecendo em todo o país. Os missionários com quem conversei descreveram seu trabalho nos seguintes termos: “7.000 igrejas foram plantadas na Caxemira nos últimos 5 anos”. “50.000 novos crentes foram batizados em Nova Deli ano passado”. “Centenas de milhares da casta inferior dos ‘Dalits’ (intocáveis) estão chegando para conhecerem a Cristo”. O que nos é dito é que as coisas estão acontecendo na Índia em uma “escala sem precedentes”, igualada somente pelos capítulos iniciais do livro de Atos. Isso é real? Deixe-me responder com 3 pontos.
i. Onde estão as igrejas?
Um colega indiano cooperador do evangelho (que trabalha em uma das regiões mais difíceis no norte da Índia) me disse que, quando ele ouve amigos do Ocidente falarem sobre essas milhares de igrejas plantadas, sem piscar, ele pergunta irritado pelo endereço e o CEP delas para que ele possa visitar pelo menos uma delas. Seu ponto não é que todas as igrejas têm que ter um endereço físico, mas que esses números estão relatando igrejas fantasmas, que não existem na realidade.
Em resumo, os números são uma ilusão. Essas assim chamadas “igrejas” são tipicamente nada mais que um grupo de três ou quatro pessoas que acabam por se encontrar uma ou duas vezes de forma casual. Elas ouvem umas duas histórias bíblicas aguadas e desaparecem no esquecimento depois disso.
Na maioria dos trabalhos missionários na Índia, as prioridades pragmáticas suplantaram as prioridades bíblicas. Um amigo missionário do Ocidente recentemente me disse que, acerca do seu desenvolvimento na Índia, os superiores na sua organização insistiram que ele fosse “estratégico” para “estimular um rápido crescimento” na plantação de “igrejas-coelho”, que são rapidamente estabelecidas e se multiplicam rapidamente, ao invés de plantar “igrejas-elefante”, que tomam um longo tempo para se estabelecerem e, então, requerem muito trabalho no discipulado, o que torna as coisas mais lentas. A resposta direta do meu amigo foi: “Mas igrejas-coelho são devoradas por falcões e lobos”.
A mania por números e o impulso por crescimento rápido resultam em “igrejas” que não têm o evangelho, nem liderança, nem teologia, nem profundidade, tornando-as presa fácil para as heresias da teologia da prosperidade, sincretismo e outros ensinos falsos.
ii. Que tipo de “conversão”?
Pior que isso, a praga do Cristianismo nominal traz reprovação para o nome de Cristo da parte dos descrentes da Índia. O impulso por números e por rápido crescimento em missões tem resultado em muita distorção e diluição da mensagem do evangelho hoje. As pessoas são ensinadas a “acreditarem em Jesus”, “receberem Jesus” ou “fazerem uma decisão por Jesus”, sem nenhum ensinamento bíblico sobre arrependimento. As assim chamadas “conversões” que resultam disso são, na melhor das hipóteses, nominais e, na pior delas, manipuladas.
Desconsiderando as ordens e as qualificações bíblicas para presbíteros da igreja (1 Timóteo 3.1-7, especialmente o versículo 6: “não seja neófito”), os missionários indicam “líderes” nativos desqualificados cujo único “treinamento” é uma conferência de uma semana com uma equipe missionária.
Em muitos casos, as pessoas são “convertidas” aos montes, acreditando que se converter ao Cristianismo lhes trará certos benefícios sociais ou econômicos. Os missionários triunfantemente enviam relatórios missionários de volta para casa com testemunhos que apresentam suas estupendas e insondáveis estatísiticas de pessoas convertidas e igrejas estabelecidas. Ken R. Gnanakan, um teólogo indiano, respondendo ao movimento de crescimento de igreja há muitos anos, colocou muito bem: “Em nosso zelo por relatar números para nossos parceiros de oração, nós deixamos as congregações continuarem a seguir seu pensamento hindu. E, exceto por uma mudança no nome e no local de adoração, há pouca diferença entre os assim chamados cristãos e seus vizinhos hindus.” [2]
iii. Falsas conversões levam à perseguição
A praga das falsas conversões também tem ramificações políticas que levam à perseguição. Os hindus acusam os cristãos de seduzirem pessoas com pouca instrução e das castas mais baixas, prometendo-lhes benefícios. As conversões em grupo e o Cristianismo nominal finalmente resultam em reversões para o Hinduísmo, quando populações desprivilegiadas, que originalmente se converteram ao Cristianismo esperando que isso melhoraria sua condição social, descobrem que o Hinduísmo pode ter mais a lhes oferecer politicamente. [3]
A maior parte dessas “reconversões” são acompanhadas com testemunhos que dizem: “eu era um hindu, e eu me converti ao Cristianismo com base nas suas muitas falsas promessas. Então, agora eu estou voltando ao Hinduísmo”. Isso não acaba levantando a questão de que tipo de “conversão” está acontecendo? Certamente, não seria o tipo de conversão operada divinamente das trevas para a luz como nós vemos nas páginas do Novo Testamento.
Missões nativas e a inflação dos números
Outro crescimento que vem da obsessão do Ocidente por crescimento numérico é o grande número de indianos no “ministério” que pegaram essa tendência e estão seguindo a onda, que está indo direto para o banco. Sim, a igreja na Índia está corrompida, como Yahweh disse de Israel – como se tivesse por todo o corpo “chagas inflamadas” (Isaías 1.6). Eu falo como alguém que conhece em primeira mão o tipo de corrupção que tem se infiltrado através dos ministérios na Índia.
Muitos ministros indianos inflam alegremente seus números e enganam os mantenedores do Ocidente, fazendo-os acreditarem que uma grande “colheita” do evangelho está acontecendo. Afinal, são os números que trazem o dinheiro.
As técnicas são semelhantes: Uma grande multidão de pessoas é reunida em um campo e alguém no púlpito pergunta quantos ali comeram “puri-bhaji” (uma forma de falar “café da manhã” no Norte da Índia). As mãos se levantam, a foto é tirada e um relatório com a foto é publicado, relatando “decisões por Cristo”. Em outros casos, perguntam às pessoas se elas querem receber uma bênção financeira ou uma cura. Aqueles que desejam, levantam as mãos, as fotos são tiradas e mais “decisões por Cristo” são relatadas.
Em algumas ocasiões, os mantenedores do Ocidente fazem uma visita, algumas até para “treinamento e ensino pastoral”. Então, o ministro indiano paga uma quantia em dinheiro para que aquelas pessoas apareçam por alguns dias. E elas aparecem. E os missionários do Ocidente voltam, felizes e satisfeitos por não estarem apenas apoiando financeiramente, mas por terem “investido” na vida de pessoas que estão “famintas pela Palavra” (e por comida grátis).
Muitos desses ministros indianos vivem com grande luxo, tomando vinho e jantando em hotéis 5 estrelas, e dirigindo carros luxuosos, como um resultado dos dólares que entraram para seus ministérios.
É com grande tristeza que admito que meus irmãos e irmãs do Ocidente são muito ingênuos – sentem-se felizes em financiar e apoiar qualquer ministério que ostente grandes números. As estatísticas acabam ofuscando seus olhos, e eles ficam cegos para o que realmente acontece.
