Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

As Três Oposições do Diabo - Paulo Junior


DEPRAVAÇÃO ANTIGA, TOTAL E PROFUNDA

Por Clóvis Gonçalves

O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal. (Gn 6:5)

O texto bíblico apresenta o triste diagnóstico da humanidade nos dias de Noé. O pecado havia tomado proporções tais que “o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra; e isso cortou-lhe o coração” (Gn 6:6). A iniquidade se multiplicara grandemente. Porém, a maldade manifesta nada mais era que a consequência de algo que estava no íntimo de cada indivíduo, a depravação total, a qual afeta a todos os descendente de Adão. Do verso em destaque podemos aprender que:

A depravação humana é antiga, tanto historicamente quanto na experiência individual. Gênesis é o primeiro livro da Bíblia e apresenta os primórdios da humanidade. E nessa época já descrevia a situação do homem como sendo afetada drasticamente pelo pecado. Outro livro, talvez mais antigo que Gênesis avalia o homem dizendo “que é impuro e corrupto, e que bebe iniqüidade como água” (Jó 15:16). Desde que nossos primeiros pais pecaram, nossa natureza foi corrompida e sempre nos inclinamos para o que é contrário à vontade de Deus. Na história individual, não é diferente. A depravação se manifesta precocemente: “o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância” (Gn 8:21). O que Davi diz do ímpio pode ser dito dos homens em geral: “erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem” (Sl 58:3).

A depravação humana é total. A totalidade da depravação é explicitada pelos termos “toda” e “sempre” e “somente”. Sempre refere-se ao tempo, o homem pensa o mal o dia todo.Todo inclui todos os desígnios de seu coração como sendo maus. E somente exclui qualquer capacidade de que ele faça outra coisa senão pecar. Depois de passar em revista todos os homens, Deus conclui que “todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14:3). Nenhum filho de Adão escapa dessa avaliação negativa, Paulo demonstra“que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado” (Rm 3:9).

A depravação humana é profunda. O texto descreve a maldade dos contemporâneos de Noé como incluindo casamentos mistos e violência. Mas isso era a ponta do iceberg. A depravação lança suas raízes no mais íntimo das pessoas. Os pensamentos de seu coração é que eram maus e determinavam o comportamento iníquo. O coração representa a essência do homem e dele é que procedem as atitudes e comportamento humanos. O problema consiste em que  “o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável” (Jr 17:9) e é dele que “saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15:19). Sendo o coração a sede da depravação, todas as faculdades do homem são por ela afetadas, de modo que nenhum aspecto da natureza humana foge da corrupção que a assola.

Sendo afeta a todos os homens, de todos os tempos e idades, a depravação torna o evangelho necessário, pois somente ele “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1:16). Uma reforma exterior ou uma mudança de atitude é ineficaz, além de impossível. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal” (Jr 13:23). É preciso mais que auto-determinação. É necessária uma transformação que comece no interior, no coração.

Porém, essa mesma depravação que requer um poder atuante para que o homem seja tirado dela é, ela própria, um obstáculo à aceitação do evangelho. Pois a pregação precisa ser ouvida, entendida e recebida no coração. Mas o homem, a priori odeia o conteúdo e rejeita a loucura da pregação. Seus coração está indisposto às coisas espirituais, seu ouvidos surdos para os convites do evangelho, seus olhos cegos para perceber sua triste realidade e suas mãos travadas para que não possa estendê-la a Deus. Estando o homem neste estado, ou Deus faz tudo o necessário para salvá-lo ou ele não se salvará de modo algum.

E é isso que Deus faz. “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês” (Ez 36:26) é a promessa feita. Essa renovação do coração é imprescindível, pois “com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Rm 10:10). Essa renovação do coração também é chamada de novo nascimento e “ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (Jo 3:3). Mas o novo nascimento é operado exclusivamente por Deus, sem o concurso da vontade humana, pois os nascidos de novo “não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus” (Jo 1:13).

Temos assim que a depravação é total por abranger todas as faculdades, de pessoas e em todas as épocas. Sua sede está no coração do homem e por isso ele é incompletamente incapaz de se livrar dela e fazer o bem aceitável diante de Deus. O único remédio para o homem é nascer de novo e isto somente é possível pelo poder de Deus, cuja operação é pela graça e antecede qualquer ato da vontade humana. Assim, toda glória pela transformação de um depravado num santo é devida unicamente a Deus!

