Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

sábado, 16 de dezembro de 2017

MILAGRES VERDADEIROS (Estudos no evangelho de João) 19 - Comunidade Cristã de Londrina


UMA INTRODUÇÃO Á PREGAÇÃO E À TEOLOGIA BÍBLICA (PARTE 2)

Por: Thomas R. Schreiner

Descoberta – O que é Teologia Bíblica

A solução para os problemas com a pregação rasa descritos na Parte 1 é, na verdade, bastante simples: os pastores precisam aprender a usar a teologia bíblica em suas pregações. Contudo, tal aprendizado exige que comecemos com a pergunta: o que é teologia bíblica?

Teologia Bíblica versus Teologia Sistemática

A teologia bíblica, em contraste com a teologia sistemática, foca no enredo bíblico. A teologia sistemática, embora seja informada pela teologia bíblica, é atemporal. Don Carson argumenta que a teologia bíblica

se coloca mais próxima ao texto do que a teologia sistemática, almeja ser genuinamente sensível no tocante às distinções entre cada corpus e busca conectar os diversos corpora usando as suas próprias categorias. Idealmente, portanto, a teologia bíblica permanece como uma espécie de ponte entre a exegese responsável e a teologia sistemática responsável (ainda que cada uma dessas inevitavelmente influencia as outras duas).1

Em outras palavras, a teologia bíblica se limita mais intencionalmente à mensagem do texto ou corpus em consideração. Ela questiona quais temas são mais centrais para os escritores bíblicos em seu contexto histórico e procura discernir a coerência entre esses temas. A teologia bíblica foca no enredo da Escritura – o desdobramento do plano de Deus na história redentiva. Como nós consideraremos mais cuidadosamente na Parte 3, isso significa que nós deveríamos interpretar e então pregar cada texto no contexto de sua relação com todo o enredo da Bíblia.

A teologia sistemática, por outro lado, formula questões ao texto que refletem as questões ou preocupações filosóficas do momento. Os sistemáticos também podem – com um bom propósito – explorar temas que estão implícitos nos escritos bíblicos, mas que não recebem atenção primária no texto bíblico. Além disso, deveria ser evidente que qualquer teologia sistemática digna desse nome é edificada sobre a teologia bíblica.


A ênfase distinta da teologia bíblica, tal como Brian Rosner observa, é que ela “permite que o texto bíblico dite a pauta”.2 Kevin Vanhoozer articula o papel específico da teologia bíblica ao dizer: “‘teologia bíblica’ é o nome dado a uma abordagem interpretativa da Bíblia a qual assume que a Palavra de Deus é textualmente mediada pelas diversas palavras, literária e historicamente condicionadas, dos seres humanos”.3 Ou, “para exprimir a asserção de modo mais positivo, a teologia bíblica está em harmonia com os interesses dos próprios textos”.4

Carson expressa bem a contribuição da teologia bíblica:

Mas, idealmente, a teologia bíblica, como seu nome implica, mesmo ao trabalhar indutivamente a partir dos diversos textos da Bíblia, busca desvendar e articular a unidade de todos os textos bíblicos tomados juntos, recorrendo primariamente às categorias daqueles próprios textos. Nesse sentido, ela é teologia bíblica canônica, teologia bíblica “de toda a Bíblia”.5

A teologia bíblica pode limitar-se à teologia de Gênesis, do Pentateuco, de Mateus, de Romanos ou até mesmo à teologia paulina. Contudo, a teologia bíblica pode também compreender todo o cânon da Escritura, no qual o enredo das Escrituras como um todo é integrado. Com muita frequência, pregadores expositivos limitam-se aos livros de Levítico, Mateus ou Apocalipse, sem considerar o lugar que eles ocupam no enredo da história redentiva. Eles isolam uma parte da Escritura da outra, e assim pregam de um modo truncado, ao invés de anunciarem todo o conselho de Deus. Gerhard Hasel corretamente destaca que nós precisamos fazer teologia bíblica de um modo “que busca fazer justiça a todas as dimensões da realidade de que os textos bíblicos testificam”.6 Fazer tal teologia não é meramente uma tarefa para professores de seminário; é a responsabilidade de cada pregador da Palavra!

Pensemos novamente sobre as diferenças entre teologia bíblica e sistemática, para o que Carson traça o caminho.7 A teologia sistemática considera a contribuição da teologia histórica e, assim, se utiliza da obra de Agostinho, Tomás de Aquino, Lutero, Calvino, Edwards e tantos outros ao formular o ensino da Escritura. A teologia sistemática procura anunciar a Palavra de Deus diretamente para o nosso tempo e nosso ambiente cultural. Obviamente, então, qualquer bom pregador deve ser versado na sistemática para anunciar uma palavra profunda e poderosa aos seus contemporâneos.

A teologia bíblica é mais indutiva e fundacional. Carson corretamente afirma que a teologia bíblica é uma “disciplina mediadora”, ao passo que a teologia sistemática é uma “disciplina culminante”. Nós podemos afirmar, então, que a teologia bíblica é intermediária, funcionando como uma ponte entre o estudo histórico e literário da Escritura e a teologia dogmática.

A teologia bíblica, então, trabalha a partir do texto em seu contexto histórico. Isso não significa afirmar que a teologia bíblica é um empreendimento puramente neutro ou objetivo. A noção de que nós podemos separar nitidamente o que o texto significou do que ele significa [what it meant from what it means], como pretendia Krister Stendahl, é uma quimera. Scobie diz o seguinte acerca da teologia bíblica:

As suas pressuposições, baseadas em um compromisso com a fé cristã, incluem a crença de que a Bíblia transmite uma revelação divina, que a Palavra de Deus na Escritura constitui a norma da fé cristã e da vida cristã, e que todo o variado material tanto do Antigo como do Novo Testamentos pode de algum modo ser relacionado ao plano e propósito do único Deus de toda a Bíblia. Tal teologia bíblica situa-se em algum lugar entre o que a Bíblia “significou” e o que ela “significa”.8

Segue-se, então, que a teologia bíblica não está confinada apenas ao Novo Testamento ou ao Antigo Testamento, mas que ela considera ambos os Testamentos juntos como a Palavra de Deus. De fato, a teologia bíblica trabalha a partir da noção de que o cânon da Escritura funciona como a sua norma e, assim, ambos os Testamentos são necessários para desvendar a teologia da Escritura.

Equilibrando o Antigo e o Novo Testamento

Há uma maravilhosa dialética entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento no trabalho da teologia bíblica. O Novo Testamento representa a culminação da história da redenção iniciada no Antigo Testamento e, assim, a teologia bíblica é por definição uma teologia narrativa. Ela captura a história da obra salvadora de Deus ao longo da história. O desenrolar histórico do que Deus tem feito pode ser descrito como a “história da salvação” ou a “história redentiva”.

Também é proveitoso considerar as Escrituras a partir da perspectiva de promessa e cumprimento: o que é prometido no Antigo Testamento é cumprido no Novo Testamento. Nós precisamos tomar cuidado para não apagarmos a particularidade histórica da revelação do Antigo Testamento, de modo a expungir o contexto histórico do qual ele nasceu. Por outro lado, nós devemos reconhecer o progresso da revelação do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Tal progresso da revelação reconhece a natureza preliminar do Antigo Testamento e a palavra definitiva que vem no Novo Testamento. Dizer que o Antigo Testamento é preliminar não elimina o seu papel crucial, pois nós só podemos entender o Novo Testamento quando também compreendemos o significado do Antigo Testamento, e vice-versa.

Alguns são hesitantes em abraçar a tipologia, mas tal abordagem é fundamental para a teologia bíblica, uma vez que é uma categoria empregada pelos próprios escritores bíblicos. O que é tipologia? Tipologias são as correspondências divinamente pretendidas entre eventos, pessoas e instituições do Antigo Testamento e o seu cumprimento em Cristo, no Novo,9 como quando  Mateus se refere em seu Evangelho ao retorno de Maria, José e Jesus do Egito usando a linguagem da saída de Israel do Egito (Mt 2.15; Êx 4.22; Os 11.1). Obviamente, não apenas os autores do Novo Testamento observam essas “correspondências divinamente pretendidas”. Os autores do Antigo Testamento também o fazem. Por exemplo, tanto Isaías como Oséias predizem um novo êxodo que será moldado de acordo com o primeiro êxodo. Do mesmo modo, o Antigo Testamento fala da expectativa de um novo Davi que será ainda maior do que o primeiro Davi. Nós vemos no próprio Antigo Testamento, portanto, uma gradação na tipologia, de modo que o cumprimento do tipo é sempre maior do que o próprio tipo. Jesus não é apenas um novo Davi, mas o maior Davi.

A tipologia reconhece um padrão e um propósito divinos na história. Deus é o autor final da Escritura – a história é um drama divino. E Deus conhece o fim desde o começo, de modo que nós, como leitores, podemos ver prenúncios do cumprimento final no Antigo Testamento.

A CAUSA DA JUSTIFICAÇÃO

E a lei não provém de fé (Gál 3.12,13). Indubitavelmente, a lei não conflita com a fé; do contrário, Deus seria inconsistente consigo mesmo. Mas devemos sempre volver-nos para o fato de que a linguagem de Paulo é adaptada a essas circunstâncias particulares. A contradição entre a lei e a fé está na causa da justificação. E mais fácil o leitor unir fogo e água do que conciliar as duas afirmações, ou seja: que os homens são justificados pela fé e pela lei. A lei não provém de fé, ou seja, a lei possui um método de justificar uma pessoa que é completamente estranho à fé.

Aquele que os pratica por eles viverá. A diferença está no fato de que, quando alguém cumpre a lei, ele é declarado justo por uma justiça legal. O apóstolo prova isso citando Moisés. Ora, qual é a justiça da fé? Ele a definiu em Romanos 10.9: “Se cremos que Cristo morreu por nossos pecados etc.”