Um caminho melhor
Isso é uma repreensão? Sim, de alguma forma é. Mas eu escrevo com um coração sincero e com uma paixão por ver solidez e verdade começarem a lançar raízes na obra missionária na Índia. Grandes números simplesmente alimentam grandes egos com a noção de que estamos fazendo algo para Deus que realmente vale a pena. Mas a verdadeira obra de Deus não pode ser medida somente por números.
No último verão, eu sentei com um irmão indiano fiel, um homem de Deus com mais idade que trabalhou por várias décadas em um dos estados mais difíceis e inalcançados no Norte da Índia. Ele me falou de igrejas do Ocidente que, através dos anos, têm lhe oferecido sustento somente se ele diligentemente enviasse relatórios com um certo número de batismos a cada mês. Em cada um dos casos, ele recusou, pois sempre acreditou que a conversão é uma obra de Deus e não pode ser manufaturada. Esse homem não plantou milhares de igrejas. Os números não são sensuais e espetaculares. Mas as igrejas que ele plantou são saudáveis e fiéis, além de pregarem o evangelho e fazerem discípulos. Elas não são fantasmas. Os discípulos que ele fez são aqueles que conhecem o Senhor. E neles a Palavra de Cristo habita ricamente. O fruto do seu ministério brilha como ouro na pilha de esterco de outros assim chamados “ministérios” que estão por aí. E Deus recompensará sua fidelidade.
Deixe-me compartilhar com vocês a história de outra pessoa. Dessa vez, de um missionário estrangeiro. Eu conheci um missionário que viveu e trabalhou na Índia por anos – na verdade, mais de uma década. Ele estabeleceu um trabalho em uma grande cidade e se esforçou ali devagar e pacientemente. Ele quase não tinha convertidos – na verdade, ele provavelmente teve somente um. Ele morreu na Índia e dentro de meses da sua morte, seu trabalho foi destruído. Pelos padrões numéricos e pelas considerações “estratégicas” para o “crescimento rápido”, ele era uma completa derrota. Pelos padrões de muitas agências missionárias do Ocidente, os muitos dólares dados para sustentá-lo através dos anos tinham sido um total desperdício.
Então, o ministério dele foi um desperdício? Eu creio que não: Eu fui seu único convertido. Ele me ensinou o evangelho. Ele proclamou para mim as excelências de Cristo. Ele me ensinou como ler a Bíblia e como discernir a verdade da falsidade. Ele gastou sua vida no serviço do Rei, e a minha eternidade foi mudada como um resultado disso.
Portanto, eu clamo aos meus irmãos e irmãs do Ocidente: No seu envio de missionários e em seu apoio aos obreiros do evangelho que são nativos, por favor, priorizem a fidelidade acima da eficiência, a qualidade acima da quantidade, e o crescimento na verdade acima do crescimento nos números. Eu sou contrário ao crescimento da igreja e à multiplicação de discípulos? De forma alguma! Eu espero ver um grande avivamento que atravesse toda a Índia. Na verdade, eu oro para que massas de pessoas sejam evangelizadas e que incontáveis igrejas sejam estabelecidas através de toda a nação.
Mas não vamos lutar por números manufaturados e “crescimento” que vem por sacrificar a verdade no altar da eficiência e do sucesso percebido. No Novo Testamento, a preocupação pelo crescimento numérico nunca conduz a missão da igreja – uma preocupação pela glória de Cristo é que conduz (Romanos 1.5). A conversão é a obra do Espírito Santo que chama pessoas espiritualmente mortas da escuridão para a maravilhosa luz do Senhor Jesus, quando o evangelho é proclamado com ousadia e clareza. Portanto, não use números como um parâmetro para medir a obra de Deus, mas, ao contrário disso, deixe que a obra de Deus seja medida pelas vidas das pessoas que produzem “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3.8; Romanos 15.18). Crescimento rápido e multiplicação podem bem ser indicadores da bênção de Deus, mas eles certamente nunca são os indicadores primários. Que o nosso trabalho seja guiado pela Escritura, e não por estatísticas e estratégias!
Eu sinto como se já tivesse ouvido essa conversa mais de mil vezes. Em meus anos vivendo nos Estados Unidos, geralmente os crentes me conhecem e, tendo sabido que eu vim da Índia, perguntam: “Ah! Você já ouvir falar do ______, um indiano que está no ministério?”
“Não, não ouvi. Como você o conhece?”
“Bom, nossa igreja o apóia em seu sustento – ele é um evangelista incrível que plantou igrejas nos últimos 5 anos, abriu 5 orfanatos e dirige um seminário para formação de pastores!”
“Sério? Você o conhece pessoalmente?”
Na maioria dos casos, a resposta é: “Claro, nós o conhecemos pessoalmente. Ele visitou nossa igreja e compartilhou seu testemunho. Ele tem um testemunho e tanto. Sua visão é plantar mais de 30.000 igrejas nos próximos 10 anos.”
Tem sido difícil para mim não parecer cínico e não me sentir frustrado todas as vezes que eu tenho conversas como essas. Isso porque o que meus irmãos e irmãs do Ocidente geralmente não entendem é que muitos desses “ministros” indianos aprenderam o que empolga as pessoas no Ocidente. Os indianos aprenderam que números massivos e testemunhos surpreendentes deslumbram as igrejas do Ocidente. E, quando os parceiros mantenedores no Ocidente ficam impressionados, isso geralmente significa dólares entrando. Infelizmente, as igrejas ocidentais raramente aprendem (se é que alguma vez aprenderam) que, em muitos casos, os números são inflados, os testemunhos são fabricados e a “obra do evangelho” em que elas estão investindo é, na verdade, uma miragem.
A conversa que descrevi acima ilustra algumas questões particulares em missões, às quais tenho assistido com uma crescente preocupação. E, como um indiano que nasceu e cresceu na Índia e chegou ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo através do trabalho fiel de um missionário do Ocidente em minha cidade, eu me sinto responsável em externar minhas preocupações.
Por outro lado, espero tratar de alguns dos maiores problemas de missões na Índia – problemas que surgem a partir de certas ênfases do Ocidente. Esses problemas são perpetuados e agravados tanto por missionários do Ocidente que vão para a Índia quanto por igrejas do Ocidente que sustentam ministros indianos nativos. Meu desejo não é ser pessimista e crítico, mas chamar-nos a sermos fiéis e obedientes às ordens bíblicas de “fazer discípulos” e proclamar “todo o conselho de Deus”. Considere isso como um clamor do Oriente para o Ocidente por uma sanidade em missões centrada no evangelho.
I. Obcecado por números
Primeiro, é importante discutir um dos problemas primários em missões na Índia – a empolgação do Ocidente pela eficiência numérica, isto é, a ideia de que grandes números são uma validação da bênção de Deus e do sucesso no ministério.
O mundo corporativo é apaixonado por números, por grandes números. Os números são a ordem do dia em toda esfera da vida, e a empolgação por números impressionantes encontrou seu lugar na igreja e na missão da igreja, tanto no Ocidente quanto – como um resultado da influência ocidental – na Índia. Muito do jargão de missões é, de alguma forma, colorido pela noção de eficiência numérica: “rapidez”, “multiplicação”, “estratégia”, “crescimento”.