A IMPORTÂNCIA VITAL DA PERSEVERANÇA

Tão verdadeiras são as palavras de Salomão no 2º capítulo de Provérbios, que se aplicaram à Sua própria vida, no final dos seus dias, porque ao se desviar da presença do Senhor, veio sobre ele tudo o que ele afirma, porque não somente se deixou conduzir pelos caminhos dos perversos vindo até mesmo a idolatrar, como também se deixou enredar por várias mulheres, que corromperam o seu coração.
Tivesse ele dado atenção, permanentemente ao que escrevera debaixo da inspiração do Espírito, jamais teria se desviado dos caminhos de Deus.
Por isso o alerta que é dirigido a todos os crentes pelo apóstolo Paulo, deve receber a devida atenção e todo empenho deles em diligência, para que nunca venham a cair da presença do Senhor.

“Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.” (I Cor 10.12)

Não basta conhecer a Palavra da verdade, porque é necessário praticá-la continuamente, todos os dias da nossa vida. Caso contrário, cairemos, ainda que não seja para uma queda definitiva e fatal que signifique a perda da nossa salvação, se somos de fato eleitos de Deus, tal como era Salomão.
Somente o conhecimento das coisas relativas ao reino de Deus não será suficiente para nos preservar no dia mau. É necessário orar e vigiar em todo o tempo. É necessário confiar no próprio Deus para ser livrado das muitas tentações que há no mundo, e que são disparadas em grande número por parte dos principados e potestades das trevas, especialmente contra os crentes fiéis, com vistas a paralisar as suas ações que trazem prejuízo aos planos do diabo.

A verdadeira sabedoria não será portanto achada fora de um caminhar em permanente comunhão com Deus, porque é a pessoa do próprio Cristo a sabedoria que vive e se manifesta em nós, se permanecemos nEle, por guardarmos a Sua Palavra (I Cor 1.30).
Exige-se portanto este caminhar na verdade, para que possamos ser tomados da plenitude de Cristo, depois de ter caminhado em fidelidade em comunhão vital com Ele, todos os dias da nossa vida, negando-nos a nós mesmos e carregando a nossa cruz, para a mortificação do nosso ego.
Porque conhecemos, pela revelação da graça e da verdade que Cristo nos trouxe na presente dispensação (Jo 1.17), melhor do que o próprio Salomão, qual é o modo de obter a sabedoria, que é o próprio Cristo: é pela crucificação do nosso ego.

“e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.” (Mt 7.14)

Jesus mesmo é a porta estreita (Jo 10.7); e o caminho apertado que conduzem a esta outra vida que é também Ele próprio (Jo 14.6; I Jo 5.20), a qual Ele afirma que são poucos os que a encontram.

O modo de se achar esta outra vida é perdendo a que temos, e ainda que ela venha a ser achada em toda a sua plenitude somente depois da nossa morte física, é possível achá-la ainda aqui neste mundo, pela morte do nosso ego. Por isso nosso Senhor disse que:

“Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim acha-la-á.” (Mt 10.39)

A palavra vida no original grego usada neste texto é psiquê, referindo-se ao viver pela energia da alma. Então é este viver pela alma que deve morrer, para que se dê lugar ao viver no e pelo espírito, debaixo do poder do Espírito Santo, que é quem dá essa nova vida ao nosso espírito.

Quando Jesus disse que o propósito da Sua vinda a este mundo foi para que tivéssemos esta vida, e que a tivéssemos em abundância, era a isto a que Ele estava se referindo, ou seja, à Sua vida que passa a se manifestar dentro da nossa existência.
Então, quanto mais alguém morrer para o seu ego, em Jesus Cristo, mais terá desta nova vida que nos veio do céu. E por isso Jesus disse que Ele é o pão vivo que desceu do céu e que dá vida a todo aquele que dEle comer (Jo 6.41, 48, 51).

São poucos os que acham esta nova vida, porque é difícil o modo de obtê-la. Porque demanda a morte do nosso ego. É fácil para Deus, mas é difícil para o pecador fazê-lo, porque geralmente se apega à sua própria vida e não quer perdê-la. E de nós mesmos não podemos perder a nossa vida. É o próprio Deus que providencia as experiências que nos levarão a renunciar ao nosso eu. E estas operações são dolorosas para nós, porque naturalmente resistimos a todo tipo de morte. Entretanto é necessário que a casca da alma do nosso grão de trigo morra, que é esta vida que temos na carne, para que germine e cresça esta nova vida espiritual e celestial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo.
Assim como é algo maravilhoso ver um grão seco e diminuto se transformando numa bela planta viçosa, de igual modo é maravilhoso ver o surgimento na conversão; e o crescimento na santificação; desta planta celestial que foi plantada por Deus, que é esta nova vida, que nos tornou novas criaturas em Cristo Jesus.

À medida que o Senhor for matando em nós os nossos desejos irregulares; o nosso mau temperamento; os nossos melindres e caprichos; a obstinação em fazer a nossa própria vontade; a incapacidade para fazer renúncias com prazer; especialmente pelo uso de aflições e tribulações, e ao mesmo tempo em que for implantando progressivamente mais da humildade, da mansidão, da submissão e da obediência de Cristo em nós, mais nos tornaremos semelhantes a Ele, e por isso Paulo orava e se esforçava tanto para ver Cristo sendo formado desta forma nos crentes.

“Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós;” (Gál 4.19)

Então isto não nos virá pelo simples ensino da Palavra de Deus, que é a verdade e o meio da nossa santificação, porque será exigido que estejamos dispostos a fazer renúncias e a permitir a Deus que crucifique o nosso ego, para que esta maravilhosa vida do Seu Filho possa ser implantada progressivamente em nós. Por isso nos é ordenado que carreguemos a nossa cruz diariamente. A morte pela cruz era gradual e lenta assim como é a morte do nosso velho homem que já recebeu a sentença de morte da parte de Deus no momento mesmo que nos convertemos a Cristo. Porque é necessário se despojar das coisas que se referem ao velho homem, para poder ser revestido também por Deus das coisas correspondentes a estas que morreram, e que se referem à nova criatura, como por exemplo: a fidelidade no lugar da infidelidade; a misericórdia no lugar da indiferença; a paciência no lugar da ira e assim por diante.

Quanta alegria há no coração de Deus, de Jesus Cristo, do Espírito Santo, dos ministros fiéis do evangelho, de esposos, de esposas, de filhos, ao verem seus amados sendo transformados de glória em glória, pelo poder do Espírito, à própria imagem do Senhor, porque aqueles que são assim transformados, passam a ser pessoas misericordiosas, pacientes, afáveis, dóceis, fiéis, confiáveis, justas, bondosas, e acima de tudo, amantes do Senhor e de nenhum dos prazeres mundanos.
Quanto regozijo há no céu e na terra por pessoas que se apresentam assim verdadeiramente consagradas ao Senhor e à Sua vontade, não por serem religiosas hipócritas, mas por carregarem em seus seres a poderosa vida do Filho de Deus, refletindo o brilho da Sua luz e graça, pelo poder do Espírito Santo, no qual elas andam diariamente.
Bendito seja o Senhor, em quem podemos ser novas criaturas, livres das amarras de um ego pecaminoso, para estarmos aliançados a Ele, pelos laços do Seu amor divino, andando na liberdade do Espírito.

Então se conhecerá, como Paulo conheceu, o poder da verdadeira alegria celestial e espiritual que triunfa sobre as aflições e tribulações; da coragem maior do que a de leões, que enfrenta sem se abalar toda a fúria dos poderes das trevas; do amor de Cristo, que tudo vence, sofre, crê, espera e suporta; e que nos faz longânimos, benignos, não invejosos, ou vangloriosos e ensoberbecidos; e que faz também com que nos portemos convenientemente e nunca buscando os nossos próprios interesses, senão os do Senhor e de outros; e que nos faz triunfar sobre as irritações, pelas provocações que venhamos a receber, e que além de tudo nos leva a nos regozijarmos somente com a justiça de Cristo e com a Sua verdade.
Então, vale a pena morrer para a velha vida para que se possa ter mais e mais desta nova vida que nos está sendo oferecida pela graça, desde o céu.
Busquemos então esta outra vida dentro desta vida que temos na carne, e a receberemos conforme nosso Senhor tem prometido que se a buscarmos nós a acharemos, porque Ele mesmo nô-la revelará e dará, pela Sua graça.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gál 2.20)

É importante lembrarmos que Adão estava sem pecado no princípio, no jardim do Éden, no entanto, não havia entrado na posse da vida eterna, representada no fruto da árvore da vida que se encontrava no meio do jardim (Gên 2.9).
Ele comeria daquele fruto, porque não lhe havia sido vedado por Deus, tal como o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque era do propósito do Senhor que ele viesse a comer do fruto da árvore da vida, no momento apropriado, porque seria necessário, que Adão, ainda que estivesse sem pecado, que o comesse somente depois de aprender e a se dispor a renunciar à sua própria vontade, ou seja, ao seu ego.
Seria necessário que Adão morresse para a sua própria vida, para poder receber e viver pela vida de um Outro, a saber nosso Senhor, representado no fruto da árvore da vida.

Na verdade, Deus fizera muito mais do que uma simples proibição a Adão, quanto ao fruto do conhecimento do bem e do mal. Ele colocou à prova a sua obediência e até que ponto ele renunciaria à sua própria vontade, resistindo inclusive às tentações para que desobedecesse a Deus, vindas da parte do diabo, e até mesmo de sua própria mulher, para que mostrasse fé na Palavra do Senhor, de uma maneira prática, que pudesse ser comprovada por sua obediência, tal como Abraão viria a demonstrar no futuro.
Para nos ensinar a lição que dependemos de nos alimentar de Cristo para ter vida eterna, conforme estava representado em figura no fruto da árvore da vida no jardim do Éden, o Senhor fez com que dependamos de nos alimentar do fruto da terra para sustentar a nossa vida natural, para que possamos entender que é necessário se alimentar de Cristo para se obter e manter continuamente a vida sobrenatural do céu.
Por isso foi vedado a Adão pela misericórdia de Deus, que tivesse acesso àquele fruto depois que ele caiu no pecado, porque viveria debaixo do pecado por toda a eternidade. Adão teria primeiro que se arrepender do pecado, a odiar e a deixar o pecado, para poder receber esta maravilhosa vida pura e imaculada do céu, que é o próprio Senhor Jesus Cristo.

Não se pode comer então do fruto da vida eterna que é Cristo, sem que se renuncie à própria vida, e especialmente quando esta vida se encontra debaixo do pecado, como se encontrou o próprio Adão, e como nos encontramos todos nós, por sermos seus descendentes, porque ele foi expulso do Éden.
Todos ficamos portanto, naturalmente destituídos da vida eterna, não porque Adão deixou de comer o fruto da árvore da vida, mas porque passamos a ser pecadores tal como ele.
A vida eterna não é transmitida hereditariamente. Se Adão tivesse comido o fruto da árvore da vida, ele teria vida eterna, mas esta não seria transmitida aos seus descendentes, porque cada um, de per si, deve morrer para o seu ego, deve renunciar a si mesmo, e entregar-se a Cristo, pela fé, para que possa receber a vida eterna.
Aquele pois que estiver disposto a perder a sua vida, a qual foi herdada de Adão, vai achar a sua verdadeira vida, que é a vida eterna que Deus havia planejado, para que todo homem vivesse por ela. Adão jamais poderia nos transmitir esta vida celestial, porque não a possuía em sua natureza. Assim, o que nos transmitiu hereditariamente foi apenas a sua própria vida natural.

Por isso, aqueles que não renunciam às suas vidas, que não se arrependem de seus pecados, não podem achar esta vida eterna que é o próprio Jesus Cristo.
Todavia, todos aqueles que se dispuserem a perdê-la, e que não somente se dispuserem a isto, como também vierem a perdê-la efetivamente por se entregarem a Cristo, pela fé, para ser o Senhor deles, estes receberão a nova vida do céu que está em Cristo, conforme Ele prometeu concedê-la aos que morressem para si mesmos e que renunciassem a tudo quanto tenham deste mundo.
Sabendo que tal vida não nos vem como um lago de águas paradas, mas como uma fonte de águas vivas que saltam para a vida eterna, ou seja, elas se movimentam e crescem desde o seu nascedouro, até se transformar num grande rio. São as águas que procedem do próprio Deus, conforme a visão que dera a Ezequiel dessas águas saindo do Seu templo (Ez 47) e percorrendo toda a terra, e que no início são águas que dão pelos artelhos, e depois de uma certa medida em crescimento chegam à altura dos joelhos, e após outra medida em crescimento chegam à altura da cintura, e finalmente, por mais uma medida, já não se pode mais estar em pé, sendo necessário nadar em tais águas do Espírito.
É isto o que se dá com o crente que cresce progressivamente na vida de Cristo que é este enchimento progressivo do Espírito Santo. À medida que se cresce nEle, chega-se a um ponto em que se perde a ligação espiritual com as coisas da terra, porque já não seremos mais dominados por desejos mundanos (representado pelos pés sobre a terra, enquanto se caminha mais e mais neste rio que vai crescendo à medida em que andamos nele, até chegar a um ponto que somos obrigados a nadar, tirando por conseguinte nossos pés da terra). Quando isto ocorre, podemos dizer juntamente com Paulo que estamos crucificados para o mundo e o mundo para nós, por causa deste viver inteiramente no Espírito, e no Seu mover. Bem-aventurados são aqueles que chegam até tal ponto de crescimento espiritual.

