Semeando o Evangelho

Semeando o Evangelho
Semear a Verdade e o Amor de Deus

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A Pregação Que Mudou Minha Vida - Paulo Junior


A MENSAGEM DA CRUZ

Por Antônio Pereira Jr.

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. Gl 6.14 (1Co 1.17-24)

A CRUZ DE CRISTO: A morte de Cristo na cruz é um fato central para o cristianismo. É interessante que é da palavra latina “cruz” vem a palavra “crucial”, isto é, central, importante. Totalmente sem aviso e desapercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos nos tempos modernos. Parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.

Desta nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Esta nova evangelização emprega a mesma linguagem da antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo e a sua ênfase não é como antes. (1Coríntios 1.18, 23).

A execução por morte de cruz era algo terrivelmente cruel. Na verdade, era sadismo legalizado. Foi provavelmente uma das formas mais depravadas de execução jamais inventada pelo homem. Nada mais era que morte lenta por tortura. E realmente funcionava. Ninguém jamais sobreviveu a uma crucificação.

A salvação do homem só pode ocorrer através de uma satisfação dada à lei de Deus, que o homem quebrou e tem quebrado sempre. Cristo colocou-se no lugar do homem, como representante dos que crêem, e sofreu a penalidade¬ merecida, satisfazendo a justiça divina. Até mesmo pensadores não cristãos afirmam a necessidade da punição merecida. O pesquisador C. A. Dinsmore examinou as obras de Homero, Sófocles, Dante, Shakespeare, Milton e outros, e chegou à seguinte conclusão: “É um axioma¬ universal na vida e no pensamento religioso que não pode haver reconciliação sem que haja satisfação dada pelo pecado”.

Portanto, para os que crêem, a cruz é mais que um símbolo a ser levado no pescoço ou pendurado nas paredes da igreja. É o caminho de Deus para salvar todo aquele que crê.

O Pr. John Armstrong, numa de suas palestras da Fiel, nos diz que a cruz era é o centro da vida de Paulo. A cruz é vital. Para viver no poder do Espírito, precisamos entender como o Espírito se relaciona com a cruz. Entender o que pregamos, o meio como pregamos. Unidade na igreja brota da cruz. O evangelho está fragmentado. Perdemos de vista o caminho o propósito o relacionamento com a cruz.

1Co 2.2. – Aqui o nosso propósito toma forma. Nada saber, senão o seguinte: Jesus Cristo e esse crucificado. Essa é a mensagem que você prega? Pregar a cruz. Amar a mensagem da cruz. Isto é fundamental.

1Co 1.18-25. – (v. 11-12) Paulo repreende os coríntios pelo fato de serem divididos. Em todas as eras temos grupos assim. As pessoas têm a tendência de se ligarem a um líder. Paulo quer mostrar a esses crentes que a autoridade vem do Senhor Jesus Cristo. A cruz se torna à definição de se viver. (v. 17) Paulo reconhecia que o batismo era importante. Mas pregar o evangelho é muito mais. Paulo não se gloriava nas pessoas, mas no evangelho que pregava.

Sem sabedoria humana, eloqüência, a facilidade de comunicar. Havia muitas escolas de pensamento em Corinto. Paulo coloca sua ênfase na mensagem da cruz (v. 21). Paulo diz que a cruz divide a raça humana (v. 18). Os que perecem e os que estão sendo salvos. O que faz a diferença? A cruz de Cristo. (v. 19). (Is 29.14) Deus mantêm a sua palavra. Deus aniquila a sabedoria dos sábios deste mundo. Deus cumpre essa promessa através da cruz.
Nós olhamos para nós mesmos. As pessoas acham que Deus existe para as suas necessidades. Há poder na mensagem da cruz (18). Existe uma diferença. Porque?

O evangelho não é mais uma filosofia, um plano humano, não é o melhor plano religioso. Quando a sabedoria humana falhou, Deus agiu. Através da cruz. Qualquer sabedoria que tira a centralidade da cruz vai de encontro à sabedoria de Deus. A mensagem da cruz é o poder de Deus (18). As pessoas estão atrás do poder. O poder está na mensagem da cruz.

v. 20. Paulo faz três perguntas. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o filósofo? Havia muitas escolas de pensamento entre os gregos. O que estas escolas tinham a dizer com relação a isto? Elas não são nada. Onde eles estavam quando Jesus derramou o seu sangue na cruz do calvário? Todas as idéias das pessoas podem ser resumidas em tolices. Deus fez isso através da loucura da pregação.

v. 23. Qual o conteúdo da mensagem? Cristo crucificado. Deus reduz o orgulho dos homens a nada na cruz.

v. 22. A mensagem da cruz prova a sabedoria e o poder de Deus. Os que se perdem: judeus e gregos. A busca de sinais. Jesus fez sinais e maravilhas, mas se recusou quando as pessoas queriam e exigiam. Questões como essas não enxergam o foco daquilo que Deus quer comunicar. Diz-nos o Pr. John Armstrong que quando pedimos freqüentemente poder é porque queremos ficar no banco do motorista. Tomar a frente de Deus. Os sinais são dados para mostrar o poder de Cristo. O maior sinal foi à cruz. As pessoas dizem: eu vou me devotar a Deus se ele curar minha filha. Eu dou tudo pra ele se ele cuidar dos meus interesses. Tentam manipula ra Deus. Mas é na cruz que ele chega a nós.

Os gregos buscam sabedoria humana. (v. 23). Mas nós pregamos a Cristo crucificado. Eles não entendiam isso. Não faz sentido. Falar de um messias que morreu na cruz não faz sentido. Dt 21 diz que um homem que foi pendurado no madeiro é maldito. (Gl 3.13). Os gregos exaltavam a razão, a filosofia a cruz não interessa. Hoje continua sendo tolice para as pessoas.

Mas o verso 24 nos traz uma verdade. Você percebe? Chamados. Quando pregamos muitos se opõem e depois são quebrados. Por que antes eles adiavam, e agora creram? Deus os chamou. É dom de Deus. Crêem através da pregação da cruz (21). Essas pessoas que foram chamadas por Deus descobriram o poder de Deus. Onde o poder de Deus é encontrado hoje? É achado no poder da cruz. O chamado é eficaz. Jr 24.7; Ez 11.19-20; Ez 36.26-27; Mt 16.17; Jo 1.12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45; At 16.14; At 18.27; 1Co 4.7; 2Co 5.17; Gl 1.15; Rm 8.30; Ef 1.19-20; Cl 2.13; 2Tm 1.9; 1Pe 2.9; 1Pe 5.10; Hb 9.15.

O inimigo quer que nós creiamos que podemos encontrar poder em outras coisas. Precisamos pregar a Cristo. A sua morte, o seu sangue, a poder no nome de Jesus. Onde está a sua confiança? O que o mundo ver como fraqueza, Deus diz que é o poder de Deus. Paulo também cria que esta mensagem era loucura. Paulo entendeu que Jesus era o messias falso. Mas ele se encontrou com Jesus. A quem Paulo perseguia? Os cristãos? Jesus. Cristo se identifica com o seu povo. Paulo então crê que Jesus é o servo sofredor de Isaías 53. Ele só compreendeu pelo poder de Deus. Meu Senhor e meu Deus. Quando Deus nos chama ouvimos com poder. Essa é a mensagem.

(v. 25) A sabedoria dos homens é oposta à sabedoria de Deus. Você só compreende esta mensagem porque Deus te deu compreensão. Nós pensamos que é a nossa própria força que faz o ministério crescer. A nossa sabedoria. Um programa abençoado que deu certo para alguém. Procuramos deixar a mensagem mais atraente para atrair as pessoas. Precisamos ganhar seguidores de Cristo através do evangelho. Precisamos nos orgulhar na cruz. O nosso poder está aqui. Que Deus nos ajude para renovar a nossa confiança na cruz de Cristo.