E no entanto não se segue que a fé é ociosa ou que os crentes estejam isentos de boas obras. Pois a presente questão não é se os crentes devem cumprir a lei até onde o podem (o que é fora de toda dúvida), mas se obtêm justiça por praticar boas obras; tal coisa é impossível. Além do mais, caso alguém objete: “Visto que Deus promete vida aos praticantes da lei, por que Paulo nega que os mesmos são justos?” A resposta não é difícil. Ninguém é justo por meio das obras da lei, porque não existe alguém que as realize [perfeitamente]. Admitimos que os praticantes da lei, se porventura houvesse um, seriam justos. Mas, visto que há uma conformidade condicional, todos estão excluídos da vida, porque ninguém oferece a justiça que deve. Devemos ter em mente o que eu já disse, ou seja, que praticar a lei não é obedecê-la em parte, mas cumprir tudo o que pertence à justiça. E de tal perfeição todos estão longe demais.
Cristo nos redimiu. O apóstolo fez todos os que se encontram debaixo da lei sujeitos à maldição. Daí a grande dificuldade que os judeus encontravam em não poder livrar-se da maldição da lei. Ele soluciona a dificuldade apresentando o remédio. E isso confirma ainda mais o seu propósito. Pois se somos salvos em razão de termos sido isentados da maldição da lei, então a justiça não pode ser procedente da lei. Em seguida ele adiciona o modo como somos libertados.

Está escrito: maldito todo aquele que for pendurado em madeiro. Cristo foi pendurado. Com toda certeza, porém, ele não sofreu tal castigo por sua própria culpa. Segue-se, pois, ou que ele foi crucificado em vão, ou que a nossa maldição foi lançada sobre ele para que pudéssemos ficar livres dela. Ora, o apóstolo não diz que Cristo era maldito, porém algo mais, a saber: que ele se fez maldição, significando que a maldição de todos nós foi lançada sobre ele. Se isso parecer abrupto a alguém, que o tal também se envergonhe da cruz de Cristo, em cuja confissão nos gloriamos. Deus não ignorava o tipo de morte que seu Filho morreria, quando pronunciou: “Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.”

Mas, como é possível, objetaria alguém, que o Bem-Amado Filho fosse amaldiçoado por seu Pai? Minha resposta é que há duas coisas que devem ser consideradas, não só na pessoa de Cristo, mas até mesmo em sua natureza humana. Uma, é que ele era o imaculado Cordeiro de Deus, cheio de bênção e de graça. A outra, é que ele assumiu o nosso lugar, e assim se tornou um pecador e sujeito à maldição, não em si mesmo, mas em nós; todavia, de tal maneira que lhe era indispensável agir em nosso nome. Ele não podia estar fora da graça de Deus, e no entanto suportou sua ira. Pois como poderia ele reconciliar-nos consigo se considerasse o Pai um inimigo e fosse odiado por ele? Portanto, a vontade do Pai sempre repousou sobre ele. Além disso, como poderia ele ter-nos livrado da ira de Deus se não a houvesse transferido para si próprio? Portanto, ele foi atingido por nossos pecados, e conheceu a Deus como um Juiz irado e inexorável. Eis a loucura da cruz e o espanto dos anjos, a qual não só excede, mas também traga toda a sabedoria do mundo.

Devocional Ligioner

RENOVANDO A MENTE

É possível ter conhecimento sem ter sabedoria. Entretanto, não é possível ter sabedoria sem conhecimento. O conhecimento é uma condição prévia necessária para a sabedoria. A prática da piedade exige que conheçamos e entendamos o que a piedade requer.

A vida cristã é uma vida transformada. A transformação da vida surge, como o apóstolo Paulo declara, através da renovação da mente. Uma compreensão da Palavra de Deus renova a mente. A Palavra de Deus expressa a mente de Deus para nós.

Nossas mentes devem ser conformes à mente de Cristo. Essa conformidade não ocorre automaticamente ou instantaneamente na conversão. Nossa conversão, pelo poder do Espírito Santo, não é o fim do nosso processo de aprendizagem, mas o começo. Na conversão nos inscrevemos na escola de Cristo. Não há graduação neste lado do céu. É uma peregrinação da educação ao longo da vida.

A busca da sabedoria é a busca do conhecimento de Deus. Em certo sentido, Sócrates estava certo em sua insistência de que a conduta correta reside no conhecimento correto. Isso não é no sentido de que o conhecimento correto garante o comportamento correto, mas no sentido de que o conhecimento, quando se desenvolve para a sabedoria, leva ao comportamento correto. Assim, os filósofos podem se tornar “amantes de Deus”.

Na presença de Deus

Renova sua mente hoje, imergindo-a na Palavra de Deus.

Passagens para estudo adicional

2 Tessalonicenses 2:1-2; 1 Coríntios 2:16; 2 Coríntios 10:4-5

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

A ESTRELA SOBRENATURAL DE BELÉM

Versículo do dia: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. (Mateus 2.2)

Repetidamente a Bíblia desconcerta nossa curiosidade sobre como certas coisas aconteceram. Como essa “estrela” fez os magos irem do Oriente até Jerusalém?

Não é dito que a estrela os guiou ou seguia antes deles. É dito apenas que eles a viram no Oriente (versículo 2), e foram a Jerusalém. E como aquela estrela os precedia no pequeno percurso de cerca de oito quilômetros de Jerusalém a Belém, como diz o versículo 9? E como uma estrela parou “sobre onde estava o menino”?

A resposta é: Não sabemos. Há inúmeros esforços para explicá-lo em termos de conjunções de planetas, cometas, supernovas ou luzes miraculosas. Simplesmente não sabemos. E quero exortá-lo a não se preocupar em desenvolver teorias que, por fim, são apenas tentativas e têm pouquíssima relevância espiritual.

Eu arrisco uma generalização para alertá-lo: Pessoas que se ocupam e se inquietam com tais coisas – como a estrela agia, como o Mar Vermelho se abriu, como o maná caía, como Jonas sobreviveu no peixe, e como a lua se transforma em sangue – são geralmente as pessoas que têm o que eu chamo de mentalidade para o periférico. Você não enxerga neles um profundo apreço pelas grandes coisas centrais do evangelho — a santidade de Deus, o horror do pecado, a incapacidade do homem, a morte de Cristo, a justificação somente pela fé, a obra santificadora do Espírito, a glória do retorno de Cristo e o juízo final. Tais pessoas sempre parecem estar conduzindo você a um desvio com um novo artigo ou livro. Há pouca alegria no que é central.

Mas o que é claro sobre essa questão da estrela é que ela está fazendo algo que não pode fazer por si mesma: ela está guiando os magos para o Filho de Deus a fim de que o adorem.

Há apenas uma Pessoa no pensamento bíblico que pode estar por trás dessa intencionalidade nas estrelas: o próprio Deus.

Assim, a lição é clara: Deus está guiando estrangeiros a Cristo para que o adorem. E para cumprir esse propósito, ele está exercendo influência e poder globais, provavelmente mesmo universais.

Lucas mostra Deus influenciando todo o Império Romano para que o recenseamento ocorra no momento exato para conduzir uma virgem a Belém, de modo a cumprir a profecia com a sua chegada. Mateus mostra Deus influenciando as estrelas no céu para dirigir magos estrangeiros a Belém a fim de que possam adorar Jesus.

Esse é o propósito de Deus. Ele o fez naquele tempo. Ele ainda o está fazendo agora. Seu objetivo é que as nações — todas as nações (Mateus 24.14) — adorem o seu Filho.

Essa é a vontade de Deus para todos em seu escritório no trabalho, em sua vizinhança e em sua casa. Como diz João 4.23: “Porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”.

No início de Mateus, ainda temos um padrão de “venha-veja”. Mas no final o padrão é “vá-diga”. Os magos vieram e viram. Nós devemos ir e dizer.

Porém, o que não é diferente é que o propósito de Deus é a reunião das nações para que adorem o seu Filho. A exaltação de Cristo na adoração fervorosa de todas as nações é a razão pela qual o mundo existe.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Vi servos a cavalo e príncipes andando a pé como servos sobre a terra.” (Eclesiastes 10.7)

Pessoas arrogantes frequentemente usurpam os lugares mais elevados, enquanto os verdadeiramente grandes definham na obscuridade. Este é um enigma na Providência cuja solução um dia deixará alegre o coração dos justos. Entretanto, não devemos murmurar, se este enigma se tornar parte de nosso quinhão. Quando nosso Senhor esteve neste mundo, Ele andou na vereda do serviço e da fadiga como Servo dos servos. Que maravilha seria se os seguidores dele, que são príncipes do sangue, fossem olhados de cima para baixo como pessoas inferiores e desprezíveis! O mundo está de cabeça para baixo; por isso, os primeiros são os últimos, e os últimos, os primeiros. Veja como os servis filhos de Satanás dominam sobre a terra! Hamã está na corte, enquanto Mordecai senta ao portão; Davi vagueia pelas montanhas, enquanto Saul reina; na caverna Elias queixa-se, enquanto Jesabel gaba-se no palácio; ainda assim quem gostaria de tomar os lugares dos orgulhosos rebeldes? E quem, por outro lado, não invejaria os menosprezados santos? Quando esta engrenagem é invertida, os humildes são exaltados, e os exaltados são humilhados.