Então esta vida não é somente recebida na conversão, como também cresce. Assim, nenhum crente deve pensar que deve apenas recebê-la, porque se espera que ele entenda a natureza desta vida que recebeu e se esforce em Deus para que ela cresça.
Por isso se diz que os crentes são plantas da lavoura de Deus, e que somente Deus pode lhes dar crescimento, significando isto o aumento em graus desta vida eterna, desde o seu novo nascimento (germinação) até se tornarem uma planta madura que dê os seus respectivos frutos, e que continuam frutificando para sempre, sempre renovando as suas folhas. Isto sucede a eles porque têm neles a vida de Jesus Cristo, que é infinita, eterna e insondável.

“6 Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
7 De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
8 Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.
9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” (I Cor 3.6-9)

Nós estamos destacando a seguir, outros textos bíblicos que se referem a este assunto, e apresentando um breve comentário onde julgamos oportuno fazê-lo.

“mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” (Jo 4.14)

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16). Veja que foi para o propósito de recebermos a vida eterna que Jesus no foi dado como Salvador e Senhor.

“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (Jo 3.36). Nós vemos que a vida eterna é recebida somente pela fé em Cristo. E é também pela mesma fé nEle que ela cresce. Daí ser necessário permanecer nEle para que Ele permaneça em nós, porque não é a nossa própria vida que cresce, porque como vimos, esta vida nos vem do alto, é de um Outro (Jesus). É no próprio Cristo crescendo em nós, em que consiste o crescimento desta vida eterna.

“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.” (Jo 6.27). Como já comentamos, a vida eterna necessita do pão espiritual que é o próprio Cristo para que possa ser mantida em crescimento constante. Isto significa que Ele é o pão que alimenta o espírito, e do qual temos que nos alimentar constantemente, se não queremos nos achar raquíticos ou mortos espirituais.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6.54). Este texto confirma o que foi dito no texto anterior, porque não se pode obter a vida eterna, e também não se pode ter o crescimento de tal vida, sem se alimentar do próprio Cristo, como Ele afirma diretamente neste texto de Jo 6.54.

“eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.” (Jo 10.28). Ninguém pode produzir a vida eterna por atos de mera religiosidade, porque ela é concedida somente por Cristo, e pela Sua habitação naqueles que nEle creem, porque Ele mesmo é esta vida. Veja que a promessa é de viver para sempre uma vez recebida tal vida. Não é vida para um determinado período de tempo, mas por toda a eternidade, porque Jesus garante que ninguém arrebatará as Suas ovelhas da Sua mão, e que elas jamais perecerão.

“25 Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11.25,26). Aquele que crê em Cristo, ainda que morra fisicamente viverá. E este que crê, na verdade jamais morrerá espiritualmente, porque ganhou a vida eterna em Cristo, que é a garantia de que nunca será achado separado desta vida que lhe foi dada do alto por Deus. Os ímpios somente têm a vida natural,e não tendo esta vida eterna em si mesmos, ainda que existam, já estão mortos espiritualmente falando, porque não têm a habitação de Jesus Cristo, que é a fonte da verdadeira vida que se traduz na implantação das suas características e poderes divinos nos crentes.

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.” (Jo 17.3). A vida eterna consiste no conhecimento pessoal e íntimo da pessoa de Deus e de Jesus Cristo, por uma obtenção e aumento em crescimento progressivo de tal conhecimento. Por isso se fala em vida plena, em vida abundante, porque é possível se ter menores ou maiores medidas de tal vida, à proporção da nossa consagração ao Senhor, pela busca deste crescimento e conhecimento de Jesus (II Pe 3.18).

“Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.” (Atos 13.48). A obtenção da vida eterna é realizado segundo a eleição de Deus. Não é obtida portanto, simplesmente por se desejá-la, tal como o jovem rico dos dias de Jesus que a desejava, mas tudo indica que não a alcançou. Não basta querer, porque Deus tem que usar de misericórdia e nos mover a nos esforçarmos para entrar no Seu reino, conforme comentamos no início deste artigo, por uma renúncia a tudo o que somos e que temos, especialmente ao nosso ego, porque esta vida eterna é ganha, se perdendo a vida relativa à natureza terrena. A vida que é segundo um viver pela energia da alma. Então é um perder para poder ganhar, e isto demandará um posicionamento e esforço de nossa parte. Então Deus nos concederá tal vida inteiramente pela graça, por causa da nossa fé no Seu Filho, como sendo o autor e o consumador não somente da fé, como desta própria vida divina que Ele veio nos conceder. E como nos encontramos na condição de escravos do pecado antes do encontro com Cristo, se exige também arrependimento e diligência na prática do bem para a obtenção e manutenção em crescimento desta vida. Por isso o apóstolo Paulo disse o seguinte: “a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção;” (Rom 2.7).

“para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Rom 5.21). A graça prevalece e reina sobre a morte e o pecado, mediante a justiça de Cristo, que recebemos na justificação, para o propósito de produzir a vida eterna em nós, quer no que se refere à sua recepção, quer ao que se refere ao seu crescimento em graus.

“Mas agora, libertos do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” (Rom 6.22). A conversão e a santificação têm em vista, ou seja têm por objetivo produzir em nós esta qualidade de vida divina que é chamada na Bíblia de vida eterna.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rom 6.23). Já comentamos anteriormente que a vida eterna é um dom gratuito de Deus que recebemos por estarmos em Jesus, ou seja, é recebida inteiramente pela graça de Deus e não segundo os nossos méritos ou obras. Exige-se esforço para buscá-la como comentado anteriormente, mas nenhuma obra específica que façamos a ponto de sermos considerados dignos de recebê-la.

“Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gál 6.8). Este texto comprova que é necessário semear a própria vida no solo do Espírito Santo, para que possamos colher como resultado desta semeadura, esta nova vida, que é a vida eterna, que dará uma bela colheita para Deus. Se há colheita, é porque houve crescimento desta planta divina que foi semeada em nós e por nós, no Espírito. Assim, todo o crescimento desta vida, está relacionado ao trabalho do Espírito Santo em nós, e daí ser tão necessário não somente viver no Espírito, como também andar nEle, ou seja se mover e atuar no Espírito em constante movimento, sem jamais parar, porque andar indica a ação de movimento contínuo de uma posição para outra, e temos visto que no que se refere à vida eterna, estas mudanças de posição se referem a crescimentos em graus de vida cada vez maiores, conforme se vê na ilustração da lavoura, com os crentes sendo as plantas desta lavoura de Deus; do edifício que está sendo construído em Cristo; e do rio de águas vivas que cresce desde a sua fonte.

“1 E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.
2 No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.” (Apo 22.1,2)

“1 Depois disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam pelo lado meridional do templo ao sul do altar.
2 Então me levou para fora pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis que corriam umas águas pelo lado meridional.
3 Saindo o homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir, mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
4 De novo mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos.
5 Ainda mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham crescido, águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a vau.
6 E me perguntou: Viste, filho do homem? Então me levou, e me fez voltar à margem do rio.
7 Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia árvores em grande número, de uma e de outra banda.
8 Então me disse: Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá, entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se tornarão saudáveis.
9 E por onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente que vive em enxames, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, para que as águas do mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.
10 Os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva.
11 Mas os seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados para sal.
12 E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.” (Ez 47.1-12)

“Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” (I Tim 6.12). Este texto não está insinuando perda de salvação, mas de crescimento, de desenvolvimento da salvação. Sequer está insinuando que a salvação é obtida em graus, mas que a vida eterna é algo do qual devemos nos apoderar, ou seja, nos agarrar, uma vez tendo sido obtida, para que não percamos os crescimentos em graus desta vida, por negligência da nossa parte na fé e nos deveres que nos são impostos por Deus em Sua Palavra, especialmente os relativos à nossa consagração.

“para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.” (Tito 3.7). O que esperamos em Cristo é a vida eterna, não que não a tenhamos obtido ao crermos nEle, mas que é nisto que deve consistir o nosso foco e expectativa, porque esperamos com firme convicção o que nos foi prometido, porque Deus é fiel em cumprir o que prometeu e não pode mentir, e para tal certeza nos deu o selo do Espírito Santo, depois de termos sido justificados pela Sua graça, como se afirma neste texto.

“E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.” (I Jo 2.25)

“E o testemunho é este: Que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho.” (I Jo 5.11)

“Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna.” (I Jo 5.13)

“Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (I Jo 5.20). No final deste texto se afirma diretamente que é o próprio Jesus a vida eterna.

É portanto estando cheios desta vida sobrenatural e divina que é o próprio Cristo vivendo em nós, que podemos de fato fazer face a todas as tentações e vencer o mundo, de modo que possamos não somente ser aprovados por Deus, como também a estarmos habilitados a fazer a Sua vontade.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

NÃO SIRVA A DEUS

Versículo do dia: Quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele. (2 Crônicas 16.9)

O que Deus está procurando no mundo? Assistentes? Não. O evangelho não é um anúncio de “ajuda necessária”. Nem o chamado ao serviço cristão o é.

Deus não está buscando pessoas para trabalharem para ele. “Quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Crônicas 16.9). Ele é o grande trabalhador. Ele é aquele com ombros largos que carregam os fardos. Ele é o forte. E ele está procurando formas de mostrar isso.

O que Deus requer de nós? Não o que poderíamos esperar. Ele repreende Israel por trazer tantos sacrifícios: “De tua casa não aceitarei novilhos… Pois são meus todos os animais do bosque… Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém” (Salmo 50.9-12).

Mas não há algo que possamos dar a Deus que não o rebaixe à posição de beneficiário?

Sim. Nossas ansiedades.

Esse é um mandamento: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade” (1 Pedro 5.7). Deus receberá com prazer qualquer coisa de nossa parte que demonstre nossa dependência e sua plena suficiência.

O Cristianismo é fundamentalmente convalescência. Os pacientes não atendem os seus médicos, mas confiam neles para boas prescrições. O Sermão do Monte é o conselho médico do nosso Médico, não a descrição de trabalho do nosso Patrão.

Nossas próprias vidas dependem de não trabalharmos para Deus. “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4.4-5).

Os trabalhadores não recebem dádivas. Eles recebem o que é devido: o seu salário. Se nós queremos ter o dom da justificação, não ousaremos trabalhar por isso. Deus é o trabalhador nesse caso. E o que ele recebe é a glória de ser o benfeitor da graça, não o beneficiário do serviço.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Muitos o seguiram, e a todos ele curou.” (Mateus 12.15)

Que grande multidão de doenças horríveis deve ter se reunido sob os olhos do Senhor Jesus! Apesar disso, não somos informados que Ele se sentiu aborrecido, mas, que pacientemente tomou tempo em cada caso. Que variedade de males deve ter se encontrado aos pés do Senhor Jesus! Que úlceras repugnantes e feridas podres! Todavia, Ele estava sempre pronto para cada nova forma de mal, vencendo-a em todos os aspectos. Viessem as setas de onde quer que fosse, Ele extinguiu seu poder abrasador. O calor da febre ou o frio da hidropisia; a letargia da paralisia ou a fúria da loucura; a sujeira da lepra ou a escuridão da cegueira -todas as enfermidades conheceram o poder do Senhor Jesus e se retiraram ante a sua ordem. Em cada esquina, Ele triunfava sobre o mal e recebia o respeito dos cativos libertados por Ele. Ele veio, viu, venceu em todos os lugares. Isto também é verdadeiro neste dia. Não importa qual seja o meu caso, o Médico Amado pode curar-me. Não importa qual seja o estado daqueles que recordo em oração, em Jesus tenho esperança de que Ele os curará de suas enfermidades.

Meu amigo, tenho esperança em favor de todos, quando recordo o poder de cura do meu Senhor. Quanto a mim, embora seja severa minha luta contra pecados e enfermidades, ainda posso ter bom ânimo. Ele, que andou sobre a terra curando os doentes ainda dispensa a sua graça e realiza maravilhas entre os filhos dos homens. Com seriedade, irei até Ele imediatamente. Eu O louvarei neste dia, enquanto lembro como Ele realizou curas espirituais, tomando sobre Si nossas enfermidades. “Pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5). A Igreja, na terra, está cheia de almas curadas por nosso Médico Amado. Os habitantes do céu também confessam que o Senhor Jesus curou todos eles. Venha, então, proclame amplamente a virtude da graça de Jesus, permitindo que ela seja “glória para o SENHOR e memorial eterno, que jamais será extinto” (Isaías 55.13).