Semeando o Evangelho

Semeando o Evangelho
Semear a Verdade e o Amor de Deus

sábado, 29 de dezembro de 2018

Confie no SENHOR de Todo Coração (Provérbios 3.1-12) - Alan Kleber Rocha


A GRANDEZA DE DAR GRAÇAS

Traduzido por Anderson Rocha – Artigo original aqui.

Por Kevin DeYoung

Há 13 cartas de Paulo no Novo Testamento, e em 9 delas ele expressamente agradece pelos destinatários da carta (Romanos 1:8; 1 Coríntios 1:4-8; Efésios 1:15-16; Filipenses 1:3-5; Colossenses 1:3-5; 1 Tessalonicenses 1:2-3; 2 Tessalonicenses 1:3-4; 2 Timóteo 1:3-5; Filemon 4-5). As únicas exceções são 2 Coríntios (onde ele brinca com uma palavra de conforto), 1 Timóteo e Tito (para quem ele concede implicitamente) e Gálatas (que estavam em perigo de apostasia). O grande apóstolo Paulo era um homem marcado pela gratidão.

Paulo não teve uma vida fácil. Ele foi espancado, caluniado, incompreendido, preso, sofreu naufrágio, apedrejado e sofreu oposição em todos os lugares em que ele foi. No entanto, ele estava profundamente grato. Ser grato tem pouco a ver com suas circunstâncias. Claro, é mais fácil ser feliz quando tudo está num mar de rosas, mas todos nós conhecemos pessoas que parecem ter tudo e ainda são terrivelmente infelizes. Por outro lado, todos nós conhecemos pessoas que parecem encontrar bênçãos escondidas em cada julgamento. Murmurador ou agradecido: nós realmente temos uma escolha.

Pense nas pessoas que você conhece, os santos que você mais respeita, aqueles que quer ser como quando crescer, os crentes que deseja imitar e imitar. Quase com certeza, as pessoas que você está pensando são pessoas agradecidas. Cínicos e críticos podem ser celebrados nas mídias sociais e na televisão noturna, mas não fazem deles grandes heróis da fé.

Apesar de seus muitos motivos terrenos para se queixar, Paulo estava constantemente dando graças a Deus – e não principalmente por comida, saúde ou segurança (embora todos valham a pena lembrar), mas por triunfos do evangelho.

Observe o início da carta de Paulo e observe o que ele agradece nas igrejas.

– Disseram graças por sua fé no Senhor Jesus Cristo (Romanos, Efésios, Colossenses, 1, 2 Tessalonicenses, Filemom).
– Ele agradeceu por seu amor por todos os santos (Efésios, Colossenses, 1, 2 Tessalonicenses, Filemom).
– Ele agradeceu pela firmeza, especialmente nos julgamentos (1, 2 Tessalonicenses).
– Ele agradeceu por seus dons espirituais (1 Corinthians).
– Ele agradeceu pela sua parceria no evangelho (Filipenses).
– Ele agradeceu pela sua história e amizade mútua (2 Timóteo).
É uma lista enorme, especialmente quando considero as coisas que mais agradeço naturalmente (minha família, uma casa, trabalho, boa saúde, viagens seguras, boas férias). São todos presentes de Deus também. Não há vergonha em agradecer a Deus por um milhão de coisas diferentes. Afinal, todo presente bom e perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes (Tiago 1:17). Mas a lista de Paulo nos lembra dos maiores dons: fé evangélica, parcerias evangélicas e vitórias evangélicas.

À medida que a maioria dos americanos se reúne ao redor da mesa nesta quinta-feira (dia de Ação de Graças), aproveite o momento para vestir o seu chapéu de apóstolo Paulo e compartilhe as graças do evangelho do qual você é grato. E enquanto você fizer isso, pense nos amigos e familiares que você gostaria de ser. As chances são de que eles estarão tão fartos de gratidão, muito mais do que fartos de peru recheado.

SE NÃO TIVER AMOR, NÃO ADIANTA

O que você faz bem? O que você domina? Talvez você seja alguém de muitos dons, muitos talentos, muitas qualidades e talvez até se orgulhe disso. Será que é assim? Mas talvez você não seja tão bom assim, mas admira alguém que tenha todas essas virtudes. Cheguei mais perto agora?

Olha, você não está errado em nenhuma dessas hipóteses, mas ao mesmo tempo, essas coisas não significam nada! “O quê?” – você pergunta. É isso mesmo! Dons, talentos, conhecimentos, qualidades, virtudes… não significam nada, a não ser que sejam motivados pelo amor. Entendeu agora? Pode ser meio confuso, mas é isso que a Bíblia diz. Vamos pensar em alguns exemplos?

Pense em uma pessoa que fale bem, bem mesmo! É alguém que nos atrai com seu discurso. Imaginemos um homem. Vou dar o nome de Carlos. Ele é fera! Quando Carlos fala, as pessoas param para ouvi-lo. Ele é encantador, bem humorado, culto, tem uma voz bonita, é sábio, articula bem seus pensamentos… Todos gostariam de ouvi-lo. Normalmente, ele faz palestras sobre o desenvolvimento pessoal. É persuasivo e muito otimista, reúne multidões… Mas tem um problema. “Qual?” – você pergunta. Ele não faz isso por amor. E isso é importante? Para Deus, sim: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine” (I Coríntios 13:1). Carlos pode ser o melhor palestrante ou orador do mundo, mas se não tem amor, de nada adianta.

Vamos a um outro caso. Agora é a vez da Karla. Ela é bonita, simpática, mas o que mais chama atenção nessa moça é sua cultura. Ela é super inteligente, sabe conversar sobre tudo. Sabe aquele tipo de pessoa? Você começa a falar sobre política, e a pessoa toma conta do pedaço; você resolve conversar sobre ciência, e a pessoa manja demais; você parte para geografia, história, filosofia, religião, conhecimentos gerais… e a pessoa continua dominando a conversa. O que é isso? Cultura, conhecimento. Sabe quanto vale isso? De acordo com a Bíblia, nada! Vejamos: “Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei” (I Coríntios 13:2). Conhecimento, inteligência e sabedoria sem amor não valem de nada.

Mas esse versículo 2 ainda fala de outra coisa: a fé. Isso! Quem seria capaz de dizer que a fé não tem importância? Sabemos que “sem fé é impossível agradar a Deus”, não é? Com a fé você pode transportar montes, já pensou nisso? Você chega diante de um monte e diz: “Saia daqui e vá para o outro lado”, de repente, o monte lhe obedece. Seria extraordinário, não? E se você estivesse com alguém doente na sua família, orasse e a pessoa ficasse curada pela sua fé? Maravilhoso! Mas sem amor, não vale de nada! Não estou louco! A Bíblia diz assim.

Que tal agora falarmos do rei da generosidade? Vamos chamá-lo de Fábio. Ele é muito rico, talvez seja o homem mais rido do mundo. Um dia, Fábio estava andando por uma de suas grandes empresas e pensou o seguinte: “Eu tenho muito e tanta gente passando fome. Vou dar um novo sentido à minha vida, vou doar todo o meu dinheiro, repartir todas as minhas posses com as pessoas que não têm nada”. Que bela iniciativa, não? Ele fez isso mesmo: doou tudo! Agora podemos dizer que esse gesto tem um valor enorme, não tem? A Bíblia diz que não: “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá” (I Coríntios 13:3). Fábio podia entregar até seu corpo, mas sem amor isso não vale de nada.

São quatro ilustrações diferentes, quatro situações diferentes, mas que nos levam a uma mesma conclusão: a motivação deve ser o amor. Não estamos falando da forma como o homem vê. Estamos falando da forma como Deus vê. O homem é iludido facilmente por atitudes externas, mas Deus vê o coração; lembre-se disso.

Toda e qualquer atitude que o homem tome pode ser muito elogiada, louvável, mas só tem um problema: se não tiver amor, de nada adianta.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

LIÇÕES SOBRE PROVAÇÕES: SABEDORIA ESPIRITUAL

Mas onde se achará a sabedoria? E em que lugar estará o entendimento? O ser humano não conhece o valor da sabedoria, e ela não se encontra na terra dos viventes (Jó 28:12-13).

A sabedoria de Deus é a nossa fonte para entender a vida e todas as suas provações.

A sabedoria sobrenatural que os crentes precisam para entender suas provações simplesmente não está disponível em nossa sociedade. Durante a provação de Jó, logo ele aprendeu a absoluta insuficiência de sua razão e do conselho equivocado de seus amigos. Isso o levou à conclusão profunda de que a sabedoria do Senhor é a única fonte para compreender a vida e todas as suas dificuldades.

A sabedoria em geral sempre esteve entre as virtudes mais altas e respeitadas que os crentes podem ter. O Senhor ficou muito satisfeito quando Salomão pediu sabedoria em vez de riquezas ou poder (1 Reis 3:5-13), e Salomão posteriormente estabeleceu a importância básica da sabedoria de Deus: “Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e a inteligência” (Provérbios 2:6).

A sabedoria de Deus coloca as coisas na perspectiva correta durante as provações e nos ajuda a suportá-las. Mas, como já observamos, não é algo que teremos naturalmente. O apóstolo Tiago, no contexto de uma passagem sobre provações, diz que devemos pedir sabedoria: “Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concedida” (Tiago 1:5).

É crucial que, à medida que passamos por provas difíceis, pedirmos a sabedoria de Deus para perseverar de acordo com a Sua Palavra. Sem uma compreensão prática de como viver de acordo com Sua vontade e Palavra, não veremos Sua soberana providência operando em nossas provações. E sentiremos falta de um dos propósitos mais importantes de Deus para nos trazer sofrimentos e provações: para que nos tornemos mais dependentes Dele.

Quando tivermos a sabedoria do Senhor e percebermos que estamos cada vez mais dependentes Dele, seremos como Jó, que recebeu essa resposta às suas perguntas anteriores: “E disse ao ser humano: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e afastar-se do mal é o entendimento” (28:28).

Sugestão para oração

Ore para que você seja mais diligente em extrair sabedoria do seu estudo das Escrituras.

Estudo adicional

Leia 1 Reis 3:5-13.

O que o pedido de Salomão revela sobre seu caráter?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

UM DESTINO TERRÍVEL

Versículo do dia: …Jesus, que nos livra da ira vindoura. (1 Tessalonicenses 1.10)

Você recorda o tempo em que estava perdido como uma criança, ou caindo do alto de um precipício, ou prestes a se afogar? Então, de repente você foi resgatado. Você se segurou pela “vida amada”. Você tremeu pelo que quase perdeu. Você estava feliz. Oh, tão feliz e agradecido. E você tremeu de alegria.

É assim que me sinto no fim do ano em relação ao meu resgate da ira de Deus. Todos os dias de Natal tínhamos fogo na lareira. Às vezes, as brasas estavam tão quentes que quando eu me aproximava, minha mão realmente doía. Eu recuava e estremecia ao pensar na horrenda ira de Deus contra o pecado no inferno. Quão indizivelmente terrível será!

Continua após anúncio:
Na tarde de Natal, eu visitei uma mulher que tinha sido queimada em mais de 87 por cento de seu corpo. Ela está no hospital desde agosto. Meu coração ficou comovido por ela. Quão maravilhoso foi lhe oferecer a esperança da Palavra de Deus! Porém, eu saí não apenas pensando sobre sua dor nessa vida, mas também sobre a dor eterna da qual fui salvo por meio de Jesus.

Teste a minha experiência comigo. Essa alegria com tremor é uma maneira apropriada de terminar o ano? Paulo estava contente que o Senhor do céu fosse “Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1.10). Ele advertiu que haverá “ira e indignação aos… que desobedecem à verdade” (Romanos 2.8). E “por essas coisas [imoralidade sexual, impureza e cobiça] vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Efésios 5.6).

Agora, no fim do ano, estou terminando minha jornada pela Bíblia e lendo o último livro, Apocalipse. Essa é uma profecia gloriosa do triunfo de Deus e da alegria eterna de todos os que recebem “de graça a água da vida” (22.17). Sem mais lágrimas, dor, depressão, tristeza e morte (21.4).

Mas oh, o horror de não se arrepender e não se manter firme ao testemunho de Jesus! A descrição da ira de Deus pelo “apóstolo do amor” (João) é aterrorizante. Aqueles que rejeitam o amor de Deus beberão “do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite” (14.10-11). “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (20.15). Jesus pisará “o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso” (19.15). E o sangue irá “do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios” (14.20).

Eu tremo com alegria porque eu sou salvo! Oh, a santa ira de Deus é um destino terrível! Fujam, irmãos e irmãs. Fujam com todas as suas forças. E vamos salvar o máximo de pessoas que pudermos! Não surpreende que haja mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por 99 justos (Lucas 15.7)!

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Devocional Diário: Até aqui nos ajudou o SENHOR. (1Samuel 7.12)

A expressão “até aqui” parece uma mão apontando em direção ao passado. Vinte anos, ou setenta anos, e “até aqui nos tem ajudado o Senhor”! Na pobreza ou na riqueza, na enfermidade ou na saúde, em casa ou fora de casa, em terra ou no mar, em honra ou desonra, na perplexidade, na alegria, em provações ou em triunfos, em oração, em tentação, o Senhor nos tem ajudado! Gostamos de contemplar uma extensa avenida de árvores; é agradável admirarmos esta grande paisagem do início até ao final, um tipo de templo verdejante, com seus pilares de galhos e seus arcos de folhas. De modo semelhante, contemple os corredores dos anos de sua vida, veja os galhos verdes de misericórdia na copa de sua vida e os fortes caules de bondade e fidelidade que produziram suas alegrias. Não há pássaros cantando nos galhos? Certamente deve haver, e todos cantam da misericórdia recebida “até aqui”. A expressão “até aqui” também aponta ao futuro. Quando um homem atinge certo ponto e escreve “até aqui”, isso indica que ele ainda não chegou ao final. Ainda há certa distância a ser percorrida. Existem mais provações, mais alegrias, mais tentações, mais triunfos, mais orações, mais respostas, mais labores, mais fortalecimento, bem como mais lutas, mais vitórias. Depois vem a doença, velhice e morte. A jornada acabou? Não! Ainda há mais: ressuscitar na semelhança de Jesus, tronos, harpas, canções, salmos, vestes brancas, a face de Jesus, a comunhão dos santos, a glória de Deus, a plenitude da eternidade e a bem aventurança infinita. Crente, tenha bom ânimo! Com grata confiança erga seu Ebénezer, pois Aquele que o ajudou até aqui continuará ajudando-o em todo o percurso de sua jornada. Quando lido à luz do céu, que perspectiva gloriosa e maravilhosa do seu “até aqui” se descortinará aos seus gratos olhos!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Jejum: Fome de Deus - Mariana Guerra


APENAS O AMOR ETERNO DE CRISTO PODE ABSOLVER A INIMIZADE ETERNA DO HOMEM

Por Jorge Fernandes Isah

Introdução

Este é um trecho pinçado de um estudo e meditação no verso de Romanos 13.10 o qual é o seguinte [1]:

“O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.”

No trecho abaixo, abordarei a questão da impossibilidade do homem cumprir a lei, e da necessidade do Salvador divino-homem, Jesus Cristo. É claro que esta abordagem não é exaustiva, nem tem pretensão de sê-la; é muito mais uma apresentação do tema, e da análise de que o Justo, Santo e Salvador teria de ser poderoso, infinito e eterno, algo que está muito além, e aquém, da condição humana em sua finitude e corrupção.

Espero, se assim Deus o quiser, em breve, tecer e aprofundar-me mais no assunto, aparando as muitas arestas, sem que vá criar outras, é o que tenciono. Oro, para Deus me abençoar, e ao leitor, que antes de se debruçar sobre este texto, reconheça que o meu único objetivo é ser fiel à verdade, Cristo, o qual quero, acima de tudo, glorificar e honrar, como prova da minha mais profunda gratidão, por quem ele é, fez, e, sobretudo, pelo amor com que me amou eternamente.

Soli Deo Gloria!!

Cristo e a Lei

Alguns cristãos reputam a lei como maléfica, como um entrave à santificação e à comunhão com Deus. Tendo em vista o seu caráter obrigatório, uma exigência, entendem ser isso danoso para a vida espiritual do homem. A premissa é, muitas vezes, a de que: se não se é capaz de cumpri-la totalmente, não se deve preocupar em cumpri-la em qualquer de seus preceitos. Ora, essa não é outra senão a heresia do antinominialismo, que defende a vida cristã sem qualquer lei, apelando para a graça absoluta. É claro que a graça é absoluta, pois procede do Deus absoluto, mas estaria o homem dispensado de cumprir a Lei por um mero capricho da graça? Ou seria a graça o fomentador do cumprimento da Lei, de maneira que o homem se aprimoraria no desejo íntimo e sincero de obediência a Deus e à sua vontade? Estaria a Lei alijada da graça e vice-versa? Ou ambas seriam manifestações divinas unidas por sua vontade sobrenatural de nos fazer semelhantes a Cristo? Homens imperfeitos sendo cada vez mais identificados com o Senhor que os salvou, chamou, transformou e santificou? A salvação prescinde o zelo? E a eleição a obediência? Penso, categoricamente, que não!

A alegação de quem defende uma posição de antinomia é de que cumprir a Lei seria farisaísmo, hipocrisia, e uma atitude legalista, manifestações pecaminosas daquele que não tem a graça sobre a sua vida. Acreditam que a graça se manifesta cada vez mais onde o pecado abunda. Tomam de Paulo uma afirmação e lhe dão outro sentido, distorcendo-o, tornando em mentira a verdade, em engano a fidelidade, em morte a vida.

“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm 5.20-21)

Este trecho não sanciona o pecado, muito menos o estimula ou anula, como se o homem, debaixo da graça, pudesse abusar dela, tornando-a em desgraça. O apóstolo não está dizendo que quanto mais se peca, mais a graça se manifesta, mas que Deus, em seu amor e bondade infinitos, não levou em questão a multidão de pecados do seu povo, derramando sobre a propiciação dos pecados, ou seja, o sangue de Cristo derramado na cruz nos livra da condenação e separação eterna de Deus. Não é um salvo-conduto para o pecado. Nem o tratar com desprezo ou trivialidade. Muito menos uma forma de incentivo ou ânimo. Paulo está a dizer que onde haveria condenação e punição, Deus nos entregou a sua absolvição. Sendo todo o pecado uma ofensa direta a ele, somente o Senhor poderia nos perdoar e absolver. O duro e feroz julgamento ao qual fazíamos jus, recaiu sobre o seu Filho. Alguém teve de pagar a pena, e não fomos nós. Porque nos era impossível quitá-la. Apenas o Deus-Homem, 100% Deus e 100% Homem poderia realiza-lo; ninguém mais.

Quando Adão cai, todos nós caímos. O pecado nos foi transmitido como por uma doença altamente contagiosa, da qual ninguém a não ser o Santo estava imune. Sim, ainda que fosse uma possibilidade, a de que Cristo pudesse pecar, não havia potencialidade nele para a transgressão, para a rebeldia. Pelo contrário, como ele mesmo disse, viera ao mundo para fazer a completa vontade do Pai, cumprindo toda a Lei, e padecendo como um inocente.

Naquela cruz, o Santo, imaculado, sofreu o castigo que nos pertencia, do qual não poderíamos nos livrar, se o esforço empreendido fosse nosso. Por mais empenho e disposição no sentido de obediência à lei divina, ela estava a nos acusar a todo momento, espetando-nos com sua ponta dura e letal, desferindo golpes mortais na carne e na alma, fazendo-nos definhar pouco a pouco ao seu castigo, à sua implacável justiça.

Com isto, não estou dizendo que a Lei é pérfida ou injusta, mas de que ela, sobretudo, aponta-nos a condição de perdidos, afastados, inimigos de Deus, quando a transgredimos, quando insidiosamente tentamos burlá-la, negligenciá-la, desafiá-la, desrespeitá-la. Assim fez Adão. O homem que deveria cuidar da mulher, de toda a criação, como mordomo instituído por Deus, sucumbiu aos apelos néscios de Eva. Da serpente. Não foi a Lei a instiga-lo, mas a cobiça. Não o preceito a inflamá-lo, mas a soberba e a vaidade. A santidade já não era possível ao coração inclinado à desobediência. A pureza não mais o dominava; a fleuma da concupiscência tomava-lhe o lugar. Nem toda a profusão de bênção e favores dados por Deus seriam capazes de impedir o ingrato de desprezá-lo. Adão olhava o fruto. Apetecia-lhe o fruto. Desejava-o. Não resistiu a tocá-lo. Nem o comer. O cravar-lhe os dentes foi apenas o ponto final de uma longa trajetória de declínio e morte. Não foi o início, mas o desfecho final da tentação, da rebeldia presente nos primórdios do seu desejo.

Adão pouco a pouco se convenceu de que a realidade apresentada por Deus era falsa, mentirosa, e de que a ilusão proposta pela serpente era factível e verdadeira. Não sabemos quanto tempo durou o convencimento para a queda. Segundos, minutos, horas. Talvez dias. O certo é que quanto mais se deixava enredar pela fraude, mais ela se solidificava em seu coração. O pecado se agigantou, tomou-lhe a vida, e não mais era possível resistir, a partir de certo ponto. Adão poderia manter-se fiel a Deus com uma simples recusa: bastaria expor a serpente ao ridículo, lançar-lhe em rosto a sua desfaçatez e ignomínia. Como ele poderia se deixar enredar por alguém de quem pouco ou nada conhecia?

Ao contrário, Deus já havia lhe provado quem era, não poderia existir dúvidas de quem era; os seus feitos, a sua bondade, o seu cuidado, misericórdia e providência falavam por si. Era clara e nítida a boa vontade divina para com o casal; entretanto, negaram ouvir a sua voz, dando trela à serpente (deixando-se enganar) que se viu estimulada a permanecer firme no intuito de destruí-los.

Não é assim que procedemos, negando ouvir a voz de Deus, em favor do nosso eu ou de outro eu? Em disposição, ainda que sincera, de sermos ludibriados? De não reconhecer aquele que é o doador de todas as coisas, que age com infinita misericórdia, para entregar-nos a nós mesmos ao ladrão de corações? O inimigo odioso de almas? Ah, quão triste será para aqueles que se entregaram ao grito estridente de morte do diabo; passar a eternidade em tormento e castigo indescritível com o algoz. Não satisfeito em aniquilar-se, arrogante e presunçoso, arrasta consigo multidões de tolos que se entregam às suas artimanhas. Vê-lo sendo castigo poderá trazer algum alívio, mas não impedirá aqueles que o seguem de compartilhar da sua dor. Não importa em que nível, o flagelo de satanás e seus anjos será o mesmo do homem reprovado. Se o sangue de Cristo não o alcançar, a vara imperdoável de justiça do Pai o flagelará. Apenas o Filho pode livrá-lo da tormenta no inferno; e bom seria se cada um dos homens se apercebesse disso o mais rapidamente possível. Mas sabemos que o coração indolente e obstinado somente poderá reconhecer-se como tal se quebrantando, se esmagado pelo amor de Cristo, o qual nos constrange. A dureza e impertinência da morte tem de ser esmigalhada, pulverizada, pela graça, a fim de que um coração de carne viva.

Se Cristo não o encontrar, o homem jamais será achado. E se perderá definitivamente na própria multidão de pecados. Enquanto as transgressões o sufocam, o imobilizam em correntes de contenção, o desespero antecede a dor, enquanto o verdugo se aproxima, e não lhe restará nada além de lamentar amargamente, ou praguejar estupidamente, pela derrota que tão desleixadamente acalentou, cultivou, em meio aos alertas insistentes da palavra, e à exortação para reconciliar-se, abandonando os caminhos erradios, a fim de seguir os passos de Jesus.