Crente, tenha paciência! A eternidade corrigirá os erros do tempo. Não caiamos no erro de permitir que nossas paixões e apetites carnais cavalguem em triunfo, enquanto nossos mais nobres poderes andam na poeira. A graça tem de reinar como um príncipe e tornar os membros do corpo instrumentos de justiça. O Espírito Santo ama a ordem, por isso, Ele coloca nossas capacidades e poderes em seu devido lugar e grau, outorgando posições mais nobres àquelas faculdades que nos unem ao grande Rei. Não perturbemos este arranjo divino; pelo contrário, supliquemos graça para que conservemos o nosso corpo em sujeição. Não fomos regenerados para permitir que as paixões nos governem, e sim para que, com Cristo Jesus, governemos como reis sobre o reino tríplice de nosso corpo, alma e espírito, a fim de que Deus, o Pai, seja glorificado.

Os Nomes de Deus - Luiz Sayão


UMA INTRODUÇÃO À PREGAÇÃO E À TEOLOGIA BÍBLICA (PARTE 1)

Por Thomas R. Schreiner

Diagnóstico – O Problema com Grande Parte da Pregação de Hoje

Na associação de igrejas à qual eu pertenço – a Southern Baptist Convention [Convenção Batista do Sul] – a batalha pela inerrância da Escritura pode ter sido ganha. Entretanto, nem nós nem outras denominações ou igrejas evangélicas que ganharam batalhas semelhantes deveríamos nos congratular tão rapidamente. Isso porque muitas igrejas conservadoras podem abraçar a inerrância da Escritura, mas, ainda assim, negar na prática a suficiência da Palavra de Deus. Nós podemos dizer que a Escritura é a palavra inerrante de Deus, mas, ainda assim, falhar em proclamá-la seriamente de nossos púlpitos.


Existe, na verdade, uma fome pela palavra de Deus em muitas igrejas evangélicas hoje. Algumas séries de sermões fazem, em seus títulos, referências a programas de TV, tais como Gilligan’s Island, Bonanza e Mary Tyler Moore. A pregação, com frequência, foca em passos para um casamento bem-sucedido ou em como criar filhos em nossa cultura. Sermões sobre questões familiares, obviamente, são adequados e necessários, mas dois problemas frequentemente aparecem. Primeiro, o que as Escrituras de fato ensinam acerca desses assuntos é frequentemente negligenciado. Quantos sermões sobre casamento apresentam com fidelidade e urgência o que Paulo de fato ensina sobre os papeis do homem e da mulher (Ef 5.22-23)? Ou acaso nós estamos constrangidos pelo que as Escrituras ensinam?

Segundo, e talvez mais sério, tais sermões são quase sempre pregados no nível horizontal. Eles se tornam o centro da vida semanal da congregação, e a cosmovisão teológica que permeia a Palavra de Deus e provê o fundamento para toda a vida é simplesmente ignorada. Nossos pastores se tornam moralistas como Dear Abby, dando conselhos sobre como viver uma vida feliz semana após semana.

Muitas congregações não percebem o que está acontecendo porque a vida moral que tal pregação promove está de acordo, ao menos em parte, com a Escritura. Ela vai ao encontro das necessidades sentidas tanto por crentes como por incrédulos.

Pastores também creem que devem preencher seus sermões com histórias e ilustrações, de modo que as anedotas enfatizem o ensino moral apresentado. Todo bom pregador usará ilustrações. Todavia, sermões podem se tornar tão repletos de histórias que acabam desprovidos de qualquer teologia.

Eu tenho ouvido evangélicos afirmarem com certa frequência que as igrejas evangélicas estão indo bem em teologia porque as congregações não estão reclamando daquilo que lhes é ensinado. Tal comentário é completamente assustador. Nós, como pastores, temos a responsabilidade de proclamar “todo o desígnio de Deus” (At 20.27). Nós não podemos pôr a nossa confiança em pesquisas de opinião congregacionais para determinar se nós estamos cumprindo o nosso chamado. Nós devemos pôr a nossa confiança naquilo que as Escrituras exigem. Pode ser que uma congregação jamais tenha sido seriamente ensinada na Palavra de Deus, de modo que os crentes não percebem onde nós estamos falhando como pastores.

Paulo nos alerta que “entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho” (At 20.29). E, em outro lugar, ele afirma que “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm 4.3-4). Se nós avaliamos nossa pregação pelo que as congregações desejam, nós podemos estar dando espaço para as heresias. Eu não estou dizendo que nossas congregações são heréticas, mas apenas que o teste para a fidelidade é a Palavra de Deus, e não a opinião popular. O chamado dos pastores é para alimentar o rebanho com a Palavra de Deus, não para agradar as pessoas com o que elas desejam ouvir.

Muito frequentemente, nossas congregações são treinadas de modo pobre por aqueles de nós que pregam. Considere o que acontece quando alimentamos uma congregação com uma dieta constante de pregação moralista. Eles podem aprender a ser gentis, perdoadores, amorosos, bons maridos ou esposas (tudo isso é bom, obviamente!). Os seus corações podem ser aquecidos e até edificados. Mas, à medida que o fundamento teológico é negligenciado, o lobo da heresia passa a espreitar cada vez mais de perto. Como? Não que o próprio pastor seja um herege. Ele pode ser completamente ortodoxo e fiel em sua própria teologia. No entanto, ele presume a teologia em toda a sua pregação e, assim, torna-se negligente em pregar ao seu povo o enredo e a teologia da Bíblia. Em uma ou duas gerações, portanto, a congregação pode, desavisadamente e por ignorância, chamar um pastor mais liberal. Esse novo pastor também pregará que as pessoas devem ser boas, gentis e amorosas. Ele também enfatizará a importância de bons casamentos e relacionamentos dinâmicos. As pessoas nos bancos podem nem sequer discernir a diferença, uma vez que a teologia parece exatamente igual à do pastor conservador que o precedeu. E, em um sentido, ela o é, pois o pastor conservador nunca proclamou ou pregou a sua teologia. O pastor conservador cria na inerrância da Escritura, mas não em sua suficiência, pois ele deixou de proclamar tudo o que as Escrituras ensinam à sua congregação.

Nossa ignorância acerca da teologia constantemente se evidencia. Não saem da minha mente duas ocasiões nos últimos dez anos (uma em um grande estádio, por um pregador cujo nome não lembro) em que um pregador convidava as pessoas para virem à frente. O sermão no estádio pretendia ser um sermão evangelístico, mas eu posso honestamente dizer que o evangelho não foi pregado de modo algum. Nada foi dito acerca de Cristo crucificado e ressurreto, ou por que ele foi crucificado e ressurreto. Nada foi dito sobre por que a fé salva, e não as obras. Milhares vieram à frente e foram, sem dúvida, contados como salvos. Mas eu coçava minha cabeça e indagava o que de fato estava acontecendo. Eu orei para que ao menos alguns fossem verdadeiramente convertidos, talvez porque eles já conhecessem o conteúdo do evangelho de ouvi-lo em outras ocasiões. O mesmo aconteceu no culto de uma igreja que eu visitava. O pregador prolongou-se em um inspirado convite para que os ouvintes “viessem à frente” e “fossem salvos”, mas ele não deu qualquer explicação acerca do evangelho!

Tal pregação pode encher nossas igrejas de pessoas não convertidas, as quais são duplamente perigosas: elas foram asseguradas por seus pastores de que são convertidas e de que nunca podem perder a sua salvação, mas ainda estão perdidas. Então, daquele dia em diante, essas mesmas pessoas são exortadas, semana após semana, com o nosso novo evangelho para esses tempos pós-modernos: sejam legais.

A BENÇÃO DE CONHECER A CRISTO EM ESPIRITO

O Cristo que servimos é onisciente, onipotente, onipresente. Ele tudo sabe, vê e governa. É inútil tentar viver aparte da consideração de que se deve viver de tal modo, que em tudo Lhe sejamos agradáveis, quer estando neste mundo, em que não O vemos, quer no vindouro, quando o veremos face a face.
Este empenho em se viver de modo agradável ao Senhor deve levar em conta, principalmente, o temor que Lhe é devido, porque teremos que comparecer ante o Seu Tribunal, no qual prestaremos contas e receberemos o louvor ou o dano de tudo o que tivermos feito por meio do corpo neste mundo, seja o bem segundo a Sua vontade para recompensa, seja o mal, para dano ou perda de galardão.

Então pregar o evangelho com fidelidade não é uma opção para os que são chamados, mas uma honra, e uma grande responsabilidade e dever, porque este nos foi encarregado da parte de Deus, para sermos seus embaixadores, na convocação de todos os homens a se reconciliarem com Ele, porque Cristo “morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”
Paulo conhecia este temor que era devido ao Senhor, e pregava unicamente por amor, porque o amor de Cristo o constrangia a isto.
Assim ele podia se recomendar às consciências de seus ouvintes quando os persuadia à fé, porque podiam se gloriar no testemunho da sua sinceridade, e no fato de se gloriar nas coisas operadas por Deus em seu coração, e não na aparência, conforme muitos faziam em Corinto.

Em Cristo está sendo formada uma nova criação espiritual, e todo verdadeiro cristão faz parte da mesma, então não devem se fixar nas coisas do velho homem que são passadas à vista do Senhor, mas na nova vida que receberam do céu.
Deus mesmo proveu todas estas coisas relativas à reconciliação dos pecadores com Ele, não lhes imputando mais a condenação dos seus pecados por causa de Cristo.
O trabalho do apóstolo e de qualquer ministro de Cristo é portanto o de rogar aos homens que se reconciliem com Deus, porque Cristo, que não tinha pecado, morreu no nosso lugar, fazendo-se réu do pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus, isto é, alvo de Sua justiça, para que pudéssemos ser justificados do pecado.
À vista destas realidades, o objetivo maior e principal de um cristão não deve estar nas coisas deste mundo, mas no céu, porque foi de lá que recebemos a nova vida que há de permanecer por toda a eternidade.