Quando a Igreja esquece o sentido da cruz, ela se desfigura. Queira Deus sempre nos manter conscientes da cruz de Cristo e do seu sentido

A. W. Tozer escreveu: “Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal… a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne… A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz”.

Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem às costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que “foram crucificados com Cristo” ser “descrucificados” e aí “recrucificados”! Paulo declarou: “porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade! A. W. Tozer nos diz ainda que:

A CRUZ ANTIGA NÃO FAZIA BARGANHAS COM O MUNDO. Para a jactanciosa carne de Adão, ela significava o fim da jornada. Punha em execução a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; ao contrario, é uma companheira amigável e, se corretamente entendida, é fonte de oceanos de boa e limpa diversão e de inocente prazer. Ela deixa Adão viver sem interferência. A motivação da sua vida não sofre mudança; o seu prazer continua sendo a razão do seu viver, soa que agora ele se deleita em cantar coros e em ver filmes religiosos, em vez de cantar canções obscenas e beber bebidas alcoólicas fortes. A tônica ainda está no prazer, embora agora a diversão esteja agora num superior plano moral, se não intelectual.

A NOVA CRUZ ESTIMULA UMA ABORDAGEM EVANGELÍSTICA NOVA E INTEIRAMENTE DIVERSA.O evangelista não exige renuncia da velha vida para que se possa receber a nova. Ele não prega contrastes; prega similaridades. Procura caminho para o interesse do publico mostrando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; ao invés disso, oferece a mesma coisa que o mundo oferece, só que num nível mais alto. Seja o que for que o mundo enlouquecido pelo pecado reclame para si no momento, com inteligência se demonstra que exatamente isso o evangelho oferece, só que o produto religioso é melhor.

A NOVA CRUZ NÃO DESTRÓI O PECADOR, REDIRECIONA-O. Aparelha-o para um modo de viver mais limpo e mais belo e poupa o seu respeito próprio. Àquele que é auto-afirmativo, ela diz: “Venha e afirme-se por Cristo”. Ao egoísta diz: “Venha e exalte-se no Senhor”. Ao que procura viva emoção diz: “Venha e goze a vibrante emoção do companheirismo cristão”. A mensagem crista sofre torção na direção da moda em voga, para que se torne aceitável ao publico. O que foi bem analisado por John Macarthur Jr. em seu livro: “Com Vergonha do Evangelho”. A filosofia que está por trás desse tipo de coisa pode ser sincera, mas sua sinceridade não a faz menos falsa. É falsa porque é cega. Falta-lhe por completo todo o significado da cruz.

A ANTIGA CRUZ É SÍMBOLO DE MORTE. Ela representa o abrupto e violento fim do ser humano. Na época dos romanos, o homem que tomava sua cruz e se punha a caminho já tinha dito adeus a seus amigos. Não voltaria. Estava saindo para o termino de tudo. A cruz não fazia acordo, não modificava nada e nada poupava; eliminava o homem, completamente e para sempre. Não procurava manter boas relações com a sua vitima. Feria rude e brutalmente, e quando tinha terminado o seu trabalho, o homem já não existia.

A raça de Adão está sob sentença de morte. Não ha comutação nem fuga. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo pareça aos olhos dos homens. Deus salva o indivíduo liquidando-o e, depois, ressuscitando-o para uma vida nova. A evangelização que traça paralelos amistosos entre os caminhos de Deus e os dos homens é falsa para Bíblia e cruel para as almas de seus ouvintes.

É preciso que nós, que pregamos o Evangelho, não nos consideremos como agentes de relações publicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não somos diplomatas, mas profetas, e a nossa mensagem não é um acordo, mas um ultimato.

Deus oferece vida, não uma velha vida melhorada. A vida que Ele oferece é vida posterior à morte. É vida que se mantém sempre no lado oposto ao da cruz. Quem quiser possuí-la, terá de passar sob a vara… Terá de repudiar-se a si próprio e aquiescer-se à justa sentença de Deus que o condena. Que significa isso para o indivíduo, para o condenado que desejar achar vida em Cristo Jesus? Como poderá esta teologia ser transferida para a vida? Simplesmente, é preciso que ele se arrependa e creia. É preciso que ele abandone os seus pecados e então prossiga e abandone a si mesmo. Que não cubra nada. Que não procure fazer acordo com Deus, mas incline a cabeça para o golpe do severo desprazer e Deus e reconheça que merece morrer. Preguemos a velha cruz e conheceremos o antigo poder.

A NOVA ALIANÇA

“Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR.” (Jeremias 31.31,32)

Jeremias prossegue com o mesmo assunto, mas revela mais claramente o quão mais abundante e mais rico o favor de Deus seria para o seu povo do que antigamente, então ele não se limita a prometer a restauração daquela dignidade e grandeza que tinham perdido, mas algo melhor e mais excelente. Por isso, vemos que esta passagem se refere necessariamente ao reino de Cristo, porque sem Cristo nada poderia ou deveria ter sido esperado pelo povo, superior à Lei; porque a Lei; foi uma regra da mais perfeita doutrina. Se, então, Cristo é tirado, é certo que temos que nos apegar à Lei.
Daí concluímos então, que o Profeta prediz o Reino de Cristo; e esta passagem também é citada pelos Apóstolos, como sendo notável e digna de nota (Rom 11.27; Heb 8.8-12; 10.16).

Mas é preciso observar a ordem e a maneira de ensinar aqui apresentada. O Profeta confirma o que eu disse antes, que o que temos vindo considerando era inacreditável para os judeus. Tendo então já falado dos benefícios de Deus, que poderiam ter sido pouco reconhecidos pelos sentidos dos homens, a fim de evitar a falta de fé, ele acrescenta, que o Senhor manifestaria a sua misericórdia para com eles de uma maneira nova e inusitada. Por isso, vemos por que o Profeta acrescentou esta passagem à sua antiga doutrina. Porque ele não tinha falado de uma nova aliança, àqueles homens em condição miserável, aos quais ele procurou inspirar com a esperança da salvação, jamais teriam vacilado; ou melhor, como a maior parte já estava sobrecarregada com desespero, ele nada teria conseguido. Aqui, então, ele vê diante de si um novo pacto, como se ele tivesse dito, que não deve olhar mais longe ou mais alto, nem para medir o benefício de Deus, de que ele havia falado, com o aparecimento do estado de coisas em que tempo, pois Deus faria uma nova aliança.

Ainda, sem nenhuma dúvida ele louva o favor de Deus, que seria manifestado mais tarde na plenitude do tempo. Além disso, devemos ter sempre em mente, que a partir do momento em que o povo voltou ao seu país, a fé dos que haviam abraçado a graça da libertação seria assaltada pelas mais graves provações, pois teria sido melhor para eles continuarem no exílio perpétuo do que serem cruelmente perseguidos por todos os seus vizinhos, e serem expostos a tantos problemas. Se, então, as pessoas tivessem sido somente restauradas a partir de seu exílio na Babilônia, isto seria uma questão de momento; mas convinha que os santos dirigissem a mente a Cristo. E, portanto, vemos que os Profetas, que realizaram o ofício de ensinar após a restauração, focaram sobre este ponto, – para que eles tivessem a esperança de algo melhor do que aquilo que então apareceu, e que eles não ficassem sem esperança, porque viram que não desfrutariam de descanso, e seriam envolvidos em lutas cansativas e graves, em vez de serem libertados da tirania. Nós, na verdade sabemos o que diz Ageu do futuro templo, e o que Zacarias diz, e também Malaquias. E o mesmo foi objeto de nosso Profeta ao falar da nova aliança, mesmo que os fiéis, depois de terem desfrutado de novo seu próprio país, não poderiam clamar contra Deus, porque ele não lhes concedeu a felicidade que ele havia prometido. Esta foi a segunda razão pela qual o Profeta falou da nova aliança.