Enquanto Adão for o protótipo do homem, a voz da serpente estará sempre a soar em seus ouvidos, como o sibilar da mais terrível desgraça. E mesmo quando for picado fatalmente, acreditará ouvir o som matinal dos pássaros, como se o despertassem para a vida, quando ela é uma lembrança antiga dos tempos em que o homem vivia no paraíso; mas em sua confusão, desnorteado, era incapaz de retomar o caminho. O único guia e mestre foi desprezado; o cego a acurar os ouvidos ao chamado próprio, ou ao apelo de outro perdido.

O Cumprimento da Lei

Como disse, era impossível ao homem cumprir a lei. A própria condição humana, desde o nascimento, já a torna impeditiva e impossível de ser cumprida. Nascido em pecado, tornado desde o ventre um transgressor natural [em sua natureza o homem já dispõe desta característica, estando inviolável para o bem e a santidade por si mesmo, uma vez que carrega no seu âmago a marca do pecado herdada de Adão], mesmo sem ainda ter praticado, levar a efeito ou colocar em prática o pecado, a semente está ali, germinando, desenvolvendo-se, a fim de dar os seus frutos, no tempo devido.

A ideia de que o homem pode, em algum sentido, cumprir a lei é uma fanfarrice de quem a defende. A lei não veio salvar ninguém, nem lhe dar alguma condição de autossalvação. Pelo contrário, ela vem nos acusar, nos molestar, revelando a completa e total incapacidade de ser cumprida por pecadores. Sim, o pecador não pode cumprir a lei, ainda que o faça extemporaneamente, ainda que a obedeça parcialmente, ainda que se esforce para manter-se dentro da lei, o fato é que, para os homens naturais, essa é uma empreitada impossível. Não é o que Paulo nos diz? Ou estaremos indo por algum eflúvio ilusório e condescendente ao afirmar algo que nega por completo o testemunho bíblico? Senão, vejamos a afirmação do apóstolo:

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Rm 3.19-20)

Não há como ser mais claro! Os versos nos remetem à incapacidade humana de se auto justificar diante de Deus, pois é ele quem nos justifica, e com a sua perfeita justiça nos faz justos diante dele. Evidente que aqueles que são alcançados por ela desejarão ardentemente cumprir toda a lei. Querem, no mais íntimo do seu coração, fazê-lo por gratidão, por amor, porque Deus em sua infinita bondade e misericórdia não levou em conta as transgressões e ignorância do seu povo, mas decidiu salvá-lo. Não somente para si, mas dele mesmo. Cada um de nós, eleito do Senhor, foi salvo da própria condição de inimigo, de miserável, e cego, e nu, para reencontrar-se com o Senhor, ter comunhão eterna com ele, e deliciar-se plenamente nele.

Paulo não revela qualquer possibilidade do homem cumprir a lei. É algo impossível! A lei veio apenas para revelar, deixar patente a pecaminosidade do homem. É como um espelho invertido a refletir aquilo que não somos, não alcançamos, nem realizamos por nosso esforço próprio. Nenhuma carne pode ser justificada diante de Deus pelas obras da lei, mas é pela justificação graciosa de Deus que somos capazes de realizar essas obras. É pelo sacrifício de Cristo, o qual nos justificou, imputando-nos a sua justiça, que ardentemente desejamos cumprir a lei; ainda que caíamos vez ou outra em seu rigor e impraticabilidade por causa de haver, por ora, em nós, a possibilidade do pecado, dele ainda se insurgir, em seus últimos estertores, querendo reavivar o velho homem, e dominá-lo. Contudo, ela nos remete ao que seremos, quando não mais houver a chance de pecarmos; seremos santos como santo é o nosso Senhor, e então a lei, aquela escrita no coração de Adão antes da queda, será completamente escrita em nossos corações, e não mais o mal nos tocará, nem os desejos impuros nos insuflarão, nem a fraqueza nos tomará, nem a queda nos levará ao chão. Haverá em cada eleito apenas a santidade plena, a obediência completa, o louvor perfeito, a a gratidão absoluta ao Deus que, graciosa e benignamente, nos imputou. Entretanto, neste tempo, ainda convivemos com o pecado, com a maldita marca herdada de Adão, e a lei apenas nos faz lembrar aquilo que ainda somos, e o quanto ainda ofendemos a Deus quando deixamos que ela nos conquiste, domine, e realize em nós a sua vontade mortal.

Assim, nenhum homem pode cumprir a lei, nem mesmo aqueles bebês que morreram antes de cometer qualquer pecado, pois mantém-se pecadores. A semente do Éden está inserida em suas almas de uma maneira tão destrutiva que a morte lhes aprisiona ainda no nascedouro. E essa é a prova de que, nem mesmo eles são santos, ou têm justiça própria, mas carecem da santificação e justificação de Cristo.

Da mesma forma que uma oliveira é uma oliveira, ainda que não tenha dado frutos, o homem é naturalmente pecador mesmo que ainda não tenha cometido uma única transgressão. Se em Cristo existe a possibilidade de pecado, por causa da sua natureza humana, mas não há, de fato, a potencialidade para o mal e a transgressão, em nós tanto se encontra a possibilidade como a potencialidade e, no fim das contas, será apenas questão de tempo para o pecado se manifestar efetivamente, nos atos e atitudes de rebelião e ofensa a Deus e sua lei. Porque a essência humana é o pecado, assim como a de Cristo é a santidade.

Então, apesar da lei ser um norte, um orientador para o homem não ofender a Deus, não pecar contra o próximo e contra si mesmo, ainda que se possa cumprir um ou vários de seus preceitos, não nos é permitido cumpri-los integralmente, a fim de a lei não ser violada, e a justiça satisfeita. É o que nos diz Tiago:

“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei” (Tg 2.10-11).

O condenado, para ser liberto, tem de cumprir toda a pena; no caso da ofensa a Deus ela é impagável, pois sendo Deus eterno e infinito, a ofensa atinge-lhe em sua eternidade e infinitude. O pecador gastaria o “sempre” e jamais quitaria a sua dívida. Seria eternamente devedor da ofensa. Ao nascermos com o pecado original, separados de Deus, a lei maior, aquela que nos coloca em comunhão e sujeição ao Criador, foi quebrada, transgredida, pela desobediência e inimizade, não restando ao homem nada além de se lamentar, chorar, e clamar por misericórdia. Porque o pecado é o muro intransponível que impede o homem de ter comunhão com Deus, uma barreira erguida no seu coração, onde o desejo perverso e corrompido tomou-lhe de assalto o lugar onde deveria habitar a gratidão e o louvor ao Criador. Logo, a inimizade eterna somente poderia ser quebrada, absolvida, pelo ofendido, que em sua natureza eterna livraria o homem das consequências perenes de sua transgressão. Ou seja, apenas Deus pode tirar o homem dessa condição; e se ele não o fizer, ninguém mais pode. Por isso, Satanás, ainda que se arrependesse amargamente pelos seus pecados, ainda que derramasse todas as possíveis lágrimas que tivesse, ainda que ficasse de joelhos por todo o restante da sua existência, ainda que se flagelasse diuturnamente, ainda que fizesse todo o bem de que é incapaz de fazer, ele jamais pagaria o preço da sua rebeldia. Não há como criaturas temporais quitarem uma dívida com o ser supremo e eterno. Apenas se deve esperar o perdão, clamar por ele, e aguardar que a justiça divina seja satisfeita.

A lei de Deus é sábia porque infere proporção às penas; não se pune alguém que cometeu um crime por engano com aquele que o realizou deliberadamente. Ainda que o mal tenha se realizado em ambas as situações, a pena do criminoso por negligência ou omissão não se equipara em gravidade ao criminoso por dolo, que desejou produzir o mal. Enquanto este pecou por eficiência, alcançando o seu objetivo inicial, aquele pecou por inépcia, sem que fosse o alvo da sua vontade. Um motorista que mata um transeunte por imperícia ou barbeiragem não está na mesma condição daquele que planeja uma armadilha, uma emboscada, e assassina deliberadamente outrem. Da mesma forma, um crime praticado contra um animal, ou uma propriedade, era reparado na proporção do bem, quando muito, acrescido de um valor extra como punição pela incúria. Se o crime era contra a vida alheia, se por omissão ou desleixo, a prisão era o castigo principal; se o atentado contra o outro era deliberado, maquinado, engendrado, a punição era com a própria vida do agressor.

Imagine então a transgressão contra Deus? O supremo Criador e Senhor de todas as coisas? Ao Deus eterno, infinito, perfeito e bom, quem pode pagar uma ofensa? Umazinha sequer? E quanto a várias e múltiplas transgressões? A punição eterna seria pouco para tamanho crime. Por isso, nenhum homem está habilitado a pagá-la; a sua condenação é por toda a eternidade. A sentença não pode ser outra. A lei, portanto, não veio para que o homem a cumpra, mas para que saiba da gravidade de seus pecados, e de como é incapaz de obedecê-la em toda a sua extensão, e de reparar, saciar a justiça divina, pagando uma dívida insolvível.

Nesse quadro de completa e total impossibilidade humana de autorrestauração, Deus, em sua infinita graça, propiciou-nos o resgate, a libertação das amarras malignas a aprisionar o seu povo, livrando-o do cativeiro do mal, tirando-o das trevas e introduzindo-o na luz do seu Filho Amado. Deus nos deu Cristo, ele sim o único capaz de cumprir a lei em sua integralidade, e dessa forma satisfazer a justiça divina.

A ideia de que Cristo veio anular a lei, não ecoa nas próprias palavras do Senhor:

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mt 5.17-20)

Ele veio cumprir a lei completamente, em sua totalidade, porque apenas o Justo e Santo o poderia fazer; apenas o Justo e Santo agradaria e satisfaria a justiça divina; apenas o Justo e Santo pagaria e anularia os pecados cometidos pelo seu povo; apenas o Justo e Santo poderia, pelo seu sacrifício, tomando o lugar daqueles que amou eternamente, tornar santos e imaculados os pecadores pelos quais morreu; apenas Cristo poderia, como mediador eterno, religar o homem ao Criador, fazendo-os aceitáveis diante de Deus. Por isso ele veio. Por isso, deveria cumprir toda a lei. Por isso, sofreria os rigores da lei. Por isso, fez para si um povo santo. Recebendo, na cruz, a ira divina. Por isso, ele pôde dizer, no Gólgota:

“Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (Jo 19.30)

Quem mais poderia fazê-lo? Eu? Você? Impensável o homem cogitar-se no lugar de Cristo, como propiciador da sua redenção.

Quando outras religiões, inclusive algumas que se consideram “cristãs”, mas que de fato não têm nada a ver com a verdade, alegam que Cristo é um ser criado, um deus menor, ou apenas humano, uma alma iluminada, mas nada além disso, podemos entender em quão grandes trevas estão os seguidores dessas seitas, e quão incompreensivelmente a pessoa do Filho é. Não o conhecem. Supõem conhece-lo. Mas estão mesmo apegados ao delírio contínuo de crerem senhores de si, quando não passam de escravos do pecado, de um coração entregue à própria corrupção, distante do Senhor, e vivendo na ilusão, na mentira mais vergonhosa, da expectativa de uma autorredenção.

O pulo de fé capaz de jogá-los no mais profundo, escuro e insalubre abismo.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

LEVANDO OS OUTROS A CRISTO (ANDRÉ)

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão… (Mateus 10:2).

Levar os outros a Cristo deve ser uma prioridade em sua vida.

André era irmão de Pedro e natural de Betsaida, Galiléia. Desde o início, vemos ele liderando pessoas para Cristo – começando com seu próprio irmão.

O evangelho de João registra seu primeiro encontro com Jesus: “No dia seguinte, João estava outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isso, seguiram Jesus. André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele encontrou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias! (“Messias” quer dizer “Cristo”.) E o levou a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: Você é Simão, filho de João, mas agora será chamado Cefas. (“Cefas” quer dizer “Pedro”.)” (João 1:35-37, 40-42).

Mais tarde, Jesus chamou André e Pedro para se tornarem Seus discípulos; imediatamente eles deixaram suas redes de pesca e seguiram-no (Mateus 4:20).

Nosso próximo vislumbre de André está em João 6:8-9. Era tarde no dia, e milhares de pessoas que seguiam a Jesus estavam começando a ficar com fome, mas não havia comida suficiente para alimentá-los. Então, André trouxe a Jesus um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Com isso, Jesus criou comida suficiente para alimentar toda a multidão!

André também aparece em João 12:20-22, que fala de alguns gregos que estavam viajando a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa. Eles vieram a Filipe e pediram para ver Jesus. Filipe os levou até André, que aparentemente os levou a Jesus.

André nem sempre sabia como Jesus lidaria com uma pessoa ou situação em particular, mas ele continuava a trazê-los de qualquer maneira. Essa é uma característica que todo crente deveria ter. Seus dons espirituais podem diferir dos outros, mas seu objetivo comum é fazer discípulos (Mateus 28:19-20), e isso começa com os principais pecadores. Faça disso sua prioridade hoje!

Sugestão para oração

Quando foi a última vez que você falou de Jesus a um incrédulo? Ore por uma oportunidade para fazer isso em breve.

Estudo adicional

Você sabe como apresentar o evangelho com clareza e precisão? Como revisão, leia Romanos 3:19-28, 1 Coríntios 15:1-8, Efésios 2:8-10 e Tito 3:4-7.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

EFEITOS RADICAIS DA RESSURREIÇÃO

Versículo do dia: Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. (1 Coríntios 15.19)

Paulo conclui a partir dos seus perigos a toda hora, sua morte diária e sua luta com feras que a vida que ele escolheu ao seguir a Jesus é tola e infeliz se ele não ressuscitar dentre os mortos.

Se a morte fosse o fim de tudo, ele diz: “comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (1 Coríntios 15.32). Isso não significa: Tornemo-nos todos glutões e bêbados. Eles são infelizes ​​também — com ou sem a ressurreição. Paulo quer dizer: Se não há ressurreição, o que faz sentido é a moderação para maximizar os prazeres terrenos.

Porém, não é isso o que Paulo escolhe. Ele escolhe o sofrimento, porque escolhe a obediência. Na sua conversão, quando Ananias veio a ele com as palavras do Senhor Jesus: “Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9.16), Paulo aceitou isso como parte do seu chamado.

Como Paulo poderia fazer isso? Qual era a fonte dessa obediência radical? A resposta é dada em 1 Coríntios 15.20: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. Em outras palavras, Cristo ressuscitou e eu ressuscitarei com ele. Portanto, nenhum sofrimento por Jesus é vão (1 Coríntios 15.58).

A esperança da ressurreição mudou radicalmente a forma como Paulo viveu. Isso o libertou do materialismo e do consumismo. Isso lhe deu o poder de viver sem coisas que muitas pessoas sentem que precisam ter nessa vida. Por exemplo, embora tivesse o direito de se casar (1 Coríntios 9.5), ele renunciou a esse prazer porque foi chamado a suportar muito sofrimento.

Essa é a maneira como Jesus disse que a esperança da ressurreição deve mudar nosso comportamento. Por exemplo, ele nos disse para convidar para nossas casas pessoas que não podem nos retribuir nessa vida. Como somos motivados a fazer isso? “Tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos” (Lucas 14.14).

Esse é um apelo radical para que examinemos nossa vida presente para ver se ela é moldada pela esperança da ressurreição. Nós tomamos decisões com base no ganho nesse mundo ou no mundo porvir? Arriscamo-nos pelo amor que só pode ser tido como sábio se houver uma ressurreição?

Que Deus nos ajude a nos dedicarmos novamente, por toda a vida, de modo que a ressurreição tenha seus efeitos radicais.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.” (Salmos 91.9)

Anúncio:
No deserto, os israelitas estavam continuamente expostos a mudança. Quando a coluna de nuvens parava, as tendas eram armadas. Mas, no dia seguinte, antes que a aurora rompesse, a arca se movia, e a coluna de nuvem e de fogo guiava o povo no caminho, através das trilhas estreitas das montanhas, subindo ladeiras, ou através da terra árida do deserto. Eles tinham pouco tempo para descansar, porque logo ouviam o grito: “Adiante; este não é o nosso lugar de descanso. Temos de prosseguir em nossa jornada até Canaã”. Eles nunca ficavam num lugar por muito tempo. Nem mesmo os oásis, com palmeiras, poderiam detê-los. Apesar disso, eles tinham uma habitação permanente em seu Deus. A coluna de nuvens do Senhor era o abrigo deles; e o resplendor de fogo, à noite, era a lareira de suas famílias.

Os israelitas tinham de seguir adiante, de um lugar para outro, mudando continuamente, nunca tendo tempo de se fixar e dizer: “Agora estamos seguros; neste lugar viveremos”. “Mas”, declarou Moisés, “embora estejamos sempre mudando, Senhor, Tu tens sido a nossa habitação, em todas as gerações” (ver Salmos 90.1). O crente não conhece qualquer mudança no que diz respeito a Deus. O crente pode ser rico hoje e pobre amanhã; talvez esteja sadio hoje e enfermo amanhã. Pode estar gozando de alegria hoje e amanhã entristecer-se. No entanto, não existe qualquer mudança no que se refere ao relacionamento dele com Deus. Se Ele me amou ontem, também me ama hoje. Mesmo que as expectativas sejam arruinadas e a esperança, frustrada; mesmo que a alegria murche e o míldio destrua tudo, nada perdi, do que tenho em Deus. Deus é a minha fortaleza, na qual eu sempre posso me acolher (ver Salmos 71.3). Sou peregrino neste mundo; em Deus, porém, estou em casa. Na terra, viajo; mas em Deus, habito em lugar seguro.

Que tipo de pessoa Deus usa? - Josemar Bessa

NUNCA JULGUE A DEUS POR EVENTOS ISOLADOS

Traduzido por Anderson Rocha – Artigo original aqui.

Por Tim Barnett

Sempre que uma pergunta começa com as palavras: “Por que Deus não…” minha resposta mais comum inicia com as palavras, “Eu não sei”.

No mês passado, eu estava palestrando ao norte de Ontário sobre o problema do mal em um evento de divulgação. Durante o período de perguntas e respostas, uma mulher cristã sentada na segunda fila perguntou: “Por que Deus não impediu minha filha de se envolver num acidente de carro recentemente?”

Minha resposta foi sincera e direta ao ponto. “Eu não sei”, disse a ela.

Não sei por que Deus permite incidentes pessoais dolorosos e sofridos em nossas vidas. Deus não me deu essa informação específica. Só Deus sabe.

Isso pode não ser uma resposta muito satisfatória. Entendo. Mas é uma resposta honesta.

Agora, eu acredito que existam razões pelas quais Deus permite a dor e o sofrimento em nossas vidas. Filósofos freqüentemente as chamam de razões moralmente suficientes. Nós temos algumas dessas razões na Escritura. Por exemplo, Deus pode permitir que o sofrimento teste e edifique nossa fé (Tiago 1: 2-4), forme perseverança, caráter e esperança (Romanos 5: 3-5), julgue (Gênesis 6: 5-7), discipline (Hebreus 12:11), e adverta o mundo do julgamento final iminente (Lucas 13: 4-5).

Estas são razões gerais pelas quais Deus pode permitir o sofrimento. No entanto, não podemos presumir que conhecemos o propósito específico do sofrimento em nossas próprias vidas e nas vidas dos outros. Não estamos em condições de fazer isso. Mas só porque não conhecemos o propósito do sofrimento, não significa que não haja um.

Se você é pai, provavelmente teve a infeliz experiência de segurar seu filho enquanto um médico o espeta com uma agulha. Isso pode ser uma experiência traumática tanto para os pais quanto para as crianças. É doloroso ver seu filho te olhando com uma expressão que diz aos gritos, Por que você está permitindo que ele faça isso comigo?

A criança não entende que esse sofrimento temporário se destina a um bem maior.

Eu acho provável que algo parecido aconteça quando Deus permite dor e sofrimento em nossas vidas. E essa explicação é perfeitamente consistente com o que a Bíblia ensina.

Deixe-me mostrar dois exemplos da Escritura e, em seguida, concluir com um princípio geral.

Exemplo # 1: O sofrimento de José

José padeceu sofrimento. Ele cresceu em uma casa odiado por seus irmãos (Gênesis 37: 4). Na verdade, eles planejaram matá-lo, mas decidiram vendê-lo como escravo (Gen. 37:18, 28). Depois de ser levado para o Egito, foi vendido para um egípcio chamado Potifar. José trabalhou para ser o superintendente da casa de Potifar, apenas para ser falsamente acusado de tentar seduzir a esposa de Potifar (Gen. 39). Como resultado, José foi jogado na prisão por um crime que não cometeu. Ele passaria dois anos na prisão do rei antes de ser libertado por Faraó (Gn 41: 1).

José experimentou um tremendo sofrimento nas mãos de outros. Se algum de nós estivesse na situação de José, provavelmente faríamos uma série de perguntas começando com as palavras: “Por que Deus não…?”

Por que Deus não impediu os irmãos de José de vendê-lo como escravo? Por que Deus não impediu a esposa de Potifar de trazer alegações falsas? Por que Deus não deixou José fora da prisão? Você entendeu a ideia.

No entanto, neste caso, não precisamos especular por que José experimentou esse sofrimento. José explicitamente nos diz o motivo. Falando a seus irmãos, José diz: “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gênesis 50:20).

José pôde espiar por detrás da cortina, por assim dizer, e ver o que Deus estava fazendo através de tudo. Deus usou a situação de José para o bem – advertir faraó sobre uma fome muito severa que estava chegando à terra do Egito. Por consequência, eles foram capazes de armazenar comida suficiente para salvar a vida de muitos, incluindo os próprios irmãos de José.

Exemplo # 2: O sofrimento da Igreja primitiva

Recentemente, eu estava lendo o Livro de Atos e percebi algo que eu não tinha percebido antes. Imediatamente após o apedrejamento de Estevão pelos líderes religiosos judeus, aprendemos sobre alguns eventos significativos que ocorreram.

E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto. E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8:1-3)

Estêvão acabou de ser executado por causa da proclamação do Evangelho. A igreja primitiva em Jerusalém estava agora enfrentando sua maior perseguição. Na verdade, homens e mulheres cristãos estavam sendo arrastados para a prisão. Isso forçou os cristãos a fugir de Jerusalém e a serem espalhados pela Judéia e Samaria.

A igreja primitiva deve ter feito perguntas como: “Por que Deus não impediu o apedrejamento de Estêvão?” ou “Por que Deus não impediu Saulo de assolar a igreja?”, ou “Por que eles persistiram com tal perseguição?”

Neste caso, o propósito de Deus não está escondido. Ele está começando a cumprir o Seu propósito ao enviar o Evangelho.

Antes de Jesus ascender ao céu, disse aos discípulos: “Mas receberás poder quando o Espírito Santo vier sobre vós, e vós sereis as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até o fim da terra” (Atos 1: 8).

Jesus descreveu que o Evangelho se espalharia de Jerusalém para Judéia e Samaria e, finalmente, até os confins da terra. Mas Ele não disse a eles como isso se espalharia. Atos 8 fornece alguns desses detalhes. O Evangelho está sendo empurrado para toda a Judéia e Samaria.

Existe uma ligação direta entre a perseguição da igreja primitiva e o Evangelho se movendo. Do ponto de vista da igreja primitiva, o sofrimento foi ótimo. As pessoas estavam sendo mortas, presas e deslocadas. Por fora, não parecia bom. Mas, de fato, algo maravilhoso estava acontecendo no meio disso tudo. O Evangelho – a Boa Nova de Jesus Cristo – estava saindo para o mundo como Jesus prometeu.

O princípio

Em ambos os exemplos, vemos como Deus permitiu o sofrimento para Seu propósito final. Em cada caso, teria sido prematuro julgar Deus no meio desses eventos isolados. Nem José nem a igreja primitiva estavam em condições de ver o plano final de Deus, enquanto eventos específicos e isolados estavam ocorrendo. No entanto, havia um plano.

Da mesma forma, não estamos em condição de ver o plano de Deus quando se trata de casos específicos de sofrimento em nossas próprias vidas. Eventos isolados têm uma maneira de nos manter avistados. No entanto, Deus pode estar realizando algo através desses eventos, mesmo que não saibamos o que é.

Então, aqui está o princípio: Nunca julgue o plano final de Deus pelas circunstâncias presentes.

Há algumas questões para as quais nunca obteremos respostas. E é assim como está. Mas há algumas coisas que sabemos.

Nós sabemos que Deus é essencialmente bom. Isso significa que a bondade – a perfeição moral – é um atributo necessário de Deus. Como o maior ser concebível, é melhor ser moralmente perfeito do que moralmente falho. A bondade pertence ao conceito de Deus da mesma maneira que aos não casados pertence ao conceito de ser solteiro.

Nós também sabemos que Deus demonstrou que pode trabalhar até as circunstâncias mais sombrias e miseráveis para o seu propósito final. Portanto, ao invés de provocar a Deus por conta das circunstâncias atuais, devemos recorrer a Deus e confiar Nele para que trabalhe em prol de seu propósito final.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

LIÇÕES SOBRE PROVAÇÕES: O VERDADEIRO CONSOLO

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos consola em toda a nossa tribulação, para que, pela consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que estiverem em qualquer espécie de tribulação (2 Corinthians 1:3-4).

Deus nos consola, muitas vezes através de provações, para que possamos consolar os outros.

A Irlanda é apelidada de “Ilha da Esmeralda” por um bom motivo – ela contém alguns dos campos mais verdes de todo o mundo. Quando estive lá, percebi que a neblina e o nevoeiro abundantes, que muitas vezes encobrem a paisagem ondulante, ajudam a produzir a rica grama verde e as árvores. Esse fenômeno é muito parecido com a vida cristã. Muitas vezes, quando nossa vida é obscurecida pelos sofrimentos e tristezas das provações, ela tem uma beleza refrescante de alma que nem sempre é vista facilmente. Como o apóstolo Paulo demonstra, os corações sensíveis e misericordiosos são produtos de grandes provações.

Dificuldades nos assaltam para que Deus nos dê muito consolo. Mas tal consolo não é apenas para o nosso próprio benefício. O Senhor proporciona o seu consolo a nós para que possamos compartilhá-lo com os outros, como o versículo 4 da passagem de hoje indica. Ele nos consola em proporção direta ao número de provações que suportamos, o que significa que, quanto mais sofremos, mais Deus nos consola; e quanto mais Ele nos consola, mais podemos consolar os outros que também estão sofrendo.

Quando experimentamos um consolo real na sequência de uma prova, talvez o resultado mais precioso seja o sentimento de parceria cristã que desfrutamos. Se o consolo de Deus nos ajuda a consolar os outros, então fica claro que outros crentes são positivamente afetados pelo que aprendemos com nossas provações. Todo o processo nos leva além de nós mesmos e nos mostra que, como parte de uma comunhão local ou do Corpo maior de Cristo, não estamos sozinhos e não precisamos passar pelas provações isolados.

O conforto que recebemos e o senso de parceria que resulta é um grande incentivo para qualquer um de nós sermos encorajados por meio de provações e sofrimentos, sabendo que tais experiências nos capacitam a ministrar como partes integrantes do Corpo de Cristo (ver 1 Coríntios 12:26; 2 Coríntios 1:6-7).

Sugestão para oração

Graças a Deus pela sua provisão ilimitada de consolo.

Estudo adicional

Leia Isaías 40:1; 49:13; 51:3; 61:2. Que promessa cada versículo tem em comum?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

A GLÓRIA É O OBJETIVO

Versículo do dia: Por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. (Romanos 5.2)

Ver a glória de Deus é nossa esperança suprema. “Gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5.2). Deus “vos apresentará com exultação, imaculados diante da sua glória” (Judas 24).

Ele dará a “conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou” (Romanos 9.23). “Deus… vos chama para o seu reino e glória” (1 Tessalonicenses 2.12). “Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2.13).

Jesus, em toda a sua pessoa e obra, é a encarnação e revelação final da glória de Deus. “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hebreus 1.3). “Pai, a minha vontade é que… estejam também comigo… para que vejam a minha glória” (João 17.24).

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada” (1 Pedro 5.1). “A própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8.21).

“Falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória” (1 Coríntios 2.7). “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4.17). “Aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8.30).

Ver e compartilhar a glória de Deus é a nossa esperança suprema por meio do evangelho de Cristo.

Eu anseio que essa esperança seja realmente conhecida e estimada como tendo um efeito enorme e decisivo sobre nossos valores, escolhas e ações atuais.

Conheça a glória de Deus. Estude a glória de Deus, a glória de Cristo, a glória do mundo que revela a glória de Deus e a glória do evangelho que revela a glória de Cristo.

Valorize a glória de Deus acima de todas as coisas.

Examine a sua alma. Conheça a glória para a qual você é atraído, e saiba por que você valoriza glórias que não são a glória de Deus.

Examine a sua própria alma para que saiba como fazer as glórias do mundo desmoronarem como Dagom (1 Samuel 5.4) em miseráveis pedaços ​​no chão dos templos do mundo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do dia: Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus. (Gálatas 2.20)

Quando em sua misericórdia o Senhor passou e nos viu mortos, Ele disse: “Vive”, porque a vida é uma das coisas absolutamente essenciais nas questões espirituais. Até que a vida seja outorgada, somos incapazes de participar das coisas do Reino. A vida que a graça outorga ao crente no momento de sua regeneração não é outra, senão a própria vida de Cristo. Assim como a seiva do caule, a fé existe e flui em nós, os ramos, e estabelece uma conexão viva entre nossa alma e Jesus. A fé é a graça que percebe esta união; e procedeu desta união como as suas primícias. É o pescoço que une o corpo da igreja à sua toda gloriosa Cabeça. A fé apega-se ao Senhor Jesus com firmeza e determinação. A fé conhece a excelência e dignidade de Jesus. Por isso, nenhuma tentação pode induzi-la a colocar sua confiança em qualquer outro. O Senhor Jesus se deleita tanto com esta graça celestial, que nunca pára de sustentar e fortalecer a fé por meio do amável envolvimento e do todo-suficiente amparo de seus braços eternos. Portanto, esta é uma união viva, sensível e cheia de deleites, que produz torrentes de amor, confiança, simpatia, complacência e regozijo, das quais tanto a noiva como o Noivo gostam de beber. Quando a alma pode perceber a união entre ela mesma e Cristo, o mesmo pulso pode ser sentido como que batendo tanto em um como no Outro, e o mesmo sangue, correndo nas veias de ambos. Assim, o coração se encontra próximo do céu, enquanto está por algum tempo na terra, e está preparado para o gozo do mais sublime e espiritual tipo de comunhão.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Os Retos Habitarão a Terra (Provébios 2.9-22) - Alan Kleber Rocha


A IGREJA PRECISA MANTER-SE SIMPLES

Por Marcelo Berti

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos 2.42-47

Ao afirmarmos que a Igreja mantinha-se simples não estamos dizendo que a igreja primitiva era uma igreja pobre, ou uma igreja não sofisticada, mas uma igreja que vivia em conformidade com a essência da fé cristã. Note que existem seis declarações nesse versículo que expressam as atividades da Igreja Primitiva:

Doutrina dos Apóstolos

O primeiro ponto a ser ressaltado é a Doutrina dos Apóstolos. O que Lucas quer dizer com “perseveravam na doutrina dos apóstolos” é que a Igreja Primitiva mantinha-se firmada na instrução dos apóstolos. A idéia expressa pelo verbete “perseverar” é dar constante atenção a alguma coisa. Ou seja, a Igreja Primitiva mantinha-se constantemente alicerçada pelo ensino apostólico.


É importante ressaltar que até este ponto da história a doutrina da igreja primitiva podia ser resumida pelo v.36 do mesmo capítulo: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. Contudo, é digno de nota que todos os apóstolos tinham sido instruídos por Cristo, e por certo podiam repassar aquilo que haviam aprendido. Aliás, a expressão grega referente a “doutrina dos apóstolos” sugere que tal instrução seja procedente dos apóstolos. Ou seja, o ensino da igreja é mantido por aqueles que tem autoridade e capacidade para tal tarefa.

Comunhão

Lucas não poderia estar equivocado quando utilizou o vocábulo “comunhão” quando se referiu à Igreja Primitiva. A descrição subseqüente, esplanada no tópico sobre unidade da igreja, expõe de forma muito clara as considerações dessa igreja. Assim, deve-se ressaltar que os primeiros cristãos “eram perseverantes (…) na comunhão”. E como foi anteriormente ressaltado, isso implica em dizer que eles eram fundamentados na experiência comum do corpo. Assim, como os outros pontos ressaltados por Lucas, a comunhão era essência da vitalidade da Igreja.

Partir do Pão

A expressão “partir do pão” não diz respeito a uma refeição típica da época, e que os cristãos mantinham-se comendo apenas pão, mas a expressão diz respeito à prática da Ceia do Senhor. O termo grego equivalente a partir em português é apenas utilizado no NT em referência à ceia. Alias. É digno de nota que o termo (the klasei tou artou) é apenas utilizado duas vezes no NT, ambas feitas por Lucas, e é de uso restrito à ceia. O uso da expressão é quase que um pleonasmo, visto que klasei (partir) só é aplicado a artou (pão). Segue-se que, com absoluta certeza, a igreja primitiva mantinha-se firmada constantemente no memorial da morte de Cristo.

Orações

As orações tinham um papel fundamental na vida da Igreja Primitiva. Isso pode ser claramente percebido pelo relado deixado por Lucas, que diversas vezes considera as orações dos primeiros cristãos.  Em Atos podemos ver que a oração foi a atitude dos cristãos diante das decisões a serem tomadas (1.14), a atitude da liderança da igreja em situação de crescimento (6.4) e a prática da igreja quando estava em situação de perigo e perseguição (12.5).

Louvor

Esta é uma das poucas referências encontradas em Atos que descreve essa atitude dos cristãos. Isso, no entanto, não quer dizer que os primeiros cristãos não adoravam a Deus, mas que suas reuniões estavam mais voltadas para a instrução, a oração  e a comunhão. Contudo, devemos notar que todos os outros fatos ocorriam enquanto os cristãos louvavam a Deus . Ou seja, embora sejam poucas as referências era uma atividade que estava intimamente ligada a expressão de adoração da igreja. Entretanto, não podemos afirmar com certeza se isso acontecia por meio da música, embora possa ser muito bem expressa por ela.

Evangelismo

No mesmo versículo podemos perceber, ainda que um pouco escondido, a atividade evangelizadora da Igreja Primitiva. Note: “e dia-a-dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”. Por mais que a atividade esteja centralizada na atividade divina na salvação, sabe-se que “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co.1.21). Portanto, não se pode negar que o evangelismo era parte integral da vida da igreja primitiva, sendo que isto acontecia diariamente. Segue-se, então, que a proclamação da verdade, o kerigma na Igreja Primitiva era parte essencial da vitalidade da Igreja de Cristo, assim como todos os elementos já mencionados.

A conclusão que devemos chegar aqui é que estes quatro elementos são essenciais na prática e na experiência da Igreja de Cristo. Portanto, a igreja local que não viabiliza a execução desses pontos não pode ser considerada uma igreja saudável.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

CONSTRUINDO UM LÍDER: OS RESULTADOS CERTOS (PEDRO)

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro… (Mateus 10:2).

Deus sabe como obter resultados.

Deus faz líderes chamando pessoas com a matéria prima certa, amadurecendo-as com as experiências certas, e ensinando-lhes as lições certas. Foi assim que ele treinou Pedro. Os resultados foram surpreendentes. Nos primeiros doze capítulos de Atos, vemos Pedro organizando a substituição de Judas por Matias, pregando poderosamente no Dia de Pentecostes, curando um homem coxo, enfrentando as autoridades judaicas, confrontando Ananias e Safira, lidando com Simão, o mago, curando Enéias, ressuscitando Dorcas, e levando o evangelho aos gentios. Além disso, ele escreveu duas epístolas que nos transmitem todas as lições que ele aprendeu com Jesus. Que líder!

Pedro era tanto um modelo de liderança espiritual na morte quanto na vida. Jesus disse que ele seria crucificado para a glória de Deus, e a tradição da igreja primitiva nos diz que Pedro foi de fato crucificado. No entanto, antes de matá-lo, seus carrascos o forçaram a assistir à crucificação de sua esposa. Quando ele estava ao pé da cruz dela, ele a encorajou, dizendo repetidas vezes: “Lembre-se do Senhor, lembre-se do Senhor”. Quando chegou a hora de sua própria crucificação, ele pediu que fosse crucificado de cabeça para baixo, porque se sentia indigno de morrer como o seu Senhor havia morrido. Seu pedido foi concedido.

Assim como Deus transformou Pedro de um impetuoso e impulsivo pescador em um poderoso instrumento para a Sua glória, Ele também pode transformar todos que são entregues a Ele.

Você nunca será um apóstolo, mas pode ter a mesma profundidade de caráter e conhecer a mesma alegria de servir a Cristo que Pedro conhecia. Não existe um chamado maior no mundo do que ser um instrumento da graça de Deus. Pedro foi fiel a esse chamado – você também pode ser fiel!

Sugestão para oração

Louvado seja Deus pela certeza de que aperfeiçoará a obra que começou em nós (Filipenses 1:6).

Peça a Ele para usar as experiências que você tem hoje como instrumentos que moldam você à imagem de Cristo.

Estudo adicional

Leia João 21:18-23.

Como Jesus descreveu a morte de Pedro?

Qual foi a reação de Pedro ao anúncio de Cristo?

Que mal-entendido foi gerado por esta conversa?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

VOCÊ É MUITO AMADO

Versículo do dia: Entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos. (Efésios 2.3-5)

Você não gostaria de ouvir o anjo Gabriel dizer: “Você é muito amado”?

Isso aconteceu três vezes com Daniel.

“No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado” (Daniel 9.23).
“Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado” (Daniel 10.11).
“E disse: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo!” (Daniel 10.19).
Seja encorajado. Se você tem fé em Jesus, o próprio Deus diz a você: “Você é muito amado”.

Continua após anúncio:
Nós “éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo… Porque pela graça sois salvos, mediante a fé” (Efésios 2.3-5, 8).

Isso é melhor do que a voz de um anjo. Se você está “vivo”, você é muito amado.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “A ira vindoura.” (Mateus 3.7)

É agradável andar no campo após a chuva e sentir o frescor das plantas. Com o crente acontece coisa semelhante. Ele passa por uma terra onde a tempestade já caiu sobre a cabeça do Salvador. Se algumas gotas de tristeza caem, elas escorrem de nuvens de misericórdia. Jesus o encoraja, assegurando-lhe que o chuvisco não tem a finalidade de destruí-lo. Mas, como é terrível testemunhar a aproximação de uma tempestade, ver o prenúncio dela. Quão terrível é esperar o medonho avanço de um furacão – como acontece às vezes, nos trópicos – esperar em terrível apreensão.

Esta, pecador, é sua presente situação. Ainda não caíram gotas quentes, mas uma chuva de fogo se aproxima. Ventos horríveis não uivam ao seu redor, mas a tempestade de Deus monta sua pavorosa artilharia. Embora a enchente esteja represada pela misericórdia, logo haverá inundação. Os raios e trovões de Deus ainda estão em seu depósito, mas a tempestade se apressa e quão horrendo será aquele momento, quando Deus, vestido em vingança, marchará em fúria! Onde, ó pecador, você esconderá sua cabeça, ou para onde fugirá? Que a mão de misericórdia conduza-o a Cristo. Ele está diante de você, no evangelho. Você conhece sua carência dele. Creia nEle e então, a fúria passará, para sempre.

Jesus, aquele que perdoa - Pr. Jeremias Pereira


A MORTE DO 'EU'

Por Leonardo Gonçalves

Quem é o homem? Essa é certamente uma pergunta intrigante, e ao longo da história, muitos filósofos, sociólogos e religiosos tentaram responde-la. No entanto, nós que somos cristãos, devemos buscar na bíblia a resposta para essa pergunta. E diferente do que possa opinar a maioria dos evangélicos, o ser humano não é essa criatura maravilhosa, cheia de valor intrínseco, um ser virtuoso de invejável caráter. Infelizmente, muitos dos nossos pastores estão dominados pela autolatria e apresentam o homem como uma criatura que, de tão maravilhosa, fez com que Deus se apaixonasse por ela, sendo ele mesmo (o homem) merecedor de toda honra e glória. Porém não é assim que a Bíblia diz. Ela, a Palavra de Deus, descreve o homem como um ser maligno, recheado de perversas intenções, obstinado e rebelde, totalmente incapaz de praticar a virtude com motivações puras e santas, totalmente perdido; enfim, perversamente pecador.


Essa criatura foi tão terrivelmente “enfeiurada” pelo pecado, que mesmo tendo ainda um resquício do reflexo do seu criador, ainda é mais parecida com o diabo, a quem desde a queda é atribuída a sua paternidade. Suas ações são ações imundas, seu coração é enganoso e perverso e nele, o pecado foi escrito com ponta de diamante. Ele é totalmente incapaz de, por si, converter-se em alguém melhor. Tal como o etíope não pode mudar a cor da sua pele, ou como o leopardo não pode mudar as suas manchas, assim também o ser humano, sendo continuamente ensinado no caminho da maldade, não pode converter a si mesmo. É por isso que ele precisa da graça de Deus.

E o que é graça? Graça é justamente a expressão da gratuidade de Deus. Não é a recompensa das nossas obras (já que isso seria mérito), mas um galardão sem obras. Ela existe justamente porque não merecemos coisa alguma de Deus, somos mais maus do que bons, erramos mais do que acertamos, pecamos mais do que oramos, somos injustos com as pessoas que nos amam, defraudamos amigos, somos infiéis nos contratos e compromissos e as vezes, quando nos vemos em momentos de extrema pressão e dificuldade, nos rebelamos contra a única pessoa que sempre esteve do nosso lado, isto é, Deus. Ao menor sinal de tribulação, ventilamos com Ele a nossa indignação, muitas vezes culpando-o injustamente pelos nossos desmantelos e fracassos.

Não se iluda, caro amigo, pois o homem é isso aí: Egoísta, não enxerga outra pessoa senão a si próprio. Egocêntrico, deseja que o mundo gire ao redor do seu próprio umbigo. Ególatra, idolatra a si mesmo e pensa que Deus e o universo tem o dever de trabalhar em seu favor. Inclinado ao pecado, seguirá para sempre interessando-se por aquelas coisas que, por vergonhosas que são, destroem a alma e fatalmente nos afastam de Deus. Em poucas palavras, somente um milagre para colocar esse homem no céu. Ou ainda, usando as palavras do próprio Jesus, só nascendo de novo!

Mas o que isso tem a ver com “a morte do eu”? Simplesmente tudo. Em nossa cultura de autovalorização, tendemos a exagerar no amor próprio e a fazer um alto juízo acerca de nós mesmos. Julgamos-nos melhores do que somos, e, portanto, mais dignos das afeições das demais pessoas. E por conta disso, muitos de nós vivemos com a impressão de que fomos defraudados, humilhados, ou mesmo deixados de lado (o que para o orgulhoso, é a pior forma de humilhação). “Quem ela pensa que é para agir assim comigo?”, reclamamos. “Quem é ele para desligar o telefone na minha cara?”, murmuramos. “Quem essa pessoa pensa que é para me deixar esperando assim?”, nos queixamos. Não é assim que acontece? E por que atuamos assim? Por orgulho. Simplesmente orgulho.

É claro que as pessoas precisam tratar-se da melhor maneira possível, especialmente os cristãos. A regra de ouro, “O que quereis que os homens vos façam, assim façais vós também” continua valendo. Não dá para achar que é normal a atitude de quem facilmente destrata as pessoas. Não obstante a pergunta mais importante é: “Como devemos reagir a situações como estas?” Devemos reclamar, queixar-nos, botar a boca no trombone, exigir nossos pretensos direitos, ou suportar calados, sofrer a afronta, encarar com humildade a humilhação sabendo que o sofrimento tem um caráter pedagógico e através dele Deus aperfeiçoa nossa vida e molda nossa personalidade?

Eu sei que você, amigo leitor, é plenamente capaz de “exigir seus direitos” e se impor em uma situação constrangedora como as que mencionamos aqui. Mas quantos de nós somos também capazes de suportar a humilhação, para a glória de Deus?

Eu imagino o quanto você deve estar confuso ao ler isso. E não culpo você. Infelizmente, a versão de cristianismo que foi ensinada a nós estava impregnada de jargões triunfalistas e estivemos expostos a mensagens assim por tempo demais. Frases como “Deus te chamou para ser cabeça, e não cauda”, “Você deve estar sempre por cima e nunca por baixo”, “Você está destinado a vencer!” fizeram a nossa cabeça por muito tempo e uma mudança de paradigmas é sempre dolorosa. É triste, mas o evangelho triunfalista dos telepastores, em lugar de nos unir a Deus e a Cristo, acabou separando-nos das verdades importantes do cristianismo. Por isso, mensagens como “levar a Cruz”, “morrer para nós mesmos”, “suportar a afronta” e “não pagar mal com mal” se tornaram enormemente impopulares.

E a raiz do problema, onde está? Na supervalorização que fazemos de nós mesmos. Temos um autoconceito superior aquele que deveríamos ter, pois no fim das contas, nós não somos absolutamente nada. Não somos os bons, nem os maiorais, nem merecedores de coisa alguma. Nossos pecados encheram a taça da ira de Deus, e a única coisa que poderíamos conquistar com nossos méritos é a sentença de condenação eterna no inferno! Por isso, toda atenção, carinho e apreciação que recebemos das pessoas, não podem ser atribuídas a alguma espécie de dívida delas conosco, mas à pura e preciosa graça de Deus. Entendeu?

Não merecemos palavras gentis, não merecemos tapa nas costas nem estrelas douradas na testa. Se a bíblia é verdadeira como afirmamos ser, então nós somos uns grandíssimos nadas, sustentados pela graça de Deus, da qual todos dependemos para viver, nos mover e existir.

Por isso, da próxima vez que alguém pisar na bola com você, ou te der um tratamento aquém daquele que você julga ser merecido, em lugar de irritar-se com a situação, experimente abaixar a cabeça. Use essa situação a seu favor, pois tais circunstancias costumam ser excelentes oportunidades para aniquilar o nosso ego, que é este ídolo que carregamos dentro do peito e que sempre se acha mais do que realmente é.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

LIÇÕES SOBRE PROVAÇÕES: CONFIANÇA NO CÉU

Para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês… (1 Pedro 1:4).

Podemos nos alegrar depois de passar por uma provação, porque a nossa esperança será renovada no Céu.

A alegria que um cristão experimenta como resultado das provações pode ser o melhor tipo de alegria que ele jamais conheceu. No entanto, muitas vezes permitimos que o estresse e a tensão cotidiana das dificuldades financeiras, problemas de saúde, objetivos não realizados e muitas outras provações nos privem de nossa alegria em Cristo. A verdadeira alegria provém de realidades espirituais muito maiores do que as circunstâncias temporais.

Pedro apresenta uma forte razão para se alegrar – a esperança confiante de que, como cristãos, herdamos um lugar no céu. Essa confiança pode ser tão poderosa que Pedro, que estava escrevendo para os crentes sofrendo perseguição, descreve-a como uma verdade que devemos “nos alegrar muito” (v. 6). Essa palavra expressiva e intensa é sempre usada no Novo Testamento em relação a alegria de conhecer a Deus, nunca de relações temporais superficiais.

Os discípulos de Jesus tiveram dificuldade em ver que as provações poderiam estar relacionadas a certeza de ir para o céu. Ao ensiná-los a respeito de Sua morte vindoura, Cristo disse aos Doze: “Assim também agora vocês estão tristes. Mas eu os verei outra vez, e o coração de vocês ficará cheio de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês” (João 16:22). E foi exatamente isso que aconteceu quando eles viram o Salvador ressurreto e entenderam o impacto de Seu trabalho.

Podemos ter duas respostas às provas, assim como os passageiros que viajam de trem pelas montanhas. Podemos olhar para a esquerda, ver a montanha escura e ficarmos deprimidos; ou podemos olhar para a direita e sermos elevados pela bela vista do cenário natural que se estende para longe. Alguns crentes fortalecem sua tristeza ao continuar olhando para as sombras das montanhas de sua provação depois que o trem da vida se afastou dos picos ameaçadores. Mas eles não perderiam a alegria se simplesmente olhassem para o brilho e a certeza de sua herança eterna.

Nada na vida pode tirar a maravilhosa promessa da glória do Céu: foi reservada por Deus, comprada por Cristo e garantida pelo Espírito (ver Efésios 1:11-13).

Sugestão para oração

Peça ao Senhor para ajudá-lo a meditar hoje nas glórias prometidas para você no futuro.

Estudo adicional

Leia Apocalipse 21 e observe as principais condições de vida que serão verdadeiras na eternidade.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

DEUS ABRE O CORAÇÃO

Versículo do dia: Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. (Atos 16.14)

Em todos os lugares onde Paulo pregou, alguns creram e outros não. Como devemos entender o porquê de alguns dos mortos em delitos e pecados (Efésios 2.1, 5) crerem e outros não?

O motivo pelo qual alguns não creram é que eles “rejeitaram” a palavra de Deus (Atos 13.46), porque a mensagem do evangelho lhes era “loucura” e não puderam entendê-la (1 Coríntios 2.14). A mente carnal “é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Romanos 8.7).

Continua após anúncio:
Todo aquele que ouve e rejeita o evangelho “aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (João 3.20). Eles permanecem “obscurecidos de entendimento… por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração” (Efésios 4.18). Essa é uma ignorância culpada. A verdade está disponível. Mas eles, pela sua impiedade, “detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1.18).

Mas, por que alguns creem, já que todos estamos nessa condição de rebelde dureza de coração, mortos em nossos delitos? O livro de Atos dá a resposta em pelo menos três formas diferentes. Uma delas é que eles são destinados a crer. Quando Paulo pregou em Antioquia da Pisídia, os gentios se alegraram e “creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (Atos 13.48).

Outra maneira de responder por que alguns creem é que Deus concedeu arrependimento. Quando os santos de Jerusalém ouviram que os gentios estavam respondendo ao evangelho e não apenas os judeus, disseram: “também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (Atos 11.18).

Porém, a resposta mais clara em Atos à pergunta do porquê uma pessoa crê no evangelho é que Deus abre o coração. Lídia é o melhor exemplo. Por que ela creu? Atos 16.14 diz: “o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia”.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Farei descer a chuva a seu tempo, serão chuvas de bênçãos.” (Ezequiel 34.26)

Este versículo nos apresenta uma soberana misericórdia. Quem pode dizer “farei descer chuva”, exceto Deus? Só existe uma voz que pode falar às nuvens e ordenar-lhes que produzam chuvas. Quem envia a chuva para a terra? Quem a espalha sobre a relva verde? Não é o Senhor? De modo semelhante, a graça é um dom de Deus e não pode ser criada pelos homens. Ela é também uma graça necessária. O que o solo fará sem as chuvas? Você pode arar sua terra e semeá-la, mas o que fará sem a chuva? A bênção de Deus é tão igualmente necessária como a chuva para o solo. Trabalhamos em vão, até que Deus, o abundante criador de chuvas, age e nos envia a salvação. Então, recebemos graça abundante. “Farei descer a chuva.” Ele não disse: “Farei descer gotas”, e sim: “Farei descer a chuva”. Isso também ocorre com a graça. Se Deus nos dá uma bênção, frequentemente Ele nos dá em tal medida, que não há bastante espaço para acomodá-la. Graça abundante! Oh, necessitamos de graça abundante para sermos pessoas de oração, nos mantermos humildes, nos tornarmos santos, nos tornarmos zelosos, para nos preservar nesta vida e ao fim das contas, para nos levar ao céu. Não podemos viver sem abundantes chuvas de graça. Além disso, esta é uma graça de tempo oportuno. “Farei descer a chuva a seu tempo. ” Qual é o seu tempo nesta manhã? É tempo de aridez? Então, esta é uma ocasião oportuna para chuvas. É tempo de grande opressão e nuvens escuras? Então, é tempo de chuvas. “Como os teus dias, durará a tua paz” (Deuteronômio 33.25). Neste versículo de Ezequiel, temos uma bênção diversificada -“Eu te darei chuvas de bênçãos”. A palavra chuvas está no plural. Deus enviará todos os tipos de bênçãos. Todas as bênçãos de Deus estão unidas, como elos em uma corrente de ouro. Se Deus outorga a graça que converte, também nos dará a graça que consola. Ele enviará “chuvas de bênçãos”. Levante os olhos hoje, planta ressecada, abra suas folhas e suas flores para uma chuva celestial.

O SENHOR dá Sabedoria (Provérbios 2.1-8) - Alan Kleber Rocha


É PECADO JULGAR?

Por Robson T. Fernandes

Quero compartilhar alguns textos acerca do julgar de forma bíblica, que não é pecado. O pecado está em julgar de forma inadequada e sem os princípios bíblicos, ou julgar de forma hipócrita. Esse sim é o pecado. Vejamos:

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24)

“Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1Co 10:15)

“Julgai entre vós mesmos…” (1Co 11:13)

Em primeiro lugar, o próprio apóstolo Paulo não tinha medo de ser julgado pelas pessoas, tanto que ele mesmo dá uma ordem: me julguem, mas usem a Escritura para isso! (1Co 10:15)

Por isso não é errado julgar, mas a Bíblia deve ser a medida desse julgamento.

Em segundo lugar, o apóstolo João confirma a mesma idéia ao afirmar que no julgamento não devemos utilizar os nossos conceitos pessoais e particulares, mas a Escritura, que é a “reta justiça”. Pode-se julgar sim, mas deve-se utilizar a Escritura para isto (Jo 7:24).

A condenação bíblica está relacionada a julgar sem ter condições para isto, e esta condição diz respeito a integridade e hipocrisia. Também, se o parâmetro bíblico for utilizado poderá haver julgamento sim. Pelo menos quem diz isso são dois apóstolos, João e Paulo. E olha que João é o apóstolo do amor.

Mateus 7:1-13

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”

Vamos fazer algumas observações neste texto, tão utilizado e tão mal interpretado:

1) Quem julga deve estar preparado para ser julgado também: “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados”.

A questão é que o texto é bastante claro ao afirmar que este julgamento – para quem julga – não vem de Deus mas da própria sociedade, pois está escrito: “vos hão de medir a vós” (v.1).

2) A medida que os outros usarão conosco é a mesma que usamos também: “com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”.

As pessoas irão observar quais critérios que utilizamos para fazer o nosso julgamento, e irão utilizar os mesmos critérios conosco (v. 2).

3) O julgamento não pode ser hipócrita: “tira primeiro a trave do teu olho”.

O problema não é o julgamento em si, mas a hipocrisia de quem julga uma causa quando está cometendo o mesmo erro (v. 3,4).

4) Corrija primeiro os seus próprios erros e assim poderá julgar os outros: “então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

Observe que no final Jesus não manda não julgar nem deixar o argueiro no olho do irmão. JESUS MANDA TIRAR O ARGUEIRO.Isto é, JULGAR DE FORMA ADEQUADA! Por isso não é errado julgar. É pecado julgar quando se comete o mesmo erro (v.5).

Como não ensino as heresias que reprovei anteriormente, posso com respaldo bíblico julgar este caso sim. Mas devo saber que muitos irão me julgar por isso também, como a própria Escritura afirma e como já está acontecendo exatamente agora.

Não tenho medo de julgamentos, desde que sejam feitos com a Bíblia como medida e padrão.

Por útlimo, só um esclarecimento importante: JULGAR É DIFERENTE DE ACUSAR!

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

CONSTRUINDO UM LÍDER: AS LIÇÕES CERTAS (PEDRO)

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro… (Mateus 10:2).

Pedro aprendeu cinco lições que todo crente também deve aprender.

Vimos que Deus usa nossas experiências para nos tornar cristãos e líderes mais eficazes. Usando Pedro como nosso exemplo, vamos examinar brevemente cinco lições que podemos aprender com nossas experiências: submissão, equilíbrio, humildade, sacrifício e amor.

Os líderes tendem a ser confiantes e agressivos, por isso precisam aprender a se submeter à autoridade. Jesus ilustrou isso dizendo a Pedro para ir pescar e procurar uma moeda na boca do primeiro peixe que ele pegasse (Mateus 17:24-27). Ele deveria usar essa moeda para pagar seus impostos. Pedro era cidadão do Reino de Deus, mas precisava de uma lição objetiva para se submeter às autoridades governamentais.

Quando os soldados foram prender a Jesus, Pedro pegou uma espada e teria lutado contra todo o grupo se Jesus não o tivesse contido. Pedro precisava aprender a confiar sua vida ao Pai, exatamente como Cristo estava fazendo.

Pedro se vangloriou de que nunca deixaria ou abandonaria a Cristo – mas o fez. Talvez a humildade tenha sido a lição mais dolorosa que ele teve que aprender.

Jesus disse a Pedro que ele morreria como um mártir (João 21:18-19). Daquele dia em diante, Pedro sabia que sua vida estava em jogo, mas ele estava disposto a fazer o sacrifício necessário e servir a Deus de qualquer maneira.

Líderes tendem a ser orientados por tarefas e muitas vezes são insensíveis às pessoas. Pedro era assim; então, Jesus demonstrou amor lavando os pés de Pedro e instruindo-o a manifestar atos de amor pelos outros (João 13:6-9, 34).

A submissão, o equilíbrio, a humildade, o sacrifício e o amor devem ser características de todo crente – não importa qual seja o papel que ele ou ela tenha dentro do Corpo de Cristo. Eu oro para que eles sejam característicos na sua vida, e que você constantemente busque crescer na graça enquanto Deus continua Seu trabalho em você.

Sugestão para oração

Às vezes lições espirituais são dolorosas para se aprender, mas Deus é paciente e gracioso. Agradeça-lhe por sua paciência e também por Cristo, que é o exemplo perfeito do que devemos ser.

Estudo adicional

Pedro aprendeu bem a lição. Leia 1 Pedro 2:13-18, 21-23; 4:8, 16; e 5:5. O que você pode aprender com as instruções de Pedro sobre submissão, equilíbrio, amor, sacrifício e humildade?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

O MOMENTO DO PERIGO INCOMUM

Versículo do dia: Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. (1 Pedro 4.14)

Atualmente, muitos cristãos no mundo desconhecem o perigo que ameaça a vida do crente em Cristo. Nós nos acostumamos a ser livres de tal perseguição. Isso parece ser como as coisas devem ocorrer.

Assim, nossa primeira reação ao perigo de que as coisas sejam de outra forma é muitas vezes a ira. Porém, essa ira pode ser um sinal de que perdemos nosso senso de sermos estrangeiros e forasteiros (“Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois…” – 1 Pedro 2.11).

Talvez tenhamos nos acomodado demais nesse mundo. Não sentimos saudades de Cristo como Paulo: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3.20).

Muitos de nós precisam da lembrança: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pedro 4.12).

Alguma vez você já se perguntou como agirá no momento da última tribulação? O homem armado mira em você e pergunta: “Você é um cristão?”. Aqui está uma palavra forte para lhe dar esperança de que pode agir melhor do que imagina.

“Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1 Pedro 4.14). Esse encorajamento de Pedro diz que no momento do perigo incomum (seja insulto ou morte) haverá “o Espírito da glória e de Deus repousando sobre nós”. Não significa isso que Deus concede ajuda especial na hora da crise para aqueles que sofrem por serem cristãos?

Não intenciono dizer que Deus esteja ausente em nossos outros sofrimentos. Eu apenas quero dizer que Pedro saiu de seu curso para dizer àqueles que sofrem “pelo nome de Cristo” que experimentarão um especial “repouso” sobre eles do “Espírito da glória e de Deus”.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Nunca jamais te abandonarei.” (Hebreus 13.5)

Nenhuma promessa deve ser interpretada como algo de domínio particular. Aquilo que Deus disse a um crente, Ele o disse a todos. Quando Ele abre uma fonte para mim, Ele o faz para que todos possam beber. Quando Deus abre a porta do celeiro, talvez exista um crente faminto que seja a razão pela qual Ele abriu tal porta, mas todos os famintos podem vir e se alimentar do celeiro. Quer Deus tenha dado uma mensagem a Abraão ou a Moisés, isso não importa. Ele também a deu a você como um membro da família da aliança.

Não há bênção grandiosa demais, nem misericórdia ampla demais para você. Lance seu olhar para o norte e para o sul, para o leste e para o oeste, pois tudo isto é seu. Suba ao topo do monte Pisgah e contemple o limite extremo da promessa divina, pois toda a terra é sua. Não existe um ribeiro de água do qual você não possa beber. Se a terra prometida mana leite e mel, coma o mel e beba o leite, pois ambos lhe pertencem. Seja ousado em crer, porque Ele disse: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”. Nesta promessa, Deus outorga todas as coisas ao seu povo. Portanto, nenhum dos atributos divinos cessará de comprometer-se por nós. Ele é poderoso? Deus se mostrará poderoso em favor daqueles que põem nEle a sua confiança. Ele é amor? Com amor e bondade, Ele terá misericórdia de nós. Sejam quais forem os atributos que compõem o caráter divino, cada um deles, em sua maior proporção nos beneficiará. Resumindo, não há nada de que você possa sentir falta, precisar ou mesmo pedir, no tempo e na eternidade; nada vivo, nada morto, nada deste mundo, nada no mundo por vir, nada agora, nada na manhã da Ressurreição, nada no céu que não esteja incluído neste versículo: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5).

A Senhora Sabedoria (Provérbios 1.20-33) - Alan Kleber Rocha


PALAVRÃO É CORRETO?

Por Marcos Batista Lopez

Ai dos que chamam ao mal de bem, e ao bem, mal. Is. 5.20

Quando pequeno, era muito raro ouvir os chamados “palavrões”. Não que eu seja muito velho em idade, mas as pessoas nos últimos trinta anos parecem ter mudado em muito seus hábitos. Tratando-se de pessoas ditas “cristãs-evangélicas”, não era necessário dizer que ouvir um palavrão deste tipo de pessoa, era algo impossível. Porém os bons tempos se foram.

Hoje[1] é raro passar um dia de trabalho que não escutar um palavrão das pessoas com que convivo, mas o que realmente me deixa transtornado é que muitos palavrões surgem da boca dos chamados “santos” (Ef 1.4).

Em uma página da internet, foi solicitada a opinião dos internautas sobre a questão – Se falar palavrão é pecado, por que todo mundo fala?[2] Dentre as inúmeras respostas destacamos três: 1- “Pelo mesmo motivo que as pessoas roubam, matam, cometem adultério e etc. por que ninguém esta nem ai para isso e acredita que apenas indo a igreja ira resolver tudo”.  2-“O pecado está em ofender a sensibilidade alheia, é extremamente desagradável ouvir, por exemplo, que o cliente precisa de….. Pessoas que usam e mais que abusam deste tipo de palavreado, podem não perceber mais desagradam e desequilibram as outras pessoas.”  3-“Bem vindo ao mundo hipócrita dos cristãos!!! Onde você estava durante todo esse tempo??

Observando alguns sites na internet verifica-se que embora o palavrão esteja na “moda”, esta atitude parece ainda trazer muitos efeitos negativos.  Na primeira argumentação, o autor que não sabemos se tratar de um religioso declara que os vários pecados cometidos pelas pessoas deste século, são atos normais e quase todas as pessoas que praticam, por irem à igreja, acreditam que se resolverão estes “probleminhas”. O comentarista declara uma verdade, e qual é? Que pessoas religiosas participando de seus rituais, cerimônias e doutrinas, acreditam que no fim – Deus dará um jeitinho para que todos consigam sua entrada no céu. Muitos evangélicos que não são transformados pelo Espírito Santo (logicamente) cometem adultérios, outros roubam (quem sabe uma caneta), e acreditam que pedindo perdão a Deus e “arrependendo-se” de seus atos, e praticando alguns rituais religiosos, Deus os aceitará, afinal, Deus é amor!

Na segunda argumentação, o comentarista declara que o “palavrão” ofende a sensibilidade alheia, é desagradável, e desequilibra as outras pessoas. Concordo plenamente, pois analise a seguinte cena: Você vai em uma pizzaria e sentasse com sua família para degustar uma maravilhosa redonda. Alguns jovens estão em uma mesa próxima a sua, e de repente, aquelas pessoas começam a proferir variados palavrões. Como você se sentiria, bem ou mal?  Se você já passou por esta situação – como eu – certamente verificou que os palavrões, embora estejam na moda, ofende a sensibilidade alheia, e você tomaria pelo menos uma entre três atitudes: 1- Iria embora; 2- Mudaria de lugar; 3- Tentaria convencer aquelas pessoas para parar com tal atitude, o que seria bem perigoso em nossos dias.

Os palavrões de fato – ofendem, desequilibram e desagradam muitas pessoas. Mas na terceira argumentação do autor, observasse o maior estrago que os palavrões produzem: A hipocrisia latente de incontáveis cristãos.  Jesus por algumas vezes chamou os religiosos de sua época de – Hipócritas – que segundo o Dicionário Aurélio seria: Adj. e s.m. e s.f. Que tem hipocrisia. / Que denota hipocrisia; falso; fingido: um ar hipócrita. (Antôn.: franco, leal.).  Jesus chamou algumas pessoas de falsos ou fingidos e será que Jesus pecou ou errou, proferindo estas palavras aos judeus de sua época? Ou seria falta de amor de Jesus chamar algumas pessoas religiosas de seu tempo de raças de víboras e filhos do Diabo? (Mt 12.34; Jo 8.44). Não! Jesus nunca pecou (Jo 8.46), não errou e não praticou falta de amor, quando exortou seus compatriotas religiosos de que suas palavras e suas atitudes entravam diretamente em confronto com uma vida santa e agradável diante de Deus (1Pe 1.15,16).

Nestas passagens e outras do Novo Testamento não vemos Jesus ou mesmo seus discípulos xingando alguém ou falando algum “palavrão” de sua época. Ao contrário as Escrituras relatam de que em Jesus nunca foi encontrado algum pecado (Jo 8.46), e esta é a mesma atitude que deve transparecer daqueles que o seguem: “…Foram comprados dentre os homens e ofertados como primicias a Deus e ao Cordeiro. Mentira nenhuma foi encontrada em suas bocas, são imaculados” (Ap 14.4,5).

O fato de Jesus ter que exortar duramente aqueles religiosos de sua época, confirma seu amor por eles, tentando de todas as formas, mesmo que não agradasse a muitos, levar alguns ao arrependimento (Mc 1.15). Em nome da tolerância e de um “falso amor”, aceitamos passivamente os pecados de muitos cristãos-evangélicos de nossos dias como algo normal, entretanto, ao fazermos isto, estamos permitindo que permaneçam no erro e apresentando uma grande falta de amor verdadeiro por eles, pois pensam estar no caminho e se desviam dele (Hb 3.13). Enquanto isto a sociedade observa e diz: “Bem vindo ao mundo hipócrita dos cristãos!!!. Aqueles que não conhecem o Deus Bíblico e a verdade do evangelho nos observam e estão percebendo que uma boa parte dos ditos cristãos estão praticando o que eles praticam, e sendo assim chamam os cristãos, de hipócritas. Estariam blasfemando, falando demais ou estariam sendo usados pelo capeta? Por mais que andemos na verdade da Palavra de Deus, sempre o homem sem Deus fará seus comentários pejorativos, entretanto, não estão equivocados quando tecem comentários das atitudes de milhares de cristãos-evangélicos de nossos dias.  Certa vez trabalhando na rua e estando acompanhado de dois colegas de trabalho que também são crentes, um deles dirigiu a palavra a minha pessoa da seguinte forma: “Não vamos falar palavrão pois o Marcos não gosta”.  Eu respondi dizendo que não era eu que não gostava e sim a Palavra de Deus é que reprova tal atitude pecaminosa (Pv 12.18; Pv 21.23; Lc 6.45; Rm 3.14; Ef. 4.29; Col. 3.8; Tg 1.26; 3.5,6,8,9; I Pedro 3.10; AP 14.4,5).

Muitos dos crentes estariam vivendo uma fé conformada com os rudimentos do mundo? A Bíblia nos alerta que não devemos nos conformar com o estilo de vida do mundo (Rm 12.2), mas que devemos prestar nosso culto diante dos homens, pois este é nosso culto racional, e não somente em nossos templos. Parece que aquelas palavras de Jesus não tem mais validade para muitos crentes de nossos dias: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo… Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as usas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que esta nos céus”(Mt 5.13-16).  As palavras do saudoso Dr Martyn Lloyd-Jones são bem atuais:

Os homens reconheceriam que o cristianismo é uma realidade viva; e não ficariam mais a procurar por alguma outra coisa. Diriam: “Achei!” Além disso, se você lesse a Historia da Igreja verificaria que sempre foi nos períodos em que os crentes – homens e mulheres – tomaram a sério o Sermão do Monte, deixando-se amoldar por ele, que surgiu verdadeiro reavivamento. E quando o mundo vê um individuo que é crente autêntico, não somente se sente condenado, mas também impelido e atraído. [4]

Quando um crente se preocupa com seu testemunho diante dos homens e procura agradar a Deus com seu culto diário, diante dos homens, não somente adorando a Deus dentro de um templo, mas se conscientizando que é o Templo do Espírito Santo e deve constantemente adorá-lo, as coisas mudam radicalmente (1Cor. 6.18-20).  As pessoas que nos observam não poderão nos acusar de que falamos palavrões, de que compartilhamos suas piadas sujas, de seus olhares cheios de lascívias e de toda sorte de pecados. E somente assim serão atraídos ao evangelho e se sentiram verdadeiramente, perdidos (Mt 5.13-16).

Devemos ser honestos e fazermos algumas perguntas a nós mesmos: 1- Tenho glorificado a Deus com meus lábios?  2- Quando estou na faculdade, ou no meu trabalho e falo palavrões, consigo pregar e ministrar a Palavra de Deus com a consciência tranqüila diante da Igreja?  3- Quando estou reunido com os irmãos em Cristo em reuniões de minha igreja, eu não falo palavrões, entretanto, quando estou na vida secular meu linguajar muda, e falo palavrões constantemente?

Se uma das vozes de Deus em sua vida o acusa e você percebe que em muito se parece com aqueles que não conhecem a Deus, principalmente com a maneira de você falar, o convido a mudar de vida, abandonando os palavrões e procurando em tudo agradar o Deus Santo e verdadeiro (Ap 22.11).