Semeando o Evangelho

Semear a Verdade e o Amor de Deus
sábado, 15 de julho de 2017
CONHECER A DEUS TRANSFORMA VIDAS
Por Marcelo Berti
Um estudo dos atributos de Deus é uma experiência transformadora. Ver Deus na Sua grandeza e glória transforma vidas. Conhecer a Deus tanto quanto possível foi o objetivo de grandes homens e mulheres de Deus na Bíblia. Os grandes homens da Bíblia eram aqueles que tinham uma paixão para conhecer a Deus; eles eram homens que chegaram a “ver” Deus. Nesse post, vamos focar nossa atenção em dois homens cujas vidas foram transformadas por ganharem uma grande apreensão dos atributos de Deus.
A. Jó, o homem íntegro e reto
Jó, pela avaliação de Deus, era “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:8). Deus permitiu uma série de desastres para afligir através da ação de Satanás. Jó era “aconselhado” por três amigos, os quais somente acrescentaram a ele mais sofrimento. Jó estava enfraquecendo debaixo do peso das suas aflições quando Deus pessoalmente o reprendeu. Deus não explicou porque Ele permitiu o sofrimento entrar em sua vida. Ele não informou Jó do envolvimento de Satanás ou do Seu próprio propósito para tudo aquilo que aconteceu. Deus simplesmente lembrou Jó que Ele era Deus e de alguns dos Seus atributos como Deus (Jó 38-41)
Ele lembrou Jó da sua natureza finita e sua falha. Jó se arrependeu. Ele não mais perguntou para saber por que Deus estava trabalhando assim como Ele estava em sua vida. Ele não mais precisava saber. Tudo o que ele precisava saber era que o que estava acontecendo era trabalho de Deus, e que Deus, como Deus, faria e poderia fazer o que era o melhor. Os atributos de Deus colocaram Jó de volta no caminho, espiritualmente falando, e lhe assegurou que se ele conhecia a Deus, ele sabia o suficiente. Seu sofrimento nunca foi explicado, porque ele por fim veio da mão de Deus.
Observe estas palavras no final do livro de Jó:
7 – Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (Jó 42:7)
Estas palavras indicam algo muito importante, pois elas revelam que Deus distinguiu entre Jó e suas respostas à sua aflição e seus três amigos com suas respostas à sua aflição. Os amigos de Jó estavam errados! Eles deviam se arrepender. Seu erro? Eles não falaram o que era certo a respeito de Deus.
Jó falou corretamente a cerca de Deus, porém quando? Penso que Jó falou corretamente sobre Deus no início dos seus problemas (Jó 1:21-22) e então no final deles quando ele se arrependeu.
1 – ENTÃO respondeu Jó ao SENHOR, dizendo: 2 – Bem sei eu que tudo tu podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. 3 – Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. 4 – Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5 – Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. 6 – Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza. (Jó 42:1-6)
Jó está dizendo: “Antes do meu sofrimento, Eu sabia sobre Você. Porém, agora, após meu sofrimento e após suas palavras de repreensão (lembrando-me dos seus atributos), eu cheguei agora a conhecer Você” Jó “ouviu de Deus” pelo ouvir do ouvido, porém agora Jó “viu a Deus”. Jó veio a conhecer Deus mais completamente. O sofrimento de Jó serviu aos mais altos propósitos de Deus dos quais Jó ainda ignorava. Porém eles também serviram aos propósitos de Deus para Jó, o que lhe causou conhecer mais completamente e melhor apreciar os atributos de Deus, e, portanto, conhecer mais completamente Deus. Os atributos de Deus levaram Jó a pensar corretamente sobre Deus e então responder corretamente ao seu sofrimento.
B. Moisés
Moisés também foi radicalmente mudado como um resultado do seu conhecimento crescente dos atributos de Deus. Considere a sequência dos eventos da vida de Moisés os quais lhe revelaram os atributos de Deus que por sua vez trouxe intimidade aumentada com Deus.
O primeiro encontro de Moisés com Deus está descrito em Êxodo 3:
1 – E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. 2 – E apareceu-lhe o anjo do SENHOR em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3 – E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. 4 – E vendo o SENHOR que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui. 5 – E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. 6 – Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. (Êxodo 3:1-6) 11 – Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? 12 – E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13 – Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14 – E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 15 – E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, Ele me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração. (Êxodo 3:11-15)
O primeiro encontro de Moisés com Deus revelaram vários atributos importantes de Deus, mesmo que ele tenha falhado em perceber ou acreditar neles. Primeiro Moisés foi instruído que o Deus de Israel é um Deus eterno. A sarça ardente não se “consumia”, ela simplesmente “ardia”. A sarça ardente era uma manifestação simbólica de Deus, o qual é eterno. Ele, como o fogo, não termina. E também, neste mesmo encontro, Deus disse a Moisés um dos Seus nomes. Deus é o grande e eterno “Eu Sou” (verso 14). Moisés viria a apreciar a eternidade de Deus nos anos por vir. É de admirar que o único Salmo (90) que Moisés escreveu foi um Salmo refletindo a eternidade de Deus?
Segundo, Moisés estava seguro da contínua presença de Deus com ele quando ele foi para o Egito para cumprir sua tarefa dada divinamente. Esta presença sempre contínua é celebrada por Davi no Salmo 139 e é assegurada aos discípulos pelo nosso Senhor ao dar a Grande Comissão (Mateus 28:18-20); veja também (Hebreus 13:5) Moisés iria logo pedir a Deus para fazer o que Ele tinha prometido (veja Êxodo 33:12-16; 34:8-9)
Terceiro, no encontro de Moisés com Deus na sarça ardente, ele foi instruído sobre a santidade de Deus. Foi dito para Moisés não se aproximar da sarça e para tirar as suas sandálias, pois o lugar ao redor da sarça era sagrado (Êxodo 3:5-6). A santidade de Deus se tornaria um tema proeminente no ministério de Moisés.
Se Moisés foi mantido à distância de Deus em Êxodo 3, o restante do livro de Êxodo descreve o intenso desejo de Moisés de ficar próximo de Deus para conhecê-Lo mais completamente. Quando Deus libertou Israel do Egito, Ele apareceu na forma de uma nuvem, separando-os dos egípcios e orientando-os para a terra prometida (veja Êxodo 14:19-20). No Monte Sinai, quando Deus deu a Lei para os israelitas, Ele se manifestou para a nação pelo fogo, fumaça, um nuvem, trovão e relâmpagos, e tremor de terra (Êxodo 19:16-19). O povo e os sacerdotes eram mantidos à distância e não era permitido nem olhar para Deus (19:21-25)
Uma coisa pouco comum tem lugar em Êxodo 24. Para Moisés, com Arão e seus dois filhos, Nadab e Abiu, acompanhados por 70 dos anciãos do povo, é concedida uma manifestação especial da glória de Deus:
9 – E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. 10 – E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. 11- Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam. (Êxodo 24:9-11)
E mesmo após está surpreendente revelação de Deus para aqueles líderes da nação, na ausência de Moisés eles tomaram parte na confecção de um ídolo contra as enfáticas instruções de Deus em contrário.
2 – Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 – Não terás outros deuses diante de mim. 4 – Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 – Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 – E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. (Êxodo 20:2-6)
1 – MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. 2 – E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei para mim. 3 – Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. 4 – E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. 5 – E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao SENHOR. 6 – E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois se levantou a folgar. (Êxodo 32:1-6)
Quão surpreendente! Estes israelitas tinham testemunhado o triunfo de Deus sobre os “deuses” do Egito no êxodo. Eles cantaram louvores a Ele após terem atravessado o Mar Vermelho (Êxodo 15:1-18) Eles viram as manifestações espetaculares da presença de Deus no monte. Arão e seus filhos e os 70 anciãos da nação foram privilegiados em comer uma refeição na presença de Deus. E mesmo assim, após a ausência de Moisés por um curto período de tempo, eles estavam desejosos de fazer um ídolo em direta desobediência àquilo que eles tinham sido ordenados.
Deus ameaçou consumir este povo rebelde. Ele ofereceu fazer um nova nação dos descendentes de Moisés. Moisés implorou a Deus para ter misericórdia do seu povo, e então cumprir Sua promessa à Abraão, e trazer glória para Ele mesmo entre as nações (veja Êxodo 32:11-13) Deus reteve a sua ira e prometeu ser com Moisés na condução do povo para a terra prometida. Porém Ele manteria distância deste obstinado povo.
1 – DISSE mais o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua descendência a darei. 2 – E enviarei um anjo adiante de ti, e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, 3 – A uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho. (Êxodo 33:1-3)
Enquanto Deus manteve Sua distância dos israelitas de dura cerviz, Ele permaneceu próximo de Moisés que gozou uma intimidade com Deus nunca vista desde o Jardim do Éden:
7 – E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. 8 – E acontecia que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficava em pé à porta da sua tenda; e olhava para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. 9 – E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. 10 – E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava e cada um, à porta da sua tenda, adorava.- E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda. (Êxodo 33:7-11)
Alguém poderia pensar que ele estaria satisfeito com tal intimidade com Deus, porém ele não estava. Ele queria mais, mais de Deus. Querendo conhecer a Deus mais intimamente, ele fez a seguinte petição.
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. 14 – Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. 15 – Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. 16 – Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? 17- Então disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome. 18 – Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. (Êxodo 33:12-18)
A resposta para o pedido de Moisés está registrada nos seguintes versos:
33:19 – Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 – E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. 21 – Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. 22 – E acontecerá que, quando a minha glória passar, por-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 – E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. 34:1- ENTÃO disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. 2 – E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali te põe diante de mim no cume do monte. (3 – E ninguém suba contigo, e também ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. 4 – Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e levou as duas tábuas de pedra em suas mãos. 5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. – E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou, (Êxodo 33:19 34:8)
Este incidente na vida de Moisés deveria nos instruir certamente, porém ele também deveria nos motivar a seguir os seus passos. Nós podemos achar para nós várias lições neste texto:
(1) Viver próximo a Deus é perigoso para aqueles que abrigam pecados e injustiças. Deus deixou claro que os homens pecadores devem manter distância (Êxodo 19:21-24) Se Deus estiver presente entre o Seu povo e eles persistirem em seus pecados, Ele os destruiria (Êxodo 33:3)
(2) Deus deseja comunhão com os homens, e Ele provê os meios para a comunhão. Deus se revelou para os israelitas, para seus líderes, e especialmente para Moisés. Deus quer manifestar Sua glória para os homens. Ele se glorificou no Egito ao derrotar o Faraó e os Egípcios. Ele se glorificou libertando a nação de Israel e mantendo Suas promessas da aliança com Abraão e seus descendentes.
Deus manifesta a Sua glória para os Seus escolhidos assim eles podem louvá-Lo e servi-Lo. Os homens não podem ter comunhão com Deus por causa dos seus pecados. Moisés pediu a Deus para ir com eles a terra prometida e também para perdoá-los dos seus pecados. (Êxodo 34-9). Por causa do pecado do homem, Deus proveu para Seu povo ter comunhão com Ele. Primeiro Deus chamou Seu povo de lado assim eles poderiam adorá-Lo (veja Êxodo 4:22-23) Então Deus deu para o Seu povo a Lei, a qual distinguia o santo do profano. A Lei definia o que era desprezível e detestável na visão de Deus. Ela também provê barreiras as quais mantém certos limites entre Deus e os homens. O tabernáculo foi uma destas barreiras. Somente um homem entraria no santo dos santos uma vez ao ano. E finalmente Deus proveu sacrifícios de sangue assim os pecados dos homens poderiam ser perdoados e então entrar em comunhão com Ele. Quando o Senhor Jesus foi crucificado no Calvário, Ele era o sacrifício total e definitivo, tendo morrido pelos pecados uma vez por todos, assim que agora não há nenhuma barreira entre os homens e Deus para aqueles que estão perdoados e justificados em Cristo (veja Hebreus 9 e 10),
(3) Conhecer a Deus foi o incentivo para Moisés conhecê-Lo ainda mais intimamente. Quando Deus apareceu a primeira vez para Moisés, ele estava com medo de olhar para Ele, e assim ele escondeu sua face (Êxodo 3:6) Em Êxodo 33, Moisés suplica a Deus para contemplá-Lo em sua glória. O que pode produzir tal mudança em Moisés? Eu creio que foi o seu crescente conhecimento de Deus. Nenhum homem jamais foi privilegiado de ter companhia com Deus como teve Moisés. Deus encontrava regularmente com Moisés e falava com ele “face a face, como um homem fala com seu amigo” (32:11). Entretanto Moisés queria mais de Deus. Quanto mais nós venhamos conhecer a Deus, mais queremos conhecê-Lo. Conhecer a Deus produz a motivação e os meios para conhecê-Lo ainda mais.
(4) Não conhecer a Deus intimamente leva-nos a manter distância de Deus e finalmente resulta em idolatria – criando um “deus” feito por nós mesmos. Isto nós aprendemos da nação de Israel. Eles foram instruídos para manter sua distância de Deus, e eles quiseram desta forma. Deixe Moisés interceder com Deus. Deixe-o viver perigosamente por chegar em contato íntimo com Ele. Eles manteriam sua distância. E assim logo eles estavam ocupados fazendo e adorando um “deus” que eles mesmos fizeram um “deus” que poderia estar perto deles. Porém este não era o mesmo Deus que lhes deu Sua Lei, que proibiu idolatria e imoralidade. Este era um “deus” a quem eles poderiam adorar e servir enquanto pecavam. E assim eles fizeram, para sua própria destruição. Quando nós não procuramos conhecer a Deus, acabamos nos afastando dEle e eventualmente construindo um “deus” por nós mesmos.
(5) A motivação de Moisés era que Deus o conhecia totalmente, e, portanto, ele desejava conhecer a Deus mais plenamente.
12b – e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12b-13)
Existe uma relação muito próxima entre sendo conhecido por Deus e procurar conhecer a Deus (veja 1 Coríntios 8:3; 13:12; Gálatas 4:9).
(6) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente a fim de servi-Lo melhor. O desejo de Moisés em conhecer a Deus mais plenamente não foi para ser servido. Ele procurou conhecer a Deus mais intimamente a fim de ser capaz de preencher o seu chamado para liderar a nação de Israel:
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12-13)
Moisés foi mandado levar o povo de Israel para a terra prometida. Como ele poderia fazer isso se ele não conhecia Aquele que era para ir com ele. Para ver Deus mais completamente era ser mais bem preparado para servi-Lo.
(7) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente, não somente para seu próprio benefício, mas para o benefício dos outros. Moisés já tinha sido assegurado da presença de Deus com ele (Êxodo 3:12; 33:14). Moisés procura por uma grande revelação da glória de Deus e pela Sua presença com Seu povo, Israel (33:15-16; 34:9). Através de todo este texto em Êxodo 33 e 34, Moisés está intercedendo pela nação de Israel. Seu pedido pessoal para ver a glória de Deus está ligado ao seu pedido de Deus estar presente com o Seu povo.
(8) Conhecer a Deus é conhecer Seus “caminhos” para conhecer Seu caráter. Moisés rogou a Deus.
13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:13)
Não podemos conhecer a Deus intimamente e pessoalmente sem conhecer o caráter de Deus, Seus “caminhos”. Por isso Moisés rogou a Deus para conhecer os Seus caminhos, para poder conhecê-Lo.
(9) A graça de Deus é tanto a base como o objetivo de conhecer a Deus. Leia estas palavras de Moisés mais uma vez:
13a – “Agora, pois, se tenho achado graça aos Teus olhos, rogo-Te que me faças saber o Teu caminho, e conhecer-Te-ei, para que ache graça aos Teus olhos;” (Êxodo 33:13a)
Você percebe? A expressão, “se tenho achado graça (ou favor) aos Teus olhos” é repetida neste único verso. Tendo achado favor aos Teus olhos, Moisés pode pedir a Deus para conhecê-lo mais completamente. E vir conhecer a Deus mais completamente é procurar a fim de achar o favor de Deus.
(10) O caráter de Deus e a Sua glória. Finalmente, note que a revelação da glória de Deus é a revelação do caráter de Deus:
5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. (Êxodo 34:5-7)
O que constitui a glória de Deus? A glória total de Deus não pode ser vista pelos homens, mesmo por um homem como Moisés. Seria algo como tentar olhar diretamente na luminosidade total do sol. Porém Deus revelou para Moisés alguns dos seus atributos. O esplendor e fulgor da manifestação física de Deus naquele monte foi porém um símbolo visual da glória da Sua pessoa, seu caráter. A graça de Deus e compaixão são Sua glória. Sua bondade amorosa é Sua glória. Sua fidelidade é Sua glória. Sua santidade e justiça são Sua glória.
Conclusão
Minha esperança sincera é que cada um de nós pudéssemos nos juntar com Moisés e dizer com ele, “Deixe-me ver Sua glória.” Não existe alegria e privilégio maior na vida do que contemplar a glória de Deus. Os céus estarão gozando da glória de Deus por toda a eternidade – e nós podemos começar agora. Porém se quisermos ver a glória de Deus, devemos estudar Seus atributos. E não devemos estudá-los como meras qualidades acadêmicas. Estas são características de Deus como uma Pessoa. E o resultado do nosso estudo deverá ser aquele de Moisés. Deveremos responder em adoração e em serviço o qual é sua expressão (veja Êxodo 34:8-9) Vamos não somente procurar ver a glória de Deus pessoalmente, porém procurar trazer outros em Sua presença também, para a Sua glória.
Um estudo dos atributos de Deus é uma experiência transformadora. Ver Deus na Sua grandeza e glória transforma vidas. Conhecer a Deus tanto quanto possível foi o objetivo de grandes homens e mulheres de Deus na Bíblia. Os grandes homens da Bíblia eram aqueles que tinham uma paixão para conhecer a Deus; eles eram homens que chegaram a “ver” Deus. Nesse post, vamos focar nossa atenção em dois homens cujas vidas foram transformadas por ganharem uma grande apreensão dos atributos de Deus.
A. Jó, o homem íntegro e reto
Jó, pela avaliação de Deus, era “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:8). Deus permitiu uma série de desastres para afligir através da ação de Satanás. Jó era “aconselhado” por três amigos, os quais somente acrescentaram a ele mais sofrimento. Jó estava enfraquecendo debaixo do peso das suas aflições quando Deus pessoalmente o reprendeu. Deus não explicou porque Ele permitiu o sofrimento entrar em sua vida. Ele não informou Jó do envolvimento de Satanás ou do Seu próprio propósito para tudo aquilo que aconteceu. Deus simplesmente lembrou Jó que Ele era Deus e de alguns dos Seus atributos como Deus (Jó 38-41)
Ele lembrou Jó da sua natureza finita e sua falha. Jó se arrependeu. Ele não mais perguntou para saber por que Deus estava trabalhando assim como Ele estava em sua vida. Ele não mais precisava saber. Tudo o que ele precisava saber era que o que estava acontecendo era trabalho de Deus, e que Deus, como Deus, faria e poderia fazer o que era o melhor. Os atributos de Deus colocaram Jó de volta no caminho, espiritualmente falando, e lhe assegurou que se ele conhecia a Deus, ele sabia o suficiente. Seu sofrimento nunca foi explicado, porque ele por fim veio da mão de Deus.
Observe estas palavras no final do livro de Jó:
7 – Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (Jó 42:7)
Estas palavras indicam algo muito importante, pois elas revelam que Deus distinguiu entre Jó e suas respostas à sua aflição e seus três amigos com suas respostas à sua aflição. Os amigos de Jó estavam errados! Eles deviam se arrepender. Seu erro? Eles não falaram o que era certo a respeito de Deus.
Jó falou corretamente a cerca de Deus, porém quando? Penso que Jó falou corretamente sobre Deus no início dos seus problemas (Jó 1:21-22) e então no final deles quando ele se arrependeu.
1 – ENTÃO respondeu Jó ao SENHOR, dizendo: 2 – Bem sei eu que tudo tu podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. 3 – Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. 4 – Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5 – Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. 6 – Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza. (Jó 42:1-6)
Jó está dizendo: “Antes do meu sofrimento, Eu sabia sobre Você. Porém, agora, após meu sofrimento e após suas palavras de repreensão (lembrando-me dos seus atributos), eu cheguei agora a conhecer Você” Jó “ouviu de Deus” pelo ouvir do ouvido, porém agora Jó “viu a Deus”. Jó veio a conhecer Deus mais completamente. O sofrimento de Jó serviu aos mais altos propósitos de Deus dos quais Jó ainda ignorava. Porém eles também serviram aos propósitos de Deus para Jó, o que lhe causou conhecer mais completamente e melhor apreciar os atributos de Deus, e, portanto, conhecer mais completamente Deus. Os atributos de Deus levaram Jó a pensar corretamente sobre Deus e então responder corretamente ao seu sofrimento.
B. Moisés
Moisés também foi radicalmente mudado como um resultado do seu conhecimento crescente dos atributos de Deus. Considere a sequência dos eventos da vida de Moisés os quais lhe revelaram os atributos de Deus que por sua vez trouxe intimidade aumentada com Deus.
O primeiro encontro de Moisés com Deus está descrito em Êxodo 3:
1 – E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. 2 – E apareceu-lhe o anjo do SENHOR em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3 – E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. 4 – E vendo o SENHOR que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui. 5 – E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. 6 – Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. (Êxodo 3:1-6) 11 – Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? 12 – E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13 – Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14 – E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 15 – E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, Ele me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração. (Êxodo 3:11-15)
O primeiro encontro de Moisés com Deus revelaram vários atributos importantes de Deus, mesmo que ele tenha falhado em perceber ou acreditar neles. Primeiro Moisés foi instruído que o Deus de Israel é um Deus eterno. A sarça ardente não se “consumia”, ela simplesmente “ardia”. A sarça ardente era uma manifestação simbólica de Deus, o qual é eterno. Ele, como o fogo, não termina. E também, neste mesmo encontro, Deus disse a Moisés um dos Seus nomes. Deus é o grande e eterno “Eu Sou” (verso 14). Moisés viria a apreciar a eternidade de Deus nos anos por vir. É de admirar que o único Salmo (90) que Moisés escreveu foi um Salmo refletindo a eternidade de Deus?
Segundo, Moisés estava seguro da contínua presença de Deus com ele quando ele foi para o Egito para cumprir sua tarefa dada divinamente. Esta presença sempre contínua é celebrada por Davi no Salmo 139 e é assegurada aos discípulos pelo nosso Senhor ao dar a Grande Comissão (Mateus 28:18-20); veja também (Hebreus 13:5) Moisés iria logo pedir a Deus para fazer o que Ele tinha prometido (veja Êxodo 33:12-16; 34:8-9)
Terceiro, no encontro de Moisés com Deus na sarça ardente, ele foi instruído sobre a santidade de Deus. Foi dito para Moisés não se aproximar da sarça e para tirar as suas sandálias, pois o lugar ao redor da sarça era sagrado (Êxodo 3:5-6). A santidade de Deus se tornaria um tema proeminente no ministério de Moisés.
Se Moisés foi mantido à distância de Deus em Êxodo 3, o restante do livro de Êxodo descreve o intenso desejo de Moisés de ficar próximo de Deus para conhecê-Lo mais completamente. Quando Deus libertou Israel do Egito, Ele apareceu na forma de uma nuvem, separando-os dos egípcios e orientando-os para a terra prometida (veja Êxodo 14:19-20). No Monte Sinai, quando Deus deu a Lei para os israelitas, Ele se manifestou para a nação pelo fogo, fumaça, um nuvem, trovão e relâmpagos, e tremor de terra (Êxodo 19:16-19). O povo e os sacerdotes eram mantidos à distância e não era permitido nem olhar para Deus (19:21-25)
Uma coisa pouco comum tem lugar em Êxodo 24. Para Moisés, com Arão e seus dois filhos, Nadab e Abiu, acompanhados por 70 dos anciãos do povo, é concedida uma manifestação especial da glória de Deus:
9 – E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. 10 – E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. 11- Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam. (Êxodo 24:9-11)
E mesmo após está surpreendente revelação de Deus para aqueles líderes da nação, na ausência de Moisés eles tomaram parte na confecção de um ídolo contra as enfáticas instruções de Deus em contrário.
2 – Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 – Não terás outros deuses diante de mim. 4 – Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 – Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 – E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. (Êxodo 20:2-6)
1 – MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. 2 – E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei para mim. 3 – Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. 4 – E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. 5 – E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao SENHOR. 6 – E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois se levantou a folgar. (Êxodo 32:1-6)
Quão surpreendente! Estes israelitas tinham testemunhado o triunfo de Deus sobre os “deuses” do Egito no êxodo. Eles cantaram louvores a Ele após terem atravessado o Mar Vermelho (Êxodo 15:1-18) Eles viram as manifestações espetaculares da presença de Deus no monte. Arão e seus filhos e os 70 anciãos da nação foram privilegiados em comer uma refeição na presença de Deus. E mesmo assim, após a ausência de Moisés por um curto período de tempo, eles estavam desejosos de fazer um ídolo em direta desobediência àquilo que eles tinham sido ordenados.
Deus ameaçou consumir este povo rebelde. Ele ofereceu fazer um nova nação dos descendentes de Moisés. Moisés implorou a Deus para ter misericórdia do seu povo, e então cumprir Sua promessa à Abraão, e trazer glória para Ele mesmo entre as nações (veja Êxodo 32:11-13) Deus reteve a sua ira e prometeu ser com Moisés na condução do povo para a terra prometida. Porém Ele manteria distância deste obstinado povo.
1 – DISSE mais o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua descendência a darei. 2 – E enviarei um anjo adiante de ti, e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, 3 – A uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho. (Êxodo 33:1-3)
Enquanto Deus manteve Sua distância dos israelitas de dura cerviz, Ele permaneceu próximo de Moisés que gozou uma intimidade com Deus nunca vista desde o Jardim do Éden:
7 – E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. 8 – E acontecia que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficava em pé à porta da sua tenda; e olhava para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. 9 – E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. 10 – E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava e cada um, à porta da sua tenda, adorava.- E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda. (Êxodo 33:7-11)
Alguém poderia pensar que ele estaria satisfeito com tal intimidade com Deus, porém ele não estava. Ele queria mais, mais de Deus. Querendo conhecer a Deus mais intimamente, ele fez a seguinte petição.
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. 14 – Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. 15 – Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. 16 – Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? 17- Então disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome. 18 – Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. (Êxodo 33:12-18)
A resposta para o pedido de Moisés está registrada nos seguintes versos:
33:19 – Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 – E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. 21 – Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. 22 – E acontecerá que, quando a minha glória passar, por-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 – E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. 34:1- ENTÃO disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. 2 – E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali te põe diante de mim no cume do monte. (3 – E ninguém suba contigo, e também ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. 4 – Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e levou as duas tábuas de pedra em suas mãos. 5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. – E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou, (Êxodo 33:19 34:8)
Este incidente na vida de Moisés deveria nos instruir certamente, porém ele também deveria nos motivar a seguir os seus passos. Nós podemos achar para nós várias lições neste texto:
(1) Viver próximo a Deus é perigoso para aqueles que abrigam pecados e injustiças. Deus deixou claro que os homens pecadores devem manter distância (Êxodo 19:21-24) Se Deus estiver presente entre o Seu povo e eles persistirem em seus pecados, Ele os destruiria (Êxodo 33:3)
(2) Deus deseja comunhão com os homens, e Ele provê os meios para a comunhão. Deus se revelou para os israelitas, para seus líderes, e especialmente para Moisés. Deus quer manifestar Sua glória para os homens. Ele se glorificou no Egito ao derrotar o Faraó e os Egípcios. Ele se glorificou libertando a nação de Israel e mantendo Suas promessas da aliança com Abraão e seus descendentes.
Deus manifesta a Sua glória para os Seus escolhidos assim eles podem louvá-Lo e servi-Lo. Os homens não podem ter comunhão com Deus por causa dos seus pecados. Moisés pediu a Deus para ir com eles a terra prometida e também para perdoá-los dos seus pecados. (Êxodo 34-9). Por causa do pecado do homem, Deus proveu para Seu povo ter comunhão com Ele. Primeiro Deus chamou Seu povo de lado assim eles poderiam adorá-Lo (veja Êxodo 4:22-23) Então Deus deu para o Seu povo a Lei, a qual distinguia o santo do profano. A Lei definia o que era desprezível e detestável na visão de Deus. Ela também provê barreiras as quais mantém certos limites entre Deus e os homens. O tabernáculo foi uma destas barreiras. Somente um homem entraria no santo dos santos uma vez ao ano. E finalmente Deus proveu sacrifícios de sangue assim os pecados dos homens poderiam ser perdoados e então entrar em comunhão com Ele. Quando o Senhor Jesus foi crucificado no Calvário, Ele era o sacrifício total e definitivo, tendo morrido pelos pecados uma vez por todos, assim que agora não há nenhuma barreira entre os homens e Deus para aqueles que estão perdoados e justificados em Cristo (veja Hebreus 9 e 10),
(3) Conhecer a Deus foi o incentivo para Moisés conhecê-Lo ainda mais intimamente. Quando Deus apareceu a primeira vez para Moisés, ele estava com medo de olhar para Ele, e assim ele escondeu sua face (Êxodo 3:6) Em Êxodo 33, Moisés suplica a Deus para contemplá-Lo em sua glória. O que pode produzir tal mudança em Moisés? Eu creio que foi o seu crescente conhecimento de Deus. Nenhum homem jamais foi privilegiado de ter companhia com Deus como teve Moisés. Deus encontrava regularmente com Moisés e falava com ele “face a face, como um homem fala com seu amigo” (32:11). Entretanto Moisés queria mais de Deus. Quanto mais nós venhamos conhecer a Deus, mais queremos conhecê-Lo. Conhecer a Deus produz a motivação e os meios para conhecê-Lo ainda mais.
(4) Não conhecer a Deus intimamente leva-nos a manter distância de Deus e finalmente resulta em idolatria – criando um “deus” feito por nós mesmos. Isto nós aprendemos da nação de Israel. Eles foram instruídos para manter sua distância de Deus, e eles quiseram desta forma. Deixe Moisés interceder com Deus. Deixe-o viver perigosamente por chegar em contato íntimo com Ele. Eles manteriam sua distância. E assim logo eles estavam ocupados fazendo e adorando um “deus” que eles mesmos fizeram um “deus” que poderia estar perto deles. Porém este não era o mesmo Deus que lhes deu Sua Lei, que proibiu idolatria e imoralidade. Este era um “deus” a quem eles poderiam adorar e servir enquanto pecavam. E assim eles fizeram, para sua própria destruição. Quando nós não procuramos conhecer a Deus, acabamos nos afastando dEle e eventualmente construindo um “deus” por nós mesmos.
(5) A motivação de Moisés era que Deus o conhecia totalmente, e, portanto, ele desejava conhecer a Deus mais plenamente.
12b – e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12b-13)
Existe uma relação muito próxima entre sendo conhecido por Deus e procurar conhecer a Deus (veja 1 Coríntios 8:3; 13:12; Gálatas 4:9).
(6) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente a fim de servi-Lo melhor. O desejo de Moisés em conhecer a Deus mais plenamente não foi para ser servido. Ele procurou conhecer a Deus mais intimamente a fim de ser capaz de preencher o seu chamado para liderar a nação de Israel:
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12-13)
Moisés foi mandado levar o povo de Israel para a terra prometida. Como ele poderia fazer isso se ele não conhecia Aquele que era para ir com ele. Para ver Deus mais completamente era ser mais bem preparado para servi-Lo.
(7) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente, não somente para seu próprio benefício, mas para o benefício dos outros. Moisés já tinha sido assegurado da presença de Deus com ele (Êxodo 3:12; 33:14). Moisés procura por uma grande revelação da glória de Deus e pela Sua presença com Seu povo, Israel (33:15-16; 34:9). Através de todo este texto em Êxodo 33 e 34, Moisés está intercedendo pela nação de Israel. Seu pedido pessoal para ver a glória de Deus está ligado ao seu pedido de Deus estar presente com o Seu povo.
(8) Conhecer a Deus é conhecer Seus “caminhos” para conhecer Seu caráter. Moisés rogou a Deus.
13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:13)
Não podemos conhecer a Deus intimamente e pessoalmente sem conhecer o caráter de Deus, Seus “caminhos”. Por isso Moisés rogou a Deus para conhecer os Seus caminhos, para poder conhecê-Lo.
(9) A graça de Deus é tanto a base como o objetivo de conhecer a Deus. Leia estas palavras de Moisés mais uma vez:
13a – “Agora, pois, se tenho achado graça aos Teus olhos, rogo-Te que me faças saber o Teu caminho, e conhecer-Te-ei, para que ache graça aos Teus olhos;” (Êxodo 33:13a)
Você percebe? A expressão, “se tenho achado graça (ou favor) aos Teus olhos” é repetida neste único verso. Tendo achado favor aos Teus olhos, Moisés pode pedir a Deus para conhecê-lo mais completamente. E vir conhecer a Deus mais completamente é procurar a fim de achar o favor de Deus.
(10) O caráter de Deus e a Sua glória. Finalmente, note que a revelação da glória de Deus é a revelação do caráter de Deus:
5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. (Êxodo 34:5-7)
O que constitui a glória de Deus? A glória total de Deus não pode ser vista pelos homens, mesmo por um homem como Moisés. Seria algo como tentar olhar diretamente na luminosidade total do sol. Porém Deus revelou para Moisés alguns dos seus atributos. O esplendor e fulgor da manifestação física de Deus naquele monte foi porém um símbolo visual da glória da Sua pessoa, seu caráter. A graça de Deus e compaixão são Sua glória. Sua bondade amorosa é Sua glória. Sua fidelidade é Sua glória. Sua santidade e justiça são Sua glória.
Conclusão
Minha esperança sincera é que cada um de nós pudéssemos nos juntar com Moisés e dizer com ele, “Deixe-me ver Sua glória.” Não existe alegria e privilégio maior na vida do que contemplar a glória de Deus. Os céus estarão gozando da glória de Deus por toda a eternidade – e nós podemos começar agora. Porém se quisermos ver a glória de Deus, devemos estudar Seus atributos. E não devemos estudá-los como meras qualidades acadêmicas. Estas são características de Deus como uma Pessoa. E o resultado do nosso estudo deverá ser aquele de Moisés. Deveremos responder em adoração e em serviço o qual é sua expressão (veja Êxodo 34:8-9) Vamos não somente procurar ver a glória de Deus pessoalmente, porém procurar trazer outros em Sua presença também, para a Sua glória.
JESUS É O ALIMENTO DA VIDA ETERNA
“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” (João 6.35)
“Eu sou o pão da vida”. Primeiro, ele mostra que o pão, que eles pediram com escárnio nos versos anteriores, está diante de seus olhos; e, em seguida, os repreende. Ele começa com doutrina, para fazer mais evidente que eles eram culpados de ingratidão. Existem duas partes da doutrina; pois ele mostra onde devemos buscar a vida, e como podemos apreciá-la. Nós sabemos o que deu ocasião para Cristo usar essas metáforas; era porque o maná e a alimentação diária tinham sido mencionados. Mas, ainda assim esta figura está melhor adaptada para ensinar as pessoas ignorantes do que um estilo simples. Quando comemos o pão para a nutrição do corpo, vemos mais claramente não apenas a nossa própria fraqueza, mas também o poder da graça divina, em que, sem pão, Deus desse ao corpo um poder secreto de nutrir a si mesmo. Assim, a analogia que é traçada entre o corpo e a alma, nos permite perceber mais claramente a graça de Cristo. Porque quando aprendemos que Cristo é o pão pelo qual nossas almas devem ser alimentadas, isto penetra mais profundamente em nossos corações do que se Cristo simplesmente dissesse que ele é a nossa vida
Deve ser observado, no entanto, que a palavra pão não expressa o poder vivificante de Cristo tão plenamente como nós o sentimos; porque o pão não faz começar a vida, mas nutre e sustenta a vida que já possuímos. Mas, graças à bondade de Cristo, não somente continuamos a possuir a vida, mas temos o início da vida, e, portanto, a comparação é em parte inadequada; mas não há nenhuma inconsistência nisto, pois Cristo adapta seu estilo às circunstâncias do discurso que anteriormente tinha apresentado. Agora, a questão que tinha sido levantada nos versos anteriores, qual das duas era a alimentação mais eminente entre os homens, a de Moisés (maná) ou a do próprio Cristo? Esta é também a razão pela qual ele chama isto de pão apenas, pois foi somente o maná que eles opuseram a ele, e, portanto, julgou suficiente contrastá-lo com um tipo diferente de pão.
A doutrina é simples, “Nossas almas não vivem por um poder intrínseco, por assim dizer, ou seja, por um poder que elas têm, naturalmente, em si mesmas, mas emprestam a vida a partir de Cristo.”
“Aquele que vem a mim”. Ele agora define a maneira de tomar esse alimento; é quando recebemos a Cristo pela fé. Pois é de nenhum proveito para os incrédulos que Cristo seja o pão da vida, porque permanecem sempre vazios; assim, então, Cristo se torna nosso pão, quando chegamos a ele como pessoas famintas, para que ele possa nos saciar. Vir a Cristo e crer nele, nesta passagem, é a mesma coisa; mas a palavra anterior destina-se a expressar o efeito da fé, ou seja, que é em consequência de sermos impulsionados pelo sentimento de nossa fome que nós corremos a Cristo para buscar vida.
Aqueles que inferem desta passagem que comer Cristo é a fé, e nada mais, raciocinam inconclusivamente. Eu prontamente reconheço que não há nenhuma outra maneira em que nós nos alimentamos de Cristo a não ser por crermos; mas o comer é o efeito e fruto da fé, em vez da própria fé. Porque a fé não olha para Cristo apenas como à distância, mas o abraça, para que ele possa se tornar nosso e habitar em nós. Ela nos faz ser incorporados a ele, ter vida em comum com ele, e, em suma, tornar-nos um com ele (João 17.21).
Portanto, é verdade que é por fé que comemos Cristo, desde que também compreendamos de que maneira a fé nos une a ele.
“Nunca mais terá sede”. Isto parece ser adicionados sem qualquer boa razão; porque a função do pão não é a de matar a sede, mas aliviar a fome. Cristo, portanto, atribui ao pão mais do que a sua natureza permite. Eu já disse, que ele emprega a palavra pão sozinha, porque foi exigido pela comparação entre o maná e o poder celestial de Cristo, pelo qual nossas almas são sustentadas em vida. Ao mesmo tempo, a palavra pão, significa, em geral, tudo o que nos alimenta, e que era um costume comum de sua nação. Porque os hebreus, pela figura de linguagem chamada sinédoque, usam a palavra pão para o jantar ou ceia; e quando pedimos a Deus o nosso pão de cada dia (Mateus 6.11), nós incluímos bebida e todas as outras partes da vida. O significado, pois, é: “Quem deve valer-se a Cristo, para ter a vida dele, não terá falta de nada, mas terá em abundância tudo o que contribui para sustentar a vida.”
“Eu sou o pão da vida”. Primeiro, ele mostra que o pão, que eles pediram com escárnio nos versos anteriores, está diante de seus olhos; e, em seguida, os repreende. Ele começa com doutrina, para fazer mais evidente que eles eram culpados de ingratidão. Existem duas partes da doutrina; pois ele mostra onde devemos buscar a vida, e como podemos apreciá-la. Nós sabemos o que deu ocasião para Cristo usar essas metáforas; era porque o maná e a alimentação diária tinham sido mencionados. Mas, ainda assim esta figura está melhor adaptada para ensinar as pessoas ignorantes do que um estilo simples. Quando comemos o pão para a nutrição do corpo, vemos mais claramente não apenas a nossa própria fraqueza, mas também o poder da graça divina, em que, sem pão, Deus desse ao corpo um poder secreto de nutrir a si mesmo. Assim, a analogia que é traçada entre o corpo e a alma, nos permite perceber mais claramente a graça de Cristo. Porque quando aprendemos que Cristo é o pão pelo qual nossas almas devem ser alimentadas, isto penetra mais profundamente em nossos corações do que se Cristo simplesmente dissesse que ele é a nossa vida
Deve ser observado, no entanto, que a palavra pão não expressa o poder vivificante de Cristo tão plenamente como nós o sentimos; porque o pão não faz começar a vida, mas nutre e sustenta a vida que já possuímos. Mas, graças à bondade de Cristo, não somente continuamos a possuir a vida, mas temos o início da vida, e, portanto, a comparação é em parte inadequada; mas não há nenhuma inconsistência nisto, pois Cristo adapta seu estilo às circunstâncias do discurso que anteriormente tinha apresentado. Agora, a questão que tinha sido levantada nos versos anteriores, qual das duas era a alimentação mais eminente entre os homens, a de Moisés (maná) ou a do próprio Cristo? Esta é também a razão pela qual ele chama isto de pão apenas, pois foi somente o maná que eles opuseram a ele, e, portanto, julgou suficiente contrastá-lo com um tipo diferente de pão.
A doutrina é simples, “Nossas almas não vivem por um poder intrínseco, por assim dizer, ou seja, por um poder que elas têm, naturalmente, em si mesmas, mas emprestam a vida a partir de Cristo.”
“Aquele que vem a mim”. Ele agora define a maneira de tomar esse alimento; é quando recebemos a Cristo pela fé. Pois é de nenhum proveito para os incrédulos que Cristo seja o pão da vida, porque permanecem sempre vazios; assim, então, Cristo se torna nosso pão, quando chegamos a ele como pessoas famintas, para que ele possa nos saciar. Vir a Cristo e crer nele, nesta passagem, é a mesma coisa; mas a palavra anterior destina-se a expressar o efeito da fé, ou seja, que é em consequência de sermos impulsionados pelo sentimento de nossa fome que nós corremos a Cristo para buscar vida.
Aqueles que inferem desta passagem que comer Cristo é a fé, e nada mais, raciocinam inconclusivamente. Eu prontamente reconheço que não há nenhuma outra maneira em que nós nos alimentamos de Cristo a não ser por crermos; mas o comer é o efeito e fruto da fé, em vez da própria fé. Porque a fé não olha para Cristo apenas como à distância, mas o abraça, para que ele possa se tornar nosso e habitar em nós. Ela nos faz ser incorporados a ele, ter vida em comum com ele, e, em suma, tornar-nos um com ele (João 17.21).
Portanto, é verdade que é por fé que comemos Cristo, desde que também compreendamos de que maneira a fé nos une a ele.
“Nunca mais terá sede”. Isto parece ser adicionados sem qualquer boa razão; porque a função do pão não é a de matar a sede, mas aliviar a fome. Cristo, portanto, atribui ao pão mais do que a sua natureza permite. Eu já disse, que ele emprega a palavra pão sozinha, porque foi exigido pela comparação entre o maná e o poder celestial de Cristo, pelo qual nossas almas são sustentadas em vida. Ao mesmo tempo, a palavra pão, significa, em geral, tudo o que nos alimenta, e que era um costume comum de sua nação. Porque os hebreus, pela figura de linguagem chamada sinédoque, usam a palavra pão para o jantar ou ceia; e quando pedimos a Deus o nosso pão de cada dia (Mateus 6.11), nós incluímos bebida e todas as outras partes da vida. O significado, pois, é: “Quem deve valer-se a Cristo, para ter a vida dele, não terá falta de nada, mas terá em abundância tudo o que contribui para sustentar a vida.”
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
DEUS NOS FORTALECE ATRAVÉS DOS OUTROS
Versículo do dia: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. (Lucas 22.31-32)
E os outros dez apóstolos (sem contar Judas)?
Satanás iria peneirá-los também. Jesus orou por eles?
Sim, ele orou. Porém, ele não pediu ao Pai que guardasse a fé deles da mesma forma que guardaria a de Pedro.
Deus quebrou o orgulho e autoconfiança de Pedro naquela noite na agonia da peneira de Satanás. Mas Deus não o deixou ir embora. Ele o converteu, perdoou, restaurou e fortaleceu a sua fé. E agora, a missão de Pedro era fortalecer os outros dez.
Jesus sustentou os dez ao sustentar Pedro. Aquele que foi fortalecido se tornou o fortalecedor.
Há uma grande lição aqui para nós. Às vezes, Deus lidará diretamente com você, fortalecendo diretamente sua fé nas primeiras horas da manhã. Porém, na maior parte do tempo (poderíamos dizer 10 a cada 11 horas), Deus fortalece nossa fé através de outra pessoa.
Deus nos envia alguns Simãos Pedros, que trazem exatamente a palavra da graça que precisamos para prosseguirmos na fé: algum testemunho sobre como “ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5).
A segurança eterna é um projeto comunitário. Sempre que Deus encorajar seu coração com a promessa de que na peneiração de Satanás a sua fé não falhará, tome esse encorajamento e dobre sua alegria ao usar isso para fortalecer seus irmãos e irmãs.
Versículo do dia: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. (Lucas 22.31-32)
E os outros dez apóstolos (sem contar Judas)?
Satanás iria peneirá-los também. Jesus orou por eles?
Sim, ele orou. Porém, ele não pediu ao Pai que guardasse a fé deles da mesma forma que guardaria a de Pedro.
Deus quebrou o orgulho e autoconfiança de Pedro naquela noite na agonia da peneira de Satanás. Mas Deus não o deixou ir embora. Ele o converteu, perdoou, restaurou e fortaleceu a sua fé. E agora, a missão de Pedro era fortalecer os outros dez.
Jesus sustentou os dez ao sustentar Pedro. Aquele que foi fortalecido se tornou o fortalecedor.
Há uma grande lição aqui para nós. Às vezes, Deus lidará diretamente com você, fortalecendo diretamente sua fé nas primeiras horas da manhã. Porém, na maior parte do tempo (poderíamos dizer 10 a cada 11 horas), Deus fortalece nossa fé através de outra pessoa.
Deus nos envia alguns Simãos Pedros, que trazem exatamente a palavra da graça que precisamos para prosseguirmos na fé: algum testemunho sobre como “ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5).
A segurança eterna é um projeto comunitário. Sempre que Deus encorajar seu coração com a promessa de que na peneiração de Satanás a sua fé não falhará, tome esse encorajamento e dobre sua alegria ao usar isso para fortalecer seus irmãos e irmãs.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5.21)
O crente entristecido, por que você chora? Está lamentando as suas próprias corrupções? Olhe para o seu perfeito Senhor e lembre-se de que você é completo nEle. Aos olhos de Deus, você é tão perfeito como se nunca houvesse pecado. E, mais do que isso, o Senhor de nossa justiça vestiu-lhe com a roupa divina, de modo que você tem uma justiça mais do que humana – você tem a justiça de Deus. Você que está lamentando por causa de algum pecado ou corrupção inata, lembre-se: nenhum de seus pecados pode condená-lo. Você aprendeu a odiar o pecado, mas também aprendeu que o pecado não está mais em você -ele foi colocado em Cristo. A sua firmeza não está em você mesmo – está em Cristo. O fundamento de sua aceitação diante de Deus não está em você mesmo, está em seu Senhor. Você é tão aceito diante de Deus hoje, com todos os seus pecados, como o será quando estiver diante do trono dEle, livre de toda a corrupção.
Aproprie-se deste precioso pensamento: a perfeição está em Cristo! Você está completo nEle. Vestido com as roupas de seu Senhor, você é tão santo quanto Ele. Cristo, que morreu e ressuscitou, está assentado à destra de Deus, intercedendo por nós (ver Romanos 8.34). O que você tem de temer? Que o seu rosto sempre leve um sorriso. Viva perto de seu Mestre. Viva nos subúrbios da Cidade Celestial. Logo, quando o seu tempo chegar, você será levado ao lugar onde Jesus está assentado e reinará juntamente com Ele, assim como Ele venceu e assentouse à direita de seu Pai. Tudo isso acontecerá porque “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).
O crente entristecido, por que você chora? Está lamentando as suas próprias corrupções? Olhe para o seu perfeito Senhor e lembre-se de que você é completo nEle. Aos olhos de Deus, você é tão perfeito como se nunca houvesse pecado. E, mais do que isso, o Senhor de nossa justiça vestiu-lhe com a roupa divina, de modo que você tem uma justiça mais do que humana – você tem a justiça de Deus. Você que está lamentando por causa de algum pecado ou corrupção inata, lembre-se: nenhum de seus pecados pode condená-lo. Você aprendeu a odiar o pecado, mas também aprendeu que o pecado não está mais em você -ele foi colocado em Cristo. A sua firmeza não está em você mesmo – está em Cristo. O fundamento de sua aceitação diante de Deus não está em você mesmo, está em seu Senhor. Você é tão aceito diante de Deus hoje, com todos os seus pecados, como o será quando estiver diante do trono dEle, livre de toda a corrupção.
Aproprie-se deste precioso pensamento: a perfeição está em Cristo! Você está completo nEle. Vestido com as roupas de seu Senhor, você é tão santo quanto Ele. Cristo, que morreu e ressuscitou, está assentado à destra de Deus, intercedendo por nós (ver Romanos 8.34). O que você tem de temer? Que o seu rosto sempre leve um sorriso. Viva perto de seu Mestre. Viva nos subúrbios da Cidade Celestial. Logo, quando o seu tempo chegar, você será levado ao lugar onde Jesus está assentado e reinará juntamente com Ele, assim como Ele venceu e assentouse à direita de seu Pai. Tudo isso acontecerá porque “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).
O NOVO CAMINHO
Por Flávio Santos
A proposta de Jesus para todos os que Dele se aproximam é um caminho pra andar. Na ocasião em que o Mestre Nicodemos vai, à noite, até Jesus, o convite pra andar é feito. Pra andar em um novo caminho!
O novo caminho é apresentado a Nicodemos como o novo nascimento. Pra andar nele é necessário nascer de novo. Da água e do Espírito. É uma estrada que dá acesso ao reino de Deus. Quando a nova via é percorrida, os olhos se abrem para ver o Reino e suas verdades espirituais.
O Novo caminho não é compreendido pela religião.
Nicodemos é um religioso com qualificações invejáveis. Fariseu. Príncipe dos judeus. Mestre de Israel. Com toda a sua sabedoria religiosa, não compreende a simplicidade do caminho. A água que lava a existência. O Espírito que, em soprando, conduz para o Reino de Deus. E a necessidade do nascimento do alto.
Nicodemos se apresenta diante de Jesus sabendo muito, mas não compreendendo espiritualmente quase nada. Diante das verdades do novo caminho, o mestre fariseu só tem perguntas a fazer. O conhecimento se transforma em interrogações. A sabedoria da carne é humilhada diante da sabedoria do Espírito. A religião não compreende as coisas celestiais.
Se a religião não compreende o caminho, o que temos a fazer é nos abrir para água que lava os pecados e o peso religioso que nos atrapalha. É erguer as velas da existência e deixar o vento do Espírito nos guiar pelo Caminho, Verdade e Vida. É nascer de novo para o novo caminho.
O novo caminho se tornou possível porque o Filho do homem percorreu novos caminhos.
João começa seu Evangelho dizendo que o Verbo se fez carne. Viajou da eternidade para as contingências do tempo. Cruzou os mundos. Desceu no caminho que ninguém poderia subir. O Filho do homem percorreu um novo caminho inaugurando uma nova era. A era da graça. Esvaziou-se de si mesmo e habitou entre os homens. O céu se uniu à terra no Filho do homem.
Além de percorrer o caminho da eternidade à terra, Jesus percorreu o caminho em direção à Cruz. Percorreu a Via dolorosa. Transformou o caminho de morte em caminho de vida. O caminho de condenação para os homens, percorrido pelo Filho, possibilitou o caminho da salvação. A vida eterna – o novo caminho – é palmilhado com a Cruz nas costas. Quem quiser ir após Ele, tem de carregar a Cruz.
Jesus, ao percorrer esse novo caminho, foi levado ao lugar onde seria levantado entre os céus e a terra. Foi para Cruz que ele veio. Para morrer pela humanidade. Jesus foi levantado para autenticar que era o Deus-homem. Se tivesse morrido na terra, seria somente homem. Se tivesse voltado para os céus sem a morte, seria somente Deus. Assim, entre os céus e a terra Jesus inaugurou o novo caminho para andar.
Portanto, para os que se propõe a viver como caminhantes, devem andar em fé. Crer para não perecer na religiosidade e no pecado. O convite de Jesus é para a vida eterna. Uma vida mais que abundante.
O antídoto da graça para os caminhantes.
No antigo Testamento, quando o povo peregrinava em direção à terra prometida, algumas pessoas se rebelaram contra Moisés e Deus. Então, o Senhor enviou serpentes que picaram o povo e muita gente morreu. O povo percebendo o seu pecado pediu a Moisés que orasse ao Senhor. Moisés orou, e o Senhor em resposta, pediu que ele fizesse uma serpente e a colocasse sobre uma haste para que todos aqueles que olhassem para ela vivessem. Moisés fez a serpente e a levantou no meio do povo, e os que tinham sido picados não morreram. Nm 21. 5 – 9
Mas, antes deste fato, outras pessoas, Adão e Eva, já tinham sido picadas, por desobediência e rebeldia, por outra serpente, o diabo. Este fato aconteceu no Jardim do Éden, quando o casal dando ouvidos à serpente desobedeceu a Deus, foi picado por ela e enfrentou consequências terríveis. Gn 3
Em Adão e Eva, todos aqueles que nascem debaixo do sol, já nascem com o veneno da serpente, que é o pecado original que habita o ser do homem. Rm 5.12. Neste casal todos nós fomos picados pela serpente e estamos com a nossa existência envenenada.
O relato mais vívido dos efeitos do veneno da serpente em nós foi evidenciado por Paulo em sua carta aos romanos:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado”. Rm 7.18 – 25
Isto quer dizer que todos os pecados que cometemos são os efeitos do veneno da serpente em nós. E, este veneno, que gera morte espiritual, vai gerar morte eterna. Todos pecamos, pelo veneno da serpente, e carecemos da graça de Deus.
Por isso, “do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. João 13.14,15
Na cruz, Jesus foi levantado, como a serpente de Moisés, para que todos, olhando para Ele em fé, não morressem, mas tivessem a vida eterna. O antídoto da graça foi dado na cruz, o sangue de Jesus. Este antídoto não remove o veneno da serpente, mas o controla. O veneno só será retirado de nós, quando recebermos o novo corpo na segunda vinda de Jesus. 1 Co 15. 51 – 58.
Portanto, a vida cristã é um eterno olhar para cruz, para que o veneno da serpente seja controlado e vivamos uma vida para glória Daquele que nos amou ao ponto de enviar o seu Filho unigênito, para que por meio Dele, não morrêssemos, mas tivéssemos vida e vida com abundância.
Os três verbos do novo caminho.
O primeiro verbo do novo caminho é amar. Deus amou o mundo. Deus amou a todos indiscriminadamente. Deus amou de tal maneira. Na linguagem de Paulo, constrangedor; largo, comprido, alto e profundo; nada pode nos separar desse amor.
O segundo verbo do novo caminho é dar. Deus deu o seu filho. Fez uma doação à humanidade. Doou em graça o seu único filho. Deus deu Jesus para que não perecêssemos, mas que tivéssemos a vida eterna.
O terceiro verbo do novo caminho é enviar. Deus enviou seu Filho para um lugar. O mundo. Para todos os povos, línguas e nações. Deus enviou seu filho com o propósito de salvar a humanidade. Para que condenar o que já está condenado? Assim, o que sempre fica no novo caminho é a fé no unigênito filho de Deus.
A proposta do novo caminho termina com uma sentença poderosa:
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. João 3.19-21
Estamos diante de uma escolha: caminhar em trevas no caminho antigo, ou caminhar em luz no novo caminho. Qual a sua escolha? Eu já fiz a minha: Eu tenho um novo caminho pra andar. O caminho do novo nascimento!
A proposta de Jesus para todos os que Dele se aproximam é um caminho pra andar. Na ocasião em que o Mestre Nicodemos vai, à noite, até Jesus, o convite pra andar é feito. Pra andar em um novo caminho!
O novo caminho é apresentado a Nicodemos como o novo nascimento. Pra andar nele é necessário nascer de novo. Da água e do Espírito. É uma estrada que dá acesso ao reino de Deus. Quando a nova via é percorrida, os olhos se abrem para ver o Reino e suas verdades espirituais.
O Novo caminho não é compreendido pela religião.
Nicodemos é um religioso com qualificações invejáveis. Fariseu. Príncipe dos judeus. Mestre de Israel. Com toda a sua sabedoria religiosa, não compreende a simplicidade do caminho. A água que lava a existência. O Espírito que, em soprando, conduz para o Reino de Deus. E a necessidade do nascimento do alto.
Nicodemos se apresenta diante de Jesus sabendo muito, mas não compreendendo espiritualmente quase nada. Diante das verdades do novo caminho, o mestre fariseu só tem perguntas a fazer. O conhecimento se transforma em interrogações. A sabedoria da carne é humilhada diante da sabedoria do Espírito. A religião não compreende as coisas celestiais.
Se a religião não compreende o caminho, o que temos a fazer é nos abrir para água que lava os pecados e o peso religioso que nos atrapalha. É erguer as velas da existência e deixar o vento do Espírito nos guiar pelo Caminho, Verdade e Vida. É nascer de novo para o novo caminho.
O novo caminho se tornou possível porque o Filho do homem percorreu novos caminhos.
João começa seu Evangelho dizendo que o Verbo se fez carne. Viajou da eternidade para as contingências do tempo. Cruzou os mundos. Desceu no caminho que ninguém poderia subir. O Filho do homem percorreu um novo caminho inaugurando uma nova era. A era da graça. Esvaziou-se de si mesmo e habitou entre os homens. O céu se uniu à terra no Filho do homem.
Além de percorrer o caminho da eternidade à terra, Jesus percorreu o caminho em direção à Cruz. Percorreu a Via dolorosa. Transformou o caminho de morte em caminho de vida. O caminho de condenação para os homens, percorrido pelo Filho, possibilitou o caminho da salvação. A vida eterna – o novo caminho – é palmilhado com a Cruz nas costas. Quem quiser ir após Ele, tem de carregar a Cruz.
Jesus, ao percorrer esse novo caminho, foi levado ao lugar onde seria levantado entre os céus e a terra. Foi para Cruz que ele veio. Para morrer pela humanidade. Jesus foi levantado para autenticar que era o Deus-homem. Se tivesse morrido na terra, seria somente homem. Se tivesse voltado para os céus sem a morte, seria somente Deus. Assim, entre os céus e a terra Jesus inaugurou o novo caminho para andar.
Portanto, para os que se propõe a viver como caminhantes, devem andar em fé. Crer para não perecer na religiosidade e no pecado. O convite de Jesus é para a vida eterna. Uma vida mais que abundante.
O antídoto da graça para os caminhantes.
No antigo Testamento, quando o povo peregrinava em direção à terra prometida, algumas pessoas se rebelaram contra Moisés e Deus. Então, o Senhor enviou serpentes que picaram o povo e muita gente morreu. O povo percebendo o seu pecado pediu a Moisés que orasse ao Senhor. Moisés orou, e o Senhor em resposta, pediu que ele fizesse uma serpente e a colocasse sobre uma haste para que todos aqueles que olhassem para ela vivessem. Moisés fez a serpente e a levantou no meio do povo, e os que tinham sido picados não morreram. Nm 21. 5 – 9
Mas, antes deste fato, outras pessoas, Adão e Eva, já tinham sido picadas, por desobediência e rebeldia, por outra serpente, o diabo. Este fato aconteceu no Jardim do Éden, quando o casal dando ouvidos à serpente desobedeceu a Deus, foi picado por ela e enfrentou consequências terríveis. Gn 3
Em Adão e Eva, todos aqueles que nascem debaixo do sol, já nascem com o veneno da serpente, que é o pecado original que habita o ser do homem. Rm 5.12. Neste casal todos nós fomos picados pela serpente e estamos com a nossa existência envenenada.
O relato mais vívido dos efeitos do veneno da serpente em nós foi evidenciado por Paulo em sua carta aos romanos:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado”. Rm 7.18 – 25
Isto quer dizer que todos os pecados que cometemos são os efeitos do veneno da serpente em nós. E, este veneno, que gera morte espiritual, vai gerar morte eterna. Todos pecamos, pelo veneno da serpente, e carecemos da graça de Deus.
Por isso, “do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. João 13.14,15
Na cruz, Jesus foi levantado, como a serpente de Moisés, para que todos, olhando para Ele em fé, não morressem, mas tivessem a vida eterna. O antídoto da graça foi dado na cruz, o sangue de Jesus. Este antídoto não remove o veneno da serpente, mas o controla. O veneno só será retirado de nós, quando recebermos o novo corpo na segunda vinda de Jesus. 1 Co 15. 51 – 58.
Portanto, a vida cristã é um eterno olhar para cruz, para que o veneno da serpente seja controlado e vivamos uma vida para glória Daquele que nos amou ao ponto de enviar o seu Filho unigênito, para que por meio Dele, não morrêssemos, mas tivéssemos vida e vida com abundância.
Os três verbos do novo caminho.
O primeiro verbo do novo caminho é amar. Deus amou o mundo. Deus amou a todos indiscriminadamente. Deus amou de tal maneira. Na linguagem de Paulo, constrangedor; largo, comprido, alto e profundo; nada pode nos separar desse amor.
O segundo verbo do novo caminho é dar. Deus deu o seu filho. Fez uma doação à humanidade. Doou em graça o seu único filho. Deus deu Jesus para que não perecêssemos, mas que tivéssemos a vida eterna.
O terceiro verbo do novo caminho é enviar. Deus enviou seu Filho para um lugar. O mundo. Para todos os povos, línguas e nações. Deus enviou seu filho com o propósito de salvar a humanidade. Para que condenar o que já está condenado? Assim, o que sempre fica no novo caminho é a fé no unigênito filho de Deus.
A proposta do novo caminho termina com uma sentença poderosa:
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. João 3.19-21
Estamos diante de uma escolha: caminhar em trevas no caminho antigo, ou caminhar em luz no novo caminho. Qual a sua escolha? Eu já fiz a minha: Eu tenho um novo caminho pra andar. O caminho do novo nascimento!
O SERVIÇO DO HOMEM PARA DEUS É CRER EM JESUS
“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (João 6.29)
“A obra de Deus é esta”. Eles tinham falado de obras. Cristo lhes lembra de uma única obra, isto é, a da fé; pelo que ele se refere que todo compromisso dos homens sem fé é vão e inútil, mas que somente a fé é suficiente, porque é somente isto que Deus requer de nós, que creiamos. Porque há aqui um contraste implícito entre a fé e as obras e os esforços dos homens; como se ele tivesse dito, os homens labutam sem propósito, quando eles se esforçam para agradar a Deus sem fé.
Esta é uma passagem notável, mostrando que, embora os homens se atormentem durante toda sua vida, ainda, eles perdem seus esforços e dores, se eles não têm fé em Cristo como a regra de sua vida. Aqueles que inferem que esta passagem está ensinando que a fé é um dom de Deus estão errados; porque Cristo não mostra agora o que Deus produz em nós, mas o que ele deseja e exige de nós.
Mas podemos achar estranho que Deus nada aprove, senão somente a fé; porque o amor ao próximo não deveria ser desprezado, e os outros exercícios de religião não deveriam perder seu lugar e honra. Então, embora a fé possa manter a posição mais elevada, ainda outras obras não são supérfluas. A resposta é fácil; porque a fé não exclui nem o amor ao próximo ou qualquer outra boa obra, porque ela os contém a todos dentro de si. A fé é chamada a única obra de Deus, porque, por meio dela possuímos a Cristo, e assim nos tornamos filhos de Deus, para que ele nos governe pelo seu Espírito. Assim, então, porque Cristo não separa a fé de seus frutos, não precisamos nos maravilhar que ele faça com que a fé seja o primeiro e o último.
“Que creiais naquele que ele enviou”. O que é a importância da palavra crer, temos explicado no terceiro capítulo. Deveria sempre ser lembrado que, para se ter uma percepção completa do poder da fé, devemos entender o que Cristo é, em quem cremos, e por que ele nos foi dado pelo Pai.
É um sofisma sem valor, sob o pretexto desta passagem, afirmar que somos justificados por obras, se a fé justifica, porque é também chamada de uma obra. Primeiro, está claro o suficiente que Cristo não fala com estrito rigor, quando ele chama a fé de uma obra, assim como Paulo faz uma comparação entre a lei da fé e a lei das obras (Romanos 3.27). Em segundo lugar, quando nós afirmamos que os homens não são justificados pelas obras, entendemos obras do mérito pelo qual os homens podem obter o favor de Deus. Agora, a fé não traz nada a Deus, senão, pelo contrário, coloca o homem diante de Deus como vazio e pobre, para que ele possa ser preenchido com Cristo e com a sua graça. Isto é, portanto, se podemos permitir a expressão, uma obra passiva, para a qual nenhuma recompensa possa ser paga, e sem conceder ao homem qualquer outra justiça do que aquela que ele recebe de Cristo.
“A obra de Deus é esta”. Eles tinham falado de obras. Cristo lhes lembra de uma única obra, isto é, a da fé; pelo que ele se refere que todo compromisso dos homens sem fé é vão e inútil, mas que somente a fé é suficiente, porque é somente isto que Deus requer de nós, que creiamos. Porque há aqui um contraste implícito entre a fé e as obras e os esforços dos homens; como se ele tivesse dito, os homens labutam sem propósito, quando eles se esforçam para agradar a Deus sem fé.
Esta é uma passagem notável, mostrando que, embora os homens se atormentem durante toda sua vida, ainda, eles perdem seus esforços e dores, se eles não têm fé em Cristo como a regra de sua vida. Aqueles que inferem que esta passagem está ensinando que a fé é um dom de Deus estão errados; porque Cristo não mostra agora o que Deus produz em nós, mas o que ele deseja e exige de nós.
Mas podemos achar estranho que Deus nada aprove, senão somente a fé; porque o amor ao próximo não deveria ser desprezado, e os outros exercícios de religião não deveriam perder seu lugar e honra. Então, embora a fé possa manter a posição mais elevada, ainda outras obras não são supérfluas. A resposta é fácil; porque a fé não exclui nem o amor ao próximo ou qualquer outra boa obra, porque ela os contém a todos dentro de si. A fé é chamada a única obra de Deus, porque, por meio dela possuímos a Cristo, e assim nos tornamos filhos de Deus, para que ele nos governe pelo seu Espírito. Assim, então, porque Cristo não separa a fé de seus frutos, não precisamos nos maravilhar que ele faça com que a fé seja o primeiro e o último.
“Que creiais naquele que ele enviou”. O que é a importância da palavra crer, temos explicado no terceiro capítulo. Deveria sempre ser lembrado que, para se ter uma percepção completa do poder da fé, devemos entender o que Cristo é, em quem cremos, e por que ele nos foi dado pelo Pai.
É um sofisma sem valor, sob o pretexto desta passagem, afirmar que somos justificados por obras, se a fé justifica, porque é também chamada de uma obra. Primeiro, está claro o suficiente que Cristo não fala com estrito rigor, quando ele chama a fé de uma obra, assim como Paulo faz uma comparação entre a lei da fé e a lei das obras (Romanos 3.27). Em segundo lugar, quando nós afirmamos que os homens não são justificados pelas obras, entendemos obras do mérito pelo qual os homens podem obter o favor de Deus. Agora, a fé não traz nada a Deus, senão, pelo contrário, coloca o homem diante de Deus como vazio e pobre, para que ele possa ser preenchido com Cristo e com a sua graça. Isto é, portanto, se podemos permitir a expressão, uma obra passiva, para a qual nenhuma recompensa possa ser paga, e sem conceder ao homem qualquer outra justiça do que aquela que ele recebe de Cristo.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
COMO REAGIR QUANDO VOCÊ FALHA
Versículo do dia: Pois eu não faço o bem que quero, mas o mal que não quero é o que eu continuo fazendo. (Romanos 7.19)
Os cristãos não vivem apenas em derrota. Porém, tampouco vivemos somente em perfeita vitória sobre o pecado. E naqueles tempos em que falhamos em triunfar sobre o pecado, Romanos 7.13-25 mostra a forma normal como um cristão saudável deve responder.
Devemos dizer:
Eu amo a lei de Deus (versículo 22).
Eu odeio o que fiz (versículo 15).
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (versículo 24).
Graças a Deus! A vitória virá por meio de Jesus Cristo, meu Senhor (versículo 25).
Em outras palavras, nenhum cristão quer viver desta maneira — em derrota. Nenhum cristão determina viver assim. Mas, se vivermos desse modo por um tempo, não devemos mentir sobre isso.
Sem hipocrisia. Sem encenação. Sem vão perfeccionismo. Sem sorrisos religiosos e fingidos ou superficialidade bem-humorada.
Deus, salva-nos da cegueira quanto às nossas próprias falhas e da consequente rapidez em julgar os outros.
Deus, ajuda-nos a nos sentirmos piores em relação aos nossos próprios erros do que com a falha dos outros.
Deus, dá-nos a honestidade, a sinceridade e a humildade do apóstolo Paulo nesse texto!
Versículo do dia: Pois eu não faço o bem que quero, mas o mal que não quero é o que eu continuo fazendo. (Romanos 7.19)
Os cristãos não vivem apenas em derrota. Porém, tampouco vivemos somente em perfeita vitória sobre o pecado. E naqueles tempos em que falhamos em triunfar sobre o pecado, Romanos 7.13-25 mostra a forma normal como um cristão saudável deve responder.
Devemos dizer:
Eu amo a lei de Deus (versículo 22).
Eu odeio o que fiz (versículo 15).
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (versículo 24).
Graças a Deus! A vitória virá por meio de Jesus Cristo, meu Senhor (versículo 25).
Em outras palavras, nenhum cristão quer viver desta maneira — em derrota. Nenhum cristão determina viver assim. Mas, se vivermos desse modo por um tempo, não devemos mentir sobre isso.
Sem hipocrisia. Sem encenação. Sem vão perfeccionismo. Sem sorrisos religiosos e fingidos ou superficialidade bem-humorada.
Deus, salva-nos da cegueira quanto às nossas próprias falhas e da consequente rapidez em julgar os outros.
Deus, ajuda-nos a nos sentirmos piores em relação aos nossos próprios erros do que com a falha dos outros.
Deus, dá-nos a honestidade, a sinceridade e a humildade do apóstolo Paulo nesse texto!
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Então, Pilatos o entregou para ser crucificado.” (João 19.16)
O Senhor Jesus estivera em agonia durante toda a noite. Passou toda a manhã no pátio de Caifás. Fora enviado às pressas até Pôncio Pilatos, e deste, a Herodes, que, por sua vez, O devolveu a Pilatos. Assim, poucas forças Lhe restavam; e nenhum tempo de refrigério ou de descanso Lhe foi concedido. Eles ansiavam pelo sangue de Jesus e O levaram à morte, sobrecarregado com sua própria cruz. Oh, como aquela procissão podia partir um coração! Que minha alma chore. O que aprendemos aqui, enquanto vemos nosso bendito Senhor sendo conduzido? Não percebemos aquela verdade prenunciada pelo bode expiatório? Você lembra como o sumo sacerdote trazia o bode expiatório e colocava ambas as mãos sobre a cabeça dele, confessando os pecados do povo, para que fossem postos sobre o animal e removidos do povo? Depois, o bode era levado para longe, ao deserto. Ele levava embora os pecados do povo e, assim, se fossem procurados não poderiam ser encontrados.
Agora, vemos Jesus sendo trazido diante dos sacerdotes e dos governantes, os quais O declararam culpado. Deus mesmo imputou-Lhe o nosso pecado -“o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53.6). “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21). Na qualidade de substituto da nossa culpa, levando sobre Si o nosso pecado, representado na cruz, podemos ver o grande Bode da Expiação sendo levado pelos oficiais de justiça designados por Deus. Amado, você tem a certeza de que Ele carregou seu pecado? Existe uma maneira pela qual você pode dizer se Ele levou ou não o seu pecado. Já confessou os seus pecados e passou a crer em Jesus? Então, o seu pecado não está mais sobre você. Foi completamente transferido para Cristo, que o levou sobre os seus ombros, como um fardo mais pesado do que a cruz. Não deixe que este quadro suma de sua mente até que você tenha se alegrado em sua libertação e até que tenha adorado o amável Redentor em quem suas iniquidades foram depositadas.
O Senhor Jesus estivera em agonia durante toda a noite. Passou toda a manhã no pátio de Caifás. Fora enviado às pressas até Pôncio Pilatos, e deste, a Herodes, que, por sua vez, O devolveu a Pilatos. Assim, poucas forças Lhe restavam; e nenhum tempo de refrigério ou de descanso Lhe foi concedido. Eles ansiavam pelo sangue de Jesus e O levaram à morte, sobrecarregado com sua própria cruz. Oh, como aquela procissão podia partir um coração! Que minha alma chore. O que aprendemos aqui, enquanto vemos nosso bendito Senhor sendo conduzido? Não percebemos aquela verdade prenunciada pelo bode expiatório? Você lembra como o sumo sacerdote trazia o bode expiatório e colocava ambas as mãos sobre a cabeça dele, confessando os pecados do povo, para que fossem postos sobre o animal e removidos do povo? Depois, o bode era levado para longe, ao deserto. Ele levava embora os pecados do povo e, assim, se fossem procurados não poderiam ser encontrados.
Agora, vemos Jesus sendo trazido diante dos sacerdotes e dos governantes, os quais O declararam culpado. Deus mesmo imputou-Lhe o nosso pecado -“o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53.6). “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21). Na qualidade de substituto da nossa culpa, levando sobre Si o nosso pecado, representado na cruz, podemos ver o grande Bode da Expiação sendo levado pelos oficiais de justiça designados por Deus. Amado, você tem a certeza de que Ele carregou seu pecado? Existe uma maneira pela qual você pode dizer se Ele levou ou não o seu pecado. Já confessou os seus pecados e passou a crer em Jesus? Então, o seu pecado não está mais sobre você. Foi completamente transferido para Cristo, que o levou sobre os seus ombros, como um fardo mais pesado do que a cruz. Não deixe que este quadro suma de sua mente até que você tenha se alegrado em sua libertação e até que tenha adorado o amável Redentor em quem suas iniquidades foram depositadas.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
OLHE E VIVA
Por Clóvis Gonçalves
“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Jo 3:14-15
INTRODUÇÃO
Muitas vezes ouvimos ou utilizamos a expressão “Jesus morreu na cruz” sem atentarmos para o seu significado. Todo dia de Ceia repetimos a uma voz a passagem, mas será que já nos demos ao trabalho de verificar na Bíblia a que episódio Jesus estava se referindo e qual o significado para nossa vida? Se o Senhor nos der graça, estaremos fazendo isso hoje. E descobriremos que a frase de Jesus tem uma profundidade e um significado que muitas vezes negligenciamos.
Para compreensão dessa passagem, precisamos voltar na história, aos dias de Moisés, quando Israel estava no deserto, a caminho da terra prometida. Abra sua Bíblia, e a mantenha aberta, em Números 21:4-9.
I. A NECESSIDADE DA CRUZ
Jesus disse a Nicodemos “importa que o Filho do Homem seja levantado”. Em outras palavras ele estava dizendo que era preciso, era necessário morrer na cruz. O que tornava sua morte necessária? Em primeiro lugar, o pecado do povo. Eis o que a Escritura diz: “Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil” (Nm 21:4-5). O povo tinha sido tirado com mão forte do Egito em sua caminhada pelo deserto recebia o maná e era protegido contra seus inimigos. Mesmo assim, foram ingratos e falaram contra Deus, contra Moisés e desprezaram o alimento diário. Em outras palavras, pecaram contra Deus. Da mesma forma nossos pais, foram criados e colocados num jardim onde não lhes faltava nada. Não tinham necessidade de pecar, porém foram ingratos e pecaram contra o Senhor, tornando toda a raça humana culpada diante de Deus. E o homem comum, que recebe de Deus tudo o que precisa para viver, e ainda assim volta suas costas para o Todo-Poderoso, vivendo como se Ele não existisse? De modo que a Bíblia diz “todos pecaram” (Rm 3:23)
A segunda coisa que torna a cruz necessária é a justiça de Deus. O pecado em si não afasta o homem de sua prática. Mas as conseqüências do pecado, geralmente faz com que alguns lamentem tê-lo cometido. No relato do deserto, lemos “Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel” (Nm 21:6). As serpentes representavam o castigo divino, o juízo de Deus sobre as murmurações do povo. A santidade de Deus faz com que Ele abomine qualquer pecado e a sua justiça requer que o pecado seja sempre punido. Muitos tem uma idéia errada do perdão. Entendem que por ele Deus desconsidera o pecado, o põe de lado, não lhe dá importância. Porém, não é assim, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). O perdão não anula a justiça divina, para que um pecado seja perdoado, um preço correspondente precisa ser pago. Daí porque “importa que o Filho do Homem seja levantado”.
II. A CURA NA CRUZ
Quando as serpentes abrasadoras começaram a provocar um morticínio no meio do povo, clamaram “havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo” (Nm 21:7). Porém o Senhor não tirou as serpentes. Como já dissemos, o Senhor não pode simplesmente ignorar o pecado e suspender a penalidade. Para que haja perdão, é necessário satisfação, para que haja cura, é necessário que haja provisão.
O Senhor ordenou a Moisés duas providências. “Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá” (Nm 21:8). A primeira parte consistia em preparar uma serpente de bronze. Chama a atenção o fato de que a serpente de bronze tinha semelhança com o mal a ser curado. Era necessário que o preço fosse pago por um semelhante do ofensor e “isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado” (Rm 8:3). Antes de morrer pelos pecados do homem, Jesus precisou tornar-se homem. A redenção do homem não começou na subida para o Gólgota, mas na descida para o mundo.
A outra providência que Moisés precisou tomar foi de levantar a serpente de bronze numa haste, para que ficasse visível a todo homem mordido por uma cobra. Quando Jesus disse “do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado”estava dizendo que da mesma forma que a serpente de bronze foi necessária para a cura do povo desobediente, assim também a sua morte na cruz era necessária para que o homem pudesse entrar no céu. De fato, os evangelhos registram “quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (Lc 23:33). Jesus pendurado no madeiro recebeu toda a ira de Deus, para que fôssemos justificados, “aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).
III. A CERTEZA DA CRUZ
O resultado no deserto era que “se alguém era mordido por uma serpente, quando olhava para a serpente de cobre, vivia” (Nm 21:9). Imagino a cena. O sujeito estava descansando em sua tenda, recolhendo gravetos ou mesmo andando pelo arraial e de repente era picado por uma cobra. Primeiro era o susto, depois a dor lancinante. Em seguida sua vista começa a ficar turva, seus membros trêmulos e ele via a morte se aproximar, enquanto ardia em febre. Então, lembrava-se da serpente de bronze. Tenho certeza que não pensava se ia funcionar ou não, mas se apressava a ir até um lugar de onde pudesse olhar para ela. Se o veneno estivesse se espalhado tanto, se ele mal pudesse se mover ou balbuciar algo, alguém o tomava nos braços e o levava para próximo da serpente na haste e dizia “olhe para ela”. E quando ele olhava, só um resultado acontecia: ele vivia. Não havia outro resultado possível, se não olhava, morria, mas se olhava, vivia.
Jesus também falou a Nicodemos que a finalidade de sua morte na cruz era “para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. Revisemos alguns pontos já abordados. Todos os homens pecaram, não nenhum sequer fora dessa condição. A justiça de Deus requer satisfação pelo pecado e o salário cobrado é a morte. Logo, todos estão condenados à morte. Isto torna necessária a morte de Jesus, mas uma vez que Ele morreu na cruz, todos os que crêem nEle têm a vida eterna. Como no deserto não havia outro resultado para o mordido de serpente que olhava para a serpente de bronze, também não há outro resultado para quem crê no crucificado. O israelita era curado, o crente tem a vida eterna!
CONCLUSÃO
A doutrina da justificação pela fé apoia-se na morte substitutiva de Cristo. Quando ele morreu na cruz, a culpa de nossos pecados foi atribuída a ele. Quando cremos nEle, a sua justiça (a sua vida santa) é atribuída a nós. É este fato que possibilita a Deus nos perdoar, pois tanto seu amor como sua justiça são satisfeitas. Além disso, a morte de Jesus nos dá a certeza que “agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1) e por isso o apóstolo pode perguntar “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A morte de Jesus torna certa a vida eterna para todos aqueles por quem Ele morreu.
E você, qual é a tua situação? Certamente já foi mordido pelo pecado. Tenho certeza também que deseja ir para o céu. Porém, no céu, só entra quem for tão santo quanto Jesus. Isso ninguém consegue por si mesmo, mas se você crer em Jesus como o israelita no deserto olhava para a serpente de bronze, então poderá ser curado do pecado e a partir de agora entrará para a vida eterna. Deus anuncia a todos “olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra” (Is 45:22)! Creia em Jesus e tenha a vida eterna.
“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Jo 3:14-15
INTRODUÇÃO
Muitas vezes ouvimos ou utilizamos a expressão “Jesus morreu na cruz” sem atentarmos para o seu significado. Todo dia de Ceia repetimos a uma voz a passagem, mas será que já nos demos ao trabalho de verificar na Bíblia a que episódio Jesus estava se referindo e qual o significado para nossa vida? Se o Senhor nos der graça, estaremos fazendo isso hoje. E descobriremos que a frase de Jesus tem uma profundidade e um significado que muitas vezes negligenciamos.
Para compreensão dessa passagem, precisamos voltar na história, aos dias de Moisés, quando Israel estava no deserto, a caminho da terra prometida. Abra sua Bíblia, e a mantenha aberta, em Números 21:4-9.
I. A NECESSIDADE DA CRUZ
Jesus disse a Nicodemos “importa que o Filho do Homem seja levantado”. Em outras palavras ele estava dizendo que era preciso, era necessário morrer na cruz. O que tornava sua morte necessária? Em primeiro lugar, o pecado do povo. Eis o que a Escritura diz: “Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil” (Nm 21:4-5). O povo tinha sido tirado com mão forte do Egito em sua caminhada pelo deserto recebia o maná e era protegido contra seus inimigos. Mesmo assim, foram ingratos e falaram contra Deus, contra Moisés e desprezaram o alimento diário. Em outras palavras, pecaram contra Deus. Da mesma forma nossos pais, foram criados e colocados num jardim onde não lhes faltava nada. Não tinham necessidade de pecar, porém foram ingratos e pecaram contra o Senhor, tornando toda a raça humana culpada diante de Deus. E o homem comum, que recebe de Deus tudo o que precisa para viver, e ainda assim volta suas costas para o Todo-Poderoso, vivendo como se Ele não existisse? De modo que a Bíblia diz “todos pecaram” (Rm 3:23)
A segunda coisa que torna a cruz necessária é a justiça de Deus. O pecado em si não afasta o homem de sua prática. Mas as conseqüências do pecado, geralmente faz com que alguns lamentem tê-lo cometido. No relato do deserto, lemos “Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel” (Nm 21:6). As serpentes representavam o castigo divino, o juízo de Deus sobre as murmurações do povo. A santidade de Deus faz com que Ele abomine qualquer pecado e a sua justiça requer que o pecado seja sempre punido. Muitos tem uma idéia errada do perdão. Entendem que por ele Deus desconsidera o pecado, o põe de lado, não lhe dá importância. Porém, não é assim, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). O perdão não anula a justiça divina, para que um pecado seja perdoado, um preço correspondente precisa ser pago. Daí porque “importa que o Filho do Homem seja levantado”.
II. A CURA NA CRUZ
Quando as serpentes abrasadoras começaram a provocar um morticínio no meio do povo, clamaram “havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo” (Nm 21:7). Porém o Senhor não tirou as serpentes. Como já dissemos, o Senhor não pode simplesmente ignorar o pecado e suspender a penalidade. Para que haja perdão, é necessário satisfação, para que haja cura, é necessário que haja provisão.
O Senhor ordenou a Moisés duas providências. “Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá” (Nm 21:8). A primeira parte consistia em preparar uma serpente de bronze. Chama a atenção o fato de que a serpente de bronze tinha semelhança com o mal a ser curado. Era necessário que o preço fosse pago por um semelhante do ofensor e “isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado” (Rm 8:3). Antes de morrer pelos pecados do homem, Jesus precisou tornar-se homem. A redenção do homem não começou na subida para o Gólgota, mas na descida para o mundo.
A outra providência que Moisés precisou tomar foi de levantar a serpente de bronze numa haste, para que ficasse visível a todo homem mordido por uma cobra. Quando Jesus disse “do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado”estava dizendo que da mesma forma que a serpente de bronze foi necessária para a cura do povo desobediente, assim também a sua morte na cruz era necessária para que o homem pudesse entrar no céu. De fato, os evangelhos registram “quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (Lc 23:33). Jesus pendurado no madeiro recebeu toda a ira de Deus, para que fôssemos justificados, “aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).
III. A CERTEZA DA CRUZ
O resultado no deserto era que “se alguém era mordido por uma serpente, quando olhava para a serpente de cobre, vivia” (Nm 21:9). Imagino a cena. O sujeito estava descansando em sua tenda, recolhendo gravetos ou mesmo andando pelo arraial e de repente era picado por uma cobra. Primeiro era o susto, depois a dor lancinante. Em seguida sua vista começa a ficar turva, seus membros trêmulos e ele via a morte se aproximar, enquanto ardia em febre. Então, lembrava-se da serpente de bronze. Tenho certeza que não pensava se ia funcionar ou não, mas se apressava a ir até um lugar de onde pudesse olhar para ela. Se o veneno estivesse se espalhado tanto, se ele mal pudesse se mover ou balbuciar algo, alguém o tomava nos braços e o levava para próximo da serpente na haste e dizia “olhe para ela”. E quando ele olhava, só um resultado acontecia: ele vivia. Não havia outro resultado possível, se não olhava, morria, mas se olhava, vivia.
Jesus também falou a Nicodemos que a finalidade de sua morte na cruz era “para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. Revisemos alguns pontos já abordados. Todos os homens pecaram, não nenhum sequer fora dessa condição. A justiça de Deus requer satisfação pelo pecado e o salário cobrado é a morte. Logo, todos estão condenados à morte. Isto torna necessária a morte de Jesus, mas uma vez que Ele morreu na cruz, todos os que crêem nEle têm a vida eterna. Como no deserto não havia outro resultado para o mordido de serpente que olhava para a serpente de bronze, também não há outro resultado para quem crê no crucificado. O israelita era curado, o crente tem a vida eterna!
CONCLUSÃO
A doutrina da justificação pela fé apoia-se na morte substitutiva de Cristo. Quando ele morreu na cruz, a culpa de nossos pecados foi atribuída a ele. Quando cremos nEle, a sua justiça (a sua vida santa) é atribuída a nós. É este fato que possibilita a Deus nos perdoar, pois tanto seu amor como sua justiça são satisfeitas. Além disso, a morte de Jesus nos dá a certeza que “agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1) e por isso o apóstolo pode perguntar “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A morte de Jesus torna certa a vida eterna para todos aqueles por quem Ele morreu.
E você, qual é a tua situação? Certamente já foi mordido pelo pecado. Tenho certeza também que deseja ir para o céu. Porém, no céu, só entra quem for tão santo quanto Jesus. Isso ninguém consegue por si mesmo, mas se você crer em Jesus como o israelita no deserto olhava para a serpente de bronze, então poderá ser curado do pecado e a partir de agora entrará para a vida eterna. Deus anuncia a todos “olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra” (Is 45:22)! Creia em Jesus e tenha a vida eterna.
PERTENCE A JESUS SOMENTE QUEM PERMANECE NA SUA PALAVRA
“30 Ditas estas coisas, muitos creram nele.
31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;”
(Nota do Tradutor: Nós veremos a partir do verso 31 deste oitavo capitulo do evangelho de João, quão grande debate houve entre Jesus e os judeus em relação à não aceitação deles da afirmação que lhes fizera que eram escravos do pecado, e por conseguinte, de Satanás. Todavia, nunca podemos esquecer que tudo o que Jesus fez e ensinou foi por amor, e com misericórdia de nossa condição, com o propósito de nos salvar da escravidão ao pecado e ao diabo. Este amor, pode ser visto na parte inicial deste oitavo capítulo, na forma pela qual Ele livrou a mulher adúltera da condenação, especialmente por parte de religiosos de Israel. Assim, se nos parece haver alguma forma de aspereza ou rigor nas palavras de Jesus, devemos apagar isto de nossas mentes, porque elas são a mais pura expressão da verdade, de modo que as recebendo e recorrendo a Ele pela fé, possamos ser ajudados e livrados da condenação eterna que paira sobre a cabeça de toda e qualquer pessoa neste mundo.)
30. “Enquanto ele falava essas coisas, muitos creram nele”. Embora os judeus, naquele tempo, quase se assemelhassem a um solo seco e estéril, todavia Deus não permitiu que a semente da sua palavra fosse totalmente perdida. Assim, ao contrário de todas as esperanças, e em meio a muitos obstáculos, aparecem alguns frutos. Mas o evangelista imprecisamente dá o nome de fé para o que era apenas uma espécie de preparação para a fé, porque ele nada afirma além disso a respeito deles do que estavam dispostos a receber a doutrina de Cristo.
31. “Se vós permanecerdes na minha palavra”. Aqui Cristo lhes adverte, em primeiro lugar, que não é suficiente para qualquer pessoa ter começado bem, se o seu o progresso até o fim não corresponder a este início; e por esta razão ele exorta à perseverança na fé àqueles que provaram sua doutrina. Quando ele diz que os que estão firmemente enraizados na sua palavra, e que por isso continuam nela, são os seus verdadeiros discípulos, ele quer dizer que muitos professam ser discípulos que ainda não são na realidade, e não têm direito de serem contados como tal. Ele distingue seus seguidores hipócritas por esta marca, que aqueles que falsamente se vangloriam numa falsa fé recuam tão breve assim que têm entrado na jornada, ou pelo menos no meio dela; mas os crentes perseveram constantemente até o fim. Se, portanto, desejamos que Cristo deve nos contar como seus discípulos, nós devemos nos esforçar para perseverar.
(Nota do tradutor: temos assim, o alerta da misericórdia do Senhor, para que não nos iludamos pensando que somos seus discípulos e que por conseguinte nos encontramos seguramente salvos, quando nos falta esta evidência da perseverança até o fim na fé e na obediência a Ele e aos seus mandamentos, que caracteriza a todos os que são genuinamente salvos.)
“e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.32)
(Nota do tradutor: Este “e”, conjunção de ligação, do início da frase, une o que está sendo dito agora pelo Senhor Jesus, ao que havia afirmado no verso anterior, ou seja, que isto que agora se afirma sucede a todos aqueles que perseveram na fé até o fim, ou seja, eles conhecerão a verdade que os libertará da escravidão ao pecado e ao diabo.)
“E conhecereis a verdade”. Ele diz que os que chegaram a algum conhecimento dele conhecerão a verdadeira Verdade. Aqueles a quem Cristo se dirigiu eram ainda tão ignorantes e mal conheciam os primeiros rudimentos da fé, e, portanto, não precisamos nos surpreender que ele lhes prometa uma mais completa compreensão de sua doutrina. Mas a afirmação é geral. Por isso, qualquer progresso que qualquer um de nós tem feito no Evangelho, que ele saiba que precisa de novas adições. Esta é a recompensa que Cristo confere à sua perseverança, que ele o admite a uma maior familiaridade com ele; embora ele não faça, desta forma, nada além do que adicionar um outro dom ao primeiro, de modo que nenhum homem deve pensar que tem direito a qualquer recompensa. Pois é ele que aplica a sua Palavra em nossos corações, pelo seu Espírito, e é ele que, diariamente, afugenta de nossas mentes as nuvens da ignorância que obscurecem o brilho do Evangelho.
A fim de que a verdade possa ser plenamente revelada a nós, devemos sincera e ardentemente nos esforçar para alcançá-la. É a mesma verdade invariável que Cristo ensina seus seguidores desde o início até o fim, mas sobre aqueles que foram a princípio iluminados por ele, é como se fosse com pequenas faíscas, ele a expande até que chegue a ser uma luz plena. Assim, os crentes, até que tenham sido totalmente confirmados, são em alguma medida ignorantes do que sabem; e ainda assim não é um conhecimento tão pequeno ou obscuro da fé a ponto de que não seja eficaz para a salvação.
“A verdade vos libertará”. Ele recomenda o conhecimento do Evangelho a partir do fruto que dele deriva, ou – o que é a mesma coisa – a partir de seu efeito, ou seja, que nos restaura à liberdade. Esta é uma bênção inestimável. Daí segue-se que nada é mais excelente ou desejável do que o conhecimento do Evangelho. Todos os homens sentem e reconhecem que a escravidão é um estado muito infeliz; e uma vez que o Evangelho nos livra dela, segue-se que deriva do Evangelho o tesouro de uma vida abençoada.
Temos agora de averiguar que tipo de liberdade é aqui descrito por Cristo, ou seja, que nos liberta da tirania de Satanás, do pecado e da morte espiritual. E se nós o obtivemos por meio do Evangelho, é evidente a partir disso que somos por natureza escravos do pecado.
Em seguida, deve ser verificado qual é o método de nossa libertação. Porque até que sejamos governados por nossos sentidos e pela nossa disposição natural, estamos em escravidão ao pecado; mas quando o Senhor nos regenera pelo seu Espírito, também ele nos torna livres, de modo que, soltos dos laços de Satanás, de bom grado obedecemos a justiça. Mas a regeneração (novo nascimento que recebemos do Espírito Santo) procede da fé, e, portanto, é evidente que a liberdade procede do Evangelho.
Assim que nos gloriemos somente em Cristo, nosso Libertador, uma vez que somos conscientes da nossa própria escravidão. Para a razão pela qual o Evangelho deve ser reconhecido na nossa libertação é, que nos oferece Cristo para sermos libertados do jugo do pecado. Por fim, devemos observar que a liberdade tem os seus graus de acordo com a medida da fé; e Paulo, portanto, embora claramente feito livre, ainda gemia e ansiava pela perfeita liberdade, conforme ele afirma em relação a si mesmo em Romanos 7.24.
“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (João 8.33)
(Nota do tradutor: No comentário deste versículo nós vemos quão perigoso é para o destino eterno da nossa alma, que estejamos apegados a alguma forma de orgulho religioso, especialmente nos casos em que este foi adquirido por conta de tradição religiosa familiar ou de nossos antepassados, ou ainda da nação ou grupo em que vivemos. A situação do orgulho dos judeus que aqui será vista, pode ser estendida a todos os demais, pois ninguém mais do que eles, poderia abrigar sentimentos de que já eram salvos, por conta da aliança que Deus havia feito com eles através de Moisés, e com nenhuma outra nação da terra, e todavia, nós os encontramos sendo admoestados por Cristo a não colocarem a sua confiança no fato de que por conta disto fossem salvos de fato, uma vez que não é por condição religiosa que somos salvos, mas por uma obra de libertação da graça divina operando em nosso coração, tornando-nos novas criaturas em Cristo Jesus.)
“Somos descendência de Abraão”. É incerto se o evangelista se refere aqui às mesmas pessoas das quais havia falado antes, ou a outros. Minha opinião é que é àqueles responderam a Cristo de forma confusa, como geralmente acontece em uma multidão promíscua; e que esta contenda foi feita sim por desprezadores do que por aqueles que acreditaram. É um modo de expressão muito habitual nas Escrituras, sempre que parte de um povo é mencionada, atribuir em geral, a todos o que pertence apenas àquela parte.
Daqueles que objetaram que eles eram descendentes de Abraão, e que sempre foram livres, facilmente se infere das palavras de Cristo, qual liberdade foi prometida a eles como para pessoas que eram escravas. Mas eles não podem suportar o que lhes é dito, que sendo um povo santo e eleito, estava reduzido à escravidão Para qual proveito foi a adoção e aliança (Romanos 9.4), pela qual eles foram separados de outras nações, senão para que fossem contados filhos de Deus? Eles acham que, por isso, que eles são insultados, quando a liberdade é exibida para eles como uma bênção que eles ainda não possuem. Mas pode ser pensado estranho que eles devam afirmar que nunca foram escravizados, uma vez que tinham sido tão frequentemente oprimidos por vários tiranos, e naquela época estavam submetidos ao jugo romano, e gemiam sob o jugo mais pesado de escravidão; e, assim, isto pode ser facilmente visto, a saber, quão tola era sua jactância.
“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8.34)
“Todo homem que comete pecado é escravo do pecado”. Este é um argumento tirado de coisas opostas. Os judeus se gabavam de que eram livres. Jesus prova que eles são escravos do pecado, porque, sendo escravizados pelos desejos da carne, pecavam continuamente. É surpreendente que os homens não sejam convencidos por sua própria experiência, de modo que, deixando de lado seu orgulho, eles possa aprender a ser humildes. E isso é muito frequente ocorrer nos dias de hoje, que, quanto maior a carga de vícios pela qual um homem é puxado para baixo, mais ferozmente ele profere palavras sem sentido exaltando o livre arbítrio.
Cristo parece dizer aqui nada mais do que aquilo que foi dito anteriormente por filósofos, que os que são dedicados às suas paixões estão sujeitos a uma escravidão mais degradante. Mas há um significado mais profundo e oculto, ou seja; pois ele não argui o que os homens maus trazem em si mesmos, mas o que é a condição da natureza humana. Os filósofos pensavam que qualquer homem é escravo por sua própria escolha, e que pela mesma escolha ele retorna à liberdade. Mas aqui Cristo afirma, que todos os que não são livrados por ele estão em um estado de escravidão, e que todos sofreram o contágio do pecado da natureza corrompida, sendo escravos desde seu nascimento. Nós devemos atentar para a comparação entre a graça e a natureza, à qual Cristo aqui se refere; a partir da qual pode ser facilmente visto que os homens estão destituídos de liberdade, a não ser que sejam resgatados desta condição por uma ajuda externa.
“35 O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.
36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
35. “Ora, o escravo não permanece sempre na casa”. Jesus adiciona uma comparação, tirada das leis e do direito político, no sentido de que um escravo, embora ele possa ter poder por um tempo, ainda não é o herdeiro da casa; a partir do que ele infere que não há perfeita e durável liberdade, senão a que é obtida por meio do Filho. Desta forma ele acusa os judeus de vaidade, porque eles detêm, senão uma máscara em vez da realidade; pois, quanto ao fato de serem descendentes de Abraão, eles não eram nada senão uma máscara. Eles tinham um lugar na Igreja de Deus, mas um lugar como Ismael, um escravo, levantando-se contra seu irmão nascido livre, usurpado por um curto espaço de tempo (Gálatas 4.29). A conclusão é que todos os que se vangloriam de serem filhos de Abraão têm nada mais do que uma vazia e enganosa pretensão.
36. “Se, pois, o Filho vos libertar”. Por essas palavras ele quer dizer que o direito à liberdade pertence a si mesmo, e que todos os outros, sendo escravos nascidos, não podem ser libertados, senão pela sua graça. Porque aquilo que ele possui em sua própria natureza, ele nos concede por adoção, quando somos enxertados pela fé em seu corpo, e nos tornamos seus membros. Assim, devemos lembrar o que eu disse anteriormente, que o Evangelho é um instrumento pelo qual obtemos a nossa liberdade. Então a nossa liberdade é um benefício concedido por Cristo, mas o obtemos pela fé, em consequência da qual também Cristo nos regenera pelo seu Espírito. Quando ele diz que eles serão verdadeiramente livres, há uma ênfase na palavra verdadeiramente; para que façamos o contraste com a persuasão tola pela qual os judeus estavam cheios de orgulho, do mesmo modo que a maior parte do mundo imagina que possui um reino, enquanto se encontra na mais miserável escravidão ao pecado.
31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;”
(Nota do Tradutor: Nós veremos a partir do verso 31 deste oitavo capitulo do evangelho de João, quão grande debate houve entre Jesus e os judeus em relação à não aceitação deles da afirmação que lhes fizera que eram escravos do pecado, e por conseguinte, de Satanás. Todavia, nunca podemos esquecer que tudo o que Jesus fez e ensinou foi por amor, e com misericórdia de nossa condição, com o propósito de nos salvar da escravidão ao pecado e ao diabo. Este amor, pode ser visto na parte inicial deste oitavo capítulo, na forma pela qual Ele livrou a mulher adúltera da condenação, especialmente por parte de religiosos de Israel. Assim, se nos parece haver alguma forma de aspereza ou rigor nas palavras de Jesus, devemos apagar isto de nossas mentes, porque elas são a mais pura expressão da verdade, de modo que as recebendo e recorrendo a Ele pela fé, possamos ser ajudados e livrados da condenação eterna que paira sobre a cabeça de toda e qualquer pessoa neste mundo.)
30. “Enquanto ele falava essas coisas, muitos creram nele”. Embora os judeus, naquele tempo, quase se assemelhassem a um solo seco e estéril, todavia Deus não permitiu que a semente da sua palavra fosse totalmente perdida. Assim, ao contrário de todas as esperanças, e em meio a muitos obstáculos, aparecem alguns frutos. Mas o evangelista imprecisamente dá o nome de fé para o que era apenas uma espécie de preparação para a fé, porque ele nada afirma além disso a respeito deles do que estavam dispostos a receber a doutrina de Cristo.
31. “Se vós permanecerdes na minha palavra”. Aqui Cristo lhes adverte, em primeiro lugar, que não é suficiente para qualquer pessoa ter começado bem, se o seu o progresso até o fim não corresponder a este início; e por esta razão ele exorta à perseverança na fé àqueles que provaram sua doutrina. Quando ele diz que os que estão firmemente enraizados na sua palavra, e que por isso continuam nela, são os seus verdadeiros discípulos, ele quer dizer que muitos professam ser discípulos que ainda não são na realidade, e não têm direito de serem contados como tal. Ele distingue seus seguidores hipócritas por esta marca, que aqueles que falsamente se vangloriam numa falsa fé recuam tão breve assim que têm entrado na jornada, ou pelo menos no meio dela; mas os crentes perseveram constantemente até o fim. Se, portanto, desejamos que Cristo deve nos contar como seus discípulos, nós devemos nos esforçar para perseverar.
(Nota do tradutor: temos assim, o alerta da misericórdia do Senhor, para que não nos iludamos pensando que somos seus discípulos e que por conseguinte nos encontramos seguramente salvos, quando nos falta esta evidência da perseverança até o fim na fé e na obediência a Ele e aos seus mandamentos, que caracteriza a todos os que são genuinamente salvos.)
“e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.32)
(Nota do tradutor: Este “e”, conjunção de ligação, do início da frase, une o que está sendo dito agora pelo Senhor Jesus, ao que havia afirmado no verso anterior, ou seja, que isto que agora se afirma sucede a todos aqueles que perseveram na fé até o fim, ou seja, eles conhecerão a verdade que os libertará da escravidão ao pecado e ao diabo.)
“E conhecereis a verdade”. Ele diz que os que chegaram a algum conhecimento dele conhecerão a verdadeira Verdade. Aqueles a quem Cristo se dirigiu eram ainda tão ignorantes e mal conheciam os primeiros rudimentos da fé, e, portanto, não precisamos nos surpreender que ele lhes prometa uma mais completa compreensão de sua doutrina. Mas a afirmação é geral. Por isso, qualquer progresso que qualquer um de nós tem feito no Evangelho, que ele saiba que precisa de novas adições. Esta é a recompensa que Cristo confere à sua perseverança, que ele o admite a uma maior familiaridade com ele; embora ele não faça, desta forma, nada além do que adicionar um outro dom ao primeiro, de modo que nenhum homem deve pensar que tem direito a qualquer recompensa. Pois é ele que aplica a sua Palavra em nossos corações, pelo seu Espírito, e é ele que, diariamente, afugenta de nossas mentes as nuvens da ignorância que obscurecem o brilho do Evangelho.
A fim de que a verdade possa ser plenamente revelada a nós, devemos sincera e ardentemente nos esforçar para alcançá-la. É a mesma verdade invariável que Cristo ensina seus seguidores desde o início até o fim, mas sobre aqueles que foram a princípio iluminados por ele, é como se fosse com pequenas faíscas, ele a expande até que chegue a ser uma luz plena. Assim, os crentes, até que tenham sido totalmente confirmados, são em alguma medida ignorantes do que sabem; e ainda assim não é um conhecimento tão pequeno ou obscuro da fé a ponto de que não seja eficaz para a salvação.
“A verdade vos libertará”. Ele recomenda o conhecimento do Evangelho a partir do fruto que dele deriva, ou – o que é a mesma coisa – a partir de seu efeito, ou seja, que nos restaura à liberdade. Esta é uma bênção inestimável. Daí segue-se que nada é mais excelente ou desejável do que o conhecimento do Evangelho. Todos os homens sentem e reconhecem que a escravidão é um estado muito infeliz; e uma vez que o Evangelho nos livra dela, segue-se que deriva do Evangelho o tesouro de uma vida abençoada.
Temos agora de averiguar que tipo de liberdade é aqui descrito por Cristo, ou seja, que nos liberta da tirania de Satanás, do pecado e da morte espiritual. E se nós o obtivemos por meio do Evangelho, é evidente a partir disso que somos por natureza escravos do pecado.
Em seguida, deve ser verificado qual é o método de nossa libertação. Porque até que sejamos governados por nossos sentidos e pela nossa disposição natural, estamos em escravidão ao pecado; mas quando o Senhor nos regenera pelo seu Espírito, também ele nos torna livres, de modo que, soltos dos laços de Satanás, de bom grado obedecemos a justiça. Mas a regeneração (novo nascimento que recebemos do Espírito Santo) procede da fé, e, portanto, é evidente que a liberdade procede do Evangelho.
Assim que nos gloriemos somente em Cristo, nosso Libertador, uma vez que somos conscientes da nossa própria escravidão. Para a razão pela qual o Evangelho deve ser reconhecido na nossa libertação é, que nos oferece Cristo para sermos libertados do jugo do pecado. Por fim, devemos observar que a liberdade tem os seus graus de acordo com a medida da fé; e Paulo, portanto, embora claramente feito livre, ainda gemia e ansiava pela perfeita liberdade, conforme ele afirma em relação a si mesmo em Romanos 7.24.
“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (João 8.33)
(Nota do tradutor: No comentário deste versículo nós vemos quão perigoso é para o destino eterno da nossa alma, que estejamos apegados a alguma forma de orgulho religioso, especialmente nos casos em que este foi adquirido por conta de tradição religiosa familiar ou de nossos antepassados, ou ainda da nação ou grupo em que vivemos. A situação do orgulho dos judeus que aqui será vista, pode ser estendida a todos os demais, pois ninguém mais do que eles, poderia abrigar sentimentos de que já eram salvos, por conta da aliança que Deus havia feito com eles através de Moisés, e com nenhuma outra nação da terra, e todavia, nós os encontramos sendo admoestados por Cristo a não colocarem a sua confiança no fato de que por conta disto fossem salvos de fato, uma vez que não é por condição religiosa que somos salvos, mas por uma obra de libertação da graça divina operando em nosso coração, tornando-nos novas criaturas em Cristo Jesus.)
“Somos descendência de Abraão”. É incerto se o evangelista se refere aqui às mesmas pessoas das quais havia falado antes, ou a outros. Minha opinião é que é àqueles responderam a Cristo de forma confusa, como geralmente acontece em uma multidão promíscua; e que esta contenda foi feita sim por desprezadores do que por aqueles que acreditaram. É um modo de expressão muito habitual nas Escrituras, sempre que parte de um povo é mencionada, atribuir em geral, a todos o que pertence apenas àquela parte.
Daqueles que objetaram que eles eram descendentes de Abraão, e que sempre foram livres, facilmente se infere das palavras de Cristo, qual liberdade foi prometida a eles como para pessoas que eram escravas. Mas eles não podem suportar o que lhes é dito, que sendo um povo santo e eleito, estava reduzido à escravidão Para qual proveito foi a adoção e aliança (Romanos 9.4), pela qual eles foram separados de outras nações, senão para que fossem contados filhos de Deus? Eles acham que, por isso, que eles são insultados, quando a liberdade é exibida para eles como uma bênção que eles ainda não possuem. Mas pode ser pensado estranho que eles devam afirmar que nunca foram escravizados, uma vez que tinham sido tão frequentemente oprimidos por vários tiranos, e naquela época estavam submetidos ao jugo romano, e gemiam sob o jugo mais pesado de escravidão; e, assim, isto pode ser facilmente visto, a saber, quão tola era sua jactância.
“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8.34)
“Todo homem que comete pecado é escravo do pecado”. Este é um argumento tirado de coisas opostas. Os judeus se gabavam de que eram livres. Jesus prova que eles são escravos do pecado, porque, sendo escravizados pelos desejos da carne, pecavam continuamente. É surpreendente que os homens não sejam convencidos por sua própria experiência, de modo que, deixando de lado seu orgulho, eles possa aprender a ser humildes. E isso é muito frequente ocorrer nos dias de hoje, que, quanto maior a carga de vícios pela qual um homem é puxado para baixo, mais ferozmente ele profere palavras sem sentido exaltando o livre arbítrio.
Cristo parece dizer aqui nada mais do que aquilo que foi dito anteriormente por filósofos, que os que são dedicados às suas paixões estão sujeitos a uma escravidão mais degradante. Mas há um significado mais profundo e oculto, ou seja; pois ele não argui o que os homens maus trazem em si mesmos, mas o que é a condição da natureza humana. Os filósofos pensavam que qualquer homem é escravo por sua própria escolha, e que pela mesma escolha ele retorna à liberdade. Mas aqui Cristo afirma, que todos os que não são livrados por ele estão em um estado de escravidão, e que todos sofreram o contágio do pecado da natureza corrompida, sendo escravos desde seu nascimento. Nós devemos atentar para a comparação entre a graça e a natureza, à qual Cristo aqui se refere; a partir da qual pode ser facilmente visto que os homens estão destituídos de liberdade, a não ser que sejam resgatados desta condição por uma ajuda externa.
“35 O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.
36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
35. “Ora, o escravo não permanece sempre na casa”. Jesus adiciona uma comparação, tirada das leis e do direito político, no sentido de que um escravo, embora ele possa ter poder por um tempo, ainda não é o herdeiro da casa; a partir do que ele infere que não há perfeita e durável liberdade, senão a que é obtida por meio do Filho. Desta forma ele acusa os judeus de vaidade, porque eles detêm, senão uma máscara em vez da realidade; pois, quanto ao fato de serem descendentes de Abraão, eles não eram nada senão uma máscara. Eles tinham um lugar na Igreja de Deus, mas um lugar como Ismael, um escravo, levantando-se contra seu irmão nascido livre, usurpado por um curto espaço de tempo (Gálatas 4.29). A conclusão é que todos os que se vangloriam de serem filhos de Abraão têm nada mais do que uma vazia e enganosa pretensão.
36. “Se, pois, o Filho vos libertar”. Por essas palavras ele quer dizer que o direito à liberdade pertence a si mesmo, e que todos os outros, sendo escravos nascidos, não podem ser libertados, senão pela sua graça. Porque aquilo que ele possui em sua própria natureza, ele nos concede por adoção, quando somos enxertados pela fé em seu corpo, e nos tornamos seus membros. Assim, devemos lembrar o que eu disse anteriormente, que o Evangelho é um instrumento pelo qual obtemos a nossa liberdade. Então a nossa liberdade é um benefício concedido por Cristo, mas o obtemos pela fé, em consequência da qual também Cristo nos regenera pelo seu Espírito. Quando ele diz que eles serão verdadeiramente livres, há uma ênfase na palavra verdadeiramente; para que façamos o contraste com a persuasão tola pela qual os judeus estavam cheios de orgulho, do mesmo modo que a maior parte do mundo imagina que possui um reino, enquanto se encontra na mais miserável escravidão ao pecado.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
MELHOR DO QUE O EVEREST
Versículo do dia: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8.28)
Se você vive dentro desta sólida promessa, sua vida é mais firme e estável do que o Monte Everest.
Nada pode abalá-lo quando você está dentro dos muros de Romanos 8.28. Fora de Romanos 8.28, tudo é confusão e ansiedade, medo e incerteza. Fora dessa promessa da futura graça de Deus, há casas de palha de drogas, pornografia e dezenas de diversões fúteis. Há paredes de madeira e telhados de folhas de frágeis estratégias de investimento, fugaz cobertura de segurança e insignificantes planos de aposentadoria. Aqui há fortificações com travas de segurança, sistema de alarmes e mísseis antibalísticos. Do lado de fora, há mil substitutos para Romanos 8.28.
Uma vez que você atravessa a porta do amor para dentro da estrutura sólida e inabalável de Romanos 8.28, tudo muda. Ali estabilidade, profundidade e liberdade adentram em sua vida. Você simplesmente não pode mais ser abalado. A confiança de que um Deus soberano governa para o seu bem toda a dor e todo o prazer que você experimentará é um incomparável refúgio, segurança, esperança e poder em sua vida.
Quando o povo de Deus realmente vive pela graça futura de Romanos 8.28 — desde o sarampo até o túmulo — eles são as pessoas mais livres, fortes e generosas do mundo.
A luz deles brilha e as pessoas dão glória ao seu Pai que está nos céus (Mateus 5.16).
Versículo do dia: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8.28)
Se você vive dentro desta sólida promessa, sua vida é mais firme e estável do que o Monte Everest.
Nada pode abalá-lo quando você está dentro dos muros de Romanos 8.28. Fora de Romanos 8.28, tudo é confusão e ansiedade, medo e incerteza. Fora dessa promessa da futura graça de Deus, há casas de palha de drogas, pornografia e dezenas de diversões fúteis. Há paredes de madeira e telhados de folhas de frágeis estratégias de investimento, fugaz cobertura de segurança e insignificantes planos de aposentadoria. Aqui há fortificações com travas de segurança, sistema de alarmes e mísseis antibalísticos. Do lado de fora, há mil substitutos para Romanos 8.28.
Uma vez que você atravessa a porta do amor para dentro da estrutura sólida e inabalável de Romanos 8.28, tudo muda. Ali estabilidade, profundidade e liberdade adentram em sua vida. Você simplesmente não pode mais ser abalado. A confiança de que um Deus soberano governa para o seu bem toda a dor e todo o prazer que você experimentará é um incomparável refúgio, segurança, esperança e poder em sua vida.
Quando o povo de Deus realmente vive pela graça futura de Romanos 8.28 — desde o sarampo até o túmulo — eles são as pessoas mais livres, fortes e generosas do mundo.
A luz deles brilha e as pessoas dão glória ao seu Pai que está nos céus (Mateus 5.16).
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Jesus não respondeu nem uma palavra.” (Mateus 27.14)
O Senhor Jesus nunca se demorou a falar quando podia abençoar os filhos dos homens, mas Ele não dizia nenhuma palavra de Si mesmo. Nunca um homem falou como o Senhor Jesus (ver João 7.46), e jamais esteve em silêncio como Ele o fez. Este silêncio especial era um sinal do perfeito sacrifício do Senhor Jesus? Demonstrava que Ele nada proferiria quando permanecesse no altar de sacrifício da sua Pessoa sagrada, que Ele havia dedicado como oferta por nós? O Senhor Jesus se havia entregue tão completamente, que não interferiria em favor de Si mesmo, nem ainda no menor grau, mas seria amarrado e morto como uma vítima silenciosa e resignada? Nada podia ser dito que justificasse a culpa dos homens. Portanto, o Senhor Jesus suportaria todo o peso da culpa, permanecendo em silêncio diante do seu juiz. O silêncio não é a melhor resposta para um mundo contradizente? A paciência tranquila responde qualquer pergunta de modo infinitamente mais convincente do que toda eloquência sofisticada. Para a cristandade, nos primeiros dias, os melhores apologistas eram os mártires.
O Cordeiro de Deus em silêncio não nos proporciona um grande exemplo de sabedoria? Onde cada palavra é ocasião para uma nova blasfêmia, é necessário evitar o combustível que possa acender a chama do pecado. O ambíguo e o falso, o indigno e o desprezível logo se arruinarão; o verdadeiro pode estar quieto e encontrar no silêncio, sabedoria. É evidente que nosso Senhor, por meio de seu silêncio, nos deu um exemplo notável de cumprimento da profecia. Uma ampla defesa de Si mesmo teria sido contrária às profecias de Isaías: “Foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7). Por meio do seu silêncio, o Senhor Jesus provou que Ele mesmo era o Cordeiro de Deus. É nesta qualidade que O saudamos nesta manhã. Fica conosco, Senhor Jesus; no silêncio de nosso coração, permite-nos ouvir a voz de teu amor.
O Senhor Jesus nunca se demorou a falar quando podia abençoar os filhos dos homens, mas Ele não dizia nenhuma palavra de Si mesmo. Nunca um homem falou como o Senhor Jesus (ver João 7.46), e jamais esteve em silêncio como Ele o fez. Este silêncio especial era um sinal do perfeito sacrifício do Senhor Jesus? Demonstrava que Ele nada proferiria quando permanecesse no altar de sacrifício da sua Pessoa sagrada, que Ele havia dedicado como oferta por nós? O Senhor Jesus se havia entregue tão completamente, que não interferiria em favor de Si mesmo, nem ainda no menor grau, mas seria amarrado e morto como uma vítima silenciosa e resignada? Nada podia ser dito que justificasse a culpa dos homens. Portanto, o Senhor Jesus suportaria todo o peso da culpa, permanecendo em silêncio diante do seu juiz. O silêncio não é a melhor resposta para um mundo contradizente? A paciência tranquila responde qualquer pergunta de modo infinitamente mais convincente do que toda eloquência sofisticada. Para a cristandade, nos primeiros dias, os melhores apologistas eram os mártires.
O Cordeiro de Deus em silêncio não nos proporciona um grande exemplo de sabedoria? Onde cada palavra é ocasião para uma nova blasfêmia, é necessário evitar o combustível que possa acender a chama do pecado. O ambíguo e o falso, o indigno e o desprezível logo se arruinarão; o verdadeiro pode estar quieto e encontrar no silêncio, sabedoria. É evidente que nosso Senhor, por meio de seu silêncio, nos deu um exemplo notável de cumprimento da profecia. Uma ampla defesa de Si mesmo teria sido contrária às profecias de Isaías: “Foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7). Por meio do seu silêncio, o Senhor Jesus provou que Ele mesmo era o Cordeiro de Deus. É nesta qualidade que O saudamos nesta manhã. Fica conosco, Senhor Jesus; no silêncio de nosso coração, permite-nos ouvir a voz de teu amor.
O LIVRO DE ECLESIASTES E O MUNDO PÓS MODERNO
Por Denis Monteiro
Quase todo mundo diz que já vivemos na pós-modernidade. E o que seria essa pós-modernidade? Para Gene Edward, a pós-modernidade é tentar “reordenar o pensamento e a cultura numa base inteiramente diferente, aceitando a realidade como construção social e evitando completamente o “discurso totalizante”[1], ou seja, é uma visão que permeia toda a cultura, influenciando todas as áreas da vida, exemplo, o hedonismo (por causa do hedonismo, entendo eu, surge o permissivismo), relativismo e o niilismo[2]. E o que essas visões têm em comum? Bom, se o prazer da vida é me satisfazer, não crendo que nada pode ser absoluto e que nada tem sentido nesta vida, comamos e bebamos que amanhã morreremos (1Co 15.32).
Mas, qual é a ligação entre o livro de Eclesiastes e esses pensamentos?
O livro de Eclesiastes repete em média 37 a 39 vezes (depende da tradução) a palavra “vaidade”. E todas as vezes que escutamos a palavra “vaidade”, nos lembramos de pessoas que são cuidadosas, que cortam o cabelo com certo estilo, mulheres que usam maquiagem e tentam a todo custo preservar sua beleza. Ou seja, chamamos essas pessoas de “vaidosas”. Mas será que “vaidade” significa isso mesmo? O que diz o livro de Eclesiastes?
A palavra “vaidade” no livro de Eclesiastes tem pelo menos três significados: 1) Sem valor, vazio; 2) passageiro, transitório; 3) enigmático, de difícil entendimento.[3] Enquanto o pós-modernismo busca sentido para seus prazeres e ao mesmo tempo não define o sentido do “porquê”, visto que a verdade é relativa, Eclesiastes mostra que debaixo do sol tudo é vaidade.
Como já foram definidos acima os significados de “vaidade”, vamos ver qual a resposta de Salomão à esse pensamento.
Eclesiastes e o hedonismo
Eclesiastes 2.11: “Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há qualquer proveito no que se faz debaixo do sol” (NVI).
Eclesiastes 2.23: “Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade”. (AC)
O pregador não está condenando o trabalho em si, mas o trabalho como uma forma de satisfazer, é inútil. Nos Estados Unidos surgiu uma expressão para o viciado em trabalho: Workaholic. Um workaholic não é somente uma pessoa viciada em trabalho, mas é uma pessoa que busca ser competitivo, chegando ao ponto de provar algo a ele mesmo ou a alguém. E como todo vício é prejudicial à saúde, o viciado em trabalho não foge à regra. Mas, se não bastasse estragar a sua saúde, o viciado em trabalho prejudica a sua família e acima de tudo, quando se trata de um crente, isso afeta o seu relacionamento com Deus. Pois, um viciado em trabalho não mede esforços para fazer qualquer coisa para ser reconhecido, sendo possível até mesmo pisar em alguém, se esquecendo que devemos amar uns aos outros. E se esse relacionamento social está se arruinando, é porque o relacionamento com Deus está indo ou já foi para o mesmo caminho.
Não obstante, há outro termo que já está sendo sucesso no Brasil por causa de alguns comerciais de certos produtos, é chamado de Life a Holic, que em uma tradução “mais do que livre”, significa o viciado em viver a vida intensamente. E o ‘viver a vida intensamente’ é fazer tudo que vem a mão fazer como se fosse o último dia de sua vida, pois não se sabe o que vem depois. Portanto, além do hedonismo envolto nessas concepções de vida, existe também o permissivismo, que permite alguns tipos de comportamento ético e moral a todo instante.
Logo, toda busca pelo prazer pessoal, o sucesso e a realização profissional neste mundo como um fim em si mesmo é vaidade, não tem valor algum. Isso não é ser um desmancha prazer, mas é ser realista sobre tudo quanto acontece debaixo do sol.
Eclesiastes e o niilismo
Bom, se tudo é vaidade, não tem sentido, é breve ou passageiro, logo, o niilismo está certo e Salomão corrobora com isso, certo? De modo nenhum! Mesmo quando o pregador escreve “por mais que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não o encontrará” (Ec 8.17), ele não quer dizer que nada tem sentido, mas mesmo que eu me esforce ao máximo eu não conseguirei saber plenamente o que Deus está fazendo. Confessar a ignorância é o primeiro passo para o verdadeiro conhecimento (1Co 8.2).
Se a sensação do momento é viver a vida intensamente, o pregador nos mostra como devemos viver essa vida nos versos de 1-6 do capitulo 11: Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás (vs.1).
De forma inteligente a pessoa que vive debaixo do sol deve ter uma vida de fé. O capítulo 11 de Eclesiastes não mostra em nenhum momento a palavra “fé”, mas a ideia por detrás das palavras do pregador pode ser definida assim.
Não se sabe ao certo qual interpretação se encaixa neste texto, se é uma linguagem de comércios marítimos ou se é uma referência ao plantio de sementes sobre uma superfície com algum tipo de fluxo de água. Mas o que podemos ver nas duas interpretações é que todos os trabalhos devem ser feitos com esforço, como diz Derek Kidner, também pode ser um incentivo à ação, pois, se há riscos por toda parte, é melhor falhar sendo arrojado do que agarrando os recursos e guardando-os para nós mesmos[4]. Portanto, a nossa pequenez diante do conhecimento e das obras de Deus não eximem a nossa responsabilidade, mas nos incentiva a fazer com empenho, pois sabemos quem controla todas as coisas e fez todas as coisas, é Deus. Portanto, viver a vida intensamente para um cristão, é viver intensamente para Deus, mesmo quando não conseguimos entender as obras de Deus, mas confiando inteiramente no Deus que criou e controla todas as coisas.
Eclesiastes e o relativismo
Eclesiastes 11.9,10 “Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento. Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros”.
Se o pregador mostra o contrário do hedonismo e do niilismo, com o foco do esforço crendo no Deus soberano e criador de todas as coisas, mostra também que a verdadeira felicidade ou como curtir a vida de verdade, quando diz “siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar” não quer dizer faça o que vem a mente e aproveite tudo que der para você fazer, mas esse coração deve se lembrar de que Deus trará juízo de todas as nossas obras, logo, tendo em vista o julgamento de Deus, todas as nossas obras devem glorificar a Deus. Isso implica que nossas obras e nossa alegria devem ser feitas segundo a vontade de Deus, isso quebra qualquer relativismo, pois a vontade de Deus é verdade absoluta. Mas também todo e qualquer tipo de niilismo é posto abaixo pelo pregador, pois se não há significado nos “porquês da vida”, o pregador de forma intrínseca, mostra que o significado do “porquê devo viver”, é viver para Deus e com Deus.
Não obstante, se a vontade de Deus deve guiar o nosso viver e não as preocupações da vida presente debaixo do sol, muito menos trabalhar ou viver como se não houvesse ninguém ou nada.
Eclesiastes 12.13,14 Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: “Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal.”
O pregador volta ao tema do capítulo 11, o fato de Deus trazer o julgamento. Mas agora ele mostra o verdadeiro sentido da vida, anulando todo e qualquer tipo de niilismo, hedonismo e/ou relativismo. Desde o verso primeiro do capítulo 12, o pregador mostra uma vida em fase de transição desde a juventude, quando tudo é festa e vigor, com a velhice e a morte se aproximando e volte ao pó, sendo tudo isso vaidade. Mas, por que é vaidade viver a vida desde a nossa juventude até a nossa velhice? A vaidade é compreendida a partir do momento que entendemos que tudo quanto há debaixo do sol é transitório e que na morte nós voltamos para Deus e tornamos ao pó. Com a revelação do Novo Testamento podemos entender claramente como viver debaixo do sol com a mente no céu: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.1,2).
Uma vida regenerada é uma vida que busca temer a Deus guardando seus mandamentos, e é este o amor de Deus, porque seus mandamentos não são penosos (1 Jo 5.3). E se entendermos que devemos temer a Deus, este Deus está em todos os lugares e, se devemos temê-lo é porque há ordenanças que Ele nos passou. Sendo assim, toda a nossa alegria deve ser em Deus e a nossa verdade deve ser a verdade de Deus.
Conclusão
Apesar do livro de Eclesiastes ter certas passagens de difícil interpretação, ele continua sendo inspirado por Deus, sendo um verdadeiro manual para entendermos a vida debaixo do sol. Enquanto estamos neste mundo devemos viver uma vida relacionável com o próximo, mas nunca nos esquecendo de que a verdadeira comunhão que temos é com Deus. Também devemos viver uma vida alegre, pois a Bíblia diz que devemos ser alegres, começando por nossa salvação. Mas a nossa alegria deve ser primeiramente em Deus e por seus feitos em nossas vidas, e não uma alegria em mim mesmo como o fim de todas as coisas. E se a nossa vida deve ser centrada em Deus, logo, já temos um propósito para as nossas vidas e a verdade de Deus deve ser absoluta em nós e para nós.
Quase todo mundo diz que já vivemos na pós-modernidade. E o que seria essa pós-modernidade? Para Gene Edward, a pós-modernidade é tentar “reordenar o pensamento e a cultura numa base inteiramente diferente, aceitando a realidade como construção social e evitando completamente o “discurso totalizante”[1], ou seja, é uma visão que permeia toda a cultura, influenciando todas as áreas da vida, exemplo, o hedonismo (por causa do hedonismo, entendo eu, surge o permissivismo), relativismo e o niilismo[2]. E o que essas visões têm em comum? Bom, se o prazer da vida é me satisfazer, não crendo que nada pode ser absoluto e que nada tem sentido nesta vida, comamos e bebamos que amanhã morreremos (1Co 15.32).
Mas, qual é a ligação entre o livro de Eclesiastes e esses pensamentos?
O livro de Eclesiastes repete em média 37 a 39 vezes (depende da tradução) a palavra “vaidade”. E todas as vezes que escutamos a palavra “vaidade”, nos lembramos de pessoas que são cuidadosas, que cortam o cabelo com certo estilo, mulheres que usam maquiagem e tentam a todo custo preservar sua beleza. Ou seja, chamamos essas pessoas de “vaidosas”. Mas será que “vaidade” significa isso mesmo? O que diz o livro de Eclesiastes?
A palavra “vaidade” no livro de Eclesiastes tem pelo menos três significados: 1) Sem valor, vazio; 2) passageiro, transitório; 3) enigmático, de difícil entendimento.[3] Enquanto o pós-modernismo busca sentido para seus prazeres e ao mesmo tempo não define o sentido do “porquê”, visto que a verdade é relativa, Eclesiastes mostra que debaixo do sol tudo é vaidade.
Como já foram definidos acima os significados de “vaidade”, vamos ver qual a resposta de Salomão à esse pensamento.
Eclesiastes e o hedonismo
Eclesiastes 2.11: “Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há qualquer proveito no que se faz debaixo do sol” (NVI).
Eclesiastes 2.23: “Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade”. (AC)
O pregador não está condenando o trabalho em si, mas o trabalho como uma forma de satisfazer, é inútil. Nos Estados Unidos surgiu uma expressão para o viciado em trabalho: Workaholic. Um workaholic não é somente uma pessoa viciada em trabalho, mas é uma pessoa que busca ser competitivo, chegando ao ponto de provar algo a ele mesmo ou a alguém. E como todo vício é prejudicial à saúde, o viciado em trabalho não foge à regra. Mas, se não bastasse estragar a sua saúde, o viciado em trabalho prejudica a sua família e acima de tudo, quando se trata de um crente, isso afeta o seu relacionamento com Deus. Pois, um viciado em trabalho não mede esforços para fazer qualquer coisa para ser reconhecido, sendo possível até mesmo pisar em alguém, se esquecendo que devemos amar uns aos outros. E se esse relacionamento social está se arruinando, é porque o relacionamento com Deus está indo ou já foi para o mesmo caminho.
Não obstante, há outro termo que já está sendo sucesso no Brasil por causa de alguns comerciais de certos produtos, é chamado de Life a Holic, que em uma tradução “mais do que livre”, significa o viciado em viver a vida intensamente. E o ‘viver a vida intensamente’ é fazer tudo que vem a mão fazer como se fosse o último dia de sua vida, pois não se sabe o que vem depois. Portanto, além do hedonismo envolto nessas concepções de vida, existe também o permissivismo, que permite alguns tipos de comportamento ético e moral a todo instante.
Logo, toda busca pelo prazer pessoal, o sucesso e a realização profissional neste mundo como um fim em si mesmo é vaidade, não tem valor algum. Isso não é ser um desmancha prazer, mas é ser realista sobre tudo quanto acontece debaixo do sol.
Eclesiastes e o niilismo
Bom, se tudo é vaidade, não tem sentido, é breve ou passageiro, logo, o niilismo está certo e Salomão corrobora com isso, certo? De modo nenhum! Mesmo quando o pregador escreve “por mais que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não o encontrará” (Ec 8.17), ele não quer dizer que nada tem sentido, mas mesmo que eu me esforce ao máximo eu não conseguirei saber plenamente o que Deus está fazendo. Confessar a ignorância é o primeiro passo para o verdadeiro conhecimento (1Co 8.2).
Se a sensação do momento é viver a vida intensamente, o pregador nos mostra como devemos viver essa vida nos versos de 1-6 do capitulo 11: Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás (vs.1).
De forma inteligente a pessoa que vive debaixo do sol deve ter uma vida de fé. O capítulo 11 de Eclesiastes não mostra em nenhum momento a palavra “fé”, mas a ideia por detrás das palavras do pregador pode ser definida assim.
Não se sabe ao certo qual interpretação se encaixa neste texto, se é uma linguagem de comércios marítimos ou se é uma referência ao plantio de sementes sobre uma superfície com algum tipo de fluxo de água. Mas o que podemos ver nas duas interpretações é que todos os trabalhos devem ser feitos com esforço, como diz Derek Kidner, também pode ser um incentivo à ação, pois, se há riscos por toda parte, é melhor falhar sendo arrojado do que agarrando os recursos e guardando-os para nós mesmos[4]. Portanto, a nossa pequenez diante do conhecimento e das obras de Deus não eximem a nossa responsabilidade, mas nos incentiva a fazer com empenho, pois sabemos quem controla todas as coisas e fez todas as coisas, é Deus. Portanto, viver a vida intensamente para um cristão, é viver intensamente para Deus, mesmo quando não conseguimos entender as obras de Deus, mas confiando inteiramente no Deus que criou e controla todas as coisas.
Eclesiastes e o relativismo
Eclesiastes 11.9,10 “Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento. Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros”.
Se o pregador mostra o contrário do hedonismo e do niilismo, com o foco do esforço crendo no Deus soberano e criador de todas as coisas, mostra também que a verdadeira felicidade ou como curtir a vida de verdade, quando diz “siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar” não quer dizer faça o que vem a mente e aproveite tudo que der para você fazer, mas esse coração deve se lembrar de que Deus trará juízo de todas as nossas obras, logo, tendo em vista o julgamento de Deus, todas as nossas obras devem glorificar a Deus. Isso implica que nossas obras e nossa alegria devem ser feitas segundo a vontade de Deus, isso quebra qualquer relativismo, pois a vontade de Deus é verdade absoluta. Mas também todo e qualquer tipo de niilismo é posto abaixo pelo pregador, pois se não há significado nos “porquês da vida”, o pregador de forma intrínseca, mostra que o significado do “porquê devo viver”, é viver para Deus e com Deus.
Não obstante, se a vontade de Deus deve guiar o nosso viver e não as preocupações da vida presente debaixo do sol, muito menos trabalhar ou viver como se não houvesse ninguém ou nada.
Eclesiastes 12.13,14 Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: “Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal.”
O pregador volta ao tema do capítulo 11, o fato de Deus trazer o julgamento. Mas agora ele mostra o verdadeiro sentido da vida, anulando todo e qualquer tipo de niilismo, hedonismo e/ou relativismo. Desde o verso primeiro do capítulo 12, o pregador mostra uma vida em fase de transição desde a juventude, quando tudo é festa e vigor, com a velhice e a morte se aproximando e volte ao pó, sendo tudo isso vaidade. Mas, por que é vaidade viver a vida desde a nossa juventude até a nossa velhice? A vaidade é compreendida a partir do momento que entendemos que tudo quanto há debaixo do sol é transitório e que na morte nós voltamos para Deus e tornamos ao pó. Com a revelação do Novo Testamento podemos entender claramente como viver debaixo do sol com a mente no céu: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.1,2).
Uma vida regenerada é uma vida que busca temer a Deus guardando seus mandamentos, e é este o amor de Deus, porque seus mandamentos não são penosos (1 Jo 5.3). E se entendermos que devemos temer a Deus, este Deus está em todos os lugares e, se devemos temê-lo é porque há ordenanças que Ele nos passou. Sendo assim, toda a nossa alegria deve ser em Deus e a nossa verdade deve ser a verdade de Deus.
Conclusão
Apesar do livro de Eclesiastes ter certas passagens de difícil interpretação, ele continua sendo inspirado por Deus, sendo um verdadeiro manual para entendermos a vida debaixo do sol. Enquanto estamos neste mundo devemos viver uma vida relacionável com o próximo, mas nunca nos esquecendo de que a verdadeira comunhão que temos é com Deus. Também devemos viver uma vida alegre, pois a Bíblia diz que devemos ser alegres, começando por nossa salvação. Mas a nossa alegria deve ser primeiramente em Deus e por seus feitos em nossas vidas, e não uma alegria em mim mesmo como o fim de todas as coisas. E se a nossa vida deve ser centrada em Deus, logo, já temos um propósito para as nossas vidas e a verdade de Deus deve ser absoluta em nós e para nós.
JESUS É A FONTE DA ÁGUA DA VIDA ETERNA
“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (João 7.37)
“No último dia”. A primeira coisa que deve ser observada aqui é, que nenhum argumento ou intriga de inimigos aterrorizam a Cristo, de modo a fazer com que desista de seu dever; senão, pelo contrário, a sua coragem aumenta com perigos, de modo que ele perseverou com maior firmeza. Isto é provado pela circunstância do tempo, pelo conjunto da multidão, e pela liberdade que ele usou ao exclamar, enquanto sabia que mãos estavam estendidas por todos os lados para pegá-lo; pois é provável que os oficiais estavam naquele momento prontos para executar sua missão.
Devemos observar a seguir, que nada mais foi do que a proteção de Deus, na qual ele se baseava, que lhe permitiu manter-se firme contra tais esforços violentos daqueles homens, que tinham cada coisa em seu poder. Porque, por qual outra razão pode ser atribuído que Cristo pregou no dia mais público da Festa dos Tabernáculos, no meio do templo, no qual seus inimigos mantinham uma reunião tranquilamente, e depois que eles tinham preparado um grupo de oficiais para prendê-lo, senão porque Deus conteve a raiva deles? No entanto, é muito útil para nós, que o evangelista apresente Cristo exclamando em voz alta: “todos os que têm sede venham a Mim”, porque inferimos disto que o convite não foi feito a uma ou duas pessoas apenas, ou como um sussurro baixo e suave, mas que esta doutrina é proclamada a todos, de tal modo que ninguém possa ser ignorante da mesma, senão aqueles que, por vontade própria fechando os seus ouvidos, não perceberão este grito alto e distinto.
“Se alguém tem sede”. Por esta frase ele exorta todos a participarem de suas bênçãos, desde que, a partir de uma convicção da sua própria pobreza, desejem obter assistência. Pois é verdade que somos todos pobres e destituídos de todas as bênçãos, mas está longe de ser verdade que todos são despertados por uma convicção de sua pobreza para buscar socorro. Por isso, sucede que muitas pessoas não mexem um só pé, mas miseravelmente murcham e caem, e ainda há muitos que não são afetados por uma percepção de seu vazio, até que o Espírito de Deus, pelo seu próprio fogo, instiga fome e sede, em seus corações. Pertence ao Espírito, portanto, fazer-nos desejar a sua graça.
Quanto à presente passagem, devemos observar, em primeiro lugar, que ninguém é chamado para obter as riquezas do espírito, senão aqueles que queimam com o desejo delas. Porque sabemos que a dor da sede é mais aguda e atormentadora, para que os homens muito mais fortes, e aqueles que podem suportar qualquer quantidade de labuta, possam ser dominados pela sede. E assim ele convida o sedento e o faminto, a fim de prosseguir com a metáfora na qual ele emprega depois a palavra água e a palavra bebida, para que todas as partes do discurso pudessem estar acordes. E eu não tenho dúvida de que ele faz alusão a essa passagem em Isaías, “todos os que têm sede, venham às águas” (Isaías 55.1), porque o que Profeta atribui a Deus deveria ser cumprido plenamente em Cristo, como também o cântico de Maria: “Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.” (Lucas 1.53).
Ele, portanto, nos exorta para vir direto a si mesmo, como se ele tivesse dito, que é somente ele que pode satisfazer plenamente a sede de todos, e que todos os que buscam mesmo o menor alívio da sua sede espiritual em qualquer outro lugar estão enganados, e trabalhando em vão.
“E beba”. A promessa é adicionada à exortação; pois embora a palavra – e beba – transmita uma exortação, ainda contém em si mesma uma promessa; porque Cristo testifica que ele não é uma cisterna seca e desgastada, mas uma fonte inesgotável, que em grande parte e abundantemente supre a todos os que vêm para beber. Daí segue-se que, se pedirmos a ele o que necessitamos, o nosso desejo não será decepcionado.
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (João 7.38)
“Aquele que crê em mim”. Jesus aponta agora a maneira de vir a ele, que é, que devemos nos aproximar, não com os pés, mas pela fé; ou em vez disso, vir, nada mais é do que crer, pelo menos, se você definir com precisão a palavra crer; como já disse que nós cremos em Cristo, quando nós o abraçamos como ele é apresentado a nós no Evangelho, cheio de poder, sabedoria, justiça, pureza, vida, e todos os dons do Espírito Santo. Além disso, ele agora confirma mais clara e totalmente a promessa que mencionou antes; pois ele mostra que tem uma grande abundância para nos satisfazer plenamente.
“Do seu interior correrão rios de água viva”. A metáfora parece, sem dúvida, ser um pouco áspera, quando ele diz que rios de água viva correrão do ventre dos crentes; mas não pode haver nenhuma dúvida quanto ao significado, que aqueles que acreditam não sofrerão qualquer falta de bênçãos espirituais. Ele chama isso de água viva, a fonte da qual nunca seca, nem deixa de fluir continuamente. Como a palavra rios se encontra no plural, interpreto-a como denotando a diversidade das graças do Espírito, que são necessárias para a vida espiritual da alma. Em suma, a perpetuidade, assim como a abundância, dos dons e graças do Espírito Santo, são aqui prometidas para nós. Alguns entendem que a expressão – as águas fluirão do ventre dos crentes – significa que aquele a quem o Espírito tem sido dado deve fluir para seus irmãos, como devendo haver comunicação mútua entre nós.
Mas eu considero que isto seja um significado mais simples, que todo aquele que crer em Cristo terá uma fonte de vida, fluindo em si mesmo, como Cristo disse anteriormente: “Aquele que beber desta água nunca mais terá sede” (João 4.14), porque enquanto a água comum apenas sacia a sede por um curto período de tempo, Cristo diz que pela fé nós bebemos do Espírito, que é uma fonte de água que jorra para a vida eterna
Ainda, ele não diz que, no primeiro dia, os crentes ficarão tão totalmente satisfeitos com Cristo, que jamais terão mais tarde qualquer fome ou sede; mas, ao contrário, o desfrute de Cristo acende um novo desejo dele. Mas o significado é que o Espírito Santo é como um fluir vivo e contínuo nos crentes; como Paulo também declara que ele é a vida em nós (Romanos 8.10), embora nós ainda carreguemos presentemente resquícios de pecado, a causa da morte. E, de fato, como cada um participa dos dons e graças do Espírito Santo, de acordo com a medida de sua fé, não pode possuir uma plenitude perfeita deles na vida presente. Mas os crentes, enquanto fazem progressos na fé, continuamente aspiram a novas adições do Espírito, para que as primícias que provaram os conduzam adiante até a perpetuidade da vida. Mas também são lembrados por ele, quão pequena é a capacidade de nossa fé, uma vez que as graças do Espírito dificilmente entram em nós por gotas, as quais fluem como rios, se damos a devida admissão a Cristo; se a fé nos fez capazes de recebê-lo.
“Como diz a Escritura”. Alguns limitam isso à frase anterior, e outros à última; de minha parte, eu o estendo a todo o âmbito do discurso. Além disso, Cristo não aponta aqui, em minha opinião, qualquer passagem particular das Escrituras, mas dá um testemunho extraído da doutrina comum dos Profetas. Pois sempre que o Senhor, prometendo uma abundância de seu Espírito, a compara a águas vivas, ele olha principalmente para o reino de Cristo, ao qual ele direciona as mentes dos crentes. Todas as predições de águas vivas, portanto, têm o seu cumprimento em Cristo, porque somente ele tem aberto e apresentado os tesouros escondidos de Deus. A razão pela qual as graças do Espírito são derramadas sobre ele (Jesus) é para que todos possamos extrair da sua plenitude (João 1.16).
“No último dia”. A primeira coisa que deve ser observada aqui é, que nenhum argumento ou intriga de inimigos aterrorizam a Cristo, de modo a fazer com que desista de seu dever; senão, pelo contrário, a sua coragem aumenta com perigos, de modo que ele perseverou com maior firmeza. Isto é provado pela circunstância do tempo, pelo conjunto da multidão, e pela liberdade que ele usou ao exclamar, enquanto sabia que mãos estavam estendidas por todos os lados para pegá-lo; pois é provável que os oficiais estavam naquele momento prontos para executar sua missão.
Devemos observar a seguir, que nada mais foi do que a proteção de Deus, na qual ele se baseava, que lhe permitiu manter-se firme contra tais esforços violentos daqueles homens, que tinham cada coisa em seu poder. Porque, por qual outra razão pode ser atribuído que Cristo pregou no dia mais público da Festa dos Tabernáculos, no meio do templo, no qual seus inimigos mantinham uma reunião tranquilamente, e depois que eles tinham preparado um grupo de oficiais para prendê-lo, senão porque Deus conteve a raiva deles? No entanto, é muito útil para nós, que o evangelista apresente Cristo exclamando em voz alta: “todos os que têm sede venham a Mim”, porque inferimos disto que o convite não foi feito a uma ou duas pessoas apenas, ou como um sussurro baixo e suave, mas que esta doutrina é proclamada a todos, de tal modo que ninguém possa ser ignorante da mesma, senão aqueles que, por vontade própria fechando os seus ouvidos, não perceberão este grito alto e distinto.
“Se alguém tem sede”. Por esta frase ele exorta todos a participarem de suas bênçãos, desde que, a partir de uma convicção da sua própria pobreza, desejem obter assistência. Pois é verdade que somos todos pobres e destituídos de todas as bênçãos, mas está longe de ser verdade que todos são despertados por uma convicção de sua pobreza para buscar socorro. Por isso, sucede que muitas pessoas não mexem um só pé, mas miseravelmente murcham e caem, e ainda há muitos que não são afetados por uma percepção de seu vazio, até que o Espírito de Deus, pelo seu próprio fogo, instiga fome e sede, em seus corações. Pertence ao Espírito, portanto, fazer-nos desejar a sua graça.
Quanto à presente passagem, devemos observar, em primeiro lugar, que ninguém é chamado para obter as riquezas do espírito, senão aqueles que queimam com o desejo delas. Porque sabemos que a dor da sede é mais aguda e atormentadora, para que os homens muito mais fortes, e aqueles que podem suportar qualquer quantidade de labuta, possam ser dominados pela sede. E assim ele convida o sedento e o faminto, a fim de prosseguir com a metáfora na qual ele emprega depois a palavra água e a palavra bebida, para que todas as partes do discurso pudessem estar acordes. E eu não tenho dúvida de que ele faz alusão a essa passagem em Isaías, “todos os que têm sede, venham às águas” (Isaías 55.1), porque o que Profeta atribui a Deus deveria ser cumprido plenamente em Cristo, como também o cântico de Maria: “Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.” (Lucas 1.53).
Ele, portanto, nos exorta para vir direto a si mesmo, como se ele tivesse dito, que é somente ele que pode satisfazer plenamente a sede de todos, e que todos os que buscam mesmo o menor alívio da sua sede espiritual em qualquer outro lugar estão enganados, e trabalhando em vão.
“E beba”. A promessa é adicionada à exortação; pois embora a palavra – e beba – transmita uma exortação, ainda contém em si mesma uma promessa; porque Cristo testifica que ele não é uma cisterna seca e desgastada, mas uma fonte inesgotável, que em grande parte e abundantemente supre a todos os que vêm para beber. Daí segue-se que, se pedirmos a ele o que necessitamos, o nosso desejo não será decepcionado.
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (João 7.38)
“Aquele que crê em mim”. Jesus aponta agora a maneira de vir a ele, que é, que devemos nos aproximar, não com os pés, mas pela fé; ou em vez disso, vir, nada mais é do que crer, pelo menos, se você definir com precisão a palavra crer; como já disse que nós cremos em Cristo, quando nós o abraçamos como ele é apresentado a nós no Evangelho, cheio de poder, sabedoria, justiça, pureza, vida, e todos os dons do Espírito Santo. Além disso, ele agora confirma mais clara e totalmente a promessa que mencionou antes; pois ele mostra que tem uma grande abundância para nos satisfazer plenamente.
“Do seu interior correrão rios de água viva”. A metáfora parece, sem dúvida, ser um pouco áspera, quando ele diz que rios de água viva correrão do ventre dos crentes; mas não pode haver nenhuma dúvida quanto ao significado, que aqueles que acreditam não sofrerão qualquer falta de bênçãos espirituais. Ele chama isso de água viva, a fonte da qual nunca seca, nem deixa de fluir continuamente. Como a palavra rios se encontra no plural, interpreto-a como denotando a diversidade das graças do Espírito, que são necessárias para a vida espiritual da alma. Em suma, a perpetuidade, assim como a abundância, dos dons e graças do Espírito Santo, são aqui prometidas para nós. Alguns entendem que a expressão – as águas fluirão do ventre dos crentes – significa que aquele a quem o Espírito tem sido dado deve fluir para seus irmãos, como devendo haver comunicação mútua entre nós.
Mas eu considero que isto seja um significado mais simples, que todo aquele que crer em Cristo terá uma fonte de vida, fluindo em si mesmo, como Cristo disse anteriormente: “Aquele que beber desta água nunca mais terá sede” (João 4.14), porque enquanto a água comum apenas sacia a sede por um curto período de tempo, Cristo diz que pela fé nós bebemos do Espírito, que é uma fonte de água que jorra para a vida eterna
Ainda, ele não diz que, no primeiro dia, os crentes ficarão tão totalmente satisfeitos com Cristo, que jamais terão mais tarde qualquer fome ou sede; mas, ao contrário, o desfrute de Cristo acende um novo desejo dele. Mas o significado é que o Espírito Santo é como um fluir vivo e contínuo nos crentes; como Paulo também declara que ele é a vida em nós (Romanos 8.10), embora nós ainda carreguemos presentemente resquícios de pecado, a causa da morte. E, de fato, como cada um participa dos dons e graças do Espírito Santo, de acordo com a medida de sua fé, não pode possuir uma plenitude perfeita deles na vida presente. Mas os crentes, enquanto fazem progressos na fé, continuamente aspiram a novas adições do Espírito, para que as primícias que provaram os conduzam adiante até a perpetuidade da vida. Mas também são lembrados por ele, quão pequena é a capacidade de nossa fé, uma vez que as graças do Espírito dificilmente entram em nós por gotas, as quais fluem como rios, se damos a devida admissão a Cristo; se a fé nos fez capazes de recebê-lo.
“Como diz a Escritura”. Alguns limitam isso à frase anterior, e outros à última; de minha parte, eu o estendo a todo o âmbito do discurso. Além disso, Cristo não aponta aqui, em minha opinião, qualquer passagem particular das Escrituras, mas dá um testemunho extraído da doutrina comum dos Profetas. Pois sempre que o Senhor, prometendo uma abundância de seu Espírito, a compara a águas vivas, ele olha principalmente para o reino de Cristo, ao qual ele direciona as mentes dos crentes. Todas as predições de águas vivas, portanto, têm o seu cumprimento em Cristo, porque somente ele tem aberto e apresentado os tesouros escondidos de Deus. A razão pela qual as graças do Espírito são derramadas sobre ele (Jesus) é para que todos possamos extrair da sua plenitude (João 1.16).
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
DUAS DAS NOSSAS NECESSIDADES MAIS PROFUNDAS
Versículo do dia: À igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo. (2 Tessalonicenses 1.1)
Nós, como igreja, estamos “em” um Pai e “em” um Senhor. O que isso significa?
A palavra “Pai” implica principalmente cuidado, sustentação, proteção, provisão e disciplina. Assim, estar “no” Pai significa primariamente estar sob seu cuidado e sua proteção.
A outra designação é Senhor: Nós estamos no Senhor Jesus Cristo. A palavra “Senhor” implica principalmente autoridade, liderança e propriedade. Portanto, estar “no” Senhor significa primariamente estar sob seu encargo, sob sua autoridade e em sua posse.
Assim, Paulo cumprimenta a igreja de Tessalônica de forma a lembrá-los que eles são uma família (aos cuidados de um Pai) e que eles são servos (ao comando de um Senhor). Essas duas descrições de Deus como Pai e Senhor e, portanto, da igreja como família e servos, correspondem a duas das nossas necessidades mais profundas.
As duas necessidades que cada um de nós tem são a necessidade de resgate e ajuda e a necessidade de propósito e significado.
Precisamos de um Pai celestial que se apiede de nós e nos liberte do pecado e miséria. Precisamos de sua ajuda a cada passo do caminho pois somos muito fracos e vulneráveis.
Mas também precisamos de um Senhor celestial para nos guiar na vida, nos dizer o que é sábio e nos dar um comando grandioso e significativo para cumprirmos. Nós não queremos apenas estar seguros no cuidado de um Pai. Queremos uma causa gloriosa pela qual viver.
Queremos que um Pai misericordioso seja nosso protetor e queremos que um Senhor onipotente seja nosso campeão, nosso comandante e nosso líder. Assim, quando Paulo diz no versículo 1: Vocês são a igreja “em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo”, nós podemos descansar e ser ajudados por um e obter coragem e significado do outro.
Versículo do dia: À igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo. (2 Tessalonicenses 1.1)
Nós, como igreja, estamos “em” um Pai e “em” um Senhor. O que isso significa?
A palavra “Pai” implica principalmente cuidado, sustentação, proteção, provisão e disciplina. Assim, estar “no” Pai significa primariamente estar sob seu cuidado e sua proteção.
A outra designação é Senhor: Nós estamos no Senhor Jesus Cristo. A palavra “Senhor” implica principalmente autoridade, liderança e propriedade. Portanto, estar “no” Senhor significa primariamente estar sob seu encargo, sob sua autoridade e em sua posse.
Assim, Paulo cumprimenta a igreja de Tessalônica de forma a lembrá-los que eles são uma família (aos cuidados de um Pai) e que eles são servos (ao comando de um Senhor). Essas duas descrições de Deus como Pai e Senhor e, portanto, da igreja como família e servos, correspondem a duas das nossas necessidades mais profundas.
As duas necessidades que cada um de nós tem são a necessidade de resgate e ajuda e a necessidade de propósito e significado.
Precisamos de um Pai celestial que se apiede de nós e nos liberte do pecado e miséria. Precisamos de sua ajuda a cada passo do caminho pois somos muito fracos e vulneráveis.
Mas também precisamos de um Senhor celestial para nos guiar na vida, nos dizer o que é sábio e nos dar um comando grandioso e significativo para cumprirmos. Nós não queremos apenas estar seguros no cuidado de um Pai. Queremos uma causa gloriosa pela qual viver.
Queremos que um Pai misericordioso seja nosso protetor e queremos que um Senhor onipotente seja nosso campeão, nosso comandante e nosso líder. Assim, quando Paulo diz no versículo 1: Vocês são a igreja “em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo”, nós podemos descansar e ser ajudados por um e obter coragem e significado do outro.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Beija-me com os beijos de tua boca.” (Cântico dos Cânticos 1.2)
Por muitos dias temos habitado na paixão do Senhor, e por algum tempo, futuramente, nos demoraremos lá. No começo de um novo mês, procuremos ter, em relação a nosso Senhor, os mesmos desejos que ardiam no coração da esposa eleita. Observe como ela se move imediatamente em direção a Ele. Não há palavras introdutórias; Ela nem mesmo menciona o nome dEle. De uma vez ela já discorre sobre o âmago da questão, pois fala dele como o único “ele” no mundo para ela. Quão ousado é o amor dela! Foi imensa a condescendência que permitiu a irmã de Lázaro ungir com nardo os pés do Senhor. Foi o amor abundante que permitiu a gentil Maria assentar-se aos pés do Senhor e aprender dEle. Mas aqui, o amor, o forte e fervoroso amor aspira maiores provas de estima e mais íntimos sinais de companheirismo. Ester tremeu na presença do rei Assuero, mas a esposa, com regozijo e liberdade de amor perfeito, não conhece qualquer temor. Se temos recebido o mesmo Espírito de liberdade, podemos fazer esta mesma petição.
Por beijos, pretendemos nos referir às diversas manifestações de afeição pelas quais o crente passa a desfrutar do amor de Jesus. Do beijo da reconciliação, começamos a desfrutar na conversão e ele era doce como o mel que pinga do favo. O beijo da aceitação ainda arde em nossa face, pois sabemos que Ele, por meio de sua graça abundante, aceitou-nos juntamente com as nossas realizações. O beijo da comunhão, nós o desejamos todos os dias, até que ele se tome o beijo da recepção, que remove a alma da terra. E o beijo da consumação enche a alma com o gozo do céu. A fé é o caminho do peregrino, mas a comunhão é a fonte da qual ele bebe incessantemente. Ó, amante de nossa alma, não seja para nós um estranho; permita que os lábios da tua bênção encontrem os lábios de nossos pedidos. Permita que os lábios de tua plenitude toquem os lábios de nossa necessidade e, imediatamente, sentiremos o efeito de cura de teu beijo.
Por muitos dias temos habitado na paixão do Senhor, e por algum tempo, futuramente, nos demoraremos lá. No começo de um novo mês, procuremos ter, em relação a nosso Senhor, os mesmos desejos que ardiam no coração da esposa eleita. Observe como ela se move imediatamente em direção a Ele. Não há palavras introdutórias; Ela nem mesmo menciona o nome dEle. De uma vez ela já discorre sobre o âmago da questão, pois fala dele como o único “ele” no mundo para ela. Quão ousado é o amor dela! Foi imensa a condescendência que permitiu a irmã de Lázaro ungir com nardo os pés do Senhor. Foi o amor abundante que permitiu a gentil Maria assentar-se aos pés do Senhor e aprender dEle. Mas aqui, o amor, o forte e fervoroso amor aspira maiores provas de estima e mais íntimos sinais de companheirismo. Ester tremeu na presença do rei Assuero, mas a esposa, com regozijo e liberdade de amor perfeito, não conhece qualquer temor. Se temos recebido o mesmo Espírito de liberdade, podemos fazer esta mesma petição.
Por beijos, pretendemos nos referir às diversas manifestações de afeição pelas quais o crente passa a desfrutar do amor de Jesus. Do beijo da reconciliação, começamos a desfrutar na conversão e ele era doce como o mel que pinga do favo. O beijo da aceitação ainda arde em nossa face, pois sabemos que Ele, por meio de sua graça abundante, aceitou-nos juntamente com as nossas realizações. O beijo da comunhão, nós o desejamos todos os dias, até que ele se tome o beijo da recepção, que remove a alma da terra. E o beijo da consumação enche a alma com o gozo do céu. A fé é o caminho do peregrino, mas a comunhão é a fonte da qual ele bebe incessantemente. Ó, amante de nossa alma, não seja para nós um estranho; permita que os lábios da tua bênção encontrem os lábios de nossos pedidos. Permita que os lábios de tua plenitude toquem os lábios de nossa necessidade e, imediatamente, sentiremos o efeito de cura de teu beijo.
domingo, 9 de julho de 2017
O PROCESSO DA FÉ
Por Flávio Santos
Leia Mateus 15.21-28
Essa narrativa é significativa, pois marca a única vez que Jesus sai do território de Israel. Jesus está em Tiro e Sidom. Região dos fenícios. Flávio Josefo diz que dos Fenícios, os de Tiro são os que mais têm os piores sentimentos contra os judeus.
stando fora dos limites palestinos, uma mulher siro-fenícia vem ao Seu encontro buscando a libertação da sua filha que estava endemoninhada. Jesus entende que a mulher tem um problema grave. Os discípulos também entendem, e pedem a Jesus que libere uma palavra sobre ela, cure a sua filha e livre-se da importunação.
Porém, a missão de Jesus é para as ovelhas perdidas da casa de Israel. Então, Jesus, no processo, decide despertar uma fé verdadeira nela. Que fosse para além de fronteiras e tradições.
Jesus gerou fé por meio do silêncio. A Mulher apresenta a sua situação: uma filha terrivelmente endominhada. Jesus não responde nada. Fica em silêncio. Um falta de resposta constrangedora. O silêncio de Jesus poderia ter gerado incredulidade, paralisação ou afastamento, mas, ao contrário gerou fé verdadeira.
C.S. Lewis, em seu livro a Anatomia de uma dor, escrito após ter perdido sua esposa para o câncer diz: Volte-se para Ele, quando estiver em grande necessidade, quando toda forma de amparo for inútil, e o que você encontrará? Uma porta fechada na sua cara, ao som do ferrolho sendo passado duas vezes do lado de dentro. Depois disso, silêncio. Bem que você poderia dar as costas e ir embora. Quanto mais espera, mais enfático o silêncio se torna. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia. Será que, algum dia, chegou a ser habitada?
Dói perceber Jesus em silêncio. Porém o silêncio não pode nos fazer perder a visão de Deus. O silêncio fez a mulher aproximar-se de Jesus. Existem momentos na vida que estamos gritando a um Jesus distante. Que não conhecemos de perto. Que não olhamos nos olhos. Que não percebemos a sua presença. O silêncio de Jesus é pedagógico: quer nos ensinar a aproximação. Transforma grito em palavra. Silêncio, no evangelho, é aproximação.
Jesus gerou fé por meio de uma migalha. Parece estranho a mulher querer uma migalha. Mas quando estamos perto de Jesus, suas palavras fazem sentido. Ele diz que não era bom tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Isso gerou na mulher um desejo e uma fé que queria comer as migalhas da mesa de Jesus.
A palavra usada para se referir aos cachorrinhos é Kúnaria. Existiam três tipos de aplicações que poderiam ser feitas a esta palavra. Primeiro, às mulheres da vida. Segundo, aos cães vira-latas da rua. E, terceiro, aos cachorrinhos de colo, aqueles que comem da mesa de seus donos. Jesus usa essa última aplicação para sua expressão: tirar dos filhos e dar aos cachorrinhos.
Ela entendeu!
Jesus fala em tom de graça e não de exclusão. A mulher capta a mensagem e o tom, ela está diante da mesa, não de um homem rico, mas da mesa do Rei dos reis, e as migalhas são como pão da mesa. Então diz, no processo da fé, que até os cachorrinhos comem da mesa de seus donos. Jesus conseguiu o que queria. A mulher agora tem uma fé verdadeira que não fosse só para um instante de cura, mas para toda vida.
Algumas pessoas estão deixando de comer pão da mesa de Jesus porque não querem começar pelas migalhas. Jesus oferece migalhas para ensiná-la que melhor do que o que se come em Suas mãos, são as mãos que oferecem a comida.
Ela conseguiu tirar os olhos das mãos e colocar em Jesus. E, no final, come pão. Tem sua filha liberta. A mulher comeu pão porque quis migalha. A migalha que cai da mesa se torna pão quando nos contentamos com o que Jesus nos oferece e temos fé para receber o que quer que venha Dele.
Jesus gerou fé por meio do encontro com Ele. A fé da mulher nasceu e cresceu no processo. Ela começa chamando Jesus de Filho de Davi e termina chamando de Senhor. Ela conhecia Jesus como Filho de Davi. O messias político que veio libertar Israel da opressão Romana. Ela O conhecia como profeta poderoso em palavras e milagres. Mas depois do encontro, o chama de Senhor. Agora ela O conhece como Soberano sobre todas as coisas.
O encontro com Jesus transformou pedido em oração. Ela começa fazendo um pedido a um homem poderoso e termina orando ao Senhor Deus. A fé que Jesus instala em nós como bem, muda a maneira como nos relacionamos com Ele. A partir do encontro a relação com Jesus não é mais de palavras decoradas ou condicionadas por alguma coisa, mas oração livre e sincera.
No encontro, a visão da mulher sobre Jesus mudou. A fé a fez vê-Lo como realmente é. Senhor e soberano que pode ficar em silêncio e oferecer migalha para produzir fé.
E você! Quer entrar no processo de tornar-se uma pessoa de fé?
Leia Mateus 15.21-28
Essa narrativa é significativa, pois marca a única vez que Jesus sai do território de Israel. Jesus está em Tiro e Sidom. Região dos fenícios. Flávio Josefo diz que dos Fenícios, os de Tiro são os que mais têm os piores sentimentos contra os judeus.
stando fora dos limites palestinos, uma mulher siro-fenícia vem ao Seu encontro buscando a libertação da sua filha que estava endemoninhada. Jesus entende que a mulher tem um problema grave. Os discípulos também entendem, e pedem a Jesus que libere uma palavra sobre ela, cure a sua filha e livre-se da importunação.
Porém, a missão de Jesus é para as ovelhas perdidas da casa de Israel. Então, Jesus, no processo, decide despertar uma fé verdadeira nela. Que fosse para além de fronteiras e tradições.
Jesus gerou fé por meio do silêncio. A Mulher apresenta a sua situação: uma filha terrivelmente endominhada. Jesus não responde nada. Fica em silêncio. Um falta de resposta constrangedora. O silêncio de Jesus poderia ter gerado incredulidade, paralisação ou afastamento, mas, ao contrário gerou fé verdadeira.
C.S. Lewis, em seu livro a Anatomia de uma dor, escrito após ter perdido sua esposa para o câncer diz: Volte-se para Ele, quando estiver em grande necessidade, quando toda forma de amparo for inútil, e o que você encontrará? Uma porta fechada na sua cara, ao som do ferrolho sendo passado duas vezes do lado de dentro. Depois disso, silêncio. Bem que você poderia dar as costas e ir embora. Quanto mais espera, mais enfático o silêncio se torna. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia. Será que, algum dia, chegou a ser habitada?
Dói perceber Jesus em silêncio. Porém o silêncio não pode nos fazer perder a visão de Deus. O silêncio fez a mulher aproximar-se de Jesus. Existem momentos na vida que estamos gritando a um Jesus distante. Que não conhecemos de perto. Que não olhamos nos olhos. Que não percebemos a sua presença. O silêncio de Jesus é pedagógico: quer nos ensinar a aproximação. Transforma grito em palavra. Silêncio, no evangelho, é aproximação.
Jesus gerou fé por meio de uma migalha. Parece estranho a mulher querer uma migalha. Mas quando estamos perto de Jesus, suas palavras fazem sentido. Ele diz que não era bom tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Isso gerou na mulher um desejo e uma fé que queria comer as migalhas da mesa de Jesus.
A palavra usada para se referir aos cachorrinhos é Kúnaria. Existiam três tipos de aplicações que poderiam ser feitas a esta palavra. Primeiro, às mulheres da vida. Segundo, aos cães vira-latas da rua. E, terceiro, aos cachorrinhos de colo, aqueles que comem da mesa de seus donos. Jesus usa essa última aplicação para sua expressão: tirar dos filhos e dar aos cachorrinhos.
Ela entendeu!
Jesus fala em tom de graça e não de exclusão. A mulher capta a mensagem e o tom, ela está diante da mesa, não de um homem rico, mas da mesa do Rei dos reis, e as migalhas são como pão da mesa. Então diz, no processo da fé, que até os cachorrinhos comem da mesa de seus donos. Jesus conseguiu o que queria. A mulher agora tem uma fé verdadeira que não fosse só para um instante de cura, mas para toda vida.
Algumas pessoas estão deixando de comer pão da mesa de Jesus porque não querem começar pelas migalhas. Jesus oferece migalhas para ensiná-la que melhor do que o que se come em Suas mãos, são as mãos que oferecem a comida.
Ela conseguiu tirar os olhos das mãos e colocar em Jesus. E, no final, come pão. Tem sua filha liberta. A mulher comeu pão porque quis migalha. A migalha que cai da mesa se torna pão quando nos contentamos com o que Jesus nos oferece e temos fé para receber o que quer que venha Dele.
Jesus gerou fé por meio do encontro com Ele. A fé da mulher nasceu e cresceu no processo. Ela começa chamando Jesus de Filho de Davi e termina chamando de Senhor. Ela conhecia Jesus como Filho de Davi. O messias político que veio libertar Israel da opressão Romana. Ela O conhecia como profeta poderoso em palavras e milagres. Mas depois do encontro, o chama de Senhor. Agora ela O conhece como Soberano sobre todas as coisas.
O encontro com Jesus transformou pedido em oração. Ela começa fazendo um pedido a um homem poderoso e termina orando ao Senhor Deus. A fé que Jesus instala em nós como bem, muda a maneira como nos relacionamos com Ele. A partir do encontro a relação com Jesus não é mais de palavras decoradas ou condicionadas por alguma coisa, mas oração livre e sincera.
No encontro, a visão da mulher sobre Jesus mudou. A fé a fez vê-Lo como realmente é. Senhor e soberano que pode ficar em silêncio e oferecer migalha para produzir fé.
E você! Quer entrar no processo de tornar-se uma pessoa de fé?
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