Tal como antes, agora ele repete as palavras, que viriam os dias, em que Deus faria uma aliança com Israel, bem como com Judá. Porque as dez tribos, como é bem sabido, tinham sido expulsas para o exílio, enquanto o reino de Judá ainda estava de pé. Além disso, quando eles se revoltaram contra a família de Davi, que se tornou como que uma outra nação. Deus de fato não deixou de reconhecê-los como seu povo; mas eles mesmos haviam se alienado o mais longe que podiam da Igreja. Deus então promete que haveria novamente um só corpo, pois ele iria lhes reunir para que pudessem se unir, e não serem como duas casas.

Agora, quanto à nova aliança, ela não é assim chamada, porque seja contrária à primeira aliança; pois Deus nunca é inconsistente consigo mesmo, e uma vez que fizera uma aliança com o seu povo escolhido, não havia mudado o seu propósito, como se ele tivesse esquecido sua fidelidade. Segue-se então, que a primeira aliança era inviolável; além disso, ele já tinha feito sua aliança com Abraão, e a Lei foi uma confirmação daquela aliança. Conforme a Lei dependia da aliança que Deus fez com seu servo Abraão, segue-se que Deus nunca poderia ter feito uma nova, ou seja, uma contrária ou uma aliança diferente.

Porque de onde é que vamos tirar a nossa esperança de salvação, a não ser a partir dessa semente bendita prometida a Abraão? Além disso, por que somos chamados filhos de Abraão, salvo em razão do vínculo comum da fé? Por que dos fiéis é dito estarem reunidos no seio de Abraão? Por que Cristo disse, que alguns virão do oriente e do ocidente, e se sentarão no reino dos céus com Abraão, Isaque e Jacó? (Lucas 16.22; Mateus 8.11). Estas coisas indubitavelmente mostram que Deus nunca fez qualquer outro pacto do que aquele que ele fez anteriormente com Abraão, e finalmente confirmou pela mão de Moisés. Este assunto pode ser mais bem tratada; mas é o suficiente mostrar brevemente, que a primeira aliança que Deus fez é perpétua.

Vejamos agora por que ele promete ao povo uma nova aliança. Isto sendo novo, sem dúvida refere-se ao que eles chamam a forma; e a forma ou maneira, não diz respeito apenas a palavras, mas em primeiro lugar Cristo, então a graça do Espírito Santo, e toda a forma externa de ensino. Mas a substância permanece a mesma. Por substância entendo a doutrina; porque Deus no Evangelho traz nada além do que a Lei contém. Por isso, vemos que Deus tem falado desde o início, que ele não mudou, não, nem uma sílaba, no que diz respeito à substância da doutrina. Porque ele tem incluído na Lei a regra de uma vida perfeita, e tem também mostrado o que é o caminho da salvação, e por tipos e figuras levou o povo a Cristo, de modo que a remissão do pecado foi claramente manifestada e, em qualquer condição é necessário ser conhecida.

Como então Deus não acrescentou nada à Lei quanto à substância da doutrina, devemos chegar, como eu já disse, à forma, enquanto Cristo ainda não tivesse se manifestado: Deus fez uma nova aliança, quando cumpriu por meio de seu Filho tudo aquilo que se encontrava prefigurado sob a Lei. Porque os sacrifícios não poderiam de si mesmos apaziguar a Deus, como é bem conhecido, e tudo o que a Lei ensinou a respeito da expiação seria inútil e sem importância. A nova aliança, então, foi feita quando Cristo apareceu com a água e o sangue, e realmente cumpriu o que Deus tinha exibido em tipos, de modo que os fiéis possam experimentar a salvação. Mas a vinda de Cristo não teria sido suficiente, se a regeneração pelo Espírito Santo não fosse adicionada. Foi, então, em alguns aspectos, uma coisa nova, em que Deus regenerou os fiéis pelo seu Espírito, para que ela não se tornasse apenas uma doutrina tão ao pé da letra, mas também eficaz, que não só atinge o ouvido, mas penetra no coração, e realmente nos faz aptos para o serviço de Deus.

O modo exterior de ensino também era novo, já que é evidente a todos; porque quando se compara a Lei com o Evangelho, vemos que Deus nos fala agora abertamente, como se fosse cara a cara, e não sob um véu, como Paulo nos ensina, quando se fala de Moisés, que colocou um véu quando ele saiu para abordar as pessoas em nome de Deus (2 Cor 3.13). Não é assim, diz Paulo, sob o Evangelho, senão que o véu é removido, e Deus, na face de Cristo se apresenta para ser visto por nós. Esta, então, é a razão pela qual o Profeta chama-lhe uma nova aliança, como será mostrado mais largamente; porque eu toco somente em coisas que não podem ser tratadas à parte, para que todo o contexto do Profeta possa ser melhor compreendido. Vamos então prosseguir agora com as palavras do texto.

Ele diz que o pacto que ele vai fazer não será como ele tinha feito com seus pais. Aqui ele distingue claramente a nova aliança da Lei. O contraste deve set tido em mente; porque nenhum dos judeus achava possível que Deus gostaria de acrescentar algo melhor à Lei. Porque embora eles considerassem a Lei quase como nada, sabemos que os hipócritas fingiam com grande ardor de zelo que eles eram muito devotados à Lei, os quais pensavam que o céu e a terra poderiam ser mais cedo misturados, do que qualquer mudança ser feita na Lei; e, ao mesmo tempo eles realizaram mais tenazmente o que Deus tinha instituído apenas por um tempo. Era, portanto, necessário que a Lei devesse ser aqui contrastada com a nova aliança, para que os judeus pudessem saber que o favor reservado para eles seria muito mais excelente do que o que tinha sido anteriormente manifestado aos pais. Esta, então, é a razão pela qual ele diz, não de acordo com o pacto, etc
Em seguida, acrescenta, que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão etc.

Aqui, ele mostra que eles nunca poderiam ter uma firme esperança de salvação, a não ser que Deus fizesse uma nova aliança. Tal era o seu orgulho, que dificilmente teriam recebido o favor de Deus, se não tivessem sido convencidos desta verdade, porque esta teria estado sempre em sua boca, “Deus não se mostrou um pai para seu povo quando ele os remiu? Não foi porventura um testemunho de seu favor paternal? Não tem ele elevado a condição da Igreja, que ele projetou para ser perpétua?” Eles teriam, portanto, rejeitado o favor de Deus, não tivesse o Profeta declarado abertamente que a Lei tinha sido e ainda seria inútil para eles, e que havia portanto, uma necessidade de um novo pacto, caso contrário, eles deveriam ter perecido.

Percebemos agora o desígnio do Profeta; e isso deve ser cuidadosamente observado; por isso não seria o suficiente saber o que o Profeta diz, exceto que nós também saibamos por que ele diz isso ou aquilo. O sentido, então, é que isto não deveria parecer estranho, a saber, que Deus faria uma nova aliança, porque a primeira tinha sido inútil e de nada valeu. Em seguida, ele confirma isso, porque Deus fez a primeira aliança quando ele estendeu a sua mão ao seu antigo povo, e tornou-se seu libertador; e ainda assim eles invalidaram aquele pacto. A circunstância quanto ao tempo deveria ser notada, para que a memória de um benefício recente fosse um motivo mais forte para a obediência. Porque quão grande seria a ingratidão para aqueles que tinham sido livrados pelo maravilhoso poder de Deus, rejeitar o seu pacto, numa ocasião em que havia sido antecipado pela misericórdia divina? Como eles tinham invalidado mesmo naquela época a aliança de Deus, isto pode com certeza ser concluído, que não houve tempo em que não haviam manifestado sua impiedade, e não tinham sido violadores do pacto.

Ele acrescenta, “não obstante eu os haver desposado”. Embora alguns limitem o verbo בעלתי Bolti, ao governo exercido por um marido, e isso não seria inadequado, como Deus não somente governou sobre o seu povo, mas era também o seu marido, uma similitude que é frequentemente utilizada; ainda não sei se esse ponto de vista pode ser satisfatoriamente sustentado, que deve, portanto, estar conformado à verdade geral, que Deus tinha o povo sob sua própria autoridade, como se ele tivesse dito, que ele somente usou seu próprio direito em governar sobre eles e lhes prescreveu a maneira pela qual eles deveriam viver. Ao mesmo tempo, a palavra aliança, era mais honrosa para o povo. Porque quando um rei ordena qualquer coisa sobre o seu povo, isto é chamado um decreto; mas Deus lida com o seu próprio povo mais amavelmente, pois ele desce e aparece no meio deles, para que possa unir-se ao seu povo, como ele liga as pessoas a si mesmo. Por isso, vemos, em suma, por que Deus diz que ele governou sobre o povo, mesmo porque ele os havia comprado para si mesmo, e ele ainda não tinha apreciado seu próprio direito por conta da disposição indomável e perversa do povo.

Deveria, ao mesmo tempo ser observado, que a culpa é aqui lançada sobre o povo, que a Lei era fraca e não suficientemente válida, como vemos Paulo nos ensinar em Romanos 7.12. Pois assim que a fraqueza da Lei é falada, a maior parte lança mão de algo que consideram errado na Lei, e, portanto, a Lei é considerada desprezível; por isso o Profeta diz aqui que eles invalidaram a aliança de Deus, como se ele tivesse dito, que a culpa não era para ser buscada na Lei para que houvesse necessidade de uma nova aliança, pois a Lei foi abundantemente suficiente, mas a culpa era da leviandade e da infidelidade do povo. Agora, então, vemos que nada detrata a Lei quando se diz ser fraca e ineficaz; pois isto é uma falha acidental derivada de homens que não respeitam nem mantêm a sua fé empenhada. Há ainda mais coisas a serem ditas; mas agora, como já disse, tocamos brevemente nas palavras do Profeta.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

VOCÊ FOI FEITO PARA DEUS

Versículo do dia: Pois o SENHOR, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo, porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo. (1 Samuel 12.22)

O nome de Deus muitas vezes se refere à sua reputação, sua fama, seu renome. É dessa maneira que usamos a palavra “nome” quando dizemos que alguém está fazendo um nome para si mesmo. Ou, às vezes, dizemos: essa é uma marca de “nome”. Nós queremos dizer uma marca com uma grande reputação. Isso é o que eu penso que Samuel indica em 1Samuel 12.22, quando ele diz que Deus fez de Israel um povo “para si” e que ele não desampararia Israel “por causa do seu grande nome”.

Essa maneira de pensar sobre o zelo de Deus por seu nome é confirmada em muitas outras passagens.

Por exemplo, em Jeremias 13.11, Deus descreve Israel como um cinturão ou cinto que Deus escolheu para evidenciar a sua glória, mas que acabou por ser temporariamente inútil. “Porque, como o cinto se apega aos lombos do homem, assim eu fiz apegar-se a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o SENHOR, para me serem por povo, e nome, e louvor, e glória; mas não deram ouvidos”. Por que Israel foi escolhido e feito a vestimenta de Deus? Para que pudesse ser um “nome, e louvor, e glória”.

As palavras “louvor” e “glória” nesse contexto nos dizem que “nome” significa “fama”, “renome” ou “reputação”. Deus escolheu Israel para que o povo construísse uma reputação para ele.

Deus diz em Isaías 43.21 que Israel é “o povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor”. E quando a igreja viu a si mesma no Novo Testamento como o verdadeiro Israel, Pedro assim descreveu o propósito de Deus para nós: “Vós, porém, sois raça eleita… a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9).

Em outras palavras, Israel e a igreja são escolhidos por Deus para fazer um nome para ele no mundo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia:“Fazei isto em memória de mim.” (1Coríntios 11.24)

A implicação do texto de hoje parece ser a possibilidade de os crentes esquecerem Jesus! Não haveria necessidade para esta amorosa exortação, se não houvesse uma pequena suposição de nossas memórias se provarem desleais. Também não se trata de uma suposição desguarnecida. Infelizmente, nossa vida o confirma na prática, não como uma possibilidade, mas como um fato lamentável! Parece quase impossível que não lembrem de seu gracioso Salvador, os redimidos pelo sangue do Cordeiro que foi morto, aqueles amados com amor infinito pelo eterno Filho de Deus. Entretanto, sendo o crime alarmante aos ouvidos, é, infelizmente, muito evidente para ser negado. Esquecer Aquele que jamais nos esqueceu? Esquecer Aquele que derramou seu sangue em favor dos nossos pecados? Esquecer Aquele que nos amou até à morte? Isto é possível? Sim, isto não somente é possível, como também a nossa consciência confessa ser esta uma falta que infelizmente todos cometemos: permitimos que o Senhor Jesus seja como um viajante que se demora apenas por uma noite. Aquele que deveríamos tornar o morador permanente de nossa recordação é apenas um visitante.

A cruz, onde achamos que a memória deveria se demorar e a irreflexão seria um intruso desconhecido, é profanada e pisoteada pelo esquecimento. A sua consciência não lhe diz o mesmo? Você tem esquecido o Senhor Jesus? Algumas criaturas roubam o seu coração, e você tem deixado de pensar nEle. Alguns negócios terrenos absorvem sua atenção, quando você deveria fixar, com determinação, seus olhos na cruz. A agitação incessante do mundo e a constante atração das coisas terrenas fazem com que a alma se mantenha afastada de Cristo. Enquanto a memória preserva uma erva daninha, ela permite que a Rosa de Sarom murche. Sejamos determinados: se temos de deixar algo escapar de nossas mãos e nossa mente, seguremos com firmeza o Senhor Jesus.

A Doutrina do Inferno - Paulo Junior


NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO

Por João Rodrigo Weronka

Você já percebeu como a maioria de das pessoas age de forma rápida diante de uma adversidade na busca por um escape, uma saída, uma contingência que alivie a tensão criada por tal adversidade? Seja no trânsito, quando ao deparar-se com um congestionamento, busca-se um ‘atalho’, um desvio; seja diante dos problemas do dia-a-dia, quando muitos buscam alívio em meios não tão lícitos para contornar a estafa e rotina; seja na vida espiritual – e de modo específico aos cristãos – quando aparecem por aí as fórmulas mágicas para fugir dos infortúnios da vida.

Não vamos nem nos ater aos caminhos criados pela humanidade ao longo da história do universo religioso, pois quantos são os caminhos criados sob a falsa ideia de que tudo e todos levam a Deus? Diariamente um novo “produto” é posto na prateleira.

Falando em vida cristã e meditando no texto e contexto bíblico de João 14.1-6 pensemos juntos sobre o caminhar cristão, diante de um mundo hostil, o mundo real. Diz o texto:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14.1-6

Não se turbe

Veja o contexto que abraça este cenário, Jesus estava ministrando aos discípulos por ocasião da ‘última ceia’, à sombra da traição de Judas Iscariotes (Jo 13.2;21-30), sabendo também que Pedro o negaria (Jo 13.38) e na iminência do sofrimento e morte de cruz. Ele tinha lavado os pés dos discípulos alguns instantes antes (Jo 13.5) de modo humilde e servil. Ele – amando os que são seus – estava prestes a passar pelo sofrimento que traz a redenção e perdão, nos fazendo justos e santos, e ainda assim estava consolando os discípulos e ecoando este maravilhoso consolo para toda sua igreja, para você e para mim!

Ao pronunciar as palavras de esperança e rogando que ‘não se turbe vosso coração’, o Mestre usa um termo que teria como paralelo o mar agitado por fortes ventos, ou seja, Jesus nos diz “não permita que o vosso coração seja agitado como o mar impelido pelo vento”.

Qual o motivo que faz com que nossos corações se agitem? Descansemos na Palavra do Mestre sabendo que ele nos ama e nos amou até o fim (Jo 13.1). É agir não sob uma confiança cega, mas descansar o coração diante daquilo que Jesus disse.

Para o porvir

Sem ser simplista, mas por observação, é notável que muitos dos que buscam rápidas soluções na fé são aqueles que perdem o foco no eterno. É evidente que cada um sabe a dor do calo em seu próprio pé conforme o sapato aperta, no entanto o falso evangelho do imediatismo envenena o olhar naquilo que é eterno.

Não fosse por isso as Escrituram não trariam tantas advertências para mantermos o foco no Reino. Jesus fala sobre o caminho largo e o caminho estreito (Mt 7.13-14) para advertir sua igreja que a vida cristã também e feita de lutas. Ele nunca prometeu um mar de rosas, mas prometeu estar com aqueles que creem nEle por todo sempre. O próprio Senhor adverte na sequencia – em Mt 7.15 – a respeito dos falsos mestres. Estaria Jesus alertando seus seguidores que é preciso passar pelo caminho estreito e que aqueles que apregoam uma vida cristã de calmaria e prosperidade, riquezas e isenção de lutas, são os falsos profetas? Leia e responda por si.

A Bíblia mostra textos como este:

Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia, confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus. Atos 14.19-22

Veja a luta da igreja em seu começo e compare com nossa liberdade de culto nestes dias. Não sejamos hipócritas a ponto de clamar a Deus por perseguições para que nossa fé seja provada, longe disso! Mas sejamos um pouco mais maduros a ponto de reconhecer que as lutas são parte da vida. Sou absolutamente contra a filosofia da ‘teologia da prosperidade’, mas não comungo dos ideais daquilo que pode ser chamado da ‘teologia do caos, desgraça e miséria’.

Voltando ao Mestre, vemos que Jesus mostrou isso em amor. E para que o eterno, o porvir, as muitas moradas que estão sendo preparadas de fato o fossem, era preciso ele passar pelo Calvário, logo, o sofrimento de nosso Senhor e sua morte e ressurreição (velhas verdades tão esquecidas em nossos dias) eram os passos iniciais para o regozijo eterno. Sua humilhação pelo nosso pecado era o tiro inicial para a eternidade. Alister McGrath, em seu estudo sobre o “Credo Apostólico” comenta sobre sua morte:

Jesus, portanto, foi entregue “à absolutamente aviltante morte de cruz” (para citar as palavras de Orígines, escritor cristão da Antiguidade). Dizer que Jesus “morreu”, ou apenas que “foi executado” não dá a devida atenção à total selvageria de sua morte. Todo o sadismo da natureza humana foi derramado sobre Ele. Foi uma morte vergonhosa e degradante” [1]

Obrigado Senhor! Obrigado por tudo que fizeste no Calvário, por seu sangue que nos limpa, sua morte e vitória sobre a morte, ressuscitando, nos enchendo de fé e esperança e preparando algo melhor para nós.

Linha divisória

A linha divisória está posta entre os que estão em Cristo e os que não estão. Falamos sobre o feito do Mestre, sobre o caminhar e sobre passar por esta vida sem tirar os olhos daquilo que Jesus fez e ainda faz por sua noiva. Uma vez que esta linha está posta, cabe a cada um de nós rendermos-se aos pés de Cristo e agradecer por sua obra. A graça nos atinge em cheio, sem que qualquer um possa dizer que possua mérito, honra ou direito sob justiça própria. John Piper confessa:

Quando, pela graça e Deus, vejo os efeitos desta corrupção, apego-me à cruz e mortifico o “eu”. O que eu faria sem a grande segurança: “Porque Cristo… morreu a seu tempo pelos ímpios… sendo justificados pelo seu sangue” (Rm 5.6,9). Oh! Cruz de Cristo, minha liberdade e poder! Em ti, encaro este novo dia, um pecador justificado e livre. [2]

Não somos de Buda, Zoroastro ou Krishna. Não somos do esoterismo nem das falsas teologias que prometem coisas que o Senhor não prometeu. Somos de Cristo! E por isso quantas são vezes somos taxados por adjetivos depreciativos nestes tempos de tamanha incredulidade, dureza de coração e falta de amor?

O Senhor prometeu, virá e nos receberá para Ele (Jo 14.3). Trilhar em Cristo é estar “no caminho, na verdade e na vida”. Sem Ele como caminho, não existirá avanço espiritual, por mais alto que as falsas conquistas atestem um falso avanço. Sem Ele não existe vida e toda pseudovida-abundante não passa de palha.

Pensando em velhas verdades esquecidas, é sempre preciso repetir, mesmo que pela enésima vez:

E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. Atos 4:12

E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus. 1 João 5:11-13

Esteja nEle, Jesus não nos deixou só, por mais alto que seja o som do mar impelido pelo vento, o Senhor está conosco (Jo 14.16-21).

Soli Deo Gloria!

A ORAÇÃO DE CONFISSÃO

Que Deus nos dê sempre o entendimento e a lembrança de um princípio espiritual vital do qual depende a nossa permanente comunhão com Ele.
Este princípio é o da oração de confissão dos nossos pecados presentes, com a firme confiança de que Ele nos perdoará se o fizermos, simplesmente pela fé de que seremos ouvidos por causa dos méritos de Jesus.

É muito difícil para o coração turbado e enfraquecido por impurezas e toda forma de males praticados ou pensados, enquanto permanece neste estado, levantar-se do pó em oração, crendo no perdão de Deus e que Ele é poderoso para nos levantar da nossa triste e miserável condição espiritual.
Entretanto Ele sempre o fará por Sua exclusiva graça e pelo nosso posicionamento na fé.
Não importa quantos sejam os argumentos que a nossa razão apresente contra esta verdade, levantemo-nos do monturo, ainda que nos arrastando no pó, e elevemos ainda que seja uma oração em pensamento ao Senhor, nos humilhando e lhe pedindo que seja mais uma vez misericordioso para conosco, nos purificando de toda injustiça e perdoando todos os nossos pecados.

Sobrenaturalmente, por um modo que a razão não pode explicar, o Seu poder nos visitará e fará com que nos sintamos limpos e novamente admitidos à Sua santa presença, e bem dispostos a louvar o Seu santo nome e a dar o bom testemunho do evangelho a outros.
Precisaremos sempre aplicar este princípio espiritual porque o pecado nos assedia de perto e sempre haverá ocasiões em que poderá ter vantagem sobre nós. Por isso precisamos exercitar a fé no perdão e na graça de Jesus para que possamos buscar a devida restauração, através da oração de confissão, tão logo tenhamos sido convencidos de que aquilo que fizemos nos afastou da comunhão com Deus.
Oremos portanto, e retornemos imediatamente à comunhão, confiantes de que este é o desejo do coração de Deus para conosco.

“1Jo 1:5 Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.
1Jo 1:6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
1Jo 1:7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
1Jo 1:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
1Jo 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
1Jo 1:10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
1Jo 2:1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;
1Jo 2:2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.”

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

A SALVAÇÃO DE PAULO FOI POR VOCÊ

Versículo do dia: Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. (1 Timóteo 1.16)

A conversão de Paulo foi por sua causa.

Eu quero que você considere isso muito pessoalmente. Deus tinha você em vista quando escolheu Paulo e o salvou por graça soberana.

Se você crê em Jesus para a vida eterna — ou se ainda pode crer nele para a vida eterna — a conversão de Paulo é por sua causa. É para tornar vívida para você a incrível longanimidade de Cristo.

A vida de Paulo antes da conversão foi uma longa perseguição a Jesus. “Por que me persegues?”, perguntou Jesus (Atos 9.4). “Sua vida de incredulidade e rebelião é uma perseguição a mim!”. Paulo tinha sido separado para Deus desde antes do nascimento. Então, toda a sua vida foi um longo insulto a Deus e uma longa rejeição e zombaria a Jesus que o amava.

É por isso que Paulo diz que sua conversão é uma radiante demonstração da longanimidade de Jesus. E é isso que ele oferece hoje.

Foi por nossa causa que Jesus o fez dessa forma. Para “evidenciar a sua completa longanimidade” para nós. Para que não percamos a esperança. Para que não pensemos que ele não poderia realmente nos salvar. Para que não pensemos que ele está inclinado à ira. Para que não pensemos que fomos longe demais. Para que não pensemos que o nosso mais amado ente não pode ser convertido, de repente, inesperadamente, pela soberana e superabundante graça de Jesus.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia:“Levanta-me, querida minha, formosa minha, e vem.” (Cântico dos Cânticos 2.10)

Ouço a voz do meu Amado! Ele fala comigo! Na face da terra, um bom tempo sorri e o meu Amado não me quer ver, em espírito, a dormir, enquanto a natureza, ao meu redor, acorda de seu descanso de inverno. Ordena-me: “Levanta-te”. Ele pode dizer-me isso, pois tenho passado muito tempo deitado entre vasos de mundanismo. O meu Amado está levantado, e estou levantado juntamente com Ele. Então, por que devo permanecer apegado ao pó? De aspirações, desejos e alvos inferiores, devo levantar-me em direção a Ele. O meu Amado me chama com o agradável título de “querida minha” e me considera formosa; esta é uma boa razão para levantar-me. Se Ele me exaltou e pensa que sou formoso, como posso demorar-me e encontrar companheiros adequados entre os filhos dos homens? Ele me ordena: “Vem”. O meu Amado me chama a permanecer mais e mais distante de tudo o que é egoísta, humilhante, mundano e, pecaminoso; Ele me chama do mundo aparentemente religioso que não O conhece e não simpatiza com o mistério da vida mais elevada. Ele me chama, “Vem”; não é um som desagradável ao meu ouvido, pois o que pode me manter seguro neste deserto de vaidade e pecado?

Ó meu Senhor, se eu pudesse vir, mas estou preso entre os espinhos e deles não posso sair, como gostaria. Se fosse possível, eu não teria olhos nem ouvidos nem coração para o pecado. Tu me chamas para Ti mesmo, dizendo: “Vem”, e este é verdadeiramente um chamado harmonioso. Vir à tua presença significa retornar do exílio ao lar, voltar à terra depois de uma tempestade furiosa no mar, descansar após um trabalho longo e árduo, chegar ao objetivo de meus desejos e à concretização de minhas aspirações. Mas, ó Senhor, como pode uma rocha levantar-se? Como pode a argila sair do abismo horrível? Oh, ergue-me, traze-me. A tua graça pode fazer isso. Envia o teu Espírito Santo, para acender chamas de amor em meu coração, e continuarei a levantar-me, até que tenha deixado esta vida na terra e chegado finalmente à tua presença.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

De Onde Vem Meu Socorro? - Paulo Junior


CORINTO: UMA IGREJA DIVIDIDA

Por Flávio Santos

Texto Base: 1 Coríntios 1 a 4

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. 1 Coríntios 1:10

NOTAS IMPORTANTES

Quem eram os de Paulo, Apolo, Pedro e Cristo?

Os de Paulo era um grupo formado principalmente por gentios que não queriam cumprir a lei da graça em Cristo e, sim, transformá-la em libertinagem e pecado. Os de Apolo era um grupo formado por intelectuais que queriam fazer do Evangelho uma filosofia. Os de Pedro era um grupo formado por judeus legalistas que exaltavam a Lei em detrimento à graça. Os de Cristo era um grupo intolerante que afirmava ser os mais espirituais.

Quem eram os sofistas?

Os sofistas eram homens que confiavam na sua sabedoria, nos seus discursos eloquentes, na sua lógica filosófica. Os sofistas chamavam a atenção para si quando discursavam e quando desciam da plataforma da sua eloquência, diziam às pessoas como eram bons em suas prédicas e alocuções.

Judeus e gregos não compreendiam a loucura da pregação.

Os Judeus queriam um Messias que os libertasse do Império Romano e estabelecesse a dinastia davídica. Não queriam um carpinteiro que fora crucificado para sua justificação, seria apenas um maldito pendurado no madeiro conforme a tradição judaica. Para eles, era um escândalo Jesus Cristo crucificado. Os gregos queriam sabedoria, e esta não poderia vir de uma mensagem sobre alguém que foi crucificado, porque isso era sinal de fraqueza e desonra, era loucura. Com isso, os dois grupos não compreendiam a mensagem da Cruz que poderia uni-los.

O que significa a expressão: ter a mente de Cristo? 1Co 2:16

Ter a mente de Cristo é ser espiritual, ou seja, ter sensibilidade às coisas do Espírito Santo. É alguém que discerne bem todas as coisas e compreende a Cruz e todos os seus significados para a vida.

O que significa ser um cristão carnal?

No grego do novo testamento há duas palavras para carne: “soma” e “sarx”. Soma significa carne no sentido de corpo físico. Daí algumas doenças serem chamadas psicossomáticas, que se manifestam no corpo, ou seja, na carne. Sarx significa corpo ou carne do pecado.

Paulo usa para os cristãos carnais de Corinto a palavra “sarkinói”, que vem de “sarx”, ou seja, feitos de carne do pecado. Em 1 Co 3.3, Paulo os chama de “sarkikós”, dominados pelo pecado. Portanto, ser um cristão carnal, é ser uma pessoa feita e dominada pelo pecado.

Palavra grega para servo ou ministro, utilizada por Paulo.

A palavra que Paulo utiliza por Paulo para servo é “huperetes”; e significa um remador que fazia o navio navegar na parte mais baixa da embarcação. É como se Cristo fosse o líder e piloto do Navio, e Paulo fosse o servo que aceitava as ordens do piloto.

A igreja de Corinto estava sendo, como um tecido, rasgada em quatro partes. Esta divisão se dava em torno de Pedro, Paulo, Apolo e, até mesmo, Jesus Cristo. 1 Co 1: 11,12. Os corintos estavam divididos em torno da personalidade deles e a cultuando. Os líderes não tinham nada a ver com a divisão. Era uma divisão que vinha da igreja para a liderança.

I – UMA IGREJA DIVIDIVA PELA SABEDORIA HUMANA.

Em Corinto havia um grupo filosófico, chamado sofistas, que estava ajudando a desintegrar o corpo de Cristo. 1 Co 1: 18 21. Este grupo ensinava o culto à sabedoria humana. Este tipo de sabedoria fazia com que os coríntios escolhessem os seus líderes de acordo com a intelectualidade, cultura e eloquência.

1.    Os sofistas levavam os coríntios a serem sempre discutidores.

Por estarem inclinados à sabedoria humana, não admitiam aprender em humildade; tinham que falar e criticar. Não foram ensinados a deixar a cruz confrontar as suas opiniões e equívocos, por isso tentam provar as suas razões. Discussões e críticas dividem a igreja.

2.    Os sofistas levavam os corintos a serem sempre orgulhosos.

O orgulho da sabedoria exclui os outros. O orgulho intelectual colocava os coríntios em uma posição de certeza e desprezo pelos demais. Este tipo de orgulho não os deixava aprender mais nada, criam que sabiam tudo.

3.    A correção do erro filosófico. Veja o capítulo 1: 18-25; 2: 6ss; 3: 18-23.

Quando Paulo esteve em Corinto pela primeira vez, não usou sabedoria de palavras, como faziam os sofistas, que não compreendiam a loucura da pregação. Então, para corrigir o erro filosófico que estava dividindo a Igreja, Paulo fala sobre a loucura de Deus demonstrada na Cruz de Cristo, discernida espiritualmente por aqueles que têm a mente de Cristo. Somente a Cruz corrige divisões e gera unidade na Igreja.

II – UMA IGREJA DIVIDIDA PELA FALTA DE CRESCIMENTO NA FÉ. 1 Co 3: 1 – 9

1.    Cristãos que não crescem na fé se tornam carnais. 1Co 3: 1,3

Paulo diz que o motivo de chamá-los de carnais se dá pelo fato de existir entre eles invejas, contendas e dissenções. Este procedimento é característico dos homens carnais e não dos espirituais. 1 Co 3: 3. A igreja estava sendo rasgada por haver carnalidade no rebanho.

2.    Cristãos que não crescem na fé sempre são meninos. 1Co 3: 2

Eles, também, eram imaturos nas verdades de Cristo. Eles não tiveram nenhum progresso no Evangelho da Cruz desde a última vez que Paulo os visitara.

Tanto os cristãos carnais quanto os meninos, foram criados com leite, princípios básicos da fé, porque ainda não podiam comer carne, coisas mais sólidas sobre a fé. E, passado tanto tempo, ainda não podiam se alimentar com um Evangelho mais sólido.

3.    Falta de crescimento na fé gera divisão. 1 Co 3: 4 – 9

Por não terem estrutura espiritual estavam sendo partidários, pois alguns afirmavam que eram de Paulo e outros de Apolo. Paulo omitiu aqui os nomes de Pedro e Jesus, mas o espírito é o mesmo do capítulo 1. 10 – 16. Para corrigir esta divisão, Paulo mostra que quem dá o crescimento é Deus. Ele e Apolo são apenas servos.

III – TRANSFORMANDO UMA IGREJA DIVIDIDA EM UMA IGREJA UNIDA.

Uma igreja dividida se transforma em igreja unida quando os líderes assumem algumas responsabilidades.

1.    A responsabilidade de ensinar a Cruz na igreja. 1 Co 1: 10 -17

Quando os líderes da Igreja têm a Cruz no centro de seu ministério e ensino, não aderem às divisões, ao contrário, rogam para que a igreja tenha a Cruz em suas palavras, mentes e pareceres. Como Cristo não está divido, a igreja também não se divide, pois não foram homens, com suas teologias, personalidades e carnalidades, que morreram na Cruz, mas sim, Cristo Jesus.

2.    A responsabilidade de fazer discípulos para Cristo e não para si. 1 Co 2: 1 – 5

Paulo em Corinto não fez discípulos que se apoiariam em sua personalidade, pois esteve entre eles em fraqueza, temor e tremor. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua eloquência ou capacidade de persuasão, porque ele se propôs saber apenas Jesus Cristo, e este crucificado. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua sabedoria, mas no poder de Deus, porque quis formá-los pelo poder do Espírito Santo.

3.    A responsabilidade de construir sobre o alicerce da obra – Jesus Cristo. 1 Co 3: 10 – 17

O líder tem que ser um sábio construtor e lançar sua construção espiritual sobre o verdadeiro alicerce. Aquele que foi lançado pelos apóstolos. Paulo pede para que os líderes vejam como cada um edifica sobre este fundamento. Uma construção espiritual sobre o verdadeiro fundamento faz com que a igreja viva a unidade da Cruz.

4.    A responsabilidade de servir à Igreja. 1 Co 4: 1 – 21

Paulo serviu à igreja de Cristo como servo e despenseiro dos mistérios de Deus. Serviu com fidelidade. Serviu, ensinando-os a não ir além do que estava escrito. Serviu diante de sofrimentos e perseguições. Serviu como pai na fé. Tudo isto para gerar união no seio da Igreja.

Há a possiblidade da igreja se dividir em torno de líderes e cristãos carnais que não compreendem a relevância da Cruz de Cristo. Portanto, não podemos deixar de falar da Cruz e seus significados para que Igreja continue unida em torno de Cristo Jesus.

Leituras Bíblicas adicionais:

– A Igreja dividida. 1 Coríntios 1 e 2

– A Igreja dividida 1 Coríntios 3 e 4

– O caminho da unidade. Efésios 4:1 – 16

– O mesmo sentimento em Cristo Jesus. Filipenses 3:1 – 8

– Perseverando na unidade. Atos 2:42 – 47

– O modelo da unidade. João 17

– Em Cristo as paredes de separação foram quebradas. Efésios 2

A RECOMPENSA DAQUELES QUE SOFREM POR CRISTO

“Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.
Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho,
que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.” (Marcos 10.28-30)

Por causa da corrupção da nossa natureza, os defeitos dos outros são capazes de nos levantar em nossa própria estima, e de nos dar ensejo para o auto-aplauso. Isso não deveria ser assim, porque os defeitos dos outros deveriam ser lamentados, não menos do que os nossos, porque eles são prejudiciais para as almas dos homens; e, se nós mesmos estamos livres de tais falhas, temos razão para glorificar a Deus por sua graça, a única que nos faz diferir dos outros.

Temos, no contexto um lamentável exemplo da fraqueza humana: um jovem de hábitos exemplares, que, ao lhe ser requerido que vendesse tudo o que tinha, para dar aos pobres, e seguir a Cristo, retirou-se triste; entristecido com Cristo; preferindo a sua riqueza antes do que a dele. Pedro, vendo isso, começou a refletir com complacência sobre a conduta diferente, que ele e seus companheiros apóstolos, tinham possuído: eles haviam deixado tudo por Cristo; e, como nosso Senhor tinha dito ao jovem, que, se obedecesse ao seu conselho, teria “um tesouro no céu”, Pedro perguntou, que recompensa ele e seus irmãos teriam pelos sacrifícios que eles tinham feito na causa de Cristo; “Temos deixado tudo, e te seguimos; e o que deveremos ter por conseguinte?”, Mateus 19.27.

Esta pergunta é a primeira coisa para a nossa presente consideração.

Embora os apóstolos fossem pobres, seu TUDO era tanto para eles, quanto teria sido se tivessem sido ricos; nem podemos duvidar, que a entrega disto era aceitável para Deus, como se fosse o sacrifício mais custoso: “isto é aceito de acordo com o que o homem tem, e não de acordo com o que ele não tem”, 2 Cor 8.12.

Este sacrifício foi exigido deles , e eles tiveram que oferecê-lo sem hesitação, pois poderiam realmente dizer que “tinham deixado tudo por Cristo”, e eles tinham, assim, comprovado serem dignos de sua descendência dele, porque, sob o comando de Deus, tinham oferecido o seu único filho Isaque sobre o altar. Também não devemos imaginar que o dever era algo peculiar a eles; porque é tanto nosso dever, como era deles, a saber, deixar tudo por Cristo. Nós não somos chamados, como os apóstolos, a abandonar nossos chamados mundanos, a fim de seguirmos ao Senhor; ao contrário, somos convocados a “permanecer na condição na qual somos chamados”, mas devemos estar dispostos a sacrificar tudo por Cristo, e devemos realmente sacrificar tudo o que estiver em concorrência com ele; a este respeito todo o mundo cristão é chamado ao mesmo exercício de fé e abnegação como os apóstolos haviam sido; cada coisa pecaminosa deve ser mortificada, e até mesmo as mais inocentes e necessárias devem ser abandonadas, e ainda mais aquelas que possam nos induzir à prática de qualquer pecado, ou à negligência de qualquer dever; é preciso “aborrecer pai e mãe, e até mesmo as nossas próprias vidas também, para ser discípulo de Cristo.”, Lucas 14.26.

Sob tais circunstâncias a pergunta de Pedro parece ser razoável; porque se devemos entregar tudo por e para Cristo, podemos perguntar: Que hei de ganhar com isso? ou, que recompensa devo obter? Não é de se esperar que Deus vai nos chamar para tais provações, e não nos remunerar por nossa fidelidade a ele. É verdade, que nós nunca podemos olhar para uma recompensa de dívida; mas por uma recompensa de graça podemos esperar, e que também é proporcional aos sacrifícios que fazemos, os sofrimentos que enfrentamos, e os serviços que realizamos.

Nós não temos a liberdade de fazer barganhas, por assim dizer, com o Todo-Poderoso, e estipular salários em troca de nossos serviços; devemos sim entrar voluntariamente ao seu serviço, e alegremente dar tudo por ele; mas depois de ter feito os sacrifícios necessários, podemos indagar pela recompensa prometida. Devemos, como Abraão, “sair do nosso país e da nossa parentela, sem saber para onde vamos”, Heb 11.8, e devemos confiar em Deus para fazer toda a provisão necessária para nós; e, se ele não tiver especificado qualquer coisa na sua Palavra, devemos ficar contentes em continuar ignorantes quanto à retribuição que ele nos fará, mas, como ele teve o prazer de fazer promessas específicas para aqueles que confiam nele, não podemos estar errando por nos esforçar para determinar a sua importância e extensão.

A RESPOSTA DE NOSSO SENHOR a esta pergunta é o próximo ponto a ser considerado por nós.

Mateus registra mais sobre a resposta de nosso Senhor do que qualquer um dos outros evangelistas. Ele menciona uma parte que parece mais imediatamente aplicável para os próprios apóstolos, que, “na regeneração”, isto é, no dia em que “Deus vai fazer novas todas as coisas”, e “haverá novos céus e uma nova terra”, e “quando o Senhor vier em sua glória para julgar o mundo”, eles serão honrados acima de todos os outros homens, sendo, por assim dizer, os assessores de Cristo no juízo, e terão a sua palavra como a lei pela qual “as doze tribos de Israel”, e todo o mundo, serão julgados. Marcos registra apenas o que era de aplicação geral, mas ainda assim ele apresenta toda a satisfação que a pessoa mais despojada e destituída possa desejar.

Há uma recompensa presente que todos os que sofrem perdas por causa de Cristo devem receber, e que também excederão em muito qualquer perda que elas possam eventualmente sofrer. É tomado como certo que eles podem perder o afeto de todos os seus parentes mais achegados por causa do seu apego ao Evangelho, e que eles podem ser privados de tudo o que eles possuem no mundo, mas, Deus lhes enviará, frequentemente, suprimentos de uma outra forma, que devem, em realidade exceder qualquer tipo de perda, e se ele não lhes retribuir desta forma, ele irá dar-lhes “contentamento, que com a piedade é grande ganho”, e um tal aumento de alegria que lhes será mais doce do que todas as iguarias sobre a terra. Ele “derramará seu amor em seus corações”, e, sob a perda de pais terrenos, e de sua porção terrena, serão capacitados a chamá-lo de Pai, e a terem o próprio céu como sua herança. Que qualquer um que tiver experimentado estas consolações, dirá, que elas são “cem por um” maior do que tudo o que eles sempre tiveram como conforto de suas posses terrenas em sua abundância mais rica.

Mas, além disso, há uma recompensa futura, “a vida eterna”, que será certamente dada a todos os que sofrem por Cristo neste mundo; “se sofremos com ele, também reinaremos com ele”, e “seremos glorificados”, e teremos “um peso de glória proporcional” às provações que suportamos, e as graças que exercemos, em seu serviço.
Mas quem pode estimar o valor desta recompensa? Basta dizer que a veracidade de Deus está penhorada na concessão disto, e que as bênçãos prometidas existirão, tanto quanto o próprio Deus existe.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

O PODER LIBERTADOR DO PERDÃO

Versículo do dia: Perdoados são os teus pecados. (Lucas 7.48)

Uma mulher vem a Jesus na casa de um fariseu, chorando e lavando os seus pés. Sem dúvida ela sentiu vergonha enquanto os olhos de Simão comunicavam a todos os presentes que esta mulher era uma pecadora e que Jesus não deveria permitir que ela lhe tocasse.

De fato, ela era uma pecadora. Havia um lugar para vergonha. Mas não por muito tempo.

Jesus disse: “Perdoados são os teus pecados” (Lucas 7.48). E quando os convidados murmuraram sobre isso, ele ajudou a sua fé novamente, dizendo: “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lucas 7.50).

Como Jesus a ajudou a combater os efeitos paralisantes da vergonha? Ele lhe deu uma promessa: “Os teus pecados foram perdoados! Tua fé te salvou. Teu futuro será de paz”. Ele declarou que o perdão passado agora concederia paz futura.

Portanto, a questão para ela era a fé na futura graça de Deus enraizada na autoridade da obra perdoadora e da palavra libertadora de Jesus. Essa é a maneira pela qual cada um de nós deve lutar contra os efeitos de uma vergonha devida que ameaça demorar muito tempo e nos prejudicar.

Devemos lutar contra a incredulidade, agarrando-nos às promessas de graça e paz futuras que vêm através do perdão de nossos atos vergonhosos.

“Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (Salmo 130.4).
“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55.6-7).
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).
“Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10.43).
Não importa se o ato do perdão de Deus é completamente passado, ou se há um novo perdão no futuro — em ambos os casos a questão é o poder libertador do perdão de Deus para o nosso futuro — a liberdade da vergonha. O perdão é pleno de graça futura.

Quando vivemos pela fé na graça futura, somos libertos dos efeitos persistentes e paralisantes da vergonha devida.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia:“Por causa de tudo isso, estabelecemos aliança fiel.” (Neemias 9.38)

Existem muitas ocasiões em que podemos ter o desejo de renovar a aliança com Deus. Quando, em semelhança a Ezequias, temos anos acrescentados à nossa existência, após nos recuperarmos de alguma enfermidade, podemos convenientemente renovar nossa aliança. Depois do livramento de uma aflição, ao brotar novamente nosso regozijo, devemos visitar uma vez mais a cruz e renovar nossa consagração. Em especial, devemos fazer isso em sucessão a algum pecado que entristece o Espírito Santo ou traz desonra para a causa de Deus. Então, olhemos para o sangue que pode nos fazer mais brancos que neve e, mais uma vez, ofereçamo-nos ao Senhor.

Não devemos permitir que tão-somente as nossas aflições confirmem nossa dedicação a Deus; a nossa prosperidade também deve fazê-lo. Se já nos deparamos com situações que merecem ser chamadas de “misericórdias coroadoras”, então, com certeza, Ele, que nos proporcionou tais honras, deve ser também honrado. Que produzamos mais uma vez todas as joias da regalia divina que têm sido armazenadas nas caixas de joias de nossos corações e, que Deus sente no trono de nosso amor, vestido em roupas reais. Se aprendêssemos a nos beneficiar de nossa prosperidade, não precisaríamos de tantas situações de adversidade. Se de um beijo, retivéssemos todo bem que ele pode nos conferir, não sofreríamos tão frequentemente sob a vara.

Temos recebido bênçãos que não esperávamos? O Senhor colocou nossos pés em lugar espaçoso? Podemos cantar a respeito de suas misericórdias? Então, coloquemos as mãos sobre os chifres do altar e digamos: “Segura-me aqui, ó Deus; segura-me aqui, com firmeza, para sempre”. Visto que necessitamos do cumprimento de novas promessas de Deus, ofereçamos orações renovadas para que nossos antigos votos não sejam desonrados. Façamos com Ele uma aliança segura por causa das dores de Jesus as quais consideramos, com gratidão, em tempos passados.