E ainda que venhamos a morrer, temos um outro corpo celestial e glorificado aguardando por nós no céu, e deveríamos aspirar por deixar um dia este corpo terreno para que possamos receber este novo corpo celestial.
No entanto não se pode ter tal aspiração quando não se está vestido com a justiça de Cristo, pela fé no evangelho (2 Cor 5.3).
Assim o que é mortal dará lugar ao que vive eternamente (2 Cor 5.4); conforme o que foi planejado por Deus desde o princípio, e para comprovar esta verdade deu o Espírito Santo para habitar nos cristãos, para que seja o penhor do cumprimento cabal de tudo o que lhes tem prometido quanto à sua vida futura e celestial (v. 5).

Esta esperança de vida eterna deve ser motivo para que os cristãos tenham sempre bom ânimo, em todas as aflições que sofrem ainda no corpo neste mundo, uma vez que todas elas cessarão somente quando estivermos para sempre na presença do Senhor, depois de termos sido chamados por Deus a deixar o nosso corpo mortal, para que possamos viver na esfera das coisas que são somente espirituais, celestiais e divinas.

Devocional Ligioner

COLOCANDO A FÉ EM AÇÃO

O autor da carta aos Hebreus define a fé como “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem”. (Hb 11:1). A fé preenche o vácuo da esperança. A esperança, quando associada à fé, tem substância, e a substância é algo em vez de nada. A fé também fornece evidências para o que não é visível. A fé não é cega. Na verdade, longe de ser cega, é ao mesmo tempo ampla e perspicaz. Sua evidência não depende da especulação, mas da confiança em um Deus que vê o que não podemos ver. Reside na confiança na confiabilidade de cada promessa que é proferida por Deus.

Uma coisa é acreditar em Deus. É o bastante para qualquer um acreditar nele. Abraão acreditou quando Deus disse que iria mostrar-lhe um lugar melhor. Ele também acreditou em Deus novamente quando o mesmo dramatizou a promessa da aliança em Gênesis 15, e por esta fé, Abraão foi considerado justo. Ele foi justificado por sua fé.

Que a fé de Abraão era genuína é vista pelo fato de ele ter obedecido a Deus pela fé. A fé verdadeira é sempre uma fé obediente. Abraão obedeceu ao chamado de Deus em sua vida – e ele demonstrou essa obediência quando ele “partiu”. Sua fé foi posta em ação.

Na presença de Deus

Como você pode colocar a sua fé em ação hoje?

Passagens para estudo adicional


Romanos 4:17-22

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

MESSIAS PARA O MAGO

Versículo do dia: Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? (Mateus 2.1-2)

Ao contrário de Lucas, Mateus não nos fala sobre os pastores que vêm visitar Jesus no estábulo. Seu foco é imediatamente sobre os estrangeiros que vêm do Oriente para adorar a Jesus.

Assim sendo, Mateus retrata Jesus no início e no fim do seu evangelho como um Messias universal para as nações, não apenas para os judeus.

Aqui, os primeiros adoradores são magos da corte, astrólogos ou sábios, que não vinham de Israel, mas do Oriente — talvez da Babilônia. Eles eram gentios. Imundos.

E no fim de Mateus, as últimas palavras de Jesus são: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.18-19).

Isso não apenas abriu a porta para que nós, gentios, nos alegrássemos no Messias, como também acrescentou prova de que Jesus era o Messias. Pois uma das profecias repetidas era que as nações e os reis, de fato, viriam a ele como o governador do mundo. Por exemplo, Isaías 60.3: “As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu”.

Desse modo, Mateus acrescenta provas à messianidade de Jesus e demonstra que ele é o Messias — um Rei e Cumpridor da Promessa — para todas as nações, não apenas para Israel.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade … nele, estais aperfeiçoados.” (Colossenses 2.9,10)

Todos os atributos de Cristo, como Deus e homem, estão à nossa disposição. Toda a plenitude da Divindade, seja o que for que este termo maravilhoso possa incluir, é nossa, a fim de que nos tornemos completos. Ele não pode nos dotar com os atributos da Divindade, mas tem feito tudo que o pode ser feito, pois tem tornado subserviente à nossa salvação, até o seu poder divino. Sua onipotência, onisciência, onipresença, imutabilidade e infalibilidade estão todas combinadas para nossa defesa. Levante, crente, e contemple o Senhor Jesus pondo o jugo da carruagem da salvação sobre toda a sua divindade! Quão ampla é sua graça, quão permanente é a sua fidelidade, quão imutável e infinito é o seu poder, quão ilimitado é o seu conhecimento! Sem encurtar a infinidade destas virtudes, todas elas constituem os pilares do templo da salvação por meio do Senhor Jesus, e, por aliança, todas nos são asseguradas como herança. Cada gota do amor insondável do coração do Salvador é nossa; cada tendão no braço de poder; cada joia na coroa de majestade, a imensidão do conhecimento divino e a severidade da justiça divina são todas nossas e serão usadas para nós.

Deus nos proporciona o tudo de Cristo, em seu adorável caráter como Filho de Deus, para que o gozemos. A sabedoria de Cristo é nossa orientação; o seu poder, a nossa proteção; sua justiça, nossa segurança; seu amor, nossa consolação; sua misericórdia, nosso conforto e sua imutabilidade, nossa confiança. Nada Ele deixa de nos oferecer. Em vez disso, o Senhor Jesus abre os recessos da montanha de Deus e nos ordena a cavar as minas, a fim de acharmos os tesouros escondidos. Ele nos diz: “Tudo é de vocês. Encham-se e satisfaçam-se da bondade de Deus”. Oh! quão agradável é contemplar o Senhor Jesus e invocá-Lo com a firme certeza de que, ao buscar o seu amor ou o seu poder, estamos pedindo apenas aquilo que Ele fielmente já nos prometeu!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A ORAÇÃO NO ESPÍRITO - AUGUSTUS NICODEMUS


AFINAL, É BOM OU NÃO É BOM QUE A MULHER ESTEJA SÓ?

Por: Laise Oliveira

Outro dia, assisti um vídeo para casais no qual o palestrante, em tom de brincadeira e ironia, disse ter encontrado um versículo bíblico que, se fosse seguido à risca, evitaria quaisquer tipos de problemas no casamento. Com uma plateia curiosa e ansiosa para descobrir a “fórmula mágica” que iria resolver suas dificuldades conjugais, ele apresentou 1 Coríntios 7.1 “(… ) é melhor que o homem não toque em mulher”.

É óbvio que a intenção do palestrante era, de maneira descontraída, demonstrar aos seus ouvintes que nos relacionamentos conjugais sempre haverá obstáculos a serem vencidos, uma vez que ambos são seres humanos e, portanto, pecadores.

Com o exemplo acima, o fato que eu gostaria de salientar é que, infelizmente, ao fazer uma leitura superficial do capítulo 7 de primeira cartas aos coríntios, algumas pessoas podem concluir precipitadamente que Paulo poderia estar refutando a declaração de Deus feita em Gênesis 2.18: “não é bom que o homem esteja só”. Mas seria mesmo isso? Estaria Paulo em desacordo com Deus? Afinal, é bom ou não é bom que o homem esteja só?

Fica evidente que precisamos olhar com mais atenção para o contexto desta carta, para que possamos responder a estas perguntas.

Antes de mais nada, devemos nos lembrar de que Corinto era uma cidade marcada pela depravação sexual e pelos cultos pagãos. Muito provavelmente, a cidade estava passando por um período economicamente difícil. O fato é que alguns homens e mulheres daquela sociedade vieram para o seio da igreja e trouxeram consigo diversos costumes e práticas imorais daquela época (1Co 5.10-13).

Paulo, através de cartas, vinha exortando aqueles cristãos a um viver separado e mais coerente com a Palavra (1Co 5.9). Em meio a essas trocas de correspondências, 1 Coríntios 7.1 sugere que o apóstolo tenha sido questionado do que seria melhor para o relacionamento entre homens e mulheres, visto que, ao que tudo indica, alguns membros da igreja acreditavam que não deviriam casar-se (1Co 7.1), outros praticavam a abstinência sexual dentro do casamento (1Co 7.3-5), havia cristãos casados intentando deixar seu cônjuge sem motivo justo (1Co 7.10,11) ou pela incredulidade destes (1Co 7.12-16).

Aqueles irmãos viviam um momento extremamente angustiante (1Co 7.26) – talvez pela perseguição do primeiro século ou pela situação econômica da cidade, e é neste contexto que o apóstolo, primeiramente, reafirma a legitimidade do casamento, recorrendo aos  ensinos do próprio Senhor (1Co 7.10) – Lembremos que, em Mateus 19, os fariseus questionaram Cristo acerca do divórcio a fim de tentá-lo. Ao final, diante da seriedade com a qual o relacionamento conjugal foi exposto por Jesus, os próprios discípulos exclamam: “Se é essa a condição do homem com relação a sua mulher, então é melhor não casar!”. Para a surpresa deles, a resposta de Jesus foi que nem todos receberam este dom. Ele prossegue admitindo que há eunucos de nascença, eunucos feitos por homens e aqueles que se fizeram eunucos por amor do Reino.

Voltando ao nosso texto, Paulo passa a instruir os casados a manterem-se nesta condição, salvo em caso de abandono.  Com esta porção da carta, podemos perceber que o apóstolo não é avesso ao casamento, antes, valoriza a instituição criada por Deus. Aliás, em 1 Timóteo 4.1-3, ele afirma que os enganadores, que ensinam doutrinas de demônios, é que se opõe ao casamento.

Por que, então, Paulo disse aos solteiros e viúvos que seu desejo é que fossem como ele, que seria bom se permanecessem no estado em que ele próprio vivia (1Co 7.8)?
Ao ler o restante do capítulo, podemos chegar a conclusão de que Paulo estava preocupado com a difícil e angustiosa situação pela qual eles passavam. E que, diante deste cenário, era melhor que aqueles que não tinham cônjuges, permanecessem sozinhos (1Co 7.26;29-32). Entretanto, ainda que a situação fosse totalmente desfavorável ao casamento, a pureza sexual não poderia ser posta em jogo, por isso, o conselho de Paulo foi para que aqueles que não conseguissem dominar seus apetites sexuais, então, que se casassem. (1Co 7.9).

Nesta enriquecedora passagem, o apóstolo evidentemente esclarece que o estado de solteiro ou de casado não é determinante para a condição espiritual do crente. Ou seja, ninguém é melhor do que ninguém devido a sua condição civil. Ele diz claramente que o casar-se não é pecado e que o permanecer virgem (solteiro e sexualmente puro) é bom. Ele nos ensina que o casamento é uma instituição dada por Deus e que deve ser conduzido em retidão. Por outro lado, também ensina que a solteirice é igualmente um dom divino, que deve ser encarada com a mesma seriedade do casamento.

Ambas situações são dons de Deus para o cristão. Ambas exigem responsabilidades por parte do crente. Ambas podem trazer felicidade, cada qual a sua maneira (1 Co 7.33; 40).

Por isso, nós cristãos devemos olhar para a situação do solteiro como um estado precioso diante de Deus. Um período de graça para o desenvolvimento e amadurecimento do cristão em determinadas áreas de sua vida. Um tempo em que o solteiro pode abençoar a igreja local, colocando-se a serviço do reino. Os solteiros são um dom de Deus à igreja, e como falta este reconhecimento em nosso meio!

Precisamos, também, reconhecer a graça de Senhor na vida a dois. Devemos glorificá-lo através do casamento, amando e respeitando o cônjuge, procurando agradar-lhe em todas as áreas, inclusive nos que diz respeito às relações sexuais.

Encaremos a realidade de que a nossa sociedade é tão perversa quanto a de Corinto; os tempos são difíceis e muitas vezes angustiosos. Lembremo-nos que verdadeiramente não é bom que o homem esteja só e que, certamente, não estamos, pois Ele prometeu estar conosco, com os casados e com os solteiros, todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

Regozijemo-nos e andemos portanto, na solteirice ou na vida conjugal, cada qual segundo o dom que o Senhor lhe tem distribuído, de forma digna da vocação a que fomos chamados. (1Co 7.17; Ef 4.1).

A BENÇÃO DA SALVAÇÃO SOMENTE PELA FÉ

Paulo disse aos gálatas e o diz a nós, que o Espírito Santo foi dado para salvar, santificar e operar milagres pela graça e não pelas obras da Lei (Gál 3.6-18).
O que aconteceu à igreja da Galácia ensejou a escrita desta epístola para a advertência dos cristãos e igrejas de todas as épocas, para que vigiemos intensamente para não incorrermos no mesmo erro deles, por abandonarmos verdades reveladas por Deus no Evangelho para abraçar falsas doutrinas inventadas por homens e por demônios.
Por isso, se somos dignos de repreensão, submetamo-nos humildemente a ela e nos apressemos em retornar à verdade da qual possivelmente tenhamos nos desviado por persuasões e argumentações meramente humanas, e baseadas em palavras de sabedoria deste mundo, e não das que provêm do céu, e que foram registradas na Bíblia.
A partir do verso 6 nós vemos então o apóstolo, depois de ter repreendido os gálatas, esforçando-se para expor-lhes de novo a doutrina que eles haviam rejeitado, e da qual certamente já deviam estar esquecidos.

E ele fez isto de diversas maneiras: primeiro usando o argumento que havia sido justificado pela fé o próprio Abraão, que era o grande patriarca de todos os judeus, e designado como o pai de todos os cristãos em todas as nações, por conta da promessa que Deus lhe fizera, em razão de que se proveria de muitos filhos através daquele que descenderia dele segundo a carne, a saber o Senhor Jesus Cristo.
Paulo diz que os cristãos são filhos de Abraão (Gál 3.7), não segundo a carne, mas segundo a promessa, e por conseguinte, eles são justificados da mesma maneira que o patriarca havia sido.

O apóstolo identifica a promessa que havia sido feita por Deus a Abraão de abençoar na sua descendência todas as nações da terra (Gên 12.3), como um prenúncio da justificação pela fé, isto é, Deus fizera naquela ocasião a Abraão a promessa do Evangelho (Gál 3.8), muitos séculos antes do evangelho ter sido manifestado e cumprido em Jesus Cristo.
Consequentemente, o resultado da fé nesta promessa é bênção para todo o que crê, assim como o próprio Abraão havia sido abençoado sendo justificado pela sua fé, para que fosse o patriarca de todos aqueles, que tal como ele, viessem a crer no futuro (v. 9).
A fé verdadeiramente honra a Deus, porque é a firme confiança em tudo o que a boca de Deus tem proferido. E porque a fé honra a Deus, Deus imputa a fé para justiça de todo aquele que Nele crê.
A Lei revela que a transgressão de qualquer mandamento de Deus torna o homem culpado de uma condenação eterna.
E quem, na condição de pecador por natureza poderia cumprir tal exigência moral de Deus?

A Sua justiça o exige, porque se demanda conformação perfeita à Sua santidade para que alguém possa ir para o céu, sem culpa alguma.
Mas o pecado ofendeu a justiça de Deus. Foi por causa desta ofensa que o pecador perdeu o céu.
Então o caminho de volta ao céu deve passar obrigatoriamente pela plena satisfação da justiça de Deus.
O homem necessita então de justiça para ser salvo.
Mas o alto nível desta justiça não pode ser encontrado nele ou ser produzido por ele.
Daí ter o próprio Cristo se tornado a nossa justiça.
É pela Sua justiça imputada a nós que podemos nos aproximar do Deus que é inteiramente justo e santo.

Consequentemente a Lei afirma que todo aquele que não cumpre os seus mandamentos permanece debaixo de maldição, porque os mandamentos da Lei refletem o caráter da perfeita justiça de Deus.
E há somente uma maneira de ser resgatado desta maldição, uma vez que a própria maldição não pode ser removida, em razão da exigência da justiça de Deus que amaldiçoa todos os transgressores da Sua vontade, a menos que eles tenham sido justificados em Cristo Jesus, pela justiça que lhes é imputada por Deus somente pela graça e mediante a fé.
Deste modo, Paulo explica que nós somente podemos ser justificados pela fé que se firma no Evangelho, na boa nova de grande alegria de que Deus se faz favorável para com os pecadores que se arrependam de seus pecados e que se unem pela fé a Cristo, para serem justificados e santificados.

Por isso aqueles que pensam que poderão ser justificados pelo mero esforço deles em praticarem as obras da lei, à parte da fé em Cristo, estarão permanentemente debaixo da maldição da Lei, porque a Lei não foi dada por Deus para o propósito de justificar, e não poderia ser dada para tal objetivo, porque o homem é pecador e já se encontra condenado, independentemente do que possa fazer de bom.
As santas exigências da Lei comprovam o quanto o homem está distanciado da perfeita justiça e santidade de Deus.
Então a Lei não poderá justificá-lo, porque para isto seria necessário que o homem fosse perfeito no cumprimento de tudo o que a Lei exige desde o seu nascimento, quer em palavras, em pensamentos e ações, e tanto nos deveres relativos a Deus quanto ao seu próximo.

Ninguém além de Jesus Cristo conseguiu cumprir perfeitamente toda a Lei, e somente ele poderia reivindicar a justificação da Lei caso necessitasse dela, mas isto nunca seria preciso no seu caso, porque Ele não tinha do que ser justificado, porque era sem pecado.
Quando alguém confia em seu coração, que seus pecados são perdoados por causa do sacrifício de Cristo, e por causa da Sua justiça, Deus cobrirá os seus muitos pecados com o sangue do Seu Filho, e lhe aceitará por causa desta sua confiança nos méritos de Cristo como suficientes para expiar a sua culpa e dar-lhe a salvação.
É como se Deus dissesse: “Eu perdoarei os seus pecados porque você crê que o meu Filho é poderoso para livrá-lo da condenação futura, porque Ele próprio se fez maldição no seu lugar na cruz para que você não estivesse mais debaixo da maldição da Lei.

E por causa desta sua confiança nEle, Eu lhe darei o Espírito Santo que prometi derramar como aceitação plena do sacrifício que o meu Filho fez por você na cruz, de maneira que o Espírito Santo possa transformar o Seu coração e operar em você um caráter verdadeiramente santo, assim como Eu sou santo.”.

Devocional Ligioner

COMPREENDENDO RELAÇÕES

Na Bíblia, a imagem suprema feminina é atribuída à igreja. Antes que a igreja seja vista como mãe, todavia, ela é revelada pela primeira vez como uma noiva. No Antigo Testamento, a comunidade de Israel é a noiva de Javé. No Novo Testamento, a igreja é a noiva de Cristo.

As imagens familiares resultantes são um pouco estranhas. Deus é o Pai; Cristo é o Filho. Como o Filho de Deus, Cristo é referido como nosso irmão mais velho. A igreja é a noiva dele. Na linguagem da família, isso significaria que a igreja é a nossa cunhada. Mas ninguém fala da santa igreja como cunhada dos cristãos.


Nós, homens e mulheres, recebemos o título de “noiva de Cristo”. Sou homem, mas sou parte de um corpo que é descrito em termos femininos. O que é mais estranho é que a mesma entidade que se chama noiva, da qual sou parte, é considerada minha mãe. Não posso ser minha própria mãe.

Essas imagens não são o resultado de uma bobagem ou confusão. Não é uma questão de absurdo referir-se à igreja como mãe. Embora nasçamos do Espírito, é principalmente dentro do berço da igreja onde obtemos vida espiritual. Se a igreja não é nosso local de nascimento, certamente é o nosso berçário. É neste lugar que os meios de graça estão concentrados. A igreja nos nutre para a fé madura.

Na presença de Deus

Reflita sobre como Deus usou a igreja para o seu nascimento, para nutrir você e amadurecer sua fé. Agradeça a Deus por esse processo divino que está em ação em você.

Passagens para estudo adicional

1 João 3:1-2; João 1:12

Devocional Diário - Paulo Junior

HOMENS MAUS

“Livra-me, ó SENHOR, do homem mau; guarda-me do homem violento.”

(Salmos 140.1)

Temos vivido nas últimas décadas um cristianismo exageradamente místico, no qual todos os problemas, tentações, pecados e tudo de ruim é atribuído a Satanás. Por conta disso, nossas orações são direcionadas sempre a “reprender” demônios e pensar que os seres humanos são meras vítimas de entidades malignas. Entretanto, não é bem assim segundo a Bíblia. Ela menciona que os homens caídos são extremante corruptos. Eles perderam a marca! Erraram o alvo! E essa depravação, na maioria dos casos, é lançada em outros homens, em forma de ódio, violência e vingança. Parece que homens “caçam” uns aos outros, em uma feroz e animalesca disputa, com o fim de somente fazerem o mau a todo custo.

Davi sabia disso. Ele conhecia a corrupção do coração humano. Ele sabia do que seus inimigos eram capazes. Por isso orou: “Livra-me, ó SENHOR, do homem mau”.

Querido irmão, talvez você está oprimido por conta de perseguições sofridas através de homens maus. É impressionante notar a crueldade com que tais pessoas agem. Elas caluniam, ofendem, difamam, tramam ciladas todo o tempo para nos derrubar. Elas são frias, calculistas! Despejam todo seu ódio contra nós, em ações truculentas e perversas. Não se engane meu irmão, Satanás pode sim usar tais pessoas; no entanto, ele o faz por conta do seu coração perverso e predisposto a odiar.

O que devemos fazer em tais casos? Orar a Deus em semelhança de Davi, pedindo ao Senhor livramento. Orando para que esse coração ruim se converta e se arrependa do seu mal. Orando também como Jesus ensinou: “Orai em favor dos que vos perseguem”. Outra medida útil é se precaver dos seus inimigos. Não parar nos caminhos dessas pessoas, nem respondê-las segundo sua maldade. Deixe o julgamento e a vingança nas mãos de Deus. Ame os homens maus, todavia não confie neles!

Paulo Junior

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

PAZ ENTRE OS HOMENS A QUEM DEUS QUER BEM

Versículo do dia: E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. (Lucas 2.12-14)

Paz para quem? Há uma observação séria emitida no louvor dos anjos. Paz entre os homens sobre quem o favor de Deus está. Paz entre os homens a quem ele quer bem. Sem fé é impossível agradar a Deus. Então, o Natal não traz paz para todos.

“O julgamento é este”, disse Jesus, “que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”. Ou como o velho Simeão disse quando viu o menino Jesus: “Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição… para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”. Oh, quantos observam um dia de Natal sombrio e frio e veem nada mais do que isso.

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. Foi somente para os seus discípulos que Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

As pessoas que desfrutam da paz de Deus, que excede todo o entendimento, são aquelas que em tudo, por meio da oração e súplica, fazem as suas necessidades conhecidas a Deus.

A chave que abre o cofre do tesouro da paz de Deus é a fé nas promessas de Deus. Assim, Paulo ora: “O Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer”. E quando nós confiamos nas promessas de Deus e temos alegria, paz e amor, então, Deus é glorificado.

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem — homens que creriam.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Esse deve também andar assim como ele andou.” (1João 2.6)

Por que os crentes devem imitar a Cristo? Eles devem fazê-lo por causa de sua própria alma. Se os crentes desejam gozar de boa saúde espiritual; se desejam escapar da enfermidade do pecado e desfrutar do vigor da graça crescente, Jesus deve ser o modelo deles. Para sua própria felicidade, se desejam gozar de comunhão santa e feliz com Jesus e serem retirados do meio das preocupações e problemas deste mundo devem andar assim como Ele andou. Nada pode ajudá-lo a andar tão rapidamente, em sua jornada rumo ao céu, como o portar a imagem do Senhor Jesus em seu coração, para reger todas as suas ações. Quando, por meio do poder do Espírito Santo, você andar nos passos do Senhor Jesus, então se tornará mais feliz e mais conhecido como parte dos filhos de Deus. “Pedro seguia de longe” (Lucas 22.54). Esta atitude que Pedro teve é tanto perigosa quanto alarmante. Em seguida, por causa de sua fé, faça um esforço para ser semelhante a Jesus. A fé tem sido atacada severamente por inimigos cruéis. No entanto, ela não tem sido tão perigosamente injuriada por seus inimigos como o tem sido por seus amigos. Quem fez aquelas feridas nas lindas mãos da piedade? Aquele que professou fé mas usou o punhal da hipocrisia; o homem fingido, que entra no rebanho sendo nada além de um lobo vestido de ovelha, atormenta mais o rebanho do que o leão do lado de fora. Não existe arma tão mortal como o beijo de um Judas Iscariotes. Os crentes inconsistentes prejudicam o evangelho mais do que o crítico zombador ou o infiel.

Imite o exemplo de Cristo especialmente por causa dEle mesmo. Crente, você ama o Senhor Jesus? O nome dele é precioso para você? Deseja que o reino do mundo se torne dele? Quer que o Senhor Jesus seja glorificado? Você anela que almas sejam ganhas para Cristo? Se tudo isso é verdade, imite a Cristo. Seja uma carta de Cristo, conhecida e lida por todos os homens (ver 2 Coríntios 3.2).

A verdade em amor (Estudos no evangelho de João) 18 - Comunidade Cristã de Londrina


QUE TIPO DE LIBERDADE TEMOS?

A liberdade é uma qualidade essencial nos seres morais. Não existe nenhum ser moral que não seja livre. Todavia, há uma grande necessidade de se definir de qual tipo de liberdade que está se falando.

Liberdade com Neutralidade Moral?

Quando falo de liberdade, não estou me referindo ao que o libertarismo chama de “neutralidade moral”. Neutralidade moral é aquela na qual o indivíduo faz alguma coisa com indiferença, em equilíbrio moral, isto é, sem qualquer restrição interior ou exterior, sem qualquer inclinação para um lado ou para outro. Num indivíduo com neutralidade moral não existe a inclinação para fazer o bem ou para fazer o mal. Essa pessoa toma uma resolução, mas sua resolução não é baseada numa vontade que age sob os efeitos do pecado ou da santidade. Ela age apenas porque resolveu agir, sem qualquer tipo de força interior que a inclinasse à sua ação. É possível esse tipo de liberdade em círculos eminentemente pelagianos. Nesses círculos, pode ser percebido que uma pessoa peca simplesmente porque ela resolveu seguir os exemplos dos seus pares, não porque havia nela qualquer inclinação para o mal.

A ideia da Escritura é a de que nenhum ser vem ao mundo com neutra­lidade moral. Não existe seres humanos neutros moralmente. Todos eles têm uma inclinação moral, isto é, têm uma tendência para aquilo que a sua natureza interior os inclina, seja para o bem ou para o bem.

Liberdade de Autonomia ou de Independência?

Quando digo que os seres humanos são seres morais livres, não estou dizendo que eles tenham uma liberdade de independência ou de autonomia, como também afirmam os pelagianos e alguns semipelagianos ou arminianos. Por liberdade de independência quero dizer uma liberdade em que eles não têm de prestar contas a ninguém, ou seja, são independentes mesmo de Deus; por liberdade de autonomia quero dizer que não são determinados por nada, seja de dentro ou de fora deles próprios.

Liberdade de Indeterminismo?

Quando digo que os seres humanos são seres morais livres, também não estou dizendo que eles sejam totalmente indeterminados. Esse tipo de liberdade sonhada por alguns é algo absolutamente impossível. Essa liberdade é diferente da liberdade de neutralidade moral porque nessa última o homem é dito possuir uma falta de inclinação dentro de sua própria natureza, enquanto na liberdade de indeterminismo o homem não é determinado por nada de fora dele. Deus não exerce nenhuma influência por meio dos seus decretos naquilo que o homem faz.

Esse tipo de liberdade indeterminada é uma quimera! Não há lugar para nada neste mundo que tenha uma liberdade que seja sinônimo de indeterminismo. Todas as coisas têm a sua origem última na vontade decretiva de Deus. Na verdade, nem Deus possui essa liberdade, pois ele não é condicionado por sua própria natureza, nem os seus decretos são influenciados pelas decisões dos homens.

Liberdade com o Sentido de Livre Agência?

Os cristãos que ensinam uma liberdade vinculada ao decreto divino creem numa liberdade em que as criaturas racionais sempre farão as suas ações voluntariamente, sem serem coagidos por qualquer força externa. Todavia, nunca agirão independentemente de Deus. A liberdade deles se constitui na capacidade de eles agirem sempre de acordo com as disposições dominantes da sua natureza.

Esses cristãos sempre haverão de distinguir duas espécies de causas que agem sobre as decisões dos seres morais. Todavia, essas ações causais não forçam os indivíduos externamente a fazerem nada que não querem fazer. A liberdade dos seres morais está condicionada a duas coisas: ao decreto divino e à própria natureza deles. Cremos nos decretos divinos que determinam a existência de nossos atos, mas creio que nossos atos são feitos livremente, isto é, feitos de acordo com o que gostamos, preferimos e desejamos. Nada nos constrange a fazer o que não queremos. Os atos decretivos de Deus não tornam as nossas ações forçadas. O que estamos tentando mostrar é que uma ação nossa é livre mesmo que seja causalmente determinada. Chamamos essa posição compatibilismo, como já vimos anteriormente, porque a ação do ser humano é determinada causalmente, mas nunca é feita por constrangimento, mas sempre livre, isto é, ela é feita de acordo com as disposições dominantes na natureza interior dele.

A limitação que o decreto divino traz diz respeito à apresentação somente dos atos que cumprem os desígnios divinos. Os seres morais são livres para fazerem o que desejarem fazer, mas seus atos nunca irão de encontro aos desígnios previamente estabelecidos por Deus. Deus cumpre a História escrita de antemão por meio de seus agentes secundários que são os agentes morais.

A limitação trazida pela própria natureza dos seres morais diz respeito às impossibilidades deles de não poderem fazer o que está além e contra o que eles são. Nenhum ser moral é capaz de agir contra as inclinações de sua própria natureza, se entregues a si mesmos. Todavia, um homem natural (sem Cristo) é capaz de fazer coisas boas quando a graça comum opera dentro dele capacitando-o a fazer um ato bom. A intervenção da graça capa­ cita o homem a fazer o que está além de suas posses, mas entregue à sua própria natureza, o ser humano é capaz de fazer somente o que está de acordo com o que ele é. Ele pode fazer tudo o que quer e o que gosta, mas o seu querer e as suas predileções estão amarradas à sua natureza moral. A sua natureza o limita na sua liberdade de ação.

Todos os seres morais são livres para fazerem tudo o que querem, gostam e preferem, agindo livremente. Todavia, essa liberdade não deve ser entendida como independente do decreto de Deus que, em última instância, determina que eles façam o que natureza deles permita. Essa é a liberdade de agência em que, geralmente, os cristãos de origem reformada creem.

Autor: Heber Carlos de Campos

A FÉ FUNDAMENTADA EM PROFECIAS QUE FORAM CUMPRIDAS

Nós vemos no capitulo 42 de Isaías que nosso Senhor Jesus Cristo foi escolhido pelo Pai para fazer a Sua obra na Terra (v. 1); e seria com ternura e mansidão que Ele deveria estabelecer o seu reino nos corações dos Seus súditos,ou seja em todos aqueles que viessem a se converter a Ele (v. 2, 3).

Seu reino é implantado portanto, nos corações, em silêncio, sem barulho ruidoso, porque nunca bradará ou nos forçará para que nos submetamos a Ele.
O Espírito Santo trabalhará silenciosamente nos corações para produzir o convencimento do pecado, da justiça e do juízo, para conduzir os pecadores em amor, ao Salvador, que é manso e humilde de coração.
A profecia de Isaías destaca também que Jesus não lutaria contra a oposição que levantassem contra Ele porque suportaria a contradição dos pecadores com paciência, porque o Seu reino não é deste mundo. Ele sabe perfeitamente qual é condição natural de inimizade de todos os pecadores contra Deus, a qual pode ser removida somente por meio da fé no Salvador.

Então trabalhará com paciência para nos conduzir à salvação e para continuar o trabalho da nossa transformação gradual à Sua imagem e semelhança.
Jesus é paciente até mesmo para com os maus, quando os quebranta em seu orgulho, para serem tornados humildes.
Com estes que são convencidos pelo Espírito Santo de que são fracos, Jesus é terno, para curá-los de suas chagas, para serem restaurados e emitirem a Sua luz, não mais como pavios fumegantes, mas como chamas acesas pelo poder do Espírito.
Jesus é muito paciente, portanto, com todos aqueles que possuem a verdadeira graça, ainda que em pequena proporção.

Esta profecia de Isaías revela claramente o caráter de longanimidade e paciência da Sua obra em relação às nossas muitas imperfeições e fraquezas.
Deus é longânimo em Sua natureza e por isso é muito tardio para se irar com os nossos pecados, de modo que sempre nos conduzirá pacientemente através do trabalho de santificação operado em nós pelo Espírito Santo.
Está prometido também na profecia que Jesus consumará completamente a obra que Lhe foi designada pelo Pai e jamais desistiria dela, sendo portanto, impossível , que venha a falhar na Sua missão de salvar os pecadores (v. 4), trazendo a Sua justiça à Terra, para que por meio dela muitos possam ser justificados.
Esta salvação de Deus está sendo prometida não somente a Israel, mas a todos os gentios, inclusive aos que habitam nas ilhas distantes.

E este encargo não seria colocado como responsabilidade sobre os ombros de algum homem ou grupo de homens, porque Deus disse que Ele mesmo faria isto, quer dizer, Ele tomaria sobre os Seus ombros a responsabilidade de espalhar o evangelho em toda a terra, de modo que todos os que estiverem empenhados numa obra verdadeira do evangelho é porque teriam sido chamados e capacitados e enviados por Ele, para usá-los como simples instrumentos, usados pelo poder de Cristo e do Espírito Santo.
Afinal, nenhum homem pode salvar, justificar, regenerar, santificar, glorificar nem a si mesmo, quanto mais ao seu próximo.
Então importa que tudo seja feito na, e pela Igreja, pelo Filho, para que toda a glória seja exclusivamente de Deus.

Por isso é Jesus quem é a própria aliança com o povo de Israel e com os gentios, e a luz que dá vida é dEle, e a que houver em nós, seus servos, é apenas um reflexo desta Sua luz (v. 6).
Pedro afirmou e não mentiu quando disse que não foi por seu próprio poder ou piedade, que o coxo de nascença havia sido curado perfeitamente no templo, mas que fora Jesus quem o curara.
Assim, é Ele também quem dá vista aos cegos, que tira da prisão os presos, e do cárcere os que estão em trevas (v. 7).
Deste modo, a nenhum homem, a nenhuma imagem de escultura pode ser atribuída a operação de qualquer milagre ou maravilha, porque o Senhor tem afirmado que não dará a sua glória e louvor a outrem (v. 8).

Como é Ele mesmo que faz as Suas obras, então toda a glória é dEle, e nunca nossa, e de nenhum falso deus.
Vã portanto é a confiança que muitos depositam nestas coisas, e não exclusivamente no Senhor Jesus, conforme está declarado claramente neste capítulo 42 do profeta Isaías e em muitas outras passagens da Escritura.
Deus declara diretamente que é Ele que dá não somente o fôlego de vida aos homens, como é também quem coloca o espírito no homem quando este é formado no ventre de sua mãe (v. 5).
O Senhor poderia deixar que as coisas acontecessem sem dar qualquer aviso prévio ao Seu povo, mas diz que o faz para que seja glorificado, não somente quanto à Sua onisciência, mas para que entendamos que Ele governa não apenas as nossas vidas, como a própria história da humanidade (v. 9).

Então se ordena aos que foram alcançados pelo evangelho que cantem ao Senhor um cântico novo, e o Seu louvor desde a extremidade da Terra, e até mesmo os que navegam pelo mar, e os habitantes de todas as ilhas, porque o evangelho está destinado a todos eles.
As vozes anunciando a grande salvação do Senhor deveriam ser alçadas em todas as partes do mundo, quer no deserto, nas cidades e nas aldeias, até mesmo os que habitam em penhascos e nos cumes dos montes, porque o evangelho está sendo também destinado a eles (v. 11).
Glórias devem ser dadas ao Senhor, e o Seu louvor anunciado nas ilhas, porque Ele derramaria o seu Espírito lhes trazendo salvação e avivamentos (v. 12).
Isto tem sido cumprido cabalmente desde que o Espírito Santo foi derramado em Jerusalém no dia de Pentecostes, cerca de 2.000 anos atrás, quando se deu início à Igreja de Cristo na Terra.
Mas contra os Seus inimigos, contra os inimigos do evangelho, os inimigos destas boas novas de salvação, o Senhor se levantaria como um valente contra eles (v. 13), no dia do juízo.

Depois de encerrada a dispensação da graça, que podemos chamar de período de silêncio do juízo de condenação de Deus, porque Cristo não veio condenar neste período, mas salvar, o Senhor ergueria sua voz no final deste longo período da dispensação do evangelho, no qual estendeu a Sua graça e misericórdia a todos, pela Sua muita longanimidade, que o levou a esperar por um longo tempo para exercer o Seu juízo de toda a carne (v. 14).
Então trará assolações sobre a terra no final do período da graça, quando Jesus vier em sua segunda vinda, assolações estas que são descritas no verso 15, mas para os ignorantes (cegos) da Sua vontade que se converterem a Ele, usará de misericórdia e os guiará por veredas que não conheciam, tornando as trevas em luz perante eles, aplanando os caminhos escabrosos. E o Senhor prometeu não desampará-los (v. 16).
Mas os idólatras que fazem de suas imagens de escultura os seus deuses, seriam afastados para trás e cobertos de vergonha (v. 17).

Os surdos são conclamados a ouvirem estas coisas, e os cegos a olharem, para que possam enxergar. A referência é a surdos e a cegos espirituais. Mas Israel, seu servo insistia em não ser curado da sua surdez e cegueira (v. 18 a 21) e não conseguiriam enxergar mesmo quando fossem roubados e pilhados, e quando tivessem que se esconder em cavernas, porque seriam entregues por presa (v. 22 a 25).
A nação de Israel permanecerá endurecida a Cristo e ao evangelho, em sua maior parte, conforme previsto na profecia, e isto tem sucedido segundo fora profetizado por Isaías, mas as nações gentílicas dariam boa acolhida ao evangelho e muitos se converteriam a Cristo, e isto tem também ocorrido até os nossos dias.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Devocional Ligioner

DISCIPULADO E DISCIPLINA

Há uma estranha dicotomia na linguagem da igreja contemporânea. Muito é dito e escrito sobre a importante função de discipular novos cristãos, ao passo que a questão da disciplina da igreja quase desapareceu. Hoje, a disciplina é uma palavra usada para se referir à instrução e à criatividade dos cristãos. Geralmente não carrega a conotação de repreensão e punição eclesiástica.

Em um sentido, esta versão moderna do discipulado está ligada ao modelo do Novo Testamento. O termo discípulo, no Novo Testamento, significa “aprendiz”. Os discípulos de Jesus eram estudantes que se matricularam na escola rabínica peripatética de Jesus. Eles se dirigiam a ele como “Rabino” ou “Professor” (“Mestre”). Seguir Jesus envolvia, literalmente, caminhar atrás dele, como Ele os instruiu (a palavra peripatética vem da palavra grega peripateo, que significa “caminhar”).

A igreja do Novo Testamento era tolerante e paciente com os seus membros, expressando um amor que abarcava uma multidão de pecados. Mas, no Novo Testamento, o discipulado da igreja também envolveu disciplina. Parte da educação apostólica foi baseada em repreensão e admoestação. A igreja teve vários níveis ou graus de disciplina, que foram desde a repreensão ponderada até o último passo, a excomunhão.

Na presença de Deus

Você aceita ser disciplinado bem como ser discipulado na sua igreja? Peça a Deus para torná-lo mais receptivo à Sua disciplina.

Passagens para estudo adicional

2 Timóteo 4:2; Provérbios 9:8; Apocalipse 3:19

Devocional Diário - Paulo Junior

EM DEUS ME REFUGIO

“SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.”

(Salmos 90.1)

Ao ler esse salmo hoje pela manhã, me emocione e me encantei muito com essas palavras: “Tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração”. Na verdade, esse salmo é uma oração feita pela maior figura do Antigo Testamento: MOISÉS! Ele aponta para aquele que foi, que é, e sempre será a proteção do povo de Deus: o Senhor. De geração em geração, Deus é o sustento, a provisão e o refúgio daqueles que o amam. Assim foi durante toda história dos hebreus: de Abraão à Moisés, de Josué aos juízes, dos reis aos profetas. Ele, e nada além Dele, é a rocha onde seu povo descansou. Entretanto, todas essas gerações se foram. Passaram! Contudo, nenhum deles se foi sem experimentar a fidelidade de Deus e seus grandes livramentos. Agora é chegado o tempo da nossa geração!

Querido irmão em Cristo, você que atravessa nessa hora de escuridão o vale da sombra e da morte; que sente o sussurro do inimigo, querendo te devorar. Peço que se abrigue no Senhor. Não tente uma forma alternativa de escape. Não funcionará! Corra para os braços do Senhor, descanse em sua bondade e, lembre-se, que ele fez um pacto com todas as gerações. Nesse pacto ele prometeu guardar e livrar seu povo de todos os males. Não precisa mais temer, olhe para cima, para o alto e espere confiantemente o socorro do Senhor, pois nessa última geração o Senhor também tem sido nosso refúgio!

Paulo Junior

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

NENHUM DESVIO DO CALVÁRIO

Versículo do dia: Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. (Lucas 2.6-7)

Você poderia pensar que, se Deus governa o mundo de modo a usar um censo do império para conduzir Maria e José a Belém, ele certamente poderia ter preparado um quarto disponível na hospedaria.

Sim, ele poderia. E Jesus poderia ter nascido em uma família rica. Ele poderia ter transformado pedra em pão no deserto. Poderia ter convocado dez mil anjos em seu auxílio no Getsêmani. Poderia ter descido da cruz e salvado a si mesmo. A questão não é o que Deus poderia fazer, mas o que ele quis fazer.

A vontade de Deus era que, embora Cristo fosse rico, por causa de você ele se tornasse pobre. Os avisos de “sem vaga” em todas as hospedarias em Belém foram por sua causa. “Jesus Cristo… sendo rico, se fez pobre por amor de vós” (2 Coríntios 8.9).

Deus governa todas as coisas — até mesmo as vagas de hotéis — por causa dos seus filhos. O caminho do Calvário começa com um aviso de “sem vaga” em Belém e termina com cuspe e zombaria na cruz em Jerusalém.

E não devemos esquecer do que Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23).

Nós nos unimos a Jesus no caminho do Calvário e o ouvimos dizer: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros” (João 15.20).

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento.” (1Timóteo 6.17)

O Senhor Jesus está sempre concedendo bênçãos e nem por um momento Ele retrai sua mão. Enquanto houver um vaso da graça que não está totalmente cheio, o óleo não cessará. Ele é um sol que sempre brilha. Ele é maná caindo sempre em redor do arraial. Ele é uma rocha no deserto que sempre expede rios de vida de seu lado atingido. A chuva da graça de Cristo sempre cairá. O rio da bondade de Cristo flui a todo instante, e a fonte de seu amor está transbordando permanentemente. Visto que o Rei nunca morre, a sua graça jamais pode falhar. Todos os dias, apanhamos os frutos dele, e dia após dia os seus galhos se inclinam até às nossas mãos com um novo estoque de misericórdia. Há sete dias de festa nas semanas do Senhor Jesus. Quem já retornou das portas de Cristo sem alguma bênção? Quem já se levantou insatisfeito da mesa de Cristo, ou passou por Ele sem que fosse amado? As misericórdias de Cristo são novas cada manhã (ver Lamentações 3.23) e cada noite. Quem pode enumerar os benefícios do Senhor Jesus e detalhar a lista de suas bondades? Cada grão de areia, que do relógio do tempo cai, é a mais recente flor de uma miríade de misericórdias. As asas de nossas horas são cobertas com a prata de sua bondade e com o ouro de sua afeição. O rio do tempo carrega das montanhas da eternidade as areias douradas de seu favor. As inumeráveis estrelas servem como protótipo para uma hoste ainda mais inumerável de bênçãos. Quem pode contar os benefícios que Deus concedeu a Jacó e descrever a quarta parte das suas misericórdias para com Israel? Como a minha alma exaltará Aquele que todos os dias nos sobrecarrega com seus benefícios e nos coroa com sua bondade, graça e misericórdia? (ver Salmos 103.4). Oh! que meu louvor seja tão incessante quanto a bondade do Senhor Jesus! Ó língua miserável, como pode silenciar? Acorde, eu suplico, a fim de que não pare de lhe chamar minha glória, mas, minha vergonha. “Despertai, saltério e harpa! Quero acordar a alva” (Salmos 108.2).

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O homem não pode receber COISA ALGUMA (Estudos no evangelho de João) 16 - Comunidade Cristã de Londrina


FÉ QUE CONDUZ À AÇÃO - IMPLICAÇÕES DA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PARA NOSSA AÇÃO SOCIAL

Por Alexander Stahlhoefer [1]

Carlos A. Sintado inicia seu artigo sobre Ecologia Social com uma citação de Quintus Septimius Florens Tertullian “O que Atenas tem haver com Jerusalém (…) o que a academia tem haver com a Igreja?”.[2] Nossa pesquisa tem por objetivo buscar na Bíblia e na teologia evangélica luterana impulsos para uma prática eclesial e social que contribua para a manutenção da vida no planeta com a dignidade e o respeito que lhe são devidos.

As duas grandes tentações para as Igrejas cristãs em assuntos como política, economia e direito são o quietismo e o ativismo. O quietismo nega que a pessoa cristã tenha alguma responsabilidade em se envolver no debate que é chamado por alguns de “secular”. Esta tendência a separar a moral religiosa da moral pública, como se uma não tivesse algo a contribuir para a outra é uma herança do Iluminismo.[3] Já o ativismo representa uma solução de compromisso extremo que tem a tendência de equiparar as conquistas sociais à salvação eterna. O quietismo percebe a fé como algo que só tem a contribuir no âmbito da vida interna (espiritual). O ativismo percebe o comprometimento social como a razão última da sua fé.

Em Jesus Cristo, Deus nos justifica sem mérito ou obras nossas somente pela sua graça mediante a fé. A pessoa, tendo sido resgatada da sua justiça própria pela graça mediante a fé, é transportada para uma relação completamente nova com Deus, consigo mesma, e com o seu próximo. Por isto a justificação leva a pessoa cristã à obediência e consequentemente à ação concreta no mundo, pois a pessoa cristã não vive para mais si mesma (2Co 5.17, cf. tb. Confissão de Augsburgo, art. 4).

A fé em Jesus Cristo se expressa como discipulado, o seguimento ao Senhor que chama para um compromisso com seu amor. O discipulado exige a fé e a obediência, ao mesmo tempo em que a fé e a obediência são graça que levam ao discipulado.[4]

Nossas obras, como pessoas cristãs, não são tentativas de agradar a Deus para que com isto Ele se agrade de nós e por consequência nos conceda salvação (Confissão de Augsburgo, art. 6). Nossas obras são resultado da nova vida concedida por Cristo a nós gratuitamente (Ef 2.10). Temos plena liberdade para agir em favor do próximo, pois somos servos obedientes e em tudo sujeitos a Cristo.[5]

Assim como a fé é despertada pela promissio do Evangelho, da mesma forma a Igreja é criatura do evangelho.[6] Fé em Cristo cria comunidade, cria a comunhão daqueles que professam a fé no mesmo Deus Triuno, pois a essência do Deus Trindade é a comunhão das três pessoas. Na comunhão, o discipulado (seguimento) é alimentado, e evoca o testemunho concreto do amor ao próximo, não como lei (obrigação), mas como nova obediência motivada somente por gratidão a Deus pela graça nos concedida em Cristo (Confissão de Augsburgo, art. 5).

Um exemplo concreto encontra-se em Atos dos Apóstolos. A comunidade de Jerusalém reunia-se para celebrar sua fé em Cristo, para alimentar os laços de irmandade, com o objetivo de ser uma comunhão que vive na perspectiva da iminente volta de Cristo. Nesta esperança esta comunhão (comunidade) modifica as realidades onde se encontra e por este motivo também acaba por contar com apoio popular (At 2). A comunhão local em torