Semeando o Evangelho

Semear a Verdade e o Amor de Deus
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
TODA VERDADE É VERDADE DE DEUS
Por Alan Shlemon
Imagine um químico ateu no século XIX, usando métodos científicos para estudar a água. Depois de realizar seus experimentos, ele conclui que a água é feita de dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Em outras palavras, ele descobre que a água é H20. Ele utilizou princípios científicos seculares para adquirir um pouco de conhecimento anteriormente desconhecido para o mundo. Sua descoberta é anti-cristã? Viola a verdade bíblica? Esse novo conhecimento é contrário a Deus?
A resposta para todas estas perguntas é um sonoro “não”. O cientista descobriu algo verdadeiro sobre o mundo em que nós vivemos. Embora ele não tenha usado uma fonte bíblica ou religiosa, isto não retira sua credibilidade. Se se descobre que algo é verdadeiro, é verdade para você, é verdade para mim, e é verdade para Deus. Uma descoberta científica feita por um ateu é tão verdadeira quanto o ensino bíblico de que Deus é amor ou de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Toda a verdade é verdade de Deus, independente de como alguém adquire esse conhecimento.
Isto se dá porque a pesquisa científica é um método epistemológico. Esta é uma forma bonita de dizer que é uma ferramenta para descoberta de conhecimento sobre o mundo onde vivemos. É importante lembrar, contudo, que é apenas uma ferramenta e não a única ferramenta.
Nós podemos aprender sobre nós mesmos, o mundo e o universo por meio de vários métodos. Podemos usar testemunhos (relatos de outras pessoas), lógica (2+2=4), introspecção (o que estou experimentando dentro de mim?) o método científico (observação e experimentos), pesquisa histórica (estudar relatos escritos do passado), e revelação divina (a Bíblia). O conhecimento adquirido de qualquer um destes métodos é igualmente verdadeiro. Na verdade Deus tornou estes métodos disponíveis a nós. Isto implica nas três seguintes coisas:
1: O método científico não deve ser contrastado com a revelação bíblica: Como mencionado anteriormente, uma descoberta científica não é anti-Deus ou anticristã. O conhecimento adquirido de experimentos e observação nos diz coisas verdadeiras sobre o mundo que até mesmo Deus considera verdadeiras. É por isso que é frustrante quando a ciência é contraposta à fé. Não há nada anti-científico acerca da visão de mundo cristã.
Na verdade, devemos esperar que o conhecimento adquirido da observação do nosso mundo vai se conformar com o conhecimento oriundo da divina revelação, sempre que ambos se sobreponham. Por exemplo, a evidência cosmológica moderna indica que o universo começou a existir em um determinado ponto do passado. Este fato, contudo, foi ensinado no primeiro capítulo de Gênesis, vários milênios atrás.
Isto não deveria nos surpreender. Deus fala por meio das Escrituras, ao que nos referimos como revelação especial. Ele também fala por meio de seu mundo criado, ao que nós chamamos de revelação geral. Ambas são de Deus e devem validar uma à outra, contanto que sejam adequadamente interpretadas, o que nos leva ao segundo ponto.
2: Tanto os resultados científicos quanto a revelação bíblica devem ser interpretados: Eu ouço a frase “A ciência nos diz que…” com uma certa frequência. Perdoem-me por declarar o óbvio, mas a ciência não nos diz nada. Ela não é uma pessoa e não pode falar. Pessoas realizam experimentos e fazem observações. Então elas registram os resultados. Estes resultados, contudo, são interpretados de diferentes formas por pessoas com diferentes visões de mundo.
É por isso que é importante distinguir entre dados científicos e sua interpretação. Por exemplo, a pesquisa científica revelou que os morcegos tem dois ossos em seu antebraço, assim como os humanos. Isso é o que os dados revelam. Alguns interpretam estes dados como evidência de que tanto os morcegos quanto os humanos tem um ancestral em comum e que a evolução darwiniana levou a uma estrutura de antebraço similar. Outros interpretam isto como evidência de que tanto os morcegos como os humanos tem um designer comum, que usou uma estrutura similar em ambas as criaturas.
Também há uma necessidade de interpretação ao ler as Escrituras. Eu ouço com frequência cristãos declararem que “Deus claramente diz…” sobre alguma discussão teológica. Deve ficar claro que as palavras estão em uma passagem bíblica, mas o que estas palavras significam (sua interpretação) é outra coisa.
Por favor, não entenda que estou dizendo que a Bíblia é enigmática ou que a interpretação de cada um é igualmente válida. Este não é o meu ponto. Deus é claro a respeito de sua mensagem nas Escrituras. Alguns versos que são discutidos, contudo, requerem uma interpretação mais cuidadosa.
3: Os cristãos devem aprender a abraçar todos os métodos de descoberta da verdade: A maioria das pessoas não é cristã e não consideram as declarações bíblicas como verdadeiras. Se quisermos ser embaixadores sagazes de Cristo, devemos aprender a usar o conhecimento adquirido nas Escrituras e os meios seculares como a ciência. Dessa forma, poderemos persuadir as pessoas usando quaisquer recursos que a nossa audiência considere autoritativo.
Entender a natureza dual da revelação de Deus – na Escritura e no mundo criado – ajuda a evitar o erro de contrapor a ciência à fé, constrói nossa credibilidade perante outros e alavanca fontes de autoridade que muitos não-crentes consideram críveis. Tudo isso importa porque o nosso objetivo é o Evangelho, fazê-lo conhecido a todo o mundo.
Imagine um químico ateu no século XIX, usando métodos científicos para estudar a água. Depois de realizar seus experimentos, ele conclui que a água é feita de dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Em outras palavras, ele descobre que a água é H20. Ele utilizou princípios científicos seculares para adquirir um pouco de conhecimento anteriormente desconhecido para o mundo. Sua descoberta é anti-cristã? Viola a verdade bíblica? Esse novo conhecimento é contrário a Deus?
A resposta para todas estas perguntas é um sonoro “não”. O cientista descobriu algo verdadeiro sobre o mundo em que nós vivemos. Embora ele não tenha usado uma fonte bíblica ou religiosa, isto não retira sua credibilidade. Se se descobre que algo é verdadeiro, é verdade para você, é verdade para mim, e é verdade para Deus. Uma descoberta científica feita por um ateu é tão verdadeira quanto o ensino bíblico de que Deus é amor ou de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Toda a verdade é verdade de Deus, independente de como alguém adquire esse conhecimento.
Isto se dá porque a pesquisa científica é um método epistemológico. Esta é uma forma bonita de dizer que é uma ferramenta para descoberta de conhecimento sobre o mundo onde vivemos. É importante lembrar, contudo, que é apenas uma ferramenta e não a única ferramenta.
Nós podemos aprender sobre nós mesmos, o mundo e o universo por meio de vários métodos. Podemos usar testemunhos (relatos de outras pessoas), lógica (2+2=4), introspecção (o que estou experimentando dentro de mim?) o método científico (observação e experimentos), pesquisa histórica (estudar relatos escritos do passado), e revelação divina (a Bíblia). O conhecimento adquirido de qualquer um destes métodos é igualmente verdadeiro. Na verdade Deus tornou estes métodos disponíveis a nós. Isto implica nas três seguintes coisas:
1: O método científico não deve ser contrastado com a revelação bíblica: Como mencionado anteriormente, uma descoberta científica não é anti-Deus ou anticristã. O conhecimento adquirido de experimentos e observação nos diz coisas verdadeiras sobre o mundo que até mesmo Deus considera verdadeiras. É por isso que é frustrante quando a ciência é contraposta à fé. Não há nada anti-científico acerca da visão de mundo cristã.
Na verdade, devemos esperar que o conhecimento adquirido da observação do nosso mundo vai se conformar com o conhecimento oriundo da divina revelação, sempre que ambos se sobreponham. Por exemplo, a evidência cosmológica moderna indica que o universo começou a existir em um determinado ponto do passado. Este fato, contudo, foi ensinado no primeiro capítulo de Gênesis, vários milênios atrás.
Isto não deveria nos surpreender. Deus fala por meio das Escrituras, ao que nos referimos como revelação especial. Ele também fala por meio de seu mundo criado, ao que nós chamamos de revelação geral. Ambas são de Deus e devem validar uma à outra, contanto que sejam adequadamente interpretadas, o que nos leva ao segundo ponto.
2: Tanto os resultados científicos quanto a revelação bíblica devem ser interpretados: Eu ouço a frase “A ciência nos diz que…” com uma certa frequência. Perdoem-me por declarar o óbvio, mas a ciência não nos diz nada. Ela não é uma pessoa e não pode falar. Pessoas realizam experimentos e fazem observações. Então elas registram os resultados. Estes resultados, contudo, são interpretados de diferentes formas por pessoas com diferentes visões de mundo.
É por isso que é importante distinguir entre dados científicos e sua interpretação. Por exemplo, a pesquisa científica revelou que os morcegos tem dois ossos em seu antebraço, assim como os humanos. Isso é o que os dados revelam. Alguns interpretam estes dados como evidência de que tanto os morcegos quanto os humanos tem um ancestral em comum e que a evolução darwiniana levou a uma estrutura de antebraço similar. Outros interpretam isto como evidência de que tanto os morcegos como os humanos tem um designer comum, que usou uma estrutura similar em ambas as criaturas.
Também há uma necessidade de interpretação ao ler as Escrituras. Eu ouço com frequência cristãos declararem que “Deus claramente diz…” sobre alguma discussão teológica. Deve ficar claro que as palavras estão em uma passagem bíblica, mas o que estas palavras significam (sua interpretação) é outra coisa.
Por favor, não entenda que estou dizendo que a Bíblia é enigmática ou que a interpretação de cada um é igualmente válida. Este não é o meu ponto. Deus é claro a respeito de sua mensagem nas Escrituras. Alguns versos que são discutidos, contudo, requerem uma interpretação mais cuidadosa.
3: Os cristãos devem aprender a abraçar todos os métodos de descoberta da verdade: A maioria das pessoas não é cristã e não consideram as declarações bíblicas como verdadeiras. Se quisermos ser embaixadores sagazes de Cristo, devemos aprender a usar o conhecimento adquirido nas Escrituras e os meios seculares como a ciência. Dessa forma, poderemos persuadir as pessoas usando quaisquer recursos que a nossa audiência considere autoritativo.
Entender a natureza dual da revelação de Deus – na Escritura e no mundo criado – ajuda a evitar o erro de contrapor a ciência à fé, constrói nossa credibilidade perante outros e alavanca fontes de autoridade que muitos não-crentes consideram críveis. Tudo isso importa porque o nosso objetivo é o Evangelho, fazê-lo conhecido a todo o mundo.
HÁBITOS SÃO DITADOS PELO TIPO DE NATUREZA QUE SE POSSUI
Os hábitos de um gato são ditados pelo tipo de natureza dos gatos; isto se aplica respectivamente a todas as demais espécies de animais.
Quanto ao homem, seus hábitos são ditados pela natureza humana, todavia como fora criado para ser à imagem e semelhança de Deus necessita para tanto, possuir também a natureza divina, para que possa atingir o propósito pleno da sua criação.
Assim, a natureza humana não pode responder por si só aos hábitos que são inerentes à natureza divina; pois não carrega consigo os hábitos de santidade que são exclusivos à natureza de Deus, ao contrário, em razão da queda no pecado carrega um princípio que é totalmente contrário ao citado hábito de santidade.
Acrescente-se a isso, que sem o arrependimento e a fé em Jesus Cristo é impossível ser participante da natureza divina.
Antes da Queda no pecado original a natureza humana se inclinava somente para o que é bom.
Mas, com a Queda, passou a se inclinar também para o que é mau, e esta inclinação passou a ser o princípio dominante que opera na natureza humana, pois o homem é mais inclinado para o mal do que para o bem, conforme se vê na experiência prática, e sendo confirmado pelas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos, de que temos um coração perverso do qual procedem todos os tipos de males, e os quais são referidos pelo apóstolo Paulo como sendo obras da carne.
Então “carne”, neste sentido bíblico, nada mais é do que a inclinação pecaminosa que habita na natureza humana, ao lado da primitiva inclinação para o bem, e que pode ser sufocada agora por esta má inclinação em muitas ocasiões e modos.
Esta inclinação original da natureza humana disposta para o bem nada pode fazer contra esta inclinação para o mal que leva o homem a pecar; ou seja, não pode tratar com a raiz do pecado no que se refere a subjugar e remover a fonte dos desejos maus.
Somente a natureza divina, que é recebida na conversão, por meio da fé em Cristo, tem o poder que é capaz de subjugar a inclinação pecaminosa da natureza humana.
Daí se afirmar que o Espírito que em nós habita, e que ativa e opera esta natureza divina, se opõe à carne, ou seja, à má inclinação de nossa natureza, que nela penetrou desde a Queda no pecado original.
Então, se somos instruídos pelo Espírito, submissos ao Espírito, movidos e guiados pelo Espírito, especialmente em relação àquelas atitudes e comportamentos santos da Palavra de Deus, podemos subjugar a má inclinação da natureza humana que dá para a morte espiritual, e assim, podemos experimentar a vida de Deus e a paz que dela decorre (Rom 8.6).
É nisto basicamente que consiste a nossa semelhança com Deus, ou seja, a nossa efetiva parcipação de sua natureza divina, traduzida nas operações progressivas do Espírito Santo para forjar em nós atitudes, comportamentos, atos e pensamentos que sejam cada vez mais condizentes com a nossa inclinação para aquela santidade que é inerente à natureza divina, e que existe somente naqueles que pertencem a Jesus Cristo.
Assim, perdemos muito desta semelhança com Deus quando não andamos no Espírito, ou seja, quando não somos instruídos, dirigidos e movidos por Ele, por causa de andarmos segundo a má inclinação que é para a carne (pecado), porque em vez de produzirmos o fruto do Espírito em nossas vidas, produzimos as obras da carne.
À luz destas verdades bíblicas podemos entender porque simples atos bons morais não configuram necessariamente aquela santidade divina à qual somos chamados, porque a antiga inclinação para o bem da natureza humana pode responder a isto.
Assim, é possível praticar o bem e não ser participante da vida de Deus, porque é certo que em todas as pessoas, esta habilidade para o bem sempre é acompanhada de perto e subjugada por uma outra inclinação que é mais poderosa, ou seja, a que é para o mal, e sendo Deus, completamente santo e justo, não pode habitar onde o problema do pecado não tenha sido resolvido, pelo perdão e pela justificação que existem somente por meio da nossa fé no Senhor Jesus Cristo.
Quanto ao homem, seus hábitos são ditados pela natureza humana, todavia como fora criado para ser à imagem e semelhança de Deus necessita para tanto, possuir também a natureza divina, para que possa atingir o propósito pleno da sua criação.
Assim, a natureza humana não pode responder por si só aos hábitos que são inerentes à natureza divina; pois não carrega consigo os hábitos de santidade que são exclusivos à natureza de Deus, ao contrário, em razão da queda no pecado carrega um princípio que é totalmente contrário ao citado hábito de santidade.
Acrescente-se a isso, que sem o arrependimento e a fé em Jesus Cristo é impossível ser participante da natureza divina.
Antes da Queda no pecado original a natureza humana se inclinava somente para o que é bom.
Mas, com a Queda, passou a se inclinar também para o que é mau, e esta inclinação passou a ser o princípio dominante que opera na natureza humana, pois o homem é mais inclinado para o mal do que para o bem, conforme se vê na experiência prática, e sendo confirmado pelas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos, de que temos um coração perverso do qual procedem todos os tipos de males, e os quais são referidos pelo apóstolo Paulo como sendo obras da carne.
Então “carne”, neste sentido bíblico, nada mais é do que a inclinação pecaminosa que habita na natureza humana, ao lado da primitiva inclinação para o bem, e que pode ser sufocada agora por esta má inclinação em muitas ocasiões e modos.
Esta inclinação original da natureza humana disposta para o bem nada pode fazer contra esta inclinação para o mal que leva o homem a pecar; ou seja, não pode tratar com a raiz do pecado no que se refere a subjugar e remover a fonte dos desejos maus.
Somente a natureza divina, que é recebida na conversão, por meio da fé em Cristo, tem o poder que é capaz de subjugar a inclinação pecaminosa da natureza humana.
Daí se afirmar que o Espírito que em nós habita, e que ativa e opera esta natureza divina, se opõe à carne, ou seja, à má inclinação de nossa natureza, que nela penetrou desde a Queda no pecado original.
Então, se somos instruídos pelo Espírito, submissos ao Espírito, movidos e guiados pelo Espírito, especialmente em relação àquelas atitudes e comportamentos santos da Palavra de Deus, podemos subjugar a má inclinação da natureza humana que dá para a morte espiritual, e assim, podemos experimentar a vida de Deus e a paz que dela decorre (Rom 8.6).
É nisto basicamente que consiste a nossa semelhança com Deus, ou seja, a nossa efetiva parcipação de sua natureza divina, traduzida nas operações progressivas do Espírito Santo para forjar em nós atitudes, comportamentos, atos e pensamentos que sejam cada vez mais condizentes com a nossa inclinação para aquela santidade que é inerente à natureza divina, e que existe somente naqueles que pertencem a Jesus Cristo.
Assim, perdemos muito desta semelhança com Deus quando não andamos no Espírito, ou seja, quando não somos instruídos, dirigidos e movidos por Ele, por causa de andarmos segundo a má inclinação que é para a carne (pecado), porque em vez de produzirmos o fruto do Espírito em nossas vidas, produzimos as obras da carne.
À luz destas verdades bíblicas podemos entender porque simples atos bons morais não configuram necessariamente aquela santidade divina à qual somos chamados, porque a antiga inclinação para o bem da natureza humana pode responder a isto.
Assim, é possível praticar o bem e não ser participante da vida de Deus, porque é certo que em todas as pessoas, esta habilidade para o bem sempre é acompanhada de perto e subjugada por uma outra inclinação que é mais poderosa, ou seja, a que é para o mal, e sendo Deus, completamente santo e justo, não pode habitar onde o problema do pecado não tenha sido resolvido, pelo perdão e pela justificação que existem somente por meio da nossa fé no Senhor Jesus Cristo.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
ALEGRIA NA DOR
Versículo do dia: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus. (Mateus 5.11-12)
O Hedonismo Cristão afirma que há diferentes formas de se alegrar no sofrimento como um cristão. Todas devem ser buscadas como uma expressão da todo-suficiente e todo-satisfatória graça de Deus.
Uma forma de se regozijar no sofrimento vem de fixar nossa mente firmemente na grandeza da recompensa que virá a nós na ressurreição. O efeito desse tipo de foco é fazer com que a dor presente pareça pequena em comparação com o que está por vir: “Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8.18, veja 2 Coríntios 4.16-18). Ao tornar o sofrimento tolerável, a alegria por nossa recompensa também tornará o amor possível.
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão” (Lucas 6.35). Seja generoso com os pobres “e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos” (Lucas 14.14).
Outra forma de se regozijar no sofrimento decorre dos efeitos do sofrimento em nossa segurança da esperança. A alegria na aflição está enraizada na esperança da ressurreição, mas nossa experiência do sofrimento também aprofunda a raiz dessa esperança.
Por exemplo, Paulo diz: “nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3-4).
Aqui, a alegria de Paulo não está apenas enraizada em sua grande recompensa, mas no efeito do sofrimento para solidificar a sua esperança naquela recompensa. As aflições produzem perseverança, a perseverança produz um senso de que nossa fé é real e genuína, e isso fortalece nossa esperança de que realmente teremos a Cristo.
Versículo do dia: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus. (Mateus 5.11-12)
O Hedonismo Cristão afirma que há diferentes formas de se alegrar no sofrimento como um cristão. Todas devem ser buscadas como uma expressão da todo-suficiente e todo-satisfatória graça de Deus.
Uma forma de se regozijar no sofrimento vem de fixar nossa mente firmemente na grandeza da recompensa que virá a nós na ressurreição. O efeito desse tipo de foco é fazer com que a dor presente pareça pequena em comparação com o que está por vir: “Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8.18, veja 2 Coríntios 4.16-18). Ao tornar o sofrimento tolerável, a alegria por nossa recompensa também tornará o amor possível.
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão” (Lucas 6.35). Seja generoso com os pobres “e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos” (Lucas 14.14).
Outra forma de se regozijar no sofrimento decorre dos efeitos do sofrimento em nossa segurança da esperança. A alegria na aflição está enraizada na esperança da ressurreição, mas nossa experiência do sofrimento também aprofunda a raiz dessa esperança.
Por exemplo, Paulo diz: “nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3-4).
Aqui, a alegria de Paulo não está apenas enraizada em sua grande recompensa, mas no efeito do sofrimento para solidificar a sua esperança naquela recompensa. As aflições produzem perseverança, a perseverança produz um senso de que nossa fé é real e genuína, e isso fortalece nossa esperança de que realmente teremos a Cristo.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do dia: Eu, o SENHOR, não mudo. (Malaquias 3.6)
E bom para nós que, em meio a toda a instabilidade da vida, existe Alguém que não pode ser afetado pelas mudanças. Alguém cujo coração nunca se altera e em cuja de face não há rugas. Todas as outras coisas têm mudado. O próprio sol, no passar dos séculos, tem diminuído o seu esplendor. O mundo está envelhecendo. O enrolamento dos vestidos desgastados já começou. A terra e os céus terão de passar em breve. Eles perecerão e ficarão velhos, como uma roupa, mas existe Alguém que possui a imortalidade, cujos anos não têm fim, e em cuja pessoa não existe qualquer mudança. O marinheiro sente deleite quando, depois de haver estado no mar durante muitos dias, caminha novamente sobre a terra firme. Isto é semelhante à satisfação de um crente que, em meio a todas as mudanças desta vida turbulenta, deposita a sua confiança nesta verdade: “Eu, o SENHOR, não mudo”. A estabilidade que tem o barco quando este, em fim, chega ao porto é como aquela que a esperança do crente proporciona-lhe quando ela fixa-se nesta verdade gloriosa. Em Deus, “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1.17). Os atributos de Deus no passado são os mesmos hoje. Seu poder, sabedoria, justiça e verdade são todos imutáveis. Ele sempre tem sido o refúgio e fortaleza de seu povo no dia da tribulação (ver Naum 1.7). Deus ainda é o auxílio seguro dos seus servos. Ele é imutável em seu amor. Deus tem amado o seu povo “com amor eterno” (Jeremias 31.3). Ele o ama agora com tanto amor como sempre o amou. Quando todas as coisas terrenas forem liquidadas, no último conflito, o amor dele ainda vestirá “o orvalho da tua mocidade” (Salmos 110.3 ARC). Preciosa é a certeza de que Deus não muda! A roda da providência gira, mas seu eixo é amor eterno. Morte e mudança estão sempre ocupadas, O homem enfraquece, e a idade avança; M as a misericórdia de Deus está presente; E sua sabedoria, e seu amor sempre nos alcança!
E bom para nós que, em meio a toda a instabilidade da vida, existe Alguém que não pode ser afetado pelas mudanças. Alguém cujo coração nunca se altera e em cuja de face não há rugas. Todas as outras coisas têm mudado. O próprio sol, no passar dos séculos, tem diminuído o seu esplendor. O mundo está envelhecendo. O enrolamento dos vestidos desgastados já começou. A terra e os céus terão de passar em breve. Eles perecerão e ficarão velhos, como uma roupa, mas existe Alguém que possui a imortalidade, cujos anos não têm fim, e em cuja pessoa não existe qualquer mudança. O marinheiro sente deleite quando, depois de haver estado no mar durante muitos dias, caminha novamente sobre a terra firme. Isto é semelhante à satisfação de um crente que, em meio a todas as mudanças desta vida turbulenta, deposita a sua confiança nesta verdade: “Eu, o SENHOR, não mudo”. A estabilidade que tem o barco quando este, em fim, chega ao porto é como aquela que a esperança do crente proporciona-lhe quando ela fixa-se nesta verdade gloriosa. Em Deus, “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1.17). Os atributos de Deus no passado são os mesmos hoje. Seu poder, sabedoria, justiça e verdade são todos imutáveis. Ele sempre tem sido o refúgio e fortaleza de seu povo no dia da tribulação (ver Naum 1.7). Deus ainda é o auxílio seguro dos seus servos. Ele é imutável em seu amor. Deus tem amado o seu povo “com amor eterno” (Jeremias 31.3). Ele o ama agora com tanto amor como sempre o amou. Quando todas as coisas terrenas forem liquidadas, no último conflito, o amor dele ainda vestirá “o orvalho da tua mocidade” (Salmos 110.3 ARC). Preciosa é a certeza de que Deus não muda! A roda da providência gira, mas seu eixo é amor eterno. Morte e mudança estão sempre ocupadas, O homem enfraquece, e a idade avança; M as a misericórdia de Deus está presente; E sua sabedoria, e seu amor sempre nos alcança!
O ENDURECIMENTO DOS ELEITOS
Por Abraham Kuyper
Ó, Senhor, por que endureces o nosso coração para que que te não temamos? (Is 63.17)
Que existe o endurecimento do coração, que culmina em pecado contra o Espírito Santo, não se pode negar. Quando estivermos lidando com coisas espirituais devemos levar esse fato em conta, pois é um dos instrumentos mais temíveis da ira divina. Dizer que Satanás ou Davi ou o Senhor tentou o rei acaba sendo a mesma coisa. A causa é sempre o pecado do homem, e, em cada um desses três casos, a fatalidade destrutiva pela qual o pecado envenena e destrói a alma não pode ser separada do governo de Deus.
Entretanto, ao estudar esse assunto, nós devemos nos lembrar, para o nosso próprio consolo, de que o endurecimento não é essencial e invariavelmente absoluto e irreparável. Nós devemos distinguir entre o endurecimento temporário e um endurecimento permanente. O último é absoluto, mas o primeiro passa e se dissolve na fé salvadora.
Ao clamar “ó, SENHOR… Por que endureces o nosso coração?”, Isaías representa as pessoas que estão, agora, na glória, diante do trono. Além do mais, a questão em si, a tristeza expressa e o anseio por Deus do qual se fala são suficientes para nos assegurar que Isaías não era um Faraó. O fato de que Israel é exortado, “não endureçais o coração, como em Meribá” (SI 95.8), prova que o endurecimento mencionado não tinha sido para sempre. O endurecimento que, segundo o apóstolo Paulo, tinha vindo em parte sobre Israel não foi absoluto, como fica claro nas palavras “em parte” (Rm 11.25).
O endurecimento temporário e o permanente não devem ser confundidos. Isso levaria o pecador culpado ao desespero espiritual e levantaria o pensamento de Caim em seu coração – uma ira que exige o cuidado mais zeloso e atento. Satanás, o inimigo das almas, entende totalmente todas as fraquezas do coração humano. Sobre esse assunto ele sabe mais do que o mais bem informado dentre os homens. Ele sabe se deve atacar um homem de frente ou por trás, arruiná-lo com ameaças ou lisonjas, amedrontá-lo com desespero ou enganá-lo com perspectivas de paz. Por essa razão é que ele se deleita repetidas vezes em fazer o homem menosprezar o perigo mortal de sua alma ou crer que está irremediavelmente perdido e além do poder da redenção.
Quantas almas Satanás não têm aterrorizado com o pecado contra o Espírito Santo, almas que nunca pensariam em fazer tal coisa, que, ao contrário, têm consideração tema pela honra do Espírito Santo na esperança da sua salvação, mas que, mesmo assim, ele enredou na crença terrível de estarem totalmente perdidas e lançadas fora, de terem cometido o pecado imperdoável! E claro que, se tais almas tivessem vivido próximas da Palavra, perscrutado-a mais zelosamente, e se prendido mais intimamente direção da interpretação da igreja com respeito a esse mistério obscuro, elas nunca teriam caído nessa armadilha. Mas, da forma como aconteceu, Satanás cochichou em seus ouvidos e, quase afogando a vida espiritual delas, algumas vezes durante anos, manteve-as definhando em medo mortal de estarem perdidas para sempre. A noite espiritual foi tão escura que parecia que nenhum raio de luz algum dia conseguiria atravessá-la.
O mesmo ocorre com o endurecimento. Até mesmo com essa operação terrível Satanás faz seu jogo horrendo com os filhos de Deus, roubando-lhes a paz espiritual. Naturalmente, isso nunca ocorre de forma totalmente isenta de culpa da parte deles. Todas as aflições espirituais dos crentes são necessariamente resultado de sua transgressão, independentemente de serem essas transgressões públicas ou particulares. Mas quem semeia a semente maligna no campo fertilizado pelo pecado não é outro senão o tentador das almas, que, furtivamente, põe-se ao seu lado e sugere que seu estado lastimável era pior do que se ele tivesse sido simplesmente abandonado que existem sinais de endurecimento que certamente aumentarão, e, por isso, a flor da esperança murchou e toda expectativa acabou.
E para enfrentar esse perigo, a alma deve estar preparada para entender clara e definidamente a distinção entre o endurecimento temporário e o permanente. O primeiro vem a todos os filhos de Deus. Não existe ninguém, entre os que chegam até certa idade, que não se lembre de ter alguma vez sentido que o amor de Deus o compeliu a se afastar de algum pecado ou descrença, mas isso parecia somente incitá-lo ainda mais a resistir a esse amor, a fechar seus ouvidos a ele e, com maior energia, abraçar o mal. Essa resistência não tinha a intenção de persistir no pecado, mas simplesmente de ganhar tempo para poder gozar os deleites pecaminosos um pouco mais, enquanto o amor divino era resistido. Nós dizíamos: “Espere só mais um pouco e depois eu paro com essa resistência”. Na realidade, enquanto nós assim brincamos com o amor de Deus, acreditamos que ele é forte o suficiente para suportar essa pequena oposição. Isso pode resultar num endurecimento temporário, que, algumas vezes, é muito sério e consiste no fato de que alguns crentes que pretendiam romper com a prática do pecado descobrem, com grande aflição, que devido à sua tolerância temporária, o poder de resistir ao pecado também se foi.
Esta é ajusta recompensa de Deus. O amor ao qual esse crente desobediente resistiu por amor ao pecado foi insultado e se recusa a ser objeto de brincadeira. Embora ele não esperasse, por causa de sua resistência obstinada a esse primeiro amor, o poder do pecado foi fortalecido, a sensibilidade terna da alma foi cegada e o coração se tornou cheio de calos. O que inicialmente era um mero arranhão na pele se tornou um furúnculo virulento. Um poder maligno se desenvolveu imperceptível e inesperadamente. O crente luta contra esse poder, mas em vão. Depois de sucessivas quedas, ele para de lutar e, gradativamente, cai num estado de endurecimento tão lamentável que não consegue descobrir em seu coração o mínimo traço do amor divino.
Entretanto, esse endurecimento é apenas parcial, pois ele tem relação apenas com uma questão em especial, e essa é a diferença entre o endurecimento parcial e o permanente. À parte dessa questão, ele ainda queima de amor e zelo por seu Deus, e pode ainda abrir seu coração para a operação dos poderes graciosos da vida eterna e até mesmo ter comunhão abençoada com o Senhor. Mas tudo isso, vagarosamente, desaparece. O abscesso virulento gradativamente passa o calor da febre de uma parte para outra. O sangue nas veias da alma é mantido nas veias em tensão irrequieta e, a esse endurecimento parcial, é acrescentado um senso de abandono geral que leva a sua comunhão a se tornar mais e mais rara e menos aliviadora. Pode haver uma gota de óleo ocasional, mas nunca uma unção completa, nova. Como resultado, ele se sente pobre, seco, e morto, anda por toda parte com a sentença de condenação em sua consciência, mas, no meio de sua angústia, sua alma geme por Deus.
O Senhor ouve esse gemido. Pode não haver uma oração, e o Espírito Santo pode ter se afastado demais para capacitar sua alma a se derramar em súplicas; contudo, enquanto houver uma torcida que fumega e uma cana quebrada que, em vão, tenta se levantar, enquanto houver um sentimento de humilhação e um gemido interior a Deus por livramento, o Senhor inclina seu ouvido, cheio de compaixão, e se aproxima a hora em que o Sol da Justiça dispersará as nuvens e derreterá o coração endurecido. O primeiro amor, repelido, agora retorna com poder irresistível para alegrar sua alma. A crosta de gelo começa a se derreter. Uma emoção bendita, desconhecida por anos, se faz sentir. O olho seco começa a se turvar, e o joelho inflexível e o pescoço rígido começam a se dobrar em oração. A misericórdia e longanimidade de Deus levam novo óleo a correr e, com uma auto-humilhação até então desconhecida, a alma acredita e louva e adora uma vez mais a graça do Senhor Jesus Cristo e as abundantes misericórdias de seu Deus.
Embora esse seja um endurecimento real, contudo é como aquele que cai sobre os rios e campos no inverno, quando as folhas amarelas caem das árvores os raios de sol se enfraquecem e as águas congelam. Mas esse inverno não dura para sempre. A primavera logo vem. Quando o capim fica verde outra vez e os pássaros cantam nas árvores, parece que, após o sono do inverno a natureza é vivificada com uma vida ainda mais abundante e gloriosa. Assim é o endurecimento temporário dos eleitos de Deus: um inverno seguido pela primavera, até o alvorecer da manhã eterna nos reinos da luz permanente.
Porém, o endurecimento permanente e eterno não é assim. Ele nos leva a pensar no mundo de neve e gelo eternos das regiões polares, que se congela para nunca mais derreter, e onde a natureza é coberta com uma sombria mortalha para ser retirada somente quando o Senhor vier sobre as nuvens e todo o mundo tiver se derretido com fervente calor.
É verdade que, mesmo no meio de neve e do gelo eternos, um único raio de sol pode, por algum tempo, traspassar as trevas, os pingentes de gelo podem cair e os campos gelados, se separar, mas o coração desse mundo gelado permanece intacto e suas fundações eternas, irremovíveis. Um bloco de gelo pode se separar do resto, mas continua sendo um bloco de gelo. Ele não pode se derreter; eternamente endurecido, mesmo na natureza!
Esse mundo de gelo é uma imagem terrível dos Seoms e Faraós e de todos os que são endurecidos permanentemente e entregues ao julgamento de Deus. O Amor de Deus foi ofendido para sempre e toda expressão de vida somente acrescenta mais calosidade ao coração, até que todo sentimento, concepção, e sensibilidade com referência às coisas espirituais tenham totalmente desaparecido. E, se ainda houver ficado qualquer vida e crescimento, eles são a vida e o crescimento do mofo que envenena, dos parasitas que destroem. O endurecimento é tão amedrontador que a pessoa em si fica totalmente insensível a ele. Em seu endurecimento temporário, o filho de Deus, por fim, derramará lágrimas, mas o outro prossegue com estrepitosa gargalhada até encontrar sua ruína final.
O Senhor Deus tenha misericórdia de nós! O julgamento divino do endurecimento é uma coisa horrenda!
ESTUDO: JESUS É O JUÍZ DE TODA A TERRA
“Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome;
e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.
Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?
Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;
e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.” (Mateus 21.18-22)
Nas ações que realizou quanto às coisas mais comuns desta vida nosso Senhor Jesus Cristo sempre demonstrou o grande poder e autoridade da Sua Majestade Divina.
Em todas as suas palavras e ações nós vemos um Jesus dotado de toda autoridade e todo poder, revelando e manifestando ser de fato o Criador do universo e de todas as coisas, e não alguém lânguido, fraco e inconstante como alguns costumam imaginar erroneamente.
No que fizera à figueira estéril há uma mensagem poderosa relativa à Sua completa autoridade sobre a criação, como também o demonstrara na ressurreição de mortos, na transformação de água em vinho, na multiplicação miraculosa extraordinária de pães e peixes, e em tantas outras demonstrações do Seu poder.
Todavia, esta mensagem da figueira é muito impressiva quanto a nos ensinar o que Ele fará com o Seu poder de Juiz sobre todos os seres morais que não dão frutos para Deus.
Como Jesus procurou figos não os achou, e então fez com que a figueira secasse de modo que não viveu para cumprir o propósito da sua existência.
A fome de Deus deve ser saciada com a nossa adoração e vida santificada, e o que deve ser esperado em relação àqueles onde isto não for achado?
Para ilustrar a verdade de que há uma condenação aguardando por todo aquele que não frutifica para Deus, nosso Senhor amaldiçoou então a figueira por não ter achado fruto na mesma, senão apenas folhas, e fez com que ela secasse, ao lhe dirigir a seguinte palavra de ordem: “Nunca mais nasça fruto de ti”.
No texto paralelo do evangelho de Marcos está registrado que havia somente folhas na figueira porque não era ainda a estação dos figos (Mc 11.13).
Alguém perguntaria porque então Jesus fez com que a figueira secasse, já que não era tempo de figos?
Somos dados a querer entender coisas espirituais com nossa lógica natural.
Se formos por este caminho poderemos até chegar à conclusão indevida de que nosso Senhor agiu de forma insensata.
Todavia, o fato de não ser época de figos, somente serviu para reforçar o ensino que Ele pretendeu nos dar de que não somos figueiras, mas homens, e que no que respeita à humanidade, é seu dever sempre dar os frutos esperados por Deus, a tempo e a fora de tempo, senão estará sujeita a um julgamento.
Nosso Senhor quis figos e não os encontrou. E qual foi o resultado? Nosso Senhor quer achar frutos em nós, e se não os acha, qual será o resultado?
Ele nos mostrou de modo muito veemente o dever que temos para com Deus de estarmos sempre frutificando para Ele, e este fruto é especialmente o fruto do Espírito citado em Gál 5.22,23.
Assim, não foi por nenhum acesso de ira, de indignação, de desprezo pelas árvores, de descontrole emocional, ou por qualquer motivo injustificável que o Senhor o fizera, mas para deixar tal ensinamento para nós, e também o de que tudo é possível ao que crê.
E o modo de frutificar para Deus é possível somente pela fé. Quanto maior a fé, maior a frutificação. Dar o fruto do Espírito Santo é impossível para nós, por nossa própria capacidade, mas não impossível para a fé.
Quando o Senhor nos mover a orar por coisas, aparentemente impossíveis de serem feitas, e incompreensíveis para a nossa razão natural, não devemos nos conduzir pelo que julgamos ser lógico ou possível, mas obedecermos em espírito à ordem que nos for dada. Se formos chamados a orar por algum impossível, especialmente em relação a algum fruto do Espírito Santo, como por exemplo, sermos longânimos, bondosos, misericordiosos, o Senhor é poderoso para torná-lo possível, porque não há impossíveis para a fé que se apoia em Deus.
O pecado da esterilidade espiritual é geralmente o resultado de um outro pecado, a saber, o da incredulidade.
Por isso nosso Senhor associou a fé, ao evento de ter secado a figueira, ensinando aos discípulos que deveriam ter fé para serem santificados, e para operarem sinais e maravilhas, porque dependeriam disto, e muito, para que não fossem achados estéreis em suas vidas espirituais diante de Deus.
Este ensino causou grande impressão e ficou gravado de modo indelével na mente dos discípulos que testemunharam aquele milagre, e este foi registrado para produzir o mesmo impacto em nós.
e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.
Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?
Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;
e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.” (Mateus 21.18-22)
Nas ações que realizou quanto às coisas mais comuns desta vida nosso Senhor Jesus Cristo sempre demonstrou o grande poder e autoridade da Sua Majestade Divina.
Em todas as suas palavras e ações nós vemos um Jesus dotado de toda autoridade e todo poder, revelando e manifestando ser de fato o Criador do universo e de todas as coisas, e não alguém lânguido, fraco e inconstante como alguns costumam imaginar erroneamente.
No que fizera à figueira estéril há uma mensagem poderosa relativa à Sua completa autoridade sobre a criação, como também o demonstrara na ressurreição de mortos, na transformação de água em vinho, na multiplicação miraculosa extraordinária de pães e peixes, e em tantas outras demonstrações do Seu poder.
Todavia, esta mensagem da figueira é muito impressiva quanto a nos ensinar o que Ele fará com o Seu poder de Juiz sobre todos os seres morais que não dão frutos para Deus.
Como Jesus procurou figos não os achou, e então fez com que a figueira secasse de modo que não viveu para cumprir o propósito da sua existência.
A fome de Deus deve ser saciada com a nossa adoração e vida santificada, e o que deve ser esperado em relação àqueles onde isto não for achado?
Para ilustrar a verdade de que há uma condenação aguardando por todo aquele que não frutifica para Deus, nosso Senhor amaldiçoou então a figueira por não ter achado fruto na mesma, senão apenas folhas, e fez com que ela secasse, ao lhe dirigir a seguinte palavra de ordem: “Nunca mais nasça fruto de ti”.
No texto paralelo do evangelho de Marcos está registrado que havia somente folhas na figueira porque não era ainda a estação dos figos (Mc 11.13).
Alguém perguntaria porque então Jesus fez com que a figueira secasse, já que não era tempo de figos?
Somos dados a querer entender coisas espirituais com nossa lógica natural.
Se formos por este caminho poderemos até chegar à conclusão indevida de que nosso Senhor agiu de forma insensata.
Todavia, o fato de não ser época de figos, somente serviu para reforçar o ensino que Ele pretendeu nos dar de que não somos figueiras, mas homens, e que no que respeita à humanidade, é seu dever sempre dar os frutos esperados por Deus, a tempo e a fora de tempo, senão estará sujeita a um julgamento.
Nosso Senhor quis figos e não os encontrou. E qual foi o resultado? Nosso Senhor quer achar frutos em nós, e se não os acha, qual será o resultado?
Ele nos mostrou de modo muito veemente o dever que temos para com Deus de estarmos sempre frutificando para Ele, e este fruto é especialmente o fruto do Espírito citado em Gál 5.22,23.
Assim, não foi por nenhum acesso de ira, de indignação, de desprezo pelas árvores, de descontrole emocional, ou por qualquer motivo injustificável que o Senhor o fizera, mas para deixar tal ensinamento para nós, e também o de que tudo é possível ao que crê.
E o modo de frutificar para Deus é possível somente pela fé. Quanto maior a fé, maior a frutificação. Dar o fruto do Espírito Santo é impossível para nós, por nossa própria capacidade, mas não impossível para a fé.
Quando o Senhor nos mover a orar por coisas, aparentemente impossíveis de serem feitas, e incompreensíveis para a nossa razão natural, não devemos nos conduzir pelo que julgamos ser lógico ou possível, mas obedecermos em espírito à ordem que nos for dada. Se formos chamados a orar por algum impossível, especialmente em relação a algum fruto do Espírito Santo, como por exemplo, sermos longânimos, bondosos, misericordiosos, o Senhor é poderoso para torná-lo possível, porque não há impossíveis para a fé que se apoia em Deus.
O pecado da esterilidade espiritual é geralmente o resultado de um outro pecado, a saber, o da incredulidade.
Por isso nosso Senhor associou a fé, ao evento de ter secado a figueira, ensinando aos discípulos que deveriam ter fé para serem santificados, e para operarem sinais e maravilhas, porque dependeriam disto, e muito, para que não fossem achados estéreis em suas vidas espirituais diante de Deus.
Este ensino causou grande impressão e ficou gravado de modo indelével na mente dos discípulos que testemunharam aquele milagre, e este foi registrado para produzir o mesmo impacto em nós.
FORÇA PARA O DIA
DA DOUTRINA AO DEVER
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1).
Não pode haver vida correta sem princípios corretos.
Imagine se alguém dissesse: “Eu tenho um dinheiro extra reservado. Acho que vou doar um valor ao governo”. Isso seria um absurdo, não acha? Mas todos os anos, uma parte dos salários honestos dos trabalhadores preenche o rendimento do governo. Por quê? Não é porque eles são generosos, mas porque há uma lei, uma doutrina que diz que eles precisam fazer isso.
A não ser que as pessoas conheçam o motivo que devem fazer, é improvável que eles se comprometam. Paulo entendeu isso. Ele sempre ensinava a doutrina antes do dever. O “Por isso”, em Efésios 4:1, liga a doutrina dos capítulos 1-3 ao dever dos capítulos 4-6. Doutrina e dever estão inseparavelmente ligados; o dever sempre procede da doutrina. A vida correta é baseada em princípios corretos. Paulo disse à igreja em Colossos: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que soubemos disso, não deixamos de orar por vocês e de pedir que transbordem do pleno conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual”. (1:9). Para qual propósito? “Para que possamos caminhar de modo digno do Senhor” (v. 10). O conhecimento, a sabedoria e a compreensão espirituais fazem parte da senda de uma vida digna.
Quando os pastores ensinam o dever sem ensinar a doutrina, eles enfraquecem a Palavra de Deus porque eliminaram o motivo. Podem despertar emoções, mas isso não traz compromisso em longo prazo. A responsabilidade do pastor é ensinar a verdade de Deus, e a responsabilidade do ouvinte é obedecê-la.
É claro que a fonte da verdade de Deus é a Sua Palavra: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. (2 Timóteo 3:16-17). Conhecer bem a Bíblia é o meio de nos equiparmos de uma vida justa.
Quando meditamos em nossa senda cristã, evitamos o emocionalismo, o legalismo e nos concentramos em viver o que aprendemos pelo estudo completo e pessoal da Palavra de Deus.
Sugestão para a oração
Se você negligenciou o estudo da Bíblia, confesse isso a Deus e peça-lhe que lhe dê maior desejo de aprender a Sua Palavra.
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1).
Não pode haver vida correta sem princípios corretos.
Imagine se alguém dissesse: “Eu tenho um dinheiro extra reservado. Acho que vou doar um valor ao governo”. Isso seria um absurdo, não acha? Mas todos os anos, uma parte dos salários honestos dos trabalhadores preenche o rendimento do governo. Por quê? Não é porque eles são generosos, mas porque há uma lei, uma doutrina que diz que eles precisam fazer isso.
A não ser que as pessoas conheçam o motivo que devem fazer, é improvável que eles se comprometam. Paulo entendeu isso. Ele sempre ensinava a doutrina antes do dever. O “Por isso”, em Efésios 4:1, liga a doutrina dos capítulos 1-3 ao dever dos capítulos 4-6. Doutrina e dever estão inseparavelmente ligados; o dever sempre procede da doutrina. A vida correta é baseada em princípios corretos. Paulo disse à igreja em Colossos: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que soubemos disso, não deixamos de orar por vocês e de pedir que transbordem do pleno conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual”. (1:9). Para qual propósito? “Para que possamos caminhar de modo digno do Senhor” (v. 10). O conhecimento, a sabedoria e a compreensão espirituais fazem parte da senda de uma vida digna.
Quando os pastores ensinam o dever sem ensinar a doutrina, eles enfraquecem a Palavra de Deus porque eliminaram o motivo. Podem despertar emoções, mas isso não traz compromisso em longo prazo. A responsabilidade do pastor é ensinar a verdade de Deus, e a responsabilidade do ouvinte é obedecê-la.
É claro que a fonte da verdade de Deus é a Sua Palavra: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. (2 Timóteo 3:16-17). Conhecer bem a Bíblia é o meio de nos equiparmos de uma vida justa.
Quando meditamos em nossa senda cristã, evitamos o emocionalismo, o legalismo e nos concentramos em viver o que aprendemos pelo estudo completo e pessoal da Palavra de Deus.
Sugestão para a oração
Se você negligenciou o estudo da Bíblia, confesse isso a Deus e peça-lhe que lhe dê maior desejo de aprender a Sua Palavra.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
OS SOFRIMENTOS DE CRISTO EM NÓS
Versículo dia: Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja. (Colossenses 1.24)
Cristo preparou uma oferta de amor para o mundo ao sofrer e morrer por pecadores. Essa oferta está consumada e nada lhe falta — exceto uma coisa: uma apresentação pessoal do próprio Cristo às nações do mundo.
A resposta de Deus a essa falta é convocar o povo de Cristo (pessoas como Paulo) a fazerem uma apresentação pessoal das aflições de Cristo ao mundo. Ao fazermos isso, “preenchemos o que resta das aflições de Cristo”. Nós terminamos aquilo para que elas foram concebidas, a saber, uma apresentação pessoal para as pessoas que não conhecem o valor infinito dessas aflições.
Porém, o mais surpreendente sobre Colossenses 1.24 é como Paulo preenche o que resta das aflições de Cristo.
Ele diz que são os seus próprios sofrimentos que preenchem as aflições de Cristo. Então, isso significa que Paulo demonstra os sofrimentos de Cristo quando ele mesmo sofre por aqueles que está tentando ganhar. Nos sofrimentos de Paulo, eles veem os sofrimentos de Cristo.
O resultado surpreendente é esse: Deus tem o propósito de que as aflições de Cristo sejam demonstradas ao mundo por meio das aflições do seu povo.
Deus realmente tem a intenção de que o corpo de Cristo, a igreja, experimente alguns dos sofrimentos que ele experimentou para que, quando proclamarmos a cruz como o caminho para a vida, as pessoas vejam as marcas da cruz em nós e sintam o amor da cruz a partir de nós.
Devocional Do Dia Charles Spurgeon
Versículo do dia: A igreja que está em tua casa. (Filemom 2)
Existe uma igreja em sua casa? Os pais, filhos, amigos, empregados são todos membros dessa igreja? Ou alguns ainda permanecem não-convertidos? Como um pai se alegraria intensamente e os olhos de uma mãe se encheriam de lágrimas santas, se todas as pessoas de sua casa fossem salvas, desde o mais novo ao mais velho. Oremos por esta grande misericórdia, até que Senhor a conceda para nós. Talvez o maior de todos os desejos de Filemom era que toda a sua família fosse salva. Todavia, esse desejo não lhe foi dado completamente, a princípio. Filemom tinha um servo ímpio, Onésimo, que, cometendo um delito contra seu senhor, fugiu de seu serviço. Mas as orações de Filemom acompanharam o servo; e, como Deus o quis, Onésimo foi levado a ouvir a pregação de Paulo. O coração dele foi transformado; ele retornou a Filemom, não somente para ser um servo fiel, mas também um irmão amado, sendo assim adicionado outro membro à igreja na casa de Filemom. Existe ainda algum membro da família não-convertido e distante do lar? Faça súplicas especiais em favor dele, a fim de que retorne ao lar, alegrando todos os corações com as boas novas a respeito do que a graça de Deus realizou! Há alguma pessoa não convertida, presente no lar, hoje? Oh! que ela seja alvo dessas súplicas! Se existe uma igreja em sua casa, coloque-a em ordem. Realize as atividades comuns da vida com santidade, diligência, bondade e sinceridade. No entanto, uma igreja envolve mais do que apenas as atividades normais da família. Neste caso, o culto familiar tem de ser mais dedicado e sincero. O amor entre os membros da família tem de ser mais intenso e firme, e a conduta fora do lar tem de ser mais santificada e semelhante à de Cristo. Não precisamos temer que a pequenez de nosso número nos removerá da lista de igrejas, pois o Espírito Santo inscreveu, neste caso, a igreja formada por uma família no memorial inspirado. Como igreja, aproximemo-nos ao grande Cabeça da única igreja, e peçamos-Lhe graça para brilhar diante dos homens para a glória do nome dele.
Existe uma igreja em sua casa? Os pais, filhos, amigos, empregados são todos membros dessa igreja? Ou alguns ainda permanecem não-convertidos? Como um pai se alegraria intensamente e os olhos de uma mãe se encheriam de lágrimas santas, se todas as pessoas de sua casa fossem salvas, desde o mais novo ao mais velho. Oremos por esta grande misericórdia, até que Senhor a conceda para nós. Talvez o maior de todos os desejos de Filemom era que toda a sua família fosse salva. Todavia, esse desejo não lhe foi dado completamente, a princípio. Filemom tinha um servo ímpio, Onésimo, que, cometendo um delito contra seu senhor, fugiu de seu serviço. Mas as orações de Filemom acompanharam o servo; e, como Deus o quis, Onésimo foi levado a ouvir a pregação de Paulo. O coração dele foi transformado; ele retornou a Filemom, não somente para ser um servo fiel, mas também um irmão amado, sendo assim adicionado outro membro à igreja na casa de Filemom. Existe ainda algum membro da família não-convertido e distante do lar? Faça súplicas especiais em favor dele, a fim de que retorne ao lar, alegrando todos os corações com as boas novas a respeito do que a graça de Deus realizou! Há alguma pessoa não convertida, presente no lar, hoje? Oh! que ela seja alvo dessas súplicas! Se existe uma igreja em sua casa, coloque-a em ordem. Realize as atividades comuns da vida com santidade, diligência, bondade e sinceridade. No entanto, uma igreja envolve mais do que apenas as atividades normais da família. Neste caso, o culto familiar tem de ser mais dedicado e sincero. O amor entre os membros da família tem de ser mais intenso e firme, e a conduta fora do lar tem de ser mais santificada e semelhante à de Cristo. Não precisamos temer que a pequenez de nosso número nos removerá da lista de igrejas, pois o Espírito Santo inscreveu, neste caso, a igreja formada por uma família no memorial inspirado. Como igreja, aproximemo-nos ao grande Cabeça da única igreja, e peçamos-Lhe graça para brilhar diante dos homens para a glória do nome dele.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
COMO LER E ENTENDER A BÍBLIA
Por Paulo Ulisses
Pegar o livro. Abrir o livro. Ler. E pensar: “Nossa, como isso é profundo!”. Fechar o livro. Guardar o livro. Se afastar do livro. Esquecê-lo por algum tempo… Retomar o processo.
Essa tem sido a rotina de leitura bíblica de muitos cristãos. Simplesmente indiferentes ao conteúdo das Escrituras. Recorrem a ela como um manual de como viver a vida, ou um livro de autoajuda que apenas serve para “fazer com que eu me sinta melhor”. Pior ainda, vão às Escrituras como ela fosse um grimório onde se encontram porções mágicas para ser feliz ou ser bem-sucedido; para conseguir um relacionamento e coisas do gênero.
A Escritura é a palavra de Deus. Ela mesma dá testemunho de si como autoridade e meio pelo qual o homem deve guiar seu caminho: “Toda a Escritura é inspirada por deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3:16). Esse texto fala claramente da instrumentalidade das Escrituras Sagradas, como palavra de Deus inspirada. O termo “inspirada” (θεόπνευστος) significa literalmente “soprada, ou aspirada por Deus”, indicando a sua procedência.
Todavia, esse texto está se referindo a todo o Escrito do Antigo Testamento. Como, pois, poderíamos atestar a inspiração do Novo Testamento? O próprio também oferece testemunho quanto à sua autoridade. Em sua primeira carta à igreja de Tessalônica, Paulo dá graças porque eles receberam seus escritos “não como simples ensino de homens, mas sim, como, em verdade é, a Palavra de Deus” (1 Tessalonicenses 2:14 KJV).
Pedro, em sua segunda carta, diz: “Ele [Paulo] escreve do mesmo modo em todas as suas epístolas, discorrendo nelas sobre esses assuntos, na quais existem trechos difíceis de entender, os quais são distorcidos pelos ignorantes e insensatos, como fazem também com as demais Escrituras para a própria destruição deles (2 Pedro 3:16 KJV).
O apóstolo coloca os escritos de Paulo no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento. Vale lembrar que Pedro era um judeu, que tinha alto apreço pela Palavra do Senhor; logo, estamos diante do comentário de alguém bastante criterioso no que tange a discernir o conteúdo inspirado das Escrituras, além de ser também um apóstolo que está sendo usado para lançar os fundamentos da fé.
Tudo isso nos remete a entender que a Bíblia que temos em mãos é, sem dúvida, a Palavra do nosso Deus. O puritano Thomas Watson afirmou que: “Em cada linha que você lê, imagine Deus falando com você”.1 Ler as páginas sagradas deve nos levar à um alto apreço para com Deus e, principalmente, em considerar seus mandamentos e princípios abordados nas Escrituras.
Contudo, há alguns aspectos quanto a Palavra de Deus que devem ser compreendidos, para que possamos ter uma melhor compreensão sobre ela.
A Bíblia é um livro humano
Há três correntes de pensamento quanto à inspiração do Texto Sagrado: aqueles que afirmam que ela foi inspirada mecanicamente, dinamicamente e organicamente. Essas três linhas de raciocínio discutem sobre como o processo de revelação aconteceu.
Deus é um ser infinito. Nós, finitos. Logo, a distância entre Deus e nós, por si só, dificulta a comunicação entre as partes. Todavia, como afirma Calvino2:
Todo o verdadeiro conhecimento de Deus decorre do fato de que Deus, em sua misericórdia, houve por bem revelar-se.3
Isso é o que chamamos de doutrina da acomodação, onde, em sua infinita grandeza, se acomoda a linguagem limitada humana, com o fim de manter contato com sua criatura. A confissão de Fé de Westminster, falando sobre o pacto de Deus com o homem, lança luz sobre essa questão, quando afirma:
Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.4
Através disso, compreendemos que Deus se valeu, em primeiro lugar, de sua boa e graciosa vontade para se revelar ao homem e, em segundo lugar, através da Escritura, que fora escrita por homens inspirados por Deus para essa tarefa. Mas, como correu essa inspiração?
1.1. Inspiração mecânica
Os adeptos dessa corrente de pensamento afirmam que as Escrituras foram ditadas pelo Espirito Santo, de modo a anular a mente e a personalidade daqueles que a registraram4. Aqueles que favorecem esse tipo de inspiração acreditam que os autores bíblicos não passaram de meros copistas, pessoas que registraram as informações por ordem de Deus, sem ter qualquer envolvimento com o teor da mensagem.
No entanto, esse tipo de argumentação não coaduna com as características encontradas nos textos bíblicos. Percebemos, ao longo de toda a Palavra de Deus, traços peculiares dos autores de cada livro. A erudição de Paulo, os sentimentos de João, a descrição de Esdras, e a linguagem às vezes poética de Isaias.
1.2. Inspiração dinâmica
Esse pensamento é o extremo oposto do primeiro. Os autores bíblicos tiveram completa autonomia sobre a complicação dos escritos, sendo atribuída ao Espirito Santo apenas uma iluminação, no que concerne ao assunto a ser tratado. A excelência dos seus escritos deve ser atribuída à influência santificadora no caráter, mente e palavras deles, devida à comunhão profunda com Deus ou pela convivência com Jesus, e não a uma ação sobrenatural e ímpar do Espírito.5
1.3. Inspiração orgânica
Aqui temos a linha de pensamento defendida por grande parte dos teólogos reformados, e que representa a interpretação mais equilibrada quanto à inspiração dos autores bíblicos, exibida também pela própria Escritura. Os autores bíblicos foram inspirados por Deus para escreverem a Palavra do Senhor, de modo que tudo aquilo que o Espírito Santo tencionou registrar para exortação do povo de Deus, quanto as verdades necessárias para tal, foi de fato escrito, mas também as características pessoais de cada autor, como contexto histórico, cultural, educação, estilo, foram usados colaborativamente, sem que isso pusesse em risco qualquer aspecto do processo de registro do conselho de Deus nas Santas Escrituras.
O fato de estarmos lidando com um livro que também é humano, porque foi escrito por homens e suas características foram usadas durante a escrituração do mesmo, não diminui em nada sua autoridade ou poder. Todo o processo de registro foi completamente supervisionado pelo Espírito de Deus, que fez com que exatamente tudo o que ele quis que fosse escrito de fato fosse escrito, como já argumentamos anteriormente.
Não há qualquer razão para termos qualquer receio em receber a Bíblia como Palavra de Deus, como fizeram os Tessalonicenses. Pelo contrário, embora seja um livro humano, a Bíblia é o oráculo de Deus, o meio pelo qualquer ele escolheu para revelar-se a nós, o que nos leva ao segundo ponto: A bíblia é um livro divino.
A Bíblia é um livro divino
Como vimos, há passagens em toda a Escritura que atestam que ela é, de fato, a Palavra do Senhor.
A bíblia foi escrita por 40 autores diferentes, durante um período de pelo menos 1500 anos. Todo o conteúdo da bíblia foi atestado e vivido tanto pelos autores quanto pelo povo de Israel e a igreja desde os apóstolos. Cada palavra que foi escrita teve e tem peso divino sobre nossas vidas. Um dos aspectos que apontam para o caráter divino das Escrituras é a sua harmonia. Nenhum outro livro escrito por um número tão grande de autores contém uma harmonia tão perfeita, capaz de transmitir fatos, ideias e princípios de forma perfeitamente linear, como faz a Palavra do Senhor. Mais uma vez a confissão de fé de Westminster nos ajuda a compreender a autoridade e distinção que tem a Bíblia:
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.6
Percebamos que não somente é apresentada a harmonia como indicio do caráter divino das Escrituras, mas também outros aspectos que podem certamente atestar o aspecto divino do seu teor, mas o que é apontado como sendo aquilo que de fato comunica o caráter divino do texto sagrado, é a obra perfeita e maravilhosa do Espírito Santo em nossos corações, revelando que a Bíblia é a palavra do Criador para nós.
Para interpretar esse livro tão magnifico, devemos nos esforçar e empreender árduo compromisso, com o fim de que saibamos o direcionamento que ela nos dá para agradar e glorificar a Cristo, pois esse é o seu objetivo. Entretanto, algumas dificuldades surgem como obstáculo na hora de interpretar o Texto Sagrado.
Um exemplo disso é o nosso distanciamento dos autores. Hoje, quando queremos entender melhor um texto, podemos procurar aquele que o escreveu para tirarmos dúvidas quanto a algum ponto que não tenha ficado muito claro. Isso não é possível quando se trata dos autores bíblicos, pois estão mortos e há 2000 anos de distância no tempo de nós. Sua cultura, seu contexto histórico (o que acontecia enquanto ele escrevia), seu idioma, tudo isso são fatores complicados na hora de entendermos a Escritura.
Outro fator é a nossa limitação. Como seres limitados e imperfeitos, não conseguimos absorver todo o conhecimento, e nossa capacidade de processamento de informações é bem resumida, se levarmos em consideração a quantidade de informações que precisamos reter. Além disso, a queda reduziu ainda mais isso, corrompendo nossa moral, pervertendo nossos princípios e complicando nossas faculdades físicas e mentais. Somos seres caídos, e temos resquícios do pecado em nós, e isto milita diariamente contra aquilo que é bom e justo diante de Deus, como prescrição do que ele próprio deseja, por ser ele mesmo bom e justo. Ou seja, não queremos nos submeter às Escrituras, não gostamos e se formos deixados à nossa vontade pecadora, não o faremos.
Tudo isso ergue verdadeiras muralhas, as quais atrapalham nosso exercício de levar a mente cativa à Cristo por meio da Palavra do Senhor.
Conclusão
Sendo assim, gostaria de concluir esse texto lhe dando alguns conselhos sobre como ler e como interpretar a Palavra de Cristo:
Ore pedindo iluminação e obediência ao Espírito
Como foi dito, nosso coração pecador não quer se submeter à vontade de Cristo. Em nós mesmos, jamais buscaremos contato com a Bíblia objetivando agradar ao Criador. Então, ore sempre, pedindo ao Espírito que o ilumine, para que possa entender a Palavra de Deus, e através disso você possa agradá-lo com uma vida de santificação. Isso não será fácil, e exigirá de você muita disciplina, o que leva ao nosso próximo ponto. Lembre-se do salmista que confiava na Palavra de Deus como norteador da sua vida: “Tua Palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho!” (Salmos 119:105 KJV).
Discipline-se
Alguns cristãos acreditam que a leitura da Palavra de Deus deve ser algo espontâneo, feito com liberdade. O salmista aponta que o objetivo de ele ter escondido a Palavra do Senhor em seu coração foi para que não pecasse contra Deus: “Em meu coração conservei tua promessa para não pecar contra ti” (Salmos 119:11 KJV).
A palavra do Senhor não foi anexada no cérebro do salmista possibilitando sua conservação; ele teve de lê-la muitas vezes para que isso pudesse acontecer… e conseguiu. Tanto quanto ou mais que o salmista, devemos ler a palavra do Senhor repetidas vezes. Leia todos os dias. Muitas pessoas se queixam de não terem tempo de ler a Escritura devido a trabalho, universidade… O Senhor nos chama em primeiro lugar para servi-lo diretamente, ou seja, diante dele e em constante oração, servindo-o através de um comportamento digno do evangelho. Isso só poderá ser alcançado se interpretarmos a Bíblia em nosso coração através do exercício diário e de leitura.
Trabalhe, use livros e outros recursos
Graças a Deus, hoje temos inúmeros recursos que podem nos ajudar a ler e interpretar a palavra de Deus. Softwares e sites oferecem gratuitamente muitas ferramentas que podem nos auxiliar a ler a bíblia corretamente, diminuindo os distanciamentos que mencionamos como fatores que complicam nosso estudo. Sem contar a vastidão de livros escritos sobre interpretação do texto bíblico. Compre bons livros, dicionários, atlas, concordâncias bíblicas, os quais tornarão a leitura bíblica mais profunda e sua compreensão mais expandida quanto ao que fala o Texto Sagrado. O reformador João Calvino usa uma frase que explicita bem o trabalho de interpretação da bíblia: “Orare at labutare”(Ore e labute!). Diferentemente do que muitos pensam, um anjo não descerá dos céus com um rolo em que estará escrito a perfeita interpretação das Escrituras Sagradas. Cabe a nós, como filhos de Deus, buscar entender o que fala nosso Pai celeste em Seu Filho, Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo na sua Palavra. Então, se empenhe em estudar a Bíblia.
Em oposição a atitude que descrevemos no começo do texto, a leitura bíblica exige muito mais do que aquele comportamento distante e pontual – ela requer de nós um envolvimento muito mais íntimo e constante. Dedique tempo de qualidade para ler a Palavra de Deus, e sem dúvidas Cristo o iluminará e abençoará seus esforços para entender o que ele deseja de você com o seu Santo Espírito. Nossa atitude para com a Bíblia exibe diretamente qual é nossa compreensão de quem é Deus. Se tivermos um alto apreço pela Escritura e nos dedicarmos em lê-la, indubitavelmente Cristo será visto por nós com toda importância. Porém, se formos omissos e aquém de uma vida de constante leitura da Bíblia, nosso Senhor será alguém sempre colocado em segundo plano, e assim o conheceremos muito mal.
Cristo triunfa!
AS ARMAS ESPIRITUAIS
As armas com as quais Deus equipa os Seus santos são poderosas para que eles lutem nas Suas batalhas.
O apóstolo afirma isto em seu próprio testemunho:
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas
toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,
e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” (2 Cor 10.3-6)
O armamento usado pelo apóstolo é o mesmo que deve ser usado por todo crente em sua luta contra os poderes das trevas.
Embora sejamos também carne e sangue neste mundo, todavia as batalhas que empenhamos em nome de Cristo não são travadas com nossos poderes naturais, inerentes à nossa natureza terrena, mas com os espirituais e sobrenaturais que recebemos do Alto por meio do Espírito Santo.
Assim, Paulo afirmou que a obediência à qual ele vinha conduzindo os crentes não era à sua própria vontade por meio de argumentos persuasivos humanos, mas ao próprio Cristo, ao verdadeiro conhecimento de Deus, uma vez tendo sido vencida toda a oposição espiritual baseada em engano, sofisma, orgulho etc, que se levantam contra este conhecimento e obediência.
A Palavra da verdade aplicada aos corações pelo Espírito Santo é poderosa e suficiente para destruir todas as fortalezas de Satanás, com as quais traz os homens cativos à sua vontade.
A fé genuína em Cristo e em Sua Palavra será por Ele honrada com a conversão e edificação de almas; quando esta fé se expressa em verdadeira santidade de vida, que é indicada pelo apóstolo no texto de Ef 6.14 como sendo o fato de se estar cingido com a verdade e vestido com a justiça.
A verdade aqui nomeada é a da Palavra do Evangelho, e a justiça é a de Cristo com a qual devemos estar vestidos.
Quem assim está vestido dificilmente cairá nas armadilhas e doutrinas enganosas de homens e de demônios.
Esta armadura divina é inigualável, e quando usada faz um grande contraste com todas as armaduras que são o fruto da engenhosidade humana ou diabólica.
O falso não pode se sustentar diante do verdadeiro porque a graça verdadeira é infinitamente mais forte do que o somatório de todas as graças falsas.
É pelo uso da armadura verdadeira que recebemos a plena convicção do Espírito Santo de todo o conjunto de realidades espirituais, promessas e bênçãos que temos recebido em Cristo, de modo que não ficaremos jamais entregues à perplexidade e à dúvida, especialmente em relação ao futuro glorioso que aguarda por todos aqueles que amam sinceramente a Jesus Cristo.
Esta certeza… esta plena esperança da segurança da nossa salvação é o capacete nomeado pelo apóstolo na armadura de Deus (Ef 6.17), que protege a nossa mente quanto a todas as insinuações do diabo de que não há galardão para a nossa fidelidade, ou que há a possibilidade de sermos separados para sempre do amor de Deus, ou até mesmo de irmos para o inferno depois da morte, mas este capacete protege a nossa cabeça e com ela a nossa mente, de modo que podemos estar plenamente seguros quanto à fé que temos depositado em Cristo para ser o nosso Salvador. O material que compõe este capacete espiritual é á justificação pela fé, e não o mérito das nossas obras ou justiça própria.
O apóstolo afirma isto em seu próprio testemunho:
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas
toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,
e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” (2 Cor 10.3-6)
O armamento usado pelo apóstolo é o mesmo que deve ser usado por todo crente em sua luta contra os poderes das trevas.
Embora sejamos também carne e sangue neste mundo, todavia as batalhas que empenhamos em nome de Cristo não são travadas com nossos poderes naturais, inerentes à nossa natureza terrena, mas com os espirituais e sobrenaturais que recebemos do Alto por meio do Espírito Santo.
Assim, Paulo afirmou que a obediência à qual ele vinha conduzindo os crentes não era à sua própria vontade por meio de argumentos persuasivos humanos, mas ao próprio Cristo, ao verdadeiro conhecimento de Deus, uma vez tendo sido vencida toda a oposição espiritual baseada em engano, sofisma, orgulho etc, que se levantam contra este conhecimento e obediência.
A Palavra da verdade aplicada aos corações pelo Espírito Santo é poderosa e suficiente para destruir todas as fortalezas de Satanás, com as quais traz os homens cativos à sua vontade.
A fé genuína em Cristo e em Sua Palavra será por Ele honrada com a conversão e edificação de almas; quando esta fé se expressa em verdadeira santidade de vida, que é indicada pelo apóstolo no texto de Ef 6.14 como sendo o fato de se estar cingido com a verdade e vestido com a justiça.
A verdade aqui nomeada é a da Palavra do Evangelho, e a justiça é a de Cristo com a qual devemos estar vestidos.
Quem assim está vestido dificilmente cairá nas armadilhas e doutrinas enganosas de homens e de demônios.
Esta armadura divina é inigualável, e quando usada faz um grande contraste com todas as armaduras que são o fruto da engenhosidade humana ou diabólica.
O falso não pode se sustentar diante do verdadeiro porque a graça verdadeira é infinitamente mais forte do que o somatório de todas as graças falsas.
É pelo uso da armadura verdadeira que recebemos a plena convicção do Espírito Santo de todo o conjunto de realidades espirituais, promessas e bênçãos que temos recebido em Cristo, de modo que não ficaremos jamais entregues à perplexidade e à dúvida, especialmente em relação ao futuro glorioso que aguarda por todos aqueles que amam sinceramente a Jesus Cristo.
Esta certeza… esta plena esperança da segurança da nossa salvação é o capacete nomeado pelo apóstolo na armadura de Deus (Ef 6.17), que protege a nossa mente quanto a todas as insinuações do diabo de que não há galardão para a nossa fidelidade, ou que há a possibilidade de sermos separados para sempre do amor de Deus, ou até mesmo de irmos para o inferno depois da morte, mas este capacete protege a nossa cabeça e com ela a nossa mente, de modo que podemos estar plenamente seguros quanto à fé que temos depositado em Cristo para ser o nosso Salvador. O material que compõe este capacete espiritual é á justificação pela fé, e não o mérito das nossas obras ou justiça própria.
FORÇA PARA O DIA
TORNANDO-SE O QUE VOCÊ JÁ É
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1).
A vida cristã está simplesmente se tornando o que Cristo já fez por você.
Suponha que imediatamente depois que você foi salvo, o Senhor gravou em sua testa as palavras: “Me veja. Eu sou filho de Deus”. Como isso afetaria seu estilo de vida?
Podemos não ter uma marca física como essa, mas carregamos o nome de Cristo neste mundo. Quando confiamos no Senhor Jesus Cristo, nos tornamos parte de sua família (Gálatas 4:1-7). Ele “concedeu livremente” Sua graça para nós (Efésios 1:6). Ele “nos abençoou com bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (1:3). Temos uma herança rica e gloriosa no céu (1:18). Realmente, como filhos de Deus, temos muitos direitos, honras e privilégios, mas Ele espera que nos comportemos como Seus filhos. Assim como uma criança honra ao seu pai obedecendo-o, honramos a Deus caminhando de modo digno. Nossas ações devem ser ações que Ele aprova. Nossos desejos devem ser os desejos de Deus. Nossas metas e objetivos devem ser Suas metas e objetivos.
Um dos meus professores no seminário me disse uma vez que toda a vida cristã está simplesmente se tornando o que você é. Porque você é filho de Deus, você precisa agir como um filho de Deus. Na verdade, a raiz da palavra grega traduzida como “digna”, em Efésios 4:1, fala de equalização e equilíbrio. Deve haver uma perfeita harmonia entre quem você é e como você vive. Falhamos em nosso compromisso com Cristo quando deixamos de viver dessa maneira.
Lembre-se, porém, que nossa obediência a Deus não deve ser uma conformidade com regras e regulamentos por medo ou orgulho legalista. Em vez disso, é uma conformidade com a justiça por gratidão e um profundo amor por Cristo. Nosso desejo de sermos filhos dignos é um resultado de compreender e apreciar tudo o que Ele fez por nós.
Filipenses 1:27 diz: “Acima de tudo, vivam de modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo até aí para vê-los ou estando ausente, eu ouça a respeito de vocês que estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé do evangelho”…
Sugestão para a oração
Peça ao Senhor para ajudá-lo a agir como Seu filho.
Estudo adicional
Leia 1 João 2:6. Cristo é o nosso exemplo supremo para uma caminhada piedosa.
Encontre exemplos nos Evangelhos onde Ele demonstra o Seu compromisso com o Pai.
Como você pode seguir seu exemplo hoje?
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1).
A vida cristã está simplesmente se tornando o que Cristo já fez por você.
Suponha que imediatamente depois que você foi salvo, o Senhor gravou em sua testa as palavras: “Me veja. Eu sou filho de Deus”. Como isso afetaria seu estilo de vida?
Podemos não ter uma marca física como essa, mas carregamos o nome de Cristo neste mundo. Quando confiamos no Senhor Jesus Cristo, nos tornamos parte de sua família (Gálatas 4:1-7). Ele “concedeu livremente” Sua graça para nós (Efésios 1:6). Ele “nos abençoou com bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (1:3). Temos uma herança rica e gloriosa no céu (1:18). Realmente, como filhos de Deus, temos muitos direitos, honras e privilégios, mas Ele espera que nos comportemos como Seus filhos. Assim como uma criança honra ao seu pai obedecendo-o, honramos a Deus caminhando de modo digno. Nossas ações devem ser ações que Ele aprova. Nossos desejos devem ser os desejos de Deus. Nossas metas e objetivos devem ser Suas metas e objetivos.
Um dos meus professores no seminário me disse uma vez que toda a vida cristã está simplesmente se tornando o que você é. Porque você é filho de Deus, você precisa agir como um filho de Deus. Na verdade, a raiz da palavra grega traduzida como “digna”, em Efésios 4:1, fala de equalização e equilíbrio. Deve haver uma perfeita harmonia entre quem você é e como você vive. Falhamos em nosso compromisso com Cristo quando deixamos de viver dessa maneira.
Lembre-se, porém, que nossa obediência a Deus não deve ser uma conformidade com regras e regulamentos por medo ou orgulho legalista. Em vez disso, é uma conformidade com a justiça por gratidão e um profundo amor por Cristo. Nosso desejo de sermos filhos dignos é um resultado de compreender e apreciar tudo o que Ele fez por nós.
Filipenses 1:27 diz: “Acima de tudo, vivam de modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo até aí para vê-los ou estando ausente, eu ouça a respeito de vocês que estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé do evangelho”…
Sugestão para a oração
Peça ao Senhor para ajudá-lo a agir como Seu filho.
Estudo adicional
Leia 1 João 2:6. Cristo é o nosso exemplo supremo para uma caminhada piedosa.
Encontre exemplos nos Evangelhos onde Ele demonstra o Seu compromisso com o Pai.
Como você pode seguir seu exemplo hoje?
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
FÉ PARA O FUTURO
Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim. (2 Coríntios 1.20)
Se “quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele [em Jesus] o sim”, então confiar nele no presente é crer que suas promessas se cumprirão.
Essas não são duas fés separadas: confiar nele e acreditar em suas promessas. Crer em Jesus significa acreditar que ele cumpre sua palavra. Estar satisfeito agora com o Jesus crucificado e ressurreto inclui a crença de que em cada momento futuro, por toda a eternidade, nada nos separará do seu amor ou o impedirá de operar todas as coisas para o bem.
Considerando tudo isso, eu diria que a beleza espiritual que precisamos abraçar é a beleza de Deus que haverá para nós no futuro, assegurada para nós pela gloriosa graça do passado.
Nós precisamos provar agora a beleza espiritual de Deus em todas as suas realizações passadas — especialmente a morte e ressurreição de Cristo pelos nossos pecados — e em todas as suas promessas. Nossa confiança e crença devem estar em tudo o que o próprio Deus será para nós no próximo momento, no próximo mês e nos séculos infinitos da eternidade — “para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4.6).
Ele somente é quem satisfará a alma no futuro. E é o futuro que deve ser assegurado e satisfeito com as riquezas espirituais da glória, se quisermos viver a vida cristã radical que Cristo nos chama a viver aqui e agora.
Se nosso atual gozo de Cristo — nossa fé presente — não tiver nele o sim para todas as promessas de Deus agora, esse gozo não abrangerá o poder para o serviço radical na força que Deus (em cada momento futuro) suprirá (1 Pedro 4.11).
Minha oração é que, refletindo assim sobre a essência da fé, sejamos ajudados a evitar afirmações superficiais e simplistas sobre a crença nas promessas de Deus. Isso é algo profundo e maravilhoso.
Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim. (2 Coríntios 1.20)
Se “quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele [em Jesus] o sim”, então confiar nele no presente é crer que suas promessas se cumprirão.
Essas não são duas fés separadas: confiar nele e acreditar em suas promessas. Crer em Jesus significa acreditar que ele cumpre sua palavra. Estar satisfeito agora com o Jesus crucificado e ressurreto inclui a crença de que em cada momento futuro, por toda a eternidade, nada nos separará do seu amor ou o impedirá de operar todas as coisas para o bem.
Considerando tudo isso, eu diria que a beleza espiritual que precisamos abraçar é a beleza de Deus que haverá para nós no futuro, assegurada para nós pela gloriosa graça do passado.
Nós precisamos provar agora a beleza espiritual de Deus em todas as suas realizações passadas — especialmente a morte e ressurreição de Cristo pelos nossos pecados — e em todas as suas promessas. Nossa confiança e crença devem estar em tudo o que o próprio Deus será para nós no próximo momento, no próximo mês e nos séculos infinitos da eternidade — “para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios 4.6).
Ele somente é quem satisfará a alma no futuro. E é o futuro que deve ser assegurado e satisfeito com as riquezas espirituais da glória, se quisermos viver a vida cristã radical que Cristo nos chama a viver aqui e agora.
Se nosso atual gozo de Cristo — nossa fé presente — não tiver nele o sim para todas as promessas de Deus agora, esse gozo não abrangerá o poder para o serviço radical na força que Deus (em cada momento futuro) suprirá (1 Pedro 4.11).
Minha oração é que, refletindo assim sobre a essência da fé, sejamos ajudados a evitar afirmações superficiais e simplistas sobre a crença nas promessas de Deus. Isso é algo profundo e maravilhoso.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1João 4.19)
Não existe outra luz neste mundo, exceto aquela que procede do sol; também não existe, no coração, verdadeiro amor para com Jesus, senão aquele amor que vem dele mesmo.
Esta é uma verdade inalterável: nós amamos a Deus tão somente porque Ele nos amou primeiro. Nosso amor para com Ele é o belíssimo fruto do amor dele para conosco. Qualquer pessoa pode sentir uma admiração fria ao estudar as obras de Deus. A chama do amor só pode ser acendida no coração por meio do Espírito Santo de Deus. Que maravilha é, pessoas como nós, serem levadas a amar Jesus! Quão maravilhoso é o fato de que, embora tenhamos nos rebelado contra Deus, Ele nos buscou e nos atraiu de volta por meio de .uma demonstração de amor tão admirável. Nunca teríamos o menor grau de amor para com Deus, se este amor não tivesse sido implantado em nosso coração por meio da agradável semente de seu amor para conosco. Portanto, o amor tem como seu progenitor o amor de Deus derramado em nosso coração. Mas, depois de haver sido gerado por Deus, esse amor precisa ser nutrido por Ele. O amor é uma planta exótica, não florescerá naturalmente no coração humano. Tem de ser regada do céu.
O amor para com Jesus é uma flor de natureza delicada. Se recebesse apenas a nutrição que pode ser extraída da rocha de nosso coração, logo pereceria. Mas, visto que o amor procede do céu, ele tem de ser nutrido pelo pão celestial. Ele não pode existir no deserto, a menos que seja nutrido pelo maná que vem do alto. O amor tem de se alimentar de amor. A alma e a vida de nosso amor para com Deus é o amor dele para conosco.
Eu Te amo, Jesus, mas não com meu amor, Pois não tenho amor para Te dar;
Eu Te amo, Senhor, mas todo o amor é teu. Eu vivo, Senhor, para Te amar.
Sou como nada e me alegro em dizer:
Sou vazio, perdido e mergulhado em teu Ser.
Não existe outra luz neste mundo, exceto aquela que procede do sol; também não existe, no coração, verdadeiro amor para com Jesus, senão aquele amor que vem dele mesmo.
Esta é uma verdade inalterável: nós amamos a Deus tão somente porque Ele nos amou primeiro. Nosso amor para com Ele é o belíssimo fruto do amor dele para conosco. Qualquer pessoa pode sentir uma admiração fria ao estudar as obras de Deus. A chama do amor só pode ser acendida no coração por meio do Espírito Santo de Deus. Que maravilha é, pessoas como nós, serem levadas a amar Jesus! Quão maravilhoso é o fato de que, embora tenhamos nos rebelado contra Deus, Ele nos buscou e nos atraiu de volta por meio de .uma demonstração de amor tão admirável. Nunca teríamos o menor grau de amor para com Deus, se este amor não tivesse sido implantado em nosso coração por meio da agradável semente de seu amor para conosco. Portanto, o amor tem como seu progenitor o amor de Deus derramado em nosso coração. Mas, depois de haver sido gerado por Deus, esse amor precisa ser nutrido por Ele. O amor é uma planta exótica, não florescerá naturalmente no coração humano. Tem de ser regada do céu.
O amor para com Jesus é uma flor de natureza delicada. Se recebesse apenas a nutrição que pode ser extraída da rocha de nosso coração, logo pereceria. Mas, visto que o amor procede do céu, ele tem de ser nutrido pelo pão celestial. Ele não pode existir no deserto, a menos que seja nutrido pelo maná que vem do alto. O amor tem de se alimentar de amor. A alma e a vida de nosso amor para com Deus é o amor dele para conosco.
Eu Te amo, Jesus, mas não com meu amor, Pois não tenho amor para Te dar;
Eu Te amo, Senhor, mas todo o amor é teu. Eu vivo, Senhor, para Te amar.
Sou como nada e me alegro em dizer:
Sou vazio, perdido e mergulhado em teu Ser.
O MINISTÉRIO DOS ANJOS
Por François Turretini
Por que e para que Deus usa o ministério de anjos? Designa-se um anjo em particular como guardião perpétuo para cada crente? Isso negamos.
Ninguém pode pôr em dúvida que Deus usa o ministério de anjos, visto que estes são chamados “espíritos ministradores” (pneumata leitourgika, Hb 1.14), “ministros de Deus” (Sl 104.4), que se encontram continuamente diante dele e lhe ministram (Dn 7.10) e fazem sua vontade (Sl 103.21). Todavia se pode inquirir por que ele quis usar sua ajuda.
1. Porque Deus usa o ministério dos anjos
2. E possível apresentar uma razão múltipla: não por necessidade e indigência, como se Deus dependesse deles, (pois ele é o único suficiente em si mesmo e, assim como criou todas as coisas unicamente por sua palavra, unicamente por ela também poderia governar todas as coisas), mas por indulgência e amor. (1) Para o bem dos próprios anjos, os quais Deus considerou dignos de tal honra, desejando que fossem cooperadores (synergous) com ele no governo do mundo. (2) Para a consolação dos crentes, que daí conhecem o quanto Deus se preocupa com eles, visto que se propõe usar o ministério de criaturas muito mais excelentes que eles, no tocante à natureza, para a promoção de sua salvação (não apenas corporal, mas também espiritual). (3) Para a promoção de mais estreita amizade entre anjos e homens, pois é evidente que há acesso e aumento de amizades pela concessão de bondade e ofícios mútuos. (4) Para a boa ordem (eutaxian) do universo, para que assim todas as criaturas (superiores e inferiores, visíveis e invisíveis) se correspondam, e juntas se entrelacem por certos vínculos seguros de ofícios, para que se estabeleça mais solidamente a harmonia do mundo. (5) Especialmente para a glória de Deus, que é o fim último e principal de todas as suas obras; glória que resplandece mais excelentemente a partir do ministério dessas criaturas nobres.
Com respeito a Deus, louvá-lo e obedecer-lhe
3. Ora, na Escritura se lhes designa um ofício múltiplo: (1) com respeito a Deus; 2) entre eles mesmos; (3) com respeito ao mundo; (4) com respeito aos homens. Primeiro, com respeito a Deus, visto que perpetuamente se ocupam da celebração e adoração dedicadas a ele. A isso pertence o tríplice santo dos serafins (Is 6.3) reiterado em Apocalipse 4.8; 7.11,12, bem como o cântico que entoaram em uníssono quando do nascimento de Cristo: “Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra e boa vontade para com os homens” (Lc 2.13, 14) – a cujo dever são também convidados nos Salmos 97.7; 103.20; 148.2. Com referência a esse fato, Gregório de Nazianzo os denomina “cantores da divina majestade” (hymriõdous (ês theias megaleiotêtos, Oratio 28.31 [PG 36.72]) e Teodoreto afirma que “o serviço dos anjos é cantar hinos” (hê angelõn leitourgia estin hynmõdia, Serm. 3, de Angelis). (2) Em santa obediência, imediata e plena, rendida por eles (SI 103.20). Daí lermos que “permanecem diante dele” como assistentes e ministros; “contemplam sua face” para receber e executar seus mandamentos; “milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele” (Dn 7.10). “Vi o Senhor assentado em seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda” (1 Rs 22.19). Aqui é pertinente falar sobre “as asas” que lhes são atribuídas em Isaías 6.2, pois, visto que pelas duas com que “cobriam o rosto” se indica sua suprema reverência para com Deus (sendo incapazes de suportar o esplendor de tão imensa majestade) e pelas duas com que “cobriam seus pés” se denota o “desejo” de imaculada santidade (ocultando aquelas partes que a modéstia requer que se cubram nos homens e que designam sua fragilidade em relação a Deus, Jó 4.18), assim as duas com que voavam figuram a vivacidade e o zelo na execução das ordens divinas. Aqui há uma referência ao ministério exibido por eles a Cristo como seu cabeça e Senhor, seja em adorá-lo (no qual estão engajados desde o princípio em concordância com o mandamento divino: “Que todos os anjos o adorem” [Hb 1.6] e que diariamente realizam [Ap 5.11, 12]) e no real e concreto ministério prestado a ele em sua concepção (Lc 1.26-38); em seu nascimento (Lc 2.9-15); em sua tentação (Mt 4.11); em sua agonia (Lc 22.43); em sua ressurreição (Mt 28.2-7); e em sua ascensão (At 1.10, 11); e que prestarão no último dia quando o acompanharem em sua vinda: “ele se manifestará do céu com seus anjos poderosos” (2Ts 1.7).
Com respeito a si mesmos
4. Com respeito a si mesmos, porque, visto que formam uma sociedade celestial bem ordenada, indubitavelmente executam vários deveres mútuos, por uma mútua comunicação de coisas a ser conhecidas e feitas (embora não possamos dizer qual e de que natureza é o modo dessa comunicação). Daí lermos: “clamavam uns aos outros” (Is 6.3) como se instigassem uns aos outros à celebração do louvor divino. Em outras partes são apresentados falando uns aos outros (em Zacarias e em Apocalipse).
5. À luz de Daniel 10.13, não se pode deduzir um conflito e discordância entre os anjos bons, pois “o príncipe do reino da Pérsia” (que queria afastar o anjo Gabriel e envidar todos os esforços com o fim de reter os judeus perpetuamente sob os persas) não era um anjo bom posto por Deus sobre o reino da Pérsia, porquanto nada podia tentar sem a ordem divina (que queria livrá-los do cativeiro). Antes, essa é mais bem uma referência a Cambises, filho de Ciro, que (enquanto seu pai cruzava o mar) passou a lutar na Ásia contra os citas, era hostil à restauração dos judeus e emitiu um edito cruel para impedi-los de continuar a construção do templo. Daí ser necessário que o anjo Gabriel se delongasse ali por algum tempo a fim de restringir a fúria de Cambises (ou seja, para que ele não intensificasse sua fúria contra o povo de Deus). O versículo 20 confirma isso. O mesmo anjo diz: “Eu tomarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Indubitavelmente, isso notifica que ele iria ainda lutar em concordância com o plano de Deus em restringir a crueldade do rei da Pérsia contra o povo de Deus, até que o príncipe de Java (i.e., dos gregos – Alexandre o Grande) viesse, o qual haveria de subjugar o reino persa.
6. Com respeito ao mundo
7. Terceiro, o ofício dos anjos com respeito ao mundo não consiste em mover eles sobre os orbes celestiais (como pensava Aristóteles), mas em defender e conservar as coisas criadas e sua ordem (ministrar a providência divina). Cabe aqui falar sobre “os anjos descendo e subindo” (ver sobre a escada de Jacó) c sobre quando é dito a Deus: “Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros labaredas de fogo” (Sl 104.4). Em virtude disso Atenágoras diz: “Afirmamos que há uma multidão de anjos e ministros, aos quais Deus, o criador e dêmiourgos do mundo, distribuiu por sua palavra e pôs sobre os elementos, e a terra, e o céu, e tudo quanto neles existe, e a boa ordem destes” (ptêthos angelõn kai leitourgõn phamen ous ho poiêtês kai dêmiourgos kosmou theos, dia tou par’ aitou logou dieneime, kai dietaxe peri ta te stoicheia einai, kai tous ouranous, kai ton kosmon, kai ta en autõ, kai tên toutõn eutaxian, Embassy for the Christians 10 [ACW 23:41; PG 6.909]). Por isso Apocalipse 14.18 fala sobre os anjos que tinham “poder sobre o fogo” e sobre “o anjo das águas” (Ap 16.5). Sim, Deus amiúde os usa para a proteção dos reinos e impérios (como transparece de Dn 10 e 11).
8. Com respeito aos homens
9. Quarto, com respeito aos homens, (sejam os bons ou maus). Quanto aos ímpios, deveras, ao infligir os juízos divinos (como é evidente no caso dos sodomitas [Gn 19.11], dos egípcios [Êx 12.29], do exército de Senaqueribe [2Rs 19.35; Is 37.36], de Nabucodonosor [Dn 4.13,14,23,31], de Herodes [At 12.23] e dos réprobos que no último dia sofrerão castigo eterno [Mt 13.41,42]).
10. Quanto aos eleitos e crentes – quer ao discipliná-los (exemplificado em Davi e seu povo, 2Sm 24.16), quer ao dispensar as bênçãos divinas para a promoção de sua salvação (Hb 1.14). Pois bem, eles beneficiam os piedosos de três formas: (1) pelo ensino; (2) pela consolação; (3) por sua guarda. Primeiro, pelo ensino, quando Deus os usa para conscientizar os crentes do seu dever ou das coisas futuras (que foi o objetivo das várias aparições angélicas [angelopha-neiai] no Antigo Testamento, Gn 16; 18; 19; 28; 32; Dn 6; 9; 10; 11; Zc 1; 2; Ez 1). No Novo, eles exercem o ofício de evangelistas, anunciando o nascimento de Cristo (Lc 1.11; 2.10) e preanunciando sua ressurreição (Mt 28.2-7) e ascensão (At 1.10,11). No livro de Apocalipse de João, ministram advertências quanto às coisas futuras. Segundo, consolando-os, bem como indicando-lhes os perigos iminentes. Exemplos óbvios ocorrem com Agar (Gn 16.7-12), Jacó (Gn 32.1), Daniel (Dn 10.10-21), Elias (1 Rs 19.5-7), Maria (Lc 1.26-38), e os apóstolos (Mt 28.7,8). Terceiro, guardando-os, porquanto acampam-se ao redor daqueles que temem o Senhor (Sl 34.7; Gn 32.1,2); protegendo-os (Sl 91.11), lutando por eles (Dn 10.13), guardando as crianças (Mt 18.10); livrando os crentes das mãos de inimigos e da prisão, morte e perigo iminente (como é evidente em Ló [Gn 19.15-17], Eliseu [2Rs 6.17], os habitantes de Jerusalém [2Rs 19.35], os três colegas de Daniel [Dn 3.25,28], o próprio Daniel (Dn 6.22], os apóstolos [At 5.19] e Pedro [At 12.7]). Aqui também é pertinente o ministério exercido em prol dos crentes na morte – levando a alma deles para o seio de Cristo (como levaram a alma de Lázaro para o seio de Abraão, Lc 16.22), e o que será exibido por eles no fim do mundo, quando congregarem os crentes para que sejam glorificados por Cristo.
Por que e para que Deus usa o ministério de anjos? Designa-se um anjo em particular como guardião perpétuo para cada crente? Isso negamos.
Ninguém pode pôr em dúvida que Deus usa o ministério de anjos, visto que estes são chamados “espíritos ministradores” (pneumata leitourgika, Hb 1.14), “ministros de Deus” (Sl 104.4), que se encontram continuamente diante dele e lhe ministram (Dn 7.10) e fazem sua vontade (Sl 103.21). Todavia se pode inquirir por que ele quis usar sua ajuda.
1. Porque Deus usa o ministério dos anjos
2. E possível apresentar uma razão múltipla: não por necessidade e indigência, como se Deus dependesse deles, (pois ele é o único suficiente em si mesmo e, assim como criou todas as coisas unicamente por sua palavra, unicamente por ela também poderia governar todas as coisas), mas por indulgência e amor. (1) Para o bem dos próprios anjos, os quais Deus considerou dignos de tal honra, desejando que fossem cooperadores (synergous) com ele no governo do mundo. (2) Para a consolação dos crentes, que daí conhecem o quanto Deus se preocupa com eles, visto que se propõe usar o ministério de criaturas muito mais excelentes que eles, no tocante à natureza, para a promoção de sua salvação (não apenas corporal, mas também espiritual). (3) Para a promoção de mais estreita amizade entre anjos e homens, pois é evidente que há acesso e aumento de amizades pela concessão de bondade e ofícios mútuos. (4) Para a boa ordem (eutaxian) do universo, para que assim todas as criaturas (superiores e inferiores, visíveis e invisíveis) se correspondam, e juntas se entrelacem por certos vínculos seguros de ofícios, para que se estabeleça mais solidamente a harmonia do mundo. (5) Especialmente para a glória de Deus, que é o fim último e principal de todas as suas obras; glória que resplandece mais excelentemente a partir do ministério dessas criaturas nobres.
Com respeito a Deus, louvá-lo e obedecer-lhe
3. Ora, na Escritura se lhes designa um ofício múltiplo: (1) com respeito a Deus; 2) entre eles mesmos; (3) com respeito ao mundo; (4) com respeito aos homens. Primeiro, com respeito a Deus, visto que perpetuamente se ocupam da celebração e adoração dedicadas a ele. A isso pertence o tríplice santo dos serafins (Is 6.3) reiterado em Apocalipse 4.8; 7.11,12, bem como o cântico que entoaram em uníssono quando do nascimento de Cristo: “Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra e boa vontade para com os homens” (Lc 2.13, 14) – a cujo dever são também convidados nos Salmos 97.7; 103.20; 148.2. Com referência a esse fato, Gregório de Nazianzo os denomina “cantores da divina majestade” (hymriõdous (ês theias megaleiotêtos, Oratio 28.31 [PG 36.72]) e Teodoreto afirma que “o serviço dos anjos é cantar hinos” (hê angelõn leitourgia estin hynmõdia, Serm. 3, de Angelis). (2) Em santa obediência, imediata e plena, rendida por eles (SI 103.20). Daí lermos que “permanecem diante dele” como assistentes e ministros; “contemplam sua face” para receber e executar seus mandamentos; “milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele” (Dn 7.10). “Vi o Senhor assentado em seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda” (1 Rs 22.19). Aqui é pertinente falar sobre “as asas” que lhes são atribuídas em Isaías 6.2, pois, visto que pelas duas com que “cobriam o rosto” se indica sua suprema reverência para com Deus (sendo incapazes de suportar o esplendor de tão imensa majestade) e pelas duas com que “cobriam seus pés” se denota o “desejo” de imaculada santidade (ocultando aquelas partes que a modéstia requer que se cubram nos homens e que designam sua fragilidade em relação a Deus, Jó 4.18), assim as duas com que voavam figuram a vivacidade e o zelo na execução das ordens divinas. Aqui há uma referência ao ministério exibido por eles a Cristo como seu cabeça e Senhor, seja em adorá-lo (no qual estão engajados desde o princípio em concordância com o mandamento divino: “Que todos os anjos o adorem” [Hb 1.6] e que diariamente realizam [Ap 5.11, 12]) e no real e concreto ministério prestado a ele em sua concepção (Lc 1.26-38); em seu nascimento (Lc 2.9-15); em sua tentação (Mt 4.11); em sua agonia (Lc 22.43); em sua ressurreição (Mt 28.2-7); e em sua ascensão (At 1.10, 11); e que prestarão no último dia quando o acompanharem em sua vinda: “ele se manifestará do céu com seus anjos poderosos” (2Ts 1.7).
Com respeito a si mesmos
4. Com respeito a si mesmos, porque, visto que formam uma sociedade celestial bem ordenada, indubitavelmente executam vários deveres mútuos, por uma mútua comunicação de coisas a ser conhecidas e feitas (embora não possamos dizer qual e de que natureza é o modo dessa comunicação). Daí lermos: “clamavam uns aos outros” (Is 6.3) como se instigassem uns aos outros à celebração do louvor divino. Em outras partes são apresentados falando uns aos outros (em Zacarias e em Apocalipse).
5. À luz de Daniel 10.13, não se pode deduzir um conflito e discordância entre os anjos bons, pois “o príncipe do reino da Pérsia” (que queria afastar o anjo Gabriel e envidar todos os esforços com o fim de reter os judeus perpetuamente sob os persas) não era um anjo bom posto por Deus sobre o reino da Pérsia, porquanto nada podia tentar sem a ordem divina (que queria livrá-los do cativeiro). Antes, essa é mais bem uma referência a Cambises, filho de Ciro, que (enquanto seu pai cruzava o mar) passou a lutar na Ásia contra os citas, era hostil à restauração dos judeus e emitiu um edito cruel para impedi-los de continuar a construção do templo. Daí ser necessário que o anjo Gabriel se delongasse ali por algum tempo a fim de restringir a fúria de Cambises (ou seja, para que ele não intensificasse sua fúria contra o povo de Deus). O versículo 20 confirma isso. O mesmo anjo diz: “Eu tomarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Indubitavelmente, isso notifica que ele iria ainda lutar em concordância com o plano de Deus em restringir a crueldade do rei da Pérsia contra o povo de Deus, até que o príncipe de Java (i.e., dos gregos – Alexandre o Grande) viesse, o qual haveria de subjugar o reino persa.
6. Com respeito ao mundo
7. Terceiro, o ofício dos anjos com respeito ao mundo não consiste em mover eles sobre os orbes celestiais (como pensava Aristóteles), mas em defender e conservar as coisas criadas e sua ordem (ministrar a providência divina). Cabe aqui falar sobre “os anjos descendo e subindo” (ver sobre a escada de Jacó) c sobre quando é dito a Deus: “Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros labaredas de fogo” (Sl 104.4). Em virtude disso Atenágoras diz: “Afirmamos que há uma multidão de anjos e ministros, aos quais Deus, o criador e dêmiourgos do mundo, distribuiu por sua palavra e pôs sobre os elementos, e a terra, e o céu, e tudo quanto neles existe, e a boa ordem destes” (ptêthos angelõn kai leitourgõn phamen ous ho poiêtês kai dêmiourgos kosmou theos, dia tou par’ aitou logou dieneime, kai dietaxe peri ta te stoicheia einai, kai tous ouranous, kai ton kosmon, kai ta en autõ, kai tên toutõn eutaxian, Embassy for the Christians 10 [ACW 23:41; PG 6.909]). Por isso Apocalipse 14.18 fala sobre os anjos que tinham “poder sobre o fogo” e sobre “o anjo das águas” (Ap 16.5). Sim, Deus amiúde os usa para a proteção dos reinos e impérios (como transparece de Dn 10 e 11).
8. Com respeito aos homens
9. Quarto, com respeito aos homens, (sejam os bons ou maus). Quanto aos ímpios, deveras, ao infligir os juízos divinos (como é evidente no caso dos sodomitas [Gn 19.11], dos egípcios [Êx 12.29], do exército de Senaqueribe [2Rs 19.35; Is 37.36], de Nabucodonosor [Dn 4.13,14,23,31], de Herodes [At 12.23] e dos réprobos que no último dia sofrerão castigo eterno [Mt 13.41,42]).
10. Quanto aos eleitos e crentes – quer ao discipliná-los (exemplificado em Davi e seu povo, 2Sm 24.16), quer ao dispensar as bênçãos divinas para a promoção de sua salvação (Hb 1.14). Pois bem, eles beneficiam os piedosos de três formas: (1) pelo ensino; (2) pela consolação; (3) por sua guarda. Primeiro, pelo ensino, quando Deus os usa para conscientizar os crentes do seu dever ou das coisas futuras (que foi o objetivo das várias aparições angélicas [angelopha-neiai] no Antigo Testamento, Gn 16; 18; 19; 28; 32; Dn 6; 9; 10; 11; Zc 1; 2; Ez 1). No Novo, eles exercem o ofício de evangelistas, anunciando o nascimento de Cristo (Lc 1.11; 2.10) e preanunciando sua ressurreição (Mt 28.2-7) e ascensão (At 1.10,11). No livro de Apocalipse de João, ministram advertências quanto às coisas futuras. Segundo, consolando-os, bem como indicando-lhes os perigos iminentes. Exemplos óbvios ocorrem com Agar (Gn 16.7-12), Jacó (Gn 32.1), Daniel (Dn 10.10-21), Elias (1 Rs 19.5-7), Maria (Lc 1.26-38), e os apóstolos (Mt 28.7,8). Terceiro, guardando-os, porquanto acampam-se ao redor daqueles que temem o Senhor (Sl 34.7; Gn 32.1,2); protegendo-os (Sl 91.11), lutando por eles (Dn 10.13), guardando as crianças (Mt 18.10); livrando os crentes das mãos de inimigos e da prisão, morte e perigo iminente (como é evidente em Ló [Gn 19.15-17], Eliseu [2Rs 6.17], os habitantes de Jerusalém [2Rs 19.35], os três colegas de Daniel [Dn 3.25,28], o próprio Daniel (Dn 6.22], os apóstolos [At 5.19] e Pedro [At 12.7]). Aqui também é pertinente o ministério exercido em prol dos crentes na morte – levando a alma deles para o seio de Cristo (como levaram a alma de Lázaro para o seio de Abraão, Lc 16.22), e o que será exibido por eles no fim do mundo, quando congregarem os crentes para que sejam glorificados por Cristo.
RESPEITO DEVIDO ÀS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS POR DEUS
A narrativa que encontramos no 16º capítulo do livro de Números sobre a rebelião de Coré, Datã e Abirão, talvez seja o maior exemplo que temos na Bíblia quanto ao ensino do princípio relativo ao respeito às autoridades que são constituídas por Deus.
Estas autoridades são constituídas para o nosso próprio bem, e, portanto, quando nos opomos a elas estamos resistindo ao próprio Deus, e nos privando de um viver abençoado, por não honrarmos e termos em alta estima aqueles que Ele chama para gastarem as suas vidas para intercederem por nós, para nos ensinarem a andar nos Seus caminhos, e que são levantados como modelos de vida e de fé que devemos imitar.
Muito desta resistência às autoridades constituídas por Deus é motivada por inveja, por cobiça e por outros sentimentos malignos que não provêm de modo algum daquilo que é devido à santidade e a uma vida verdadeiramente piedosa.
Isto foi o que sucedeu com Coré, que era também um coatita, da tribo de Levi, assim como Moisés e Arão.
ele estava pensando em tomar o sumo sacerdócio de Arão para si, e a posição de liderança de Moisés para Elisafã, o príncipe líder dos coatitas (Nm 3.30), e para buscar apoio político aliou-se a Datã e Abirão, príncipes da tribo de Rúben, e juntamente com estes estavam associados outros 250 príncipes de Israel, que eles haviam conseguido atrair para a sua causa, mas não há dúvida que Coré era o líder daquela rebelião, conforme citado em Judas 11, em relação aos falsos mestres que intentavam tomar o lugar da liderança dos apóstolos, referindo-se a eles nos seguintes termos:
“Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré.” (Jd 11).
Assim a insatisfação manifesta de um só homem revelaria a de muitos outros e lhes traria destruição. Daí se dizer “a rebelião de Coré.”
É preciso ter muito cuidado com aqueles que nos apresentam argumentos convincentes que parecem ser para o nosso bem e liberdade, e que no final acabam nos conduzindo a caminhos de morte, por nos levarem a confrontar a vontade do próprio Deus.
Eles devem ter prometido ao povo que os libertaria dos pesados mandamentos da lei de Moisés e da inflexibilidade dos seus juízos, como o que havia sido proferido sobre o homem que havia catado lenha num dia de sábado, e que fora morto por apedrejamento.
Eles hastearam a bandeira da igualdade, proclamando que todos eram santos em Israel e tinham o direito de exercer a liderança pela escolha do povo.
A causa estava quase ganha, na perspectiva deles, porque naquela conspiração, que deve ter sido montada astuciosamente, longe das vistas de Moisés e Arão, haviam conseguido juntar um grande número de aliados, dos quais a Palavra nos dá conta de serem “duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, chamados à assembleia, varões de renome;” (Nm 16.2).
Por influência destes líderes a insatisfação de toda a congregação foi revelada e manifestada, pois a causa deles era também a sua, porque queriam liberdade para fazerem o que era da própria vontade, contra a ordenança expressa de Deus para eles de que deveriam “lembrar de todos os mandamentos do Senhor, e os observarem; para que não se deixassem arrastar pela infidelidade dos seus corações ou pela sua vista, como antes o faziam”, conforme está registrado no final do décimo quinto capítulo de Números.
Havia, portanto uma batalha declarada da parte de Deus contra eles, da Sua santidade contra a carnalidade dos israelitas.
A luta do Espírito contra a carne estava aqui bem representada.
A natureza terrena nos puxando para baixo, e a vontade do Senhor tentando nos puxar para cima.
Israel teria que pagar um preço elevado em vidas, até que aprendesse quão dura coisa é resistir contra a vontade do Senhor.
O que fez Moisés diante do protesto deles?
Mais uma vez ele se prostrou com o rosto em terra (v.4), procurando alento e instrução no Senhor.
Ele teria resignado humildemente ao seu cargo se fosse esta a vontade de Deus.
Ele estava constrangido em seu espírito em ter que obedecer ao Senhor, assim como Davi em seu reinado e Paulo em seu apostolado.
Eles não se tinham feito líderes, reis, apóstolos, senão pelo Senhor que os havia chamado.
Do mesmo modo não foi Moisés quem indicou Arão e sua família para o sacerdócio, mas o próprio Deus.
Certamente que isto era um grande privilégio, mas antes de tudo era uma tremenda responsabilidade que eles carregavam sobre os seus ombros, e que lhes fora imposta pela vontade do Senhor.
A demanda de Coré, Datã e Abirão não era, pois contra Arão e Moisés, e sim contra o próprio Deus, e por isso, foi nEle que Moisés foi buscar resposta para aquela situação.
Ele a recebeu, e transmitiu a Coré e aos que o acompanhavam na sua rebelião o que deveriam fazer na manhã do dia seguinte, para que o Senhor confirmasse quem havia escolhido para o sacerdócio.
Eles deveriam acender incensários diante do Senhor no tabernáculo, e Deus indicaria a quem escolheria dentre eles.
Após tê-los repreendido pelo fato de estarem buscando o sacerdócio, rebelando-se contra a vontade de Deus e contra Arão, mandou chamar Datã e Abirão, mas estes se recusaram a ir ter com ele, e disseram que lhes havia feito retornar de uma terra que manava leite e mel para matá-los no deserto, e assim contestaram com que direito Moisés queria se fazer príncipe sobre eles.
E disseram ainda expressamente o seguinte:
“Ademais, não nos introduziste em uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura cegarás os olhos a estes homens? Não subiremos.” (v. 14).
Aqui eles revelaram que almejavam somente a herança.
Eles não queriam ao Deus da herança e nem a Sua vontade.
Tal como muitos esperam ir para o céu sem Jesus Cristo e sem cumprir a Sua vontade.
Datã e Abirão estavam alegres no meio do povo enquanto tinham a esperança de lançar logo mão nos bens prometidos na terra de Canaã, mas era algo muito insuportável para eles terem que peregrinar no deserto, com a sentença de não entrarem na terra por causa da sua incredulidade.
A sandália dos pés dos israelitas não se gastou naqueles quarenta anos de peregrinação, Deus não deixaria de lhes fazer o bem, se tão somente guardassem os Seus mandamentos, mas eles não queriam saber de fidelidade senão fazer o que era da própria vontade.
Eles tinham fixado um alvo e não queriam pagar o preço e assumir a responsabilidade que seria necessária para atingir aquele alvo, e agora se queixavam de não terem entrado na posse das coisas que eles próprios haviam desprezado.
A ira de Moisés se acendeu quando Datã e Abirão alegaram que ele havia se constituído num líder ambicioso e autoritário sobre eles, e quanto a isto não prostrou seu rosto em terra, mas pediu a Deus que defendesse a sua integridade; considerando que eles o acusaram de ser ambicioso, cobiçoso, e opressivo, fazendo-se um príncipe sobre eles, pois Deus era sua testemunha que nunca havia adquirido qualquer coisa deles, nem mesmo um jumento, nem nunca havia usado de suborno e extorsão, e não vivia com os tributos devidos a um príncipe.
Quando Coré se apresentou com os duzentos e cinquenta príncipes, e Arão, todos eles com os seus incensários, ele fez ainda uma agitação da congregação contra Moisés e Arão, à porta do tabernáculo, e isto fez com que a glória do Senhor aparecesse a toda a congregação, não para alegria deles, mas para convencimento de que o que aconteceria viria da parte dEle e não do homem, e aquela glória era glória de juízo e não de salvação, pronta a destruí-los, pois mais uma vez o Senhor disse a Moisés para se apartar da congregação de Israel, porque os consumiria a todos num só momento (Nm 16.21).
Mas novamente Moisés intercedeu em favor deles, para que lhes perdoasse, sob a alegação que não deveriam ser destruídos por causa do pecado de um só homem (v.22).
As massas, muitas vezes são dadas a seguir ignorante e impensadamente as bandeiras de promessas que algumas lideranças desviadas lhes apresentam.
Assim como nos dias de Jesus gritavam para que fosse crucificado por terem sido emuladas a isto pelos líderes de Israel, e nisto, Moisés agiu como tipo de Jesus, que rogaria ao Pai para que lhes perdoasse, por não saberem o que faziam, isto é, agiam por ignorância de tudo o que estava realmente envolvido em Sua morte pelas intenções invejosas e políticas dos líderes de Israel, e muito menos sabiam do significado de que naquela morte estava a única esperança da salvação das suas almas.
Mas a ira de Deus permanece sobre aqueles que não se arrependem dos seus pecados, ainda que os poupe temporariamente, por causa da Sua longanimidade, na expectativa de que venham a se arrepender e assim alcancem a vida eterna.
Contudo, no caso de Coré, Datã e Abirão, trouxe-lhes um juízo inaudito, de modo que ficasse claro para todos os israelitas, qual é o fim daqueles que se opõem à Sua vontade e se rebelam contra Ele.
Datã e Abirão haviam se recusado a ir ter com Moisés, este foi ter com eles, e foi ordenado por Deus que toda a congregação saísse das proximidades das tendas daqueles homens ímpios, para que não fossem consumidos juntamente com eles, por causa dos seus pecados (v. 26).
E, disse a todos que caso eles morressem de um modo comum, o Senhor não o teria enviado, mas se eles morressem de uma forma inaudita, com a terra abrindo a sua boca e lhes tragando com tudo o que lhes pertencia, descendo vivos ao Seol, então compreenderiam o quanto aqueles homens haviam desprezado o Senhor (v. 27-30).
Mal acabou de falar, a terra que estava debaixo deles se fendeu e os tragou com as suas famílias, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda, e a terra os cobriu. Vendo isto os israelitas fugiram pelo temor de serem também tragados (v. 34).
É provável que quando a terra se abriu para engolir Datã e Abirão e tudo que lhes pertencia, que o fogo procedente do Senhor consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso diante do tabernáculo, tendo sido deixado com vida dentre os que ofereciam o incenso, apenas Arão (v. 35).
Deus fizera a seleção e confirmação do seu escolhido de um modo excepcional, pois eliminou todos aqueles que não deveriam assumir o sacerdócio, consumindo-os com o fogo, em razão de terem feito aquilo que não lhes era lícito fazerem, e que não temeram sequer fazer, isto é, queimar incenso, função exclusiva dos sacerdotes, e eles descaradamente se apresentaram para fazer o que não deveriam de modo nenhum fazer.
Sempre que alguém tentar usurpar a função que foi designada por Deus a outro, esta pessoa terá que arcar com as consequências da sua presunção.
Deus revelou que é um fogo consumidor, que queima toda rebelião que se levante contra a Sua vontade.
Deus ordenou que se fizesse daqueles duzentos e cinquenta incensários de bronze, chapas para cobrirem o altar do holocausto, de forma que servissem de sinal para os israelitas, no sentido de que nenhum estranho, senão da descendência de Arão se aproximasse do Senhor para queimar incenso (v. 36-40).
Mas o que era esperado aconteceu, porque toda a congregação de Israel tinha se identificado com a causa dos rebeldes, e assim, no dia seguinte murmuraram contra Moisés e Arão lhes acusando de serem os culpados da morte daqueles homens, só que em vez de lhes dar o título apropriado de rebeldes, referiram-se aos mesmos como “o povo do Senhor”.
Mais uma vez a nuvem cobriu o tabernáculo e a glória do Senhor apareceu, e tendo Moisés e Arão vindo à frente do tabernáculo Deus disse a Moisés que saísse do meio deles, porque os consumiria num só momento.
Moisés e Arão caíram com o rosto em terra, e dessa vez Moisés nem teve tempo para interceder junto ao Senhor porque Ele fizera irromper uma grande praga entre o povo, então Moisés ordenou a Arão que pegasse o seu incensário e queimasse incenso nele com o fogo do altar, e que fizesse expiação com aquele incenso sobre toda a congregação, porque a sua intercessão como sumo sacerdote por eles seria a única forma de fazer cessar aquela praga, que se não fosse detida, consumiria toda a congregação de Israel.
Nós estamos observando que o caráter da ordenança para que não murmuremos, constante de I Cor 10.10, seguindo o exemplo dos israelitas: “E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor”, se refere não somente à insatisfação e queixa nas provas a que somos submetidos pela vontade de Deus, como também a este espírito de rebelião, especialmente contra aqueles que têm sido constituídos pelo Senhor como líderes sobre as nossas vidas.
Tendo Arão obedecido a Moisés, a praga cessou, mas não sem antes ter matado a 14.700 pessoas, sem contar os que haviam sido mortos antes, por causa da rebelião de Coré (v 41-50).
É por causa da oração do nosso Sumo Sacerdote, da qual o incenso de Arão era figura, que não somos consumidos pelos juízos de Deus, em razão dos nossos pecados.
Jesus intercede à direita do Pai como nosso Advogado, e ainda que não fôssemos condenados eternamente, por estarmos debaixo da cobertura do Seu precioso sangue, no entanto, poderíamos ser visitados com muitos julgamentos de Deus, por causa dos nossos pecados.
A nossa confissão e arrependimento são aceitáveis a Deus, porque temos a Jesus intercedendo por nós à Sua direita, dia e noite, como nosso Advogado e Sumo Sacerdote.
Por isso foi revelado a Moisés, naquela ocasião, que somente a intercessão de Arão, na condição de sumo sacerdote de Israel poderia livrar o povo do castigo determinado contra os seus pecados, para que servisse de figura desta intercessão eficaz que é feita por Jesus em nosso favor, e por causa da qual não somos consumidos.
Por isso somos lembrados pelo apóstolo, que sempre que viermos a pecar eventualmente, devemos confessar os nossos pecados, sabendo que temos um Advogado junto ao Pai (I Jo 2.1).
Também nisto todos os ministros do Senhor devem ser seus imitadores, e seguirem também o bom exemplo de Arão, que estava intercedendo em favor daqueles que o odiavam e invejavam.
Deus estava confirmando a chamada de Arão para o sumo sacerdócio, revelando a Israel, que assim como fizera com o rei Davi, fizera a escolha por conhecer o coração, e não pela aparência exterior, por saber que Arão tinha um amor verdadeiro pelo seu povo, e que tinha um coração misericordioso, que se compadecia daqueles que estavam debaixo do seu cuidado, e demonstrou isto intercedendo e agindo pelo bem daqueles que estavam buscando o seu mal.
É da natureza do Senhor que a misericórdia sempre triunfe no juízo, e que no juízo Ele sempre se lembre da misericórdia, porque a glória do Senhor está em ser bondoso, misericordioso e perdoador, pois não tem prazer na morte dos ímpios, senão que se convertam e vivam, e até mesmo quando está exercendo juízos em Sua ira contra o pecado, a oração detém o juízo, porque Deus se lembra da misericórdia em plena manifestação da Sua ira.
Foi por pura misericórdia que Ele fez cessar a praga com a intercessão de Arão, porque não se fala em qualquer ponto das Escrituras, que os israelitas haviam se arrependido das suas rebeliões e da sua injustiça, quando canonizaram os rebeldes Coré, Datã e Abirão, bem como os duzentos e cinquenta rebeldes, ao mesmo tempo em que acusavam Moisés e Arão de assassinos do povo do Senhor.
Assim, revelou-se que a misericórdia do Senhor é a causa de não sermos consumidos, até porque, por um só pecado, ao curso de toda a nossa vida, já seríamos merecedores da morte e da condenação eternas.
Nunca é demais lembrar que por um só ato de injustiça (de Adão) muitos se tornaram pecadores e toda a criação ficou sujeita à vaidade.
Tudo morre no mundo por causa daquele único pecado original de Adão, e se Deus intervém dando graça e vida a pecadores, sem que o mereçam, é então por pura misericórdia.
Todavia, estes que são salvos pela misericórdia devem andar com temor e tremor diante do Senhor, com verdadeira humildade prática diante dEle, por obedecerem a tudo que lhes é ensinado por aqueles que Ele tem levantado para dirigir o Seu povo. Foi nesse sentido que Jesus afirmou expressamente que todo aquele que rejeita e resiste àqueles que são por Ele enviados a pregar e ensinar o evangelho. resistem não propriamente a eles, mas Àquele que os enviou, e Deus haverá de julgá-los por Sua rebelião, assim como podemos aprender do exemplo do que fizera com Datã, Coré, Abirão e todos que os seguiram na sua loucura de desprezar a autoridade de Deus.
Estas autoridades são constituídas para o nosso próprio bem, e, portanto, quando nos opomos a elas estamos resistindo ao próprio Deus, e nos privando de um viver abençoado, por não honrarmos e termos em alta estima aqueles que Ele chama para gastarem as suas vidas para intercederem por nós, para nos ensinarem a andar nos Seus caminhos, e que são levantados como modelos de vida e de fé que devemos imitar.
Muito desta resistência às autoridades constituídas por Deus é motivada por inveja, por cobiça e por outros sentimentos malignos que não provêm de modo algum daquilo que é devido à santidade e a uma vida verdadeiramente piedosa.
Isto foi o que sucedeu com Coré, que era também um coatita, da tribo de Levi, assim como Moisés e Arão.
ele estava pensando em tomar o sumo sacerdócio de Arão para si, e a posição de liderança de Moisés para Elisafã, o príncipe líder dos coatitas (Nm 3.30), e para buscar apoio político aliou-se a Datã e Abirão, príncipes da tribo de Rúben, e juntamente com estes estavam associados outros 250 príncipes de Israel, que eles haviam conseguido atrair para a sua causa, mas não há dúvida que Coré era o líder daquela rebelião, conforme citado em Judas 11, em relação aos falsos mestres que intentavam tomar o lugar da liderança dos apóstolos, referindo-se a eles nos seguintes termos:
“Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré.” (Jd 11).
Assim a insatisfação manifesta de um só homem revelaria a de muitos outros e lhes traria destruição. Daí se dizer “a rebelião de Coré.”
É preciso ter muito cuidado com aqueles que nos apresentam argumentos convincentes que parecem ser para o nosso bem e liberdade, e que no final acabam nos conduzindo a caminhos de morte, por nos levarem a confrontar a vontade do próprio Deus.
Eles devem ter prometido ao povo que os libertaria dos pesados mandamentos da lei de Moisés e da inflexibilidade dos seus juízos, como o que havia sido proferido sobre o homem que havia catado lenha num dia de sábado, e que fora morto por apedrejamento.
Eles hastearam a bandeira da igualdade, proclamando que todos eram santos em Israel e tinham o direito de exercer a liderança pela escolha do povo.
A causa estava quase ganha, na perspectiva deles, porque naquela conspiração, que deve ter sido montada astuciosamente, longe das vistas de Moisés e Arão, haviam conseguido juntar um grande número de aliados, dos quais a Palavra nos dá conta de serem “duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, chamados à assembleia, varões de renome;” (Nm 16.2).
Por influência destes líderes a insatisfação de toda a congregação foi revelada e manifestada, pois a causa deles era também a sua, porque queriam liberdade para fazerem o que era da própria vontade, contra a ordenança expressa de Deus para eles de que deveriam “lembrar de todos os mandamentos do Senhor, e os observarem; para que não se deixassem arrastar pela infidelidade dos seus corações ou pela sua vista, como antes o faziam”, conforme está registrado no final do décimo quinto capítulo de Números.
Havia, portanto uma batalha declarada da parte de Deus contra eles, da Sua santidade contra a carnalidade dos israelitas.
A luta do Espírito contra a carne estava aqui bem representada.
A natureza terrena nos puxando para baixo, e a vontade do Senhor tentando nos puxar para cima.
Israel teria que pagar um preço elevado em vidas, até que aprendesse quão dura coisa é resistir contra a vontade do Senhor.
O que fez Moisés diante do protesto deles?
Mais uma vez ele se prostrou com o rosto em terra (v.4), procurando alento e instrução no Senhor.
Ele teria resignado humildemente ao seu cargo se fosse esta a vontade de Deus.
Ele estava constrangido em seu espírito em ter que obedecer ao Senhor, assim como Davi em seu reinado e Paulo em seu apostolado.
Eles não se tinham feito líderes, reis, apóstolos, senão pelo Senhor que os havia chamado.
Do mesmo modo não foi Moisés quem indicou Arão e sua família para o sacerdócio, mas o próprio Deus.
Certamente que isto era um grande privilégio, mas antes de tudo era uma tremenda responsabilidade que eles carregavam sobre os seus ombros, e que lhes fora imposta pela vontade do Senhor.
A demanda de Coré, Datã e Abirão não era, pois contra Arão e Moisés, e sim contra o próprio Deus, e por isso, foi nEle que Moisés foi buscar resposta para aquela situação.
Ele a recebeu, e transmitiu a Coré e aos que o acompanhavam na sua rebelião o que deveriam fazer na manhã do dia seguinte, para que o Senhor confirmasse quem havia escolhido para o sacerdócio.
Eles deveriam acender incensários diante do Senhor no tabernáculo, e Deus indicaria a quem escolheria dentre eles.
Após tê-los repreendido pelo fato de estarem buscando o sacerdócio, rebelando-se contra a vontade de Deus e contra Arão, mandou chamar Datã e Abirão, mas estes se recusaram a ir ter com ele, e disseram que lhes havia feito retornar de uma terra que manava leite e mel para matá-los no deserto, e assim contestaram com que direito Moisés queria se fazer príncipe sobre eles.
E disseram ainda expressamente o seguinte:
“Ademais, não nos introduziste em uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura cegarás os olhos a estes homens? Não subiremos.” (v. 14).
Aqui eles revelaram que almejavam somente a herança.
Eles não queriam ao Deus da herança e nem a Sua vontade.
Tal como muitos esperam ir para o céu sem Jesus Cristo e sem cumprir a Sua vontade.
Datã e Abirão estavam alegres no meio do povo enquanto tinham a esperança de lançar logo mão nos bens prometidos na terra de Canaã, mas era algo muito insuportável para eles terem que peregrinar no deserto, com a sentença de não entrarem na terra por causa da sua incredulidade.
A sandália dos pés dos israelitas não se gastou naqueles quarenta anos de peregrinação, Deus não deixaria de lhes fazer o bem, se tão somente guardassem os Seus mandamentos, mas eles não queriam saber de fidelidade senão fazer o que era da própria vontade.
Eles tinham fixado um alvo e não queriam pagar o preço e assumir a responsabilidade que seria necessária para atingir aquele alvo, e agora se queixavam de não terem entrado na posse das coisas que eles próprios haviam desprezado.
A ira de Moisés se acendeu quando Datã e Abirão alegaram que ele havia se constituído num líder ambicioso e autoritário sobre eles, e quanto a isto não prostrou seu rosto em terra, mas pediu a Deus que defendesse a sua integridade; considerando que eles o acusaram de ser ambicioso, cobiçoso, e opressivo, fazendo-se um príncipe sobre eles, pois Deus era sua testemunha que nunca havia adquirido qualquer coisa deles, nem mesmo um jumento, nem nunca havia usado de suborno e extorsão, e não vivia com os tributos devidos a um príncipe.
Quando Coré se apresentou com os duzentos e cinquenta príncipes, e Arão, todos eles com os seus incensários, ele fez ainda uma agitação da congregação contra Moisés e Arão, à porta do tabernáculo, e isto fez com que a glória do Senhor aparecesse a toda a congregação, não para alegria deles, mas para convencimento de que o que aconteceria viria da parte dEle e não do homem, e aquela glória era glória de juízo e não de salvação, pronta a destruí-los, pois mais uma vez o Senhor disse a Moisés para se apartar da congregação de Israel, porque os consumiria a todos num só momento (Nm 16.21).
Mas novamente Moisés intercedeu em favor deles, para que lhes perdoasse, sob a alegação que não deveriam ser destruídos por causa do pecado de um só homem (v.22).
As massas, muitas vezes são dadas a seguir ignorante e impensadamente as bandeiras de promessas que algumas lideranças desviadas lhes apresentam.
Assim como nos dias de Jesus gritavam para que fosse crucificado por terem sido emuladas a isto pelos líderes de Israel, e nisto, Moisés agiu como tipo de Jesus, que rogaria ao Pai para que lhes perdoasse, por não saberem o que faziam, isto é, agiam por ignorância de tudo o que estava realmente envolvido em Sua morte pelas intenções invejosas e políticas dos líderes de Israel, e muito menos sabiam do significado de que naquela morte estava a única esperança da salvação das suas almas.
Mas a ira de Deus permanece sobre aqueles que não se arrependem dos seus pecados, ainda que os poupe temporariamente, por causa da Sua longanimidade, na expectativa de que venham a se arrepender e assim alcancem a vida eterna.
Contudo, no caso de Coré, Datã e Abirão, trouxe-lhes um juízo inaudito, de modo que ficasse claro para todos os israelitas, qual é o fim daqueles que se opõem à Sua vontade e se rebelam contra Ele.
Datã e Abirão haviam se recusado a ir ter com Moisés, este foi ter com eles, e foi ordenado por Deus que toda a congregação saísse das proximidades das tendas daqueles homens ímpios, para que não fossem consumidos juntamente com eles, por causa dos seus pecados (v. 26).
E, disse a todos que caso eles morressem de um modo comum, o Senhor não o teria enviado, mas se eles morressem de uma forma inaudita, com a terra abrindo a sua boca e lhes tragando com tudo o que lhes pertencia, descendo vivos ao Seol, então compreenderiam o quanto aqueles homens haviam desprezado o Senhor (v. 27-30).
Mal acabou de falar, a terra que estava debaixo deles se fendeu e os tragou com as suas famílias, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda, e a terra os cobriu. Vendo isto os israelitas fugiram pelo temor de serem também tragados (v. 34).
É provável que quando a terra se abriu para engolir Datã e Abirão e tudo que lhes pertencia, que o fogo procedente do Senhor consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso diante do tabernáculo, tendo sido deixado com vida dentre os que ofereciam o incenso, apenas Arão (v. 35).
Deus fizera a seleção e confirmação do seu escolhido de um modo excepcional, pois eliminou todos aqueles que não deveriam assumir o sacerdócio, consumindo-os com o fogo, em razão de terem feito aquilo que não lhes era lícito fazerem, e que não temeram sequer fazer, isto é, queimar incenso, função exclusiva dos sacerdotes, e eles descaradamente se apresentaram para fazer o que não deveriam de modo nenhum fazer.
Sempre que alguém tentar usurpar a função que foi designada por Deus a outro, esta pessoa terá que arcar com as consequências da sua presunção.
Deus revelou que é um fogo consumidor, que queima toda rebelião que se levante contra a Sua vontade.
Deus ordenou que se fizesse daqueles duzentos e cinquenta incensários de bronze, chapas para cobrirem o altar do holocausto, de forma que servissem de sinal para os israelitas, no sentido de que nenhum estranho, senão da descendência de Arão se aproximasse do Senhor para queimar incenso (v. 36-40).
Mas o que era esperado aconteceu, porque toda a congregação de Israel tinha se identificado com a causa dos rebeldes, e assim, no dia seguinte murmuraram contra Moisés e Arão lhes acusando de serem os culpados da morte daqueles homens, só que em vez de lhes dar o título apropriado de rebeldes, referiram-se aos mesmos como “o povo do Senhor”.
Mais uma vez a nuvem cobriu o tabernáculo e a glória do Senhor apareceu, e tendo Moisés e Arão vindo à frente do tabernáculo Deus disse a Moisés que saísse do meio deles, porque os consumiria num só momento.
Moisés e Arão caíram com o rosto em terra, e dessa vez Moisés nem teve tempo para interceder junto ao Senhor porque Ele fizera irromper uma grande praga entre o povo, então Moisés ordenou a Arão que pegasse o seu incensário e queimasse incenso nele com o fogo do altar, e que fizesse expiação com aquele incenso sobre toda a congregação, porque a sua intercessão como sumo sacerdote por eles seria a única forma de fazer cessar aquela praga, que se não fosse detida, consumiria toda a congregação de Israel.
Nós estamos observando que o caráter da ordenança para que não murmuremos, constante de I Cor 10.10, seguindo o exemplo dos israelitas: “E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor”, se refere não somente à insatisfação e queixa nas provas a que somos submetidos pela vontade de Deus, como também a este espírito de rebelião, especialmente contra aqueles que têm sido constituídos pelo Senhor como líderes sobre as nossas vidas.
Tendo Arão obedecido a Moisés, a praga cessou, mas não sem antes ter matado a 14.700 pessoas, sem contar os que haviam sido mortos antes, por causa da rebelião de Coré (v 41-50).
É por causa da oração do nosso Sumo Sacerdote, da qual o incenso de Arão era figura, que não somos consumidos pelos juízos de Deus, em razão dos nossos pecados.
Jesus intercede à direita do Pai como nosso Advogado, e ainda que não fôssemos condenados eternamente, por estarmos debaixo da cobertura do Seu precioso sangue, no entanto, poderíamos ser visitados com muitos julgamentos de Deus, por causa dos nossos pecados.
A nossa confissão e arrependimento são aceitáveis a Deus, porque temos a Jesus intercedendo por nós à Sua direita, dia e noite, como nosso Advogado e Sumo Sacerdote.
Por isso foi revelado a Moisés, naquela ocasião, que somente a intercessão de Arão, na condição de sumo sacerdote de Israel poderia livrar o povo do castigo determinado contra os seus pecados, para que servisse de figura desta intercessão eficaz que é feita por Jesus em nosso favor, e por causa da qual não somos consumidos.
Por isso somos lembrados pelo apóstolo, que sempre que viermos a pecar eventualmente, devemos confessar os nossos pecados, sabendo que temos um Advogado junto ao Pai (I Jo 2.1).
Também nisto todos os ministros do Senhor devem ser seus imitadores, e seguirem também o bom exemplo de Arão, que estava intercedendo em favor daqueles que o odiavam e invejavam.
Deus estava confirmando a chamada de Arão para o sumo sacerdócio, revelando a Israel, que assim como fizera com o rei Davi, fizera a escolha por conhecer o coração, e não pela aparência exterior, por saber que Arão tinha um amor verdadeiro pelo seu povo, e que tinha um coração misericordioso, que se compadecia daqueles que estavam debaixo do seu cuidado, e demonstrou isto intercedendo e agindo pelo bem daqueles que estavam buscando o seu mal.
É da natureza do Senhor que a misericórdia sempre triunfe no juízo, e que no juízo Ele sempre se lembre da misericórdia, porque a glória do Senhor está em ser bondoso, misericordioso e perdoador, pois não tem prazer na morte dos ímpios, senão que se convertam e vivam, e até mesmo quando está exercendo juízos em Sua ira contra o pecado, a oração detém o juízo, porque Deus se lembra da misericórdia em plena manifestação da Sua ira.
Foi por pura misericórdia que Ele fez cessar a praga com a intercessão de Arão, porque não se fala em qualquer ponto das Escrituras, que os israelitas haviam se arrependido das suas rebeliões e da sua injustiça, quando canonizaram os rebeldes Coré, Datã e Abirão, bem como os duzentos e cinquenta rebeldes, ao mesmo tempo em que acusavam Moisés e Arão de assassinos do povo do Senhor.
Assim, revelou-se que a misericórdia do Senhor é a causa de não sermos consumidos, até porque, por um só pecado, ao curso de toda a nossa vida, já seríamos merecedores da morte e da condenação eternas.
Nunca é demais lembrar que por um só ato de injustiça (de Adão) muitos se tornaram pecadores e toda a criação ficou sujeita à vaidade.
Tudo morre no mundo por causa daquele único pecado original de Adão, e se Deus intervém dando graça e vida a pecadores, sem que o mereçam, é então por pura misericórdia.
Todavia, estes que são salvos pela misericórdia devem andar com temor e tremor diante do Senhor, com verdadeira humildade prática diante dEle, por obedecerem a tudo que lhes é ensinado por aqueles que Ele tem levantado para dirigir o Seu povo. Foi nesse sentido que Jesus afirmou expressamente que todo aquele que rejeita e resiste àqueles que são por Ele enviados a pregar e ensinar o evangelho. resistem não propriamente a eles, mas Àquele que os enviou, e Deus haverá de julgá-los por Sua rebelião, assim como podemos aprender do exemplo do que fizera com Datã, Coré, Abirão e todos que os seguiram na sua loucura de desprezar a autoridade de Deus.
FORÇA PARA O DIA
COMPROMISSO COM OS PADRÕES DE DEUS
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1)
Assim como as organizações possuem regras que seus membros devem observar, Deus tem padrões que os cristãos devem viver.
Quando alguém faz parte de um grupo, ele ou ela é obrigado a seguir suas leis ou padrões. Os cidadãos americanos são obrigados a obedecer as leis dos Estados Unidos. Os funcionários devem cumprir as regras de sua empresa. A equipe atlética deve ouvir o seu treinador.
Muitos querem fazer parte de um grupo porque com a inclusão vem a aceitação. Esse desejo de conformidade pode ser bem forte, às vezes perigoso. Durante o tempo de Jesus, “muitos dentre as próprias autoridades creram em Jesus, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (João 12:42-43). Esses governantes estavam tão comprometidos com o sistema religioso que seguiam que condenaram suas almas aderindo rigidamente ao seu código.
Alguns imaginam que pertencer à igreja é diferente. Eles querem as bênçãos, os direitos e os privilégios de serem filhos de Deus, mas não estão dispostos a cumprir os padrões bíblicos. Mas Deus espera que os cristãos vivam de certa maneira. Paulo disse aos crentes coríntios que retirassem do meio deles todos os que viviam imoralmente (1 Co 5:1-2). Em 2 Tessalonicenses 3:6, ele diz: “Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, ordenamos a vocês que se afastem de todo irmão que vive de forma desordenada e não segundo a tradição que vocês receberam de nós”.
Uma vez que as pessoas podem ingressar em esportes e em atividades atléticas, seguir as regras, e podem ter medo de serem expulsas de seus grupos as quais perdem suas almas, e podem ser tão dedicadas a coisas que não importam, não devem os cristãos assumir um compromisso ainda maior com o aquilo que é mais importante? Em Efésios 4:1-6, Paulo nos diz como podemos “andar de uma maneira digna da vocação pela qual [fomos] chamamos” (v. 1). Vamos nos comprometer a obedecer a Deus à medida que aprendermos o que Ele exige de nós.
Sugestão para a oração
Peça a Deus para lhe mostrar as áreas em que o seu compromisso com Ele está falhando e para lhe ajudar no fortalecimento dessas áreas.
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados… (Efésios 4:1)
Assim como as organizações possuem regras que seus membros devem observar, Deus tem padrões que os cristãos devem viver.
Quando alguém faz parte de um grupo, ele ou ela é obrigado a seguir suas leis ou padrões. Os cidadãos americanos são obrigados a obedecer as leis dos Estados Unidos. Os funcionários devem cumprir as regras de sua empresa. A equipe atlética deve ouvir o seu treinador.
Muitos querem fazer parte de um grupo porque com a inclusão vem a aceitação. Esse desejo de conformidade pode ser bem forte, às vezes perigoso. Durante o tempo de Jesus, “muitos dentre as próprias autoridades creram em Jesus, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (João 12:42-43). Esses governantes estavam tão comprometidos com o sistema religioso que seguiam que condenaram suas almas aderindo rigidamente ao seu código.
Alguns imaginam que pertencer à igreja é diferente. Eles querem as bênçãos, os direitos e os privilégios de serem filhos de Deus, mas não estão dispostos a cumprir os padrões bíblicos. Mas Deus espera que os cristãos vivam de certa maneira. Paulo disse aos crentes coríntios que retirassem do meio deles todos os que viviam imoralmente (1 Co 5:1-2). Em 2 Tessalonicenses 3:6, ele diz: “Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, ordenamos a vocês que se afastem de todo irmão que vive de forma desordenada e não segundo a tradição que vocês receberam de nós”.
Uma vez que as pessoas podem ingressar em esportes e em atividades atléticas, seguir as regras, e podem ter medo de serem expulsas de seus grupos as quais perdem suas almas, e podem ser tão dedicadas a coisas que não importam, não devem os cristãos assumir um compromisso ainda maior com o aquilo que é mais importante? Em Efésios 4:1-6, Paulo nos diz como podemos “andar de uma maneira digna da vocação pela qual [fomos] chamamos” (v. 1). Vamos nos comprometer a obedecer a Deus à medida que aprendermos o que Ele exige de nós.
Sugestão para a oração
Peça a Deus para lhe mostrar as áreas em que o seu compromisso com Ele está falhando e para lhe ajudar no fortalecimento dessas áreas.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
O QUE FAZ JESUS EXULTAR
Versículo do dia: Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. (Lucas 10.21)
Esse versículo é uma das únicas duas passagens nos evangelhos onde se diz que Jesus se alegrou. Os setenta discípulos tinham acabado de voltar de suas jornadas para pregação e relataram seu sucesso a Jesus.
Lucas escreve no versículo 21: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”.
Observe que os três membros da Trindade se alegram aqui: Jesus está se alegrando; mas é dito que ele está se alegrando no Espírito Santo. Eu considero que isso signifique que o Espírito Santo está enchendo-o e movendo-o a se alegrar. Depois, no fim do versículo, é descrito o agrado de Deus Pai. A NVI o traduz como: “Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado”.
Ora, o que fez toda a Trindade se alegrar juntamente nesta passagem? É o amor livre e eletivo de Deus em esconder coisas da elite intelectual e revelá-las aos pequeninos. “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos”.
E o que o Pai esconde de alguns e revela a outros? Lucas 10.22 responde: “Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai”. Assim, o que Deus Pai deve revelar é a verdadeira identidade espiritual do Filho.
Quando os setenta discípulos voltam de sua missão evangelística e dão seu relatório a Jesus, ele e o Espírito Santo se regozijam de que Deus Pai, escolheu, de acordo com sua boa vontade, revelar o Filho aos pequeninos e escondê-lo dos sábios.
A questão não é que existam apenas certas classes de pessoas escolhidas por Deus. A questão é que Deus é livre para escolher os candidatos menos prováveis para a sua graça.
Deus contradiz o que o mérito humano poderia ditar. Ele esconde dos sábios e revela aos mais desamparados e incapazes.
Quando Jesus vê o Pai livremente iluminando e salvando as pessoas cuja única esperança é a livre graça, ele exulta no Espírito Santo e se deleita na eleição do seu Pai.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Para o Senhor vivemos.” (Romanos 14.8)
Se Deus o quisesse, cada um de nós teria sido levado ao céu no momento da conversão. Não era absolutamente necessário, em nossa preparação para a imortalidade, que nos demorássemos neste mundo. É possível uma pessoa ser levada ao céu e ser encontrada pronta a tomar parte da herança dos santos na luz, mesmo que ela tenha acabado de crer em Jesus. É verdade que nossa santificação é um processo longo e contínuo, e não seremos aperfeiçoados até que abandonemos nosso corpo e adentremos o véu; mas, apesar de ter o Senhor desejado fazer assim, Ele poderia ter mudado o nosso estado, da imperfeição para a perfeição, e nos transportado imediatamente ao céu.
Então, por que estamos aqui? Nosso Deus manteria qualquer de seus filhos fora do Paraíso por um momento além do necessário? Por que o exército do Deus vivo ainda está no campo de batalha, quando apenas um ordem poderia lhe dar a vitória? Por que seus filhos ainda estão vagueando aqui e ali, por um labirinto, quando uma única palavra de seus lábios os traria ao centro de suas esperanças no céu? A resposta é: eles estão aqui a fim de viverem para o Senhor e trazerem outros ao conhecimento do amor dele. Estamos neste mundo como semeadores da boa semente; como aradores, para sulcar a terra não-cultivada; como arautos, para proclamar a salvação. Estamos aqui como o “sal da terra” (Mateus 5.13), a fim de sermos uma bênção para o mundo. Estamos aqui para glorificar a Cristo em nossa vida diária, e trabalhar para Ele e cooperar com Ele (ver 2 Coríntios 6.1). Tenhamos certeza de que nossas vidas cumprem esses objetivos. Vivamos com seriedade, utilidade e santidade, para o louvor da glória da graça dele (ver Efésios 1.6). Entrementes, esperamos estar com Ele e cantamos diariamente:
Meu coração está com Ele em seu trono, E mal pode a demora aguentar;
A cada momento esperando ouvir a voz, “Levanta-te, vem sem tardar!”
Se Deus o quisesse, cada um de nós teria sido levado ao céu no momento da conversão. Não era absolutamente necessário, em nossa preparação para a imortalidade, que nos demorássemos neste mundo. É possível uma pessoa ser levada ao céu e ser encontrada pronta a tomar parte da herança dos santos na luz, mesmo que ela tenha acabado de crer em Jesus. É verdade que nossa santificação é um processo longo e contínuo, e não seremos aperfeiçoados até que abandonemos nosso corpo e adentremos o véu; mas, apesar de ter o Senhor desejado fazer assim, Ele poderia ter mudado o nosso estado, da imperfeição para a perfeição, e nos transportado imediatamente ao céu.
Então, por que estamos aqui? Nosso Deus manteria qualquer de seus filhos fora do Paraíso por um momento além do necessário? Por que o exército do Deus vivo ainda está no campo de batalha, quando apenas um ordem poderia lhe dar a vitória? Por que seus filhos ainda estão vagueando aqui e ali, por um labirinto, quando uma única palavra de seus lábios os traria ao centro de suas esperanças no céu? A resposta é: eles estão aqui a fim de viverem para o Senhor e trazerem outros ao conhecimento do amor dele. Estamos neste mundo como semeadores da boa semente; como aradores, para sulcar a terra não-cultivada; como arautos, para proclamar a salvação. Estamos aqui como o “sal da terra” (Mateus 5.13), a fim de sermos uma bênção para o mundo. Estamos aqui para glorificar a Cristo em nossa vida diária, e trabalhar para Ele e cooperar com Ele (ver 2 Coríntios 6.1). Tenhamos certeza de que nossas vidas cumprem esses objetivos. Vivamos com seriedade, utilidade e santidade, para o louvor da glória da graça dele (ver Efésios 1.6). Entrementes, esperamos estar com Ele e cantamos diariamente:
Meu coração está com Ele em seu trono, E mal pode a demora aguentar;
A cada momento esperando ouvir a voz, “Levanta-te, vem sem tardar!”
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
A IGREJA É O REFLEXO DO SEU PASTOR
Por Silas Alves Figueira
A Igreja é o reflexo do seu pastor e, se o pastor se espelha nas Escrituras Sagradas, a igreja que ele pastoreia irá refletir esta mesma imagem. Mas o que temos visto por aí nesses últimos anos é uma total descrença no ministério pastoral, pois muitos não estão refletindo a imagem de Cristo. Foi feita uma pesquisa a respeito das três classes que estão mais desacreditadas e a conclusão que se chegou foi: os políticos, a polícia e os pastores. Isso tem ocorrido porque os pastores estão deixando de ser aquilo que pregam. Muitos estão mais envolvidos com as coisas dessa terra do que com o seu chamado. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer país do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de ser embaixadores do Reis dos reis e do Senhor dos senhores”.
A crise que tem atingido a sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora. Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo, ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir.
Pastores que agem assim são, geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar que o caráter sustenta a unção e não vice versa. Há uma crise pastoral e ela precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje:
O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada.
Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. É o famoso venha como está e fique como está.
Alguns textos que condenam o homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10. Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas.
Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.
Igrejas Emergentes – As igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo, chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa longe dessas igrejas.
Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam trancados no armário do socialismo.[1]
Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que, iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11 falam dele como se ele fosse um personagem real? Então eu fico com a Bíblia e não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
O que temos visto hoje em dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev. Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no mercado da fé, o Rev. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de pastores:[2]
Primeiro, há pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual.
Quando uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras, seu destino é caminhar rapidamente para a destruição.
A teologia define o caráter e à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade, não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos também no descrédito assim como muitos tem caído.
A Igreja é o reflexo do seu pastor e, se o pastor se espelha nas Escrituras Sagradas, a igreja que ele pastoreia irá refletir esta mesma imagem. Mas o que temos visto por aí nesses últimos anos é uma total descrença no ministério pastoral, pois muitos não estão refletindo a imagem de Cristo. Foi feita uma pesquisa a respeito das três classes que estão mais desacreditadas e a conclusão que se chegou foi: os políticos, a polícia e os pastores. Isso tem ocorrido porque os pastores estão deixando de ser aquilo que pregam. Muitos estão mais envolvidos com as coisas dessa terra do que com o seu chamado. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer país do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de ser embaixadores do Reis dos reis e do Senhor dos senhores”.
A crise que tem atingido a sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora. Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo, ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir.
Pastores que agem assim são, geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar que o caráter sustenta a unção e não vice versa. Há uma crise pastoral e ela precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje:
O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada.
Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. É o famoso venha como está e fique como está.
Alguns textos que condenam o homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10. Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas.
Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.
Igrejas Emergentes – As igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo, chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa longe dessas igrejas.
Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam trancados no armário do socialismo.[1]
Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que, iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11 falam dele como se ele fosse um personagem real? Então eu fico com a Bíblia e não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
O que temos visto hoje em dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev. Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no mercado da fé, o Rev. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de pastores:[2]
Primeiro, há pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual.
Quando uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras, seu destino é caminhar rapidamente para a destruição.
A teologia define o caráter e à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade, não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos também no descrédito assim como muitos tem caído.
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