Cada “visão” e cada “relatório” tem um tipo de etiqueta numérica acoplada. 5.000 igrejas em 5 anos. 30.000 batismos em 3 anos. Maior e mais rápido = melhor. Certo?
Errado!
Infelizmente, a obsessão da igreja do Ocidente por números tem tido um efeito destrutivo, de modo que o nome de Cristo é blasfemado na Índia.
Uma mania pecaminosa por números maiores e melhores tem infectado tanto os ministros nativos quanto a obra dos missionários ocidentais na Índia. A noção de que o crescimento numérico é um indicador de fidelidade é estranho às Escrituras e, na verdade, surge do “movimento de crescimento de igreja”.[1] Mas, infelizmente, a maioria das igrejas – até mesmo aquelas que sustentam uma teologia do evangelho centrada em Deus mais robusta – comprou essa falsa ideia de que “crescimento rápido” é o sinal primário da bênção de Deus. Quanto mais rápido você cresce, mais fiel você é.
Eu espero desacreditar essa falsa ideia discutindo alguns dos desastrosos efeitos que isso teve em missões na Índia. Porém, mais do que isso, espero alertar meus irmãos e minhas irmãs do Ocidente para uma abordagem de missões mais sã, fiel e centrada no evangelho. Nós certamente podemos celebrar um crescimento numérico se ele for de acordo com a Escritura. Mas quando o crescimento numérico substitui prioridades da Escritura, o evangelho é comprometido e o testemunho cristão é manchado. Ao apontar alguns dos resultados devastantes da ênfase nos números, eu espero encorajar as igrejas do Ocidente a terem discernimento sobre os trabalhos dos missionários que eles sustentam, enquanto encorajo meus irmãos indianos a buscarem um crescimento real do evangelho em seus ministérios, independente de eles parecerem ou não impressionantes para o Ocidente.
A praga do cristianismo nominal
Os relatórios missionários da Índia estão cheios de notícias de impressionantes “movimentos de pessoas” para Cristo que estão aparentemente acontecendo em todo o país. Os missionários com quem conversei descreveram seu trabalho nos seguintes termos: “7.000 igrejas foram plantadas na Caxemira nos últimos 5 anos”. “50.000 novos crentes foram batizados em Nova Deli ano passado”. “Centenas de milhares da casta inferior dos ‘Dalits’ (intocáveis) estão chegando para conhecerem a Cristo”. O que nos é dito é que as coisas estão acontecendo na Índia em uma “escala sem precedentes”, igualada somente pelos capítulos iniciais do livro de Atos. Isso é real? Deixe-me responder com 3 pontos.
i. Onde estão as igrejas?
Um colega indiano cooperador do evangelho (que trabalha em uma das regiões mais difíceis no norte da Índia) me disse que, quando ele ouve amigos do Ocidente falarem sobre essas milhares de igrejas plantadas, sem piscar, ele pergunta irritado pelo endereço e o CEP delas para que ele possa visitar pelo menos uma delas. Seu ponto não é que todas as igrejas têm que ter um endereço físico, mas que esses números estão relatando igrejas fantasmas, que não existem na realidade.
Em resumo, os números são uma ilusão. Essas assim chamadas “igrejas” são tipicamente nada mais que um grupo de três ou quatro pessoas que acabam por se encontrar uma ou duas vezes de forma casual. Elas ouvem umas duas histórias bíblicas aguadas e desaparecem no esquecimento depois disso.
Na maioria dos trabalhos missionários na Índia, as prioridades pragmáticas suplantaram as prioridades bíblicas. Um amigo missionário do Ocidente recentemente me disse que, acerca do seu desenvolvimento na Índia, os superiores na sua organização insistiram que ele fosse “estratégico” para “estimular um rápido crescimento” na plantação de “igrejas-coelho”, que são rapidamente estabelecidas e se multiplicam rapidamente, ao invés de plantar “igrejas-elefante”, que tomam um longo tempo para se estabelecerem e, então, requerem muito trabalho no discipulado, o que torna as coisas mais lentas. A resposta direta do meu amigo foi: “Mas igrejas-coelho são devoradas por falcões e lobos”.
A mania por números e o impulso por crescimento rápido resultam em “igrejas” que não têm o evangelho, nem liderança, nem teologia, nem profundidade, tornando-as presa fácil para as heresias da teologia da prosperidade, sincretismo e outros ensinos falsos.
ii. Que tipo de “conversão”?
Pior que isso, a praga do Cristianismo nominal traz reprovação para o nome de Cristo da parte dos descrentes da Índia. O impulso por números e por rápido crescimento em missões tem resultado em muita distorção e diluição da mensagem do evangelho hoje. As pessoas são ensinadas a “acreditarem em Jesus”, “receberem Jesus” ou “fazerem uma decisão por Jesus”, sem nenhum ensinamento bíblico sobre arrependimento. As assim chamadas “conversões” que resultam disso são, na melhor das hipóteses, nominais e, na pior delas, manipuladas.
Desconsiderando as ordens e as qualificações bíblicas para presbíteros da igreja (1 Timóteo 3.1-7, especialmente o versículo 6: “não seja neófito”), os missionários indicam “líderes” nativos desqualificados cujo único “treinamento” é uma conferência de uma semana com uma equipe missionária.
Em muitos casos, as pessoas são “convertidas” aos montes, acreditando que se converter ao Cristianismo lhes trará certos benefícios sociais ou econômicos. Os missionários triunfantemente enviam relatórios missionários de volta para casa com testemunhos que apresentam suas estupendas e insondáveis estatísiticas de pessoas convertidas e igrejas estabelecidas. Ken R. Gnanakan, um teólogo indiano, respondendo ao movimento de crescimento de igreja há muitos anos, colocou muito bem: “Em nosso zelo por relatar números para nossos parceiros de oração, nós deixamos as congregações continuarem a seguir seu pensamento hindu. E, exceto por uma mudança no nome e no local de adoração, há pouca diferença entre os assim chamados cristãos e seus vizinhos hindus.” [2]
iii. Falsas conversões levam à perseguição
A praga das falsas conversões também tem ramificações políticas que levam à perseguição. Os hindus acusam os cristãos de seduzirem pessoas com pouca instrução e das castas mais baixas, prometendo-lhes benefícios. As conversões em grupo e o Cristianismo nominal finalmente resultam em reversões para o Hinduísmo, quando populações desprivilegiadas, que originalmente se converteram ao Cristianismo esperando que isso melhoraria sua condição social, descobrem que o Hinduísmo pode ter mais a lhes oferecer politicamente. [3]
A maior parte dessas “reconversões” são acompanhadas com testemunhos que dizem: “eu era um hindu, e eu me converti ao Cristianismo com base nas suas muitas falsas promessas. Então, agora eu estou voltando ao Hinduísmo”. Isso não acaba levantando a questão de que tipo de “conversão” está acontecendo? Certamente, não seria o tipo de conversão operada divinamente das trevas para a luz como nós vemos nas páginas do Novo Testamento.
Missões nativas e a inflação dos números
Outro crescimento que vem da obsessão do Ocidente por crescimento numérico é o grande número de indianos no “ministério” que pegaram essa tendência e estão seguindo a onda, que está indo direto para o banco. Sim, a igreja na Índia está corrompida, como Yahweh disse de Israel – como se tivesse por todo o corpo “chagas inflamadas” (Isaías 1.6). Eu falo como alguém que conhece em primeira mão o tipo de corrupção que tem se infiltrado através dos ministérios na Índia.
Muitos ministros indianos inflam alegremente seus números e enganam os mantenedores do Ocidente, fazendo-os acreditarem que uma grande “colheita” do evangelho está acontecendo. Afinal, são os números que trazem o dinheiro.
As técnicas são semelhantes: Uma grande multidão de pessoas é reunida em um campo e alguém no púlpito pergunta quantos ali comeram “puri-bhaji” (uma forma de falar “café da manhã” no Norte da Índia). As mãos se levantam, a foto é tirada e um relatório com a foto é publicado, relatando “decisões por Cristo”. Em outros casos, perguntam às pessoas se elas querem receber uma bênção financeira ou uma cura. Aqueles que desejam, levantam as mãos, as fotos são tiradas e mais “decisões por Cristo” são relatadas.
Em algumas ocasiões, os mantenedores do Ocidente fazem uma visita, algumas até para “treinamento e ensino pastoral”. Então, o ministro indiano paga uma quantia em dinheiro para que aquelas pessoas apareçam por alguns dias. E elas aparecem. E os missionários do Ocidente voltam, felizes e satisfeitos por não estarem apenas apoiando financeiramente, mas por terem “investido” na vida de pessoas que estão “famintas pela Palavra” (e por comida grátis).
Muitos desses ministros indianos vivem com grande luxo, tomando vinho e jantando em hotéis 5 estrelas, e dirigindo carros luxuosos, como um resultado dos dólares que entraram para seus ministérios.
É com grande tristeza que admito que meus irmãos e irmãs do Ocidente são muito ingênuos – sentem-se felizes em financiar e apoiar qualquer ministério que ostente grandes números. As estatísticas acabam ofuscando seus olhos, e eles ficam cegos para o que realmente acontece.
Um caminho melhor
Isso é uma repreensão? Sim, de alguma forma é. Mas eu escrevo com um coração sincero e com uma paixão por ver solidez e verdade começarem a lançar raízes na obra missionária na Índia. Grandes números simplesmente alimentam grandes egos com a noção de que estamos fazendo algo para Deus que realmente vale a pena. Mas a verdadeira obra de Deus não pode ser medida somente por números.
No último verão, eu sentei com um irmão indiano fiel, um homem de Deus com mais idade que trabalhou por várias décadas em um dos estados mais difíceis e inalcançados no Norte da Índia. Ele me falou de igrejas do Ocidente que, através dos anos, têm lhe oferecido sustento somente se ele diligentemente enviasse relatórios com um certo número de batismos a cada mês. Em cada um dos casos, ele recusou, pois sempre acreditou que a conversão é uma obra de Deus e não pode ser manufaturada. Esse homem não plantou milhares de igrejas. Os números não são sensuais e espetaculares. Mas as igrejas que ele plantou são saudáveis e fiéis, além de pregarem o evangelho e fazerem discípulos. Elas não são fantasmas. Os discípulos que ele fez são aqueles que conhecem o Senhor. E neles a Palavra de Cristo habita ricamente. O fruto do seu ministério brilha como ouro na pilha de esterco de outros assim chamados “ministérios” que estão por aí. E Deus recompensará sua fidelidade.
Deixe-me compartilhar com vocês a história de outra pessoa. Dessa vez, de um missionário estrangeiro. Eu conheci um missionário que viveu e trabalhou na Índia por anos – na verdade, mais de uma década. Ele estabeleceu um trabalho em uma grande cidade e se esforçou ali devagar e pacientemente. Ele quase não tinha convertidos – na verdade, ele provavelmente teve somente um. Ele morreu na Índia e dentro de meses da sua morte, seu trabalho foi destruído. Pelos padrões numéricos e pelas considerações “estratégicas” para o “crescimento rápido”, ele era uma completa derrota. Pelos padrões de muitas agências missionárias do Ocidente, os muitos dólares dados para sustentá-lo através dos anos tinham sido um total desperdício.
Então, o ministério dele foi um desperdício? Eu creio que não: Eu fui seu único convertido. Ele me ensinou o evangelho. Ele proclamou para mim as excelências de Cristo. Ele me ensinou como ler a Bíblia e como discernir a verdade da falsidade. Ele gastou sua vida no serviço do Rei, e a minha eternidade foi mudada como um resultado disso.
Portanto, eu clamo aos meus irmãos e irmãs do Ocidente: No seu envio de missionários e em seu apoio aos obreiros do evangelho que são nativos, por favor, priorizem a fidelidade acima da eficiência, a qualidade acima da quantidade, e o crescimento na verdade acima do crescimento nos números. Eu sou contrário ao crescimento da igreja e à multiplicação de discípulos? De forma alguma! Eu espero ver um grande avivamento que atravesse toda a Índia. Na verdade, eu oro para que massas de pessoas sejam evangelizadas e que incontáveis igrejas sejam estabelecidas através de toda a nação.
Mas não vamos lutar por números manufaturados e “crescimento” que vem por sacrificar a verdade no altar da eficiência e do sucesso percebido. No Novo Testamento, a preocupação pelo crescimento numérico nunca conduz a missão da igreja – uma preocupação pela glória de Cristo é que conduz (Romanos 1.5). A conversão é a obra do Espírito Santo que chama pessoas espiritualmente mortas da escuridão para a maravilhosa luz do Senhor Jesus, quando o evangelho é proclamado com ousadia e clareza. Portanto, não use números como um parâmetro para medir a obra de Deus, mas, ao contrário disso, deixe que a obra de Deus seja medida pelas vidas das pessoas que produzem “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3.8; Romanos 15.18). Crescimento rápido e multiplicação podem bem ser indicadores da bênção de Deus, mas eles certamente nunca são os indicadores primários. Que o nosso trabalho seja guiado pela Escritura, e não por estatísticas e estratégias!
GRAÇA QUE RESTRINGE
“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça;” (Lucas 22.31,32a)
Que cena é esta que se desenrola!
Satanás tentando – Jesus orando !
Satanás peneirando – Jesus intercedendo!
“O homem forte atacando” – “o mais Forte do que o forte” fazendo-o bater em retirada!
Crente! aqui está a história passada e o presente segredo de sua segurança no meio da tentação. Um Salvador intercedendo esteve ao seu lado, dizendo a cada onda ameaçadora: “Até aqui tu irás – e não mais do que isso!” Deus muitas vezes permite que Seu povo esteja no limiar do precipício, para lembrá-los de sua fraqueza; mas nunca além da beira! A mão de restrição e a graça do Onipotente estão prontas para resgatá-los, “Embora venha a tropeçar todavia não ficará prostrado.” E por que? “Porque o Senhor o defende com a Sua mão direita!”
O lobo pode estar rondando a sua presa; mas o que ele pode fazer quando o pastor todo-poderoso está sempre ali, cuidando com o olho vigilante que “não dormita nem dorme!” Quem não pode se inscrever para o testemunho: “Quando meu pé escorregou, Sua misericórdia, Senhor! Socorreu-me!” Quem pode olhar para trás em sua peregrinação passada, e não consegue vê-la cheia de Ebenezers, em que estava escrito: “Tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda!” Minha alma, onde você estaria hoje, se não tivesse sido “guardada” pelo poder de Deus?
“Sustenta-me, e serei salvo e sempre atentarei para os teus decretos.” (Salmo 119.117)
Que cena é esta que se desenrola!
Satanás tentando – Jesus orando !
Satanás peneirando – Jesus intercedendo!
“O homem forte atacando” – “o mais Forte do que o forte” fazendo-o bater em retirada!
Crente! aqui está a história passada e o presente segredo de sua segurança no meio da tentação. Um Salvador intercedendo esteve ao seu lado, dizendo a cada onda ameaçadora: “Até aqui tu irás – e não mais do que isso!” Deus muitas vezes permite que Seu povo esteja no limiar do precipício, para lembrá-los de sua fraqueza; mas nunca além da beira! A mão de restrição e a graça do Onipotente estão prontas para resgatá-los, “Embora venha a tropeçar todavia não ficará prostrado.” E por que? “Porque o Senhor o defende com a Sua mão direita!”
O lobo pode estar rondando a sua presa; mas o que ele pode fazer quando o pastor todo-poderoso está sempre ali, cuidando com o olho vigilante que “não dormita nem dorme!” Quem não pode se inscrever para o testemunho: “Quando meu pé escorregou, Sua misericórdia, Senhor! Socorreu-me!” Quem pode olhar para trás em sua peregrinação passada, e não consegue vê-la cheia de Ebenezers, em que estava escrito: “Tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda!” Minha alma, onde você estaria hoje, se não tivesse sido “guardada” pelo poder de Deus?
“Sustenta-me, e serei salvo e sempre atentarei para os teus decretos.” (Salmo 119.117)
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
QUANDO O OLEIRO É POR NÓS
Versículo do dia: Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça? (Isaías 45.9)
A majestade de Deus é magnificada quando o vemos através da lente da criação ex nihilo (a partir do nada). Deus ordena ao nada, e ele obedece e se torna algo.
A partir do nada, ele fez o barro e, do barro, ele nos fez — a olaria do Senhor (Isaías 45.9) — a sua possessão, destinados para a sua glória, em total dependência dele.
“Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio” (Salmo 100.3). É algo humilhante ser uma ovelha e um caco de barro que pertencem a outra pessoa.
Nesta manhã eu estava lendo Isaías e encontrei outra declaração sobre a majestade de Deus. Quando eu a coloco junto com o poder absoluto e os direitos de Deus como Criador, uma combustão é iniciada em meu coração. Bum!
Isaías 33.21 diz: “Mas o SENHOR ali nos será grandioso”!
Nos será! Por nós! O Criador é por nós e não contra nós. Com todo o poder no universo e com absoluto direito de fazer o que lhe aprouver com o que ele criou — Deus é por nós!
“Nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Isaías 64.4). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31).
Você pode pensar em alguma coisa (eu quero dizer qualquer coisa) que é mais reconfortante, asseguradora e deleitosa do que o fato de que o Senhor grandioso é por você?
Versículo do dia: Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça? (Isaías 45.9)
A majestade de Deus é magnificada quando o vemos através da lente da criação ex nihilo (a partir do nada). Deus ordena ao nada, e ele obedece e se torna algo.
A partir do nada, ele fez o barro e, do barro, ele nos fez — a olaria do Senhor (Isaías 45.9) — a sua possessão, destinados para a sua glória, em total dependência dele.
“Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio” (Salmo 100.3). É algo humilhante ser uma ovelha e um caco de barro que pertencem a outra pessoa.
Nesta manhã eu estava lendo Isaías e encontrei outra declaração sobre a majestade de Deus. Quando eu a coloco junto com o poder absoluto e os direitos de Deus como Criador, uma combustão é iniciada em meu coração. Bum!
Isaías 33.21 diz: “Mas o SENHOR ali nos será grandioso”!
Nos será! Por nós! O Criador é por nós e não contra nós. Com todo o poder no universo e com absoluto direito de fazer o que lhe aprouver com o que ele criou — Deus é por nós!
“Nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Isaías 64.4). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31).
Você pode pensar em alguma coisa (eu quero dizer qualquer coisa) que é mais reconfortante, asseguradora e deleitosa do que o fato de que o Senhor grandioso é por você?
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Amarás o teu próximo.” (Mateus 5.43)
Ame o seu próximo. Talvez ele seja uma pessoa rica, e você, sendo pobre, vive em uma casa simples bem perto da imponente mansão dele. Todos os dias, você observa a posição social, as finíssimas roupas e os suntuosos banquetes dele. Deus outorgou a ele esses dons. Não cobice a riqueza desse seu próximo, nem alimente pensamentos maus a respeito dele. Contente-se com a sua porção, se você não tem condições de melhorá-la. Mas não olhe para o seu próximo desejando que ele seja como você. Ame-o e, assim, não o invejará.
Por outro lado, talvez você seja rico e habite perto de pessoas pobres. Não se mostre tão orgulhoso a ponto de chamá-las apenas de vizinhos. Aceite sua responsabilidade de amá-los. O mundo os qualifica como inferiores a você. Em que aspectos são inferiores? Eles são iguais a você e não inferiores, visto que Deus fez do mesmo sangue todas as pessoas que habitam na face da terra (ver Atos 17.26). É o seu casaco que é melhor do que o deles? Mas você não é, de modo algum, melhor do que eles. Eles são homens, e o que você é além disso? Atente em amar o seu próximo ainda que ele esteja em trapos.
Talvez você diga: “Não posso amar o meu próximo, porque tudo o que lhe faço é retribuído com ingratidão e menosprezo”. Ora, você está desfrutando de grande oportunidade para demonstrar o heroísmo do amor. Você quer ser um guerreiro tranquilo, em vez de enfrentar a árdua luta do amor? Aquele que ousa fazer o máximo, esse experimentará o máximo de vitória. Se o seu caminho de amor é áspero, trilhe-o com ousadia, amando seu próximo resolutamente. Amontoe brasas vivas sobre a cabeça dele. Se ele é uma pessoa difícil de agradar, não procure agradar-lhe; em vez disso, se esforce para agradar ao seu Senhor. Lembre-se: se eles rejeitam seu amor, Deus não o rejeita, e suas ações são aceitas por Ele como se fossem aceitas pelos seus vizinhos. Ame o seu próximo, pois, ao fazer isso, você está seguindo os passos de Cristo.
Ame o seu próximo. Talvez ele seja uma pessoa rica, e você, sendo pobre, vive em uma casa simples bem perto da imponente mansão dele. Todos os dias, você observa a posição social, as finíssimas roupas e os suntuosos banquetes dele. Deus outorgou a ele esses dons. Não cobice a riqueza desse seu próximo, nem alimente pensamentos maus a respeito dele. Contente-se com a sua porção, se você não tem condições de melhorá-la. Mas não olhe para o seu próximo desejando que ele seja como você. Ame-o e, assim, não o invejará.
Por outro lado, talvez você seja rico e habite perto de pessoas pobres. Não se mostre tão orgulhoso a ponto de chamá-las apenas de vizinhos. Aceite sua responsabilidade de amá-los. O mundo os qualifica como inferiores a você. Em que aspectos são inferiores? Eles são iguais a você e não inferiores, visto que Deus fez do mesmo sangue todas as pessoas que habitam na face da terra (ver Atos 17.26). É o seu casaco que é melhor do que o deles? Mas você não é, de modo algum, melhor do que eles. Eles são homens, e o que você é além disso? Atente em amar o seu próximo ainda que ele esteja em trapos.
Talvez você diga: “Não posso amar o meu próximo, porque tudo o que lhe faço é retribuído com ingratidão e menosprezo”. Ora, você está desfrutando de grande oportunidade para demonstrar o heroísmo do amor. Você quer ser um guerreiro tranquilo, em vez de enfrentar a árdua luta do amor? Aquele que ousa fazer o máximo, esse experimentará o máximo de vitória. Se o seu caminho de amor é áspero, trilhe-o com ousadia, amando seu próximo resolutamente. Amontoe brasas vivas sobre a cabeça dele. Se ele é uma pessoa difícil de agradar, não procure agradar-lhe; em vez disso, se esforce para agradar ao seu Senhor. Lembre-se: se eles rejeitam seu amor, Deus não o rejeita, e suas ações são aceitas por Ele como se fossem aceitas pelos seus vizinhos. Ame o seu próximo, pois, ao fazer isso, você está seguindo os passos de Cristo.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
COMO NÓS OBTEMOS JUSTIFICAÇÃO? (REFORMA500)
Segue abaixo um excerto dos comentários de Cranmer ao Livro do Rei, que era o título popular para “Uma Doutrina e Erudição Necessárias para Todo Homem Cristão; Apresentadas pela Majestade, o Rei da Inglaterra” (1538). Essa edição foi extraída do volume da Sociedade Parker dos escritos de Cranmer (Cambridge University Press, 1840).
Para saber como obtemos nossa justificação, é conveniente considerar, em primeiro lugar, quão rebeldes e pecadores somos todos nós que descendemos de Adão; e por outro lado, que misericórdia há em Deus, que perdoa todas as ofensas de todos os pecadores sinceramente arrependidos por causa de Cristo. Destas duas coisas, nenhum homem é tão ignorante que nunca tenha ouvido falar sobre a queda de Adão, a qual contaminou toda a sua posteridade; e, também, sobre a misericórdia inexplicável de nosso Pai celestial, que enviou o seu Filho unigênito para sofrer a sua severa paixão por nós e derramou o seu preciosíssimo sangue, como o preço da nossa redenção. Mas é muito desejável e esperado que, à medida que os cristãos conheçam esses fatos, cada homem possa reconhecer e, sem dúvida, crer que os mesmos são verdadeiros e verificados em relação a si mesmo, para que se humilhe diante de Deus e reconheça a si mesmo como um miserável pecador que não é digno de ser chamado de seu filho; e ainda seguramente confiar que estando arrependido, o Deus misericordioso está disposto a lhe perdoar. E, a pessoa que não percebe essas duas coisas verificadas em si mesmo, não pode ter qualquer proveito e lucro ao reconhecer e crer que tais coisas podem ser verificadas em outros. Mas, não podemos satisfazer nossas mentes ou firmar a nossa consciência de que essas coisas são verdadeiras, a menos que evidentemente consideremos o que a Palavra de Deus nos ensina.
Os mandamentos de Deus colocam as nossas falhas diante dos nossos olhos, o que nos faz temer e tremer e nos faz ver a ira de Deus contra os nossos pecados, como diz São Paulo: Per legem agnitio peccati [Romanos 3.20], et, Lex iram operatur [Romanos 3.20 e 4.15: Porque pela lei vem o conhecimento do pecado… Porque a lei opera a ira], e faz com que lamentemos e nos arrependamos por termos caído no desagrado de Deus e no cativeiro do Diabo. As graciosas promessas de Deus pela mediação de Cristo nos mostram (e isso para nosso grande alívio e conforto) que quando nos arrependemos… temos o perdão dos nossos pecados, somos reconciliados com Deus e aceitos e considerados justos e retos diante de Deus, somente pela sua graça e misericórdia, as quais ele nos concede e nos dá por causa do seu amado Filho, Jesus Cristo, quem pagou um resgate suficiente por nossos pecados; cujo sangue lava o mesmo; cuja paixão amarga e dolorosa é a única oferta apaziguadora, que afasta de nós a ira de Deus seu Pai; cujo corpo santificado oferecido na cruz é o único sacrifício de cheiro suave e agradável, como diz São Paulo, ou seja, de tal doçura e agrado ao Pai, que por tal sacrifício ele aceita e reputa de semelhante doçura todos aqueles por quem essa oferta foi feita.
A qualquer pessoa que considera e medita em seu coração nesses benefícios de Deus, com inúmeros outros, e assim concebe uma firme confiança e um senso da misericórdia de Deus, de onde brota em seu coração um amor ardente e um zelo fervoroso para com Deus, não é possível que deixe de agir e não esteja pronto para realizar todas as obras que sabe serem aceitáveis a Deus. E somente são agradáveis a Deus aquelas obras provenientes da nossa justificação, pois procedem de um coração agraciado com fé pura e com amor a Deus. Porém, as obras que fazemos antes da nossa justificação não são admitidas e aceitáveis diante de Deus, mesmo que elas pareçam muito boas e gloriosas aos olhos do homem. Pois, apenas após a nossa justificação é que nós começamos a agir de acordo com as exigências da lei de Deus. Logo, após sermos justificados, faremos todas as boas obras de boa vontade, embora não exatamente como a lei exige, isso por causa da fraqueza de nossa carne. Ainda assim, pelo mérito e benefício de Cristo — e lamentando que não possamos fazer todas as coisas do modo mais excelente e devido — todas as nossas obras serão aceitas e consideradas por Deus como as mais excelentes, puras e perfeitas.
Agora, aqueles que pensam que podem obter a justificação por cumprirem a lei, por suas próprias ações e méritos ou por qualquer outro meio além do que foi demonstrado acima, rejeitam a Cristo e renunciam a sua graça. Evacuati estis a Christo, disse São Paulo, em Gálatas 5, quicunque, in lege, judificamini, a gratia excidistis [De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes ‒ v. 4]. Estas pessoas não participam da justiça que Cristo adquiriu, nem dos benefícios misericordiosos que lhe são dados. Pois, São Paulo afirma uma regra geral para todos os que buscam esses caminhos para obter a justificação: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Romanos 10.1-4); a qual é a justiça de Cristo, por quem somente todos os santos que estão no céu e todos os outros salvos, são declarados justos e justificados. Portanto, a Cristo, nosso único Salvador e Redentor, de quem depende tanto a nossa justificação quanto a salvação de todas as outras pessoas salvas, seja a glória.
Por: Theodoro Beza.
Para saber como obtemos nossa justificação, é conveniente considerar, em primeiro lugar, quão rebeldes e pecadores somos todos nós que descendemos de Adão; e por outro lado, que misericórdia há em Deus, que perdoa todas as ofensas de todos os pecadores sinceramente arrependidos por causa de Cristo. Destas duas coisas, nenhum homem é tão ignorante que nunca tenha ouvido falar sobre a queda de Adão, a qual contaminou toda a sua posteridade; e, também, sobre a misericórdia inexplicável de nosso Pai celestial, que enviou o seu Filho unigênito para sofrer a sua severa paixão por nós e derramou o seu preciosíssimo sangue, como o preço da nossa redenção. Mas é muito desejável e esperado que, à medida que os cristãos conheçam esses fatos, cada homem possa reconhecer e, sem dúvida, crer que os mesmos são verdadeiros e verificados em relação a si mesmo, para que se humilhe diante de Deus e reconheça a si mesmo como um miserável pecador que não é digno de ser chamado de seu filho; e ainda seguramente confiar que estando arrependido, o Deus misericordioso está disposto a lhe perdoar. E, a pessoa que não percebe essas duas coisas verificadas em si mesmo, não pode ter qualquer proveito e lucro ao reconhecer e crer que tais coisas podem ser verificadas em outros. Mas, não podemos satisfazer nossas mentes ou firmar a nossa consciência de que essas coisas são verdadeiras, a menos que evidentemente consideremos o que a Palavra de Deus nos ensina.
Os mandamentos de Deus colocam as nossas falhas diante dos nossos olhos, o que nos faz temer e tremer e nos faz ver a ira de Deus contra os nossos pecados, como diz São Paulo: Per legem agnitio peccati [Romanos 3.20], et, Lex iram operatur [Romanos 3.20 e 4.15: Porque pela lei vem o conhecimento do pecado… Porque a lei opera a ira], e faz com que lamentemos e nos arrependamos por termos caído no desagrado de Deus e no cativeiro do Diabo. As graciosas promessas de Deus pela mediação de Cristo nos mostram (e isso para nosso grande alívio e conforto) que quando nos arrependemos… temos o perdão dos nossos pecados, somos reconciliados com Deus e aceitos e considerados justos e retos diante de Deus, somente pela sua graça e misericórdia, as quais ele nos concede e nos dá por causa do seu amado Filho, Jesus Cristo, quem pagou um resgate suficiente por nossos pecados; cujo sangue lava o mesmo; cuja paixão amarga e dolorosa é a única oferta apaziguadora, que afasta de nós a ira de Deus seu Pai; cujo corpo santificado oferecido na cruz é o único sacrifício de cheiro suave e agradável, como diz São Paulo, ou seja, de tal doçura e agrado ao Pai, que por tal sacrifício ele aceita e reputa de semelhante doçura todos aqueles por quem essa oferta foi feita.
A qualquer pessoa que considera e medita em seu coração nesses benefícios de Deus, com inúmeros outros, e assim concebe uma firme confiança e um senso da misericórdia de Deus, de onde brota em seu coração um amor ardente e um zelo fervoroso para com Deus, não é possível que deixe de agir e não esteja pronto para realizar todas as obras que sabe serem aceitáveis a Deus. E somente são agradáveis a Deus aquelas obras provenientes da nossa justificação, pois procedem de um coração agraciado com fé pura e com amor a Deus. Porém, as obras que fazemos antes da nossa justificação não são admitidas e aceitáveis diante de Deus, mesmo que elas pareçam muito boas e gloriosas aos olhos do homem. Pois, apenas após a nossa justificação é que nós começamos a agir de acordo com as exigências da lei de Deus. Logo, após sermos justificados, faremos todas as boas obras de boa vontade, embora não exatamente como a lei exige, isso por causa da fraqueza de nossa carne. Ainda assim, pelo mérito e benefício de Cristo — e lamentando que não possamos fazer todas as coisas do modo mais excelente e devido — todas as nossas obras serão aceitas e consideradas por Deus como as mais excelentes, puras e perfeitas.
Agora, aqueles que pensam que podem obter a justificação por cumprirem a lei, por suas próprias ações e méritos ou por qualquer outro meio além do que foi demonstrado acima, rejeitam a Cristo e renunciam a sua graça. Evacuati estis a Christo, disse São Paulo, em Gálatas 5, quicunque, in lege, judificamini, a gratia excidistis [De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes ‒ v. 4]. Estas pessoas não participam da justiça que Cristo adquiriu, nem dos benefícios misericordiosos que lhe são dados. Pois, São Paulo afirma uma regra geral para todos os que buscam esses caminhos para obter a justificação: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Romanos 10.1-4); a qual é a justiça de Cristo, por quem somente todos os santos que estão no céu e todos os outros salvos, são declarados justos e justificados. Portanto, a Cristo, nosso único Salvador e Redentor, de quem depende tanto a nossa justificação quanto a salvação de todas as outras pessoas salvas, seja a glória.
Por: Theodoro Beza.
GRAÇA RESTAURADORA
“Eu sararei a sua apostasia!” (Oseias 14.4)
Vagando novamente! E Ele não me tem deixado perecer? Tropeçando e me desviando nas montanhas escuras, longe dos olhos do Pastor e do rebanho do Pastor – Ele não deixará o andarilho errante ao fruto de seus próprios caminhos, e seu coração ocioso seguir irremediavelmente em sua carreira de culpa?
“Meus pensamentos”, diz Deus, “não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos.”
O homem diria: “Vá, pereça! apóstata ingrato!”
Deus diz: “Voltai, ó filhos rebeldes!”
O pastor não permitirá que essas ovelhas pereçam, a quem comprou com o Seu próprio sangue! Quão maravilhosa é a Sua paciência para com as Suas ovelhas errantes! – acompanhando seus passos de culpa, e não cessa a sua procura até que Ele coloque o andarilho sobre os seus ombros com regozijo! Minha alma! por que aumentar os teus afastamentos, distanciando-se do rebanho? Por que prolongar a caminhada na estrada sombria se seu pastor gracioso tem procurado trazer-te de volta? Não retarde o seu regresso! Não provoque Sua paciência por mais tempo!
Não se aventure mais longe em terreno proibido! Ele espera com os braços abertos para recebê-lo mais uma vez em Seu seio terno! Seja humilde em relação ao passado, confie nEle para o futuro. Pense em suas ex-rebeldias – e trema! Pense em Sua paciência – e fique cheio com santa gratidão! Pense em Sua graça prometida – e tome coragem para retornar.
Vagando novamente! E Ele não me tem deixado perecer? Tropeçando e me desviando nas montanhas escuras, longe dos olhos do Pastor e do rebanho do Pastor – Ele não deixará o andarilho errante ao fruto de seus próprios caminhos, e seu coração ocioso seguir irremediavelmente em sua carreira de culpa?
“Meus pensamentos”, diz Deus, “não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos.”
O homem diria: “Vá, pereça! apóstata ingrato!”
Deus diz: “Voltai, ó filhos rebeldes!”
O pastor não permitirá que essas ovelhas pereçam, a quem comprou com o Seu próprio sangue! Quão maravilhosa é a Sua paciência para com as Suas ovelhas errantes! – acompanhando seus passos de culpa, e não cessa a sua procura até que Ele coloque o andarilho sobre os seus ombros com regozijo! Minha alma! por que aumentar os teus afastamentos, distanciando-se do rebanho? Por que prolongar a caminhada na estrada sombria se seu pastor gracioso tem procurado trazer-te de volta? Não retarde o seu regresso! Não provoque Sua paciência por mais tempo!
Não se aventure mais longe em terreno proibido! Ele espera com os braços abertos para recebê-lo mais uma vez em Seu seio terno! Seja humilde em relação ao passado, confie nEle para o futuro. Pense em suas ex-rebeldias – e trema! Pense em Sua paciência – e fique cheio com santa gratidão! Pense em Sua graça prometida – e tome coragem para retornar.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
DUAS VERDADES INFINITAMENTE FORTES E DOCES
Versículo do dia: Que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. (Isaías 46.10)
A palavra “soberania” (como a palavra “trindade”) não ocorre na Bíblia. Nós a usamos para nos referir a essa verdade: Deus está no controle definitivo do mundo desde a maior guerra internacional até à queda do menor pássaro na floresta.
Aqui está como a Bíblia o afirma: “Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim… o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Isaías 46.9-10). “[Deus] opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Daniel 4.35). “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará. Pois ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito” (Jó 23.13-14). “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3).
Uma razão pela qual essa doutrina é tão preciosa para os crentes é que sabemos que o grande desejo de Deus é demonstrar misericórdia e bondade aos que confiam nele (Efésios 2.7, Salmos 37.3-7, Provérbios 29.25). A soberania de Deus significa que este propósito para conosco não pode ser frustrado.
Nada, absolutamente nada, acontece àqueles “que amam a Deus” e “são chamados segundo o seu propósito”, senão o que é para o nosso mais profundo e mais elevado bem (Romanos 8.28; Salmo 84.11).
Logo, a misericórdia e a soberania de Deus são os dois pilares da minha vida. Elas são a esperança do meu futuro, a força do meu serviço, o centro da minha teologia, o vínculo do meu casamento, o melhor remédio para todas as minhas enfermidades, o antídoto contra todos os meus desânimos.
E quando eu vier a morrer (mais cedo ou mais tarde), estas duas verdades permanecerão em meu leito e com mãos infinitamente fortes e infinitamente afetuosas me erguerão até Deus.
Versículo do dia: Que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. (Isaías 46.10)
A palavra “soberania” (como a palavra “trindade”) não ocorre na Bíblia. Nós a usamos para nos referir a essa verdade: Deus está no controle definitivo do mundo desde a maior guerra internacional até à queda do menor pássaro na floresta.
Aqui está como a Bíblia o afirma: “Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim… o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Isaías 46.9-10). “[Deus] opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Daniel 4.35). “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará. Pois ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito” (Jó 23.13-14). “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3).
Uma razão pela qual essa doutrina é tão preciosa para os crentes é que sabemos que o grande desejo de Deus é demonstrar misericórdia e bondade aos que confiam nele (Efésios 2.7, Salmos 37.3-7, Provérbios 29.25). A soberania de Deus significa que este propósito para conosco não pode ser frustrado.
Nada, absolutamente nada, acontece àqueles “que amam a Deus” e “são chamados segundo o seu propósito”, senão o que é para o nosso mais profundo e mais elevado bem (Romanos 8.28; Salmo 84.11).
Logo, a misericórdia e a soberania de Deus são os dois pilares da minha vida. Elas são a esperança do meu futuro, a força do meu serviço, o centro da minha teologia, o vínculo do meu casamento, o melhor remédio para todas as minhas enfermidades, o antídoto contra todos os meus desânimos.
E quando eu vier a morrer (mais cedo ou mais tarde), estas duas verdades permanecerão em meu leito e com mãos infinitamente fortes e infinitamente afetuosas me erguerão até Deus.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “O pecado …. sobremaneira maligno.” (Romanos 7.13)
Devemos nos acautelar de pensamentos levianos a respeito do pecado. Os novos convertidos possuem uma santa timidez e um piedoso temor de não ofenderem a Deus. Entretanto, logo as flores excelentes destes primeiros frutos maduros são removidas pelo tratamento áspero do mundo que nos cerca. Infelizmente, é verdade que mesmo um crente pode se tornar tão insensível, que o pecado, o qual antes o alarmava, não lhe cause mais temor. É de maneira progressiva que os homens se tornam familiarizados com o pecado. O ouvido no qual o canhão tem ribombado com frequência não escutará sons leves.
A princípio, um pecado insignificante nos causa alarme, mas logo dizemos: “Isto é um pecado insignificante, não é?” Então, surge outro pecado, mais sério; depois, outro – e, pouco a pouco, começamos a reputar o pecado como um pequeno erro, sem importância. Em seguida, brota a presunção ímpia: “Não temos caído em pecados escandalosos. É verdade que tropeçamos um pouco, mas permanecemos firmes nas coisas mais importantes. Proferimos uma palavra impura; todavia, em sua maior parte, a nossa conversa tem sido consistente”. Deste modo, justificamos o pecado e o disfarçamos, chamando-o por nomes elegantes.
Crente, cuide para que não pense no pecado de forma frívola. Tenha cuidado para não cair aos poucos. O pecado é insignificante? Não é um veneno? As raposinhas não devastam os vinhedos? (ver Cântico dos Cânticos 2.15) Pequenas batidas não são capazes de derrubar imensos carvalhos? O contínuo fluir das gotas de água não desgasta as rochas? O pecado é algo insignificante? O pecado vestiu a cabeça do Redentor com uma coroa de espinhos e feriu o coração dele! Fez o Salvador sofrer tortura, amargura e angústia. Se você pudesse avaliar o mais leve pecado em escalas de eternidade, fugiria dele, como de uma serpente, e aborreceria a menor aparência do mal. Considere todo pecado como aquilo que crucificou o seu Senhor e você o reconhecerá como algo “sobremaneira maligno”.
Devemos nos acautelar de pensamentos levianos a respeito do pecado. Os novos convertidos possuem uma santa timidez e um piedoso temor de não ofenderem a Deus. Entretanto, logo as flores excelentes destes primeiros frutos maduros são removidas pelo tratamento áspero do mundo que nos cerca. Infelizmente, é verdade que mesmo um crente pode se tornar tão insensível, que o pecado, o qual antes o alarmava, não lhe cause mais temor. É de maneira progressiva que os homens se tornam familiarizados com o pecado. O ouvido no qual o canhão tem ribombado com frequência não escutará sons leves.
A princípio, um pecado insignificante nos causa alarme, mas logo dizemos: “Isto é um pecado insignificante, não é?” Então, surge outro pecado, mais sério; depois, outro – e, pouco a pouco, começamos a reputar o pecado como um pequeno erro, sem importância. Em seguida, brota a presunção ímpia: “Não temos caído em pecados escandalosos. É verdade que tropeçamos um pouco, mas permanecemos firmes nas coisas mais importantes. Proferimos uma palavra impura; todavia, em sua maior parte, a nossa conversa tem sido consistente”. Deste modo, justificamos o pecado e o disfarçamos, chamando-o por nomes elegantes.
Crente, cuide para que não pense no pecado de forma frívola. Tenha cuidado para não cair aos poucos. O pecado é insignificante? Não é um veneno? As raposinhas não devastam os vinhedos? (ver Cântico dos Cânticos 2.15) Pequenas batidas não são capazes de derrubar imensos carvalhos? O contínuo fluir das gotas de água não desgasta as rochas? O pecado é algo insignificante? O pecado vestiu a cabeça do Redentor com uma coroa de espinhos e feriu o coração dele! Fez o Salvador sofrer tortura, amargura e angústia. Se você pudesse avaliar o mais leve pecado em escalas de eternidade, fugiria dele, como de uma serpente, e aborreceria a menor aparência do mal. Considere todo pecado como aquilo que crucificou o seu Senhor e você o reconhecerá como algo “sobremaneira maligno”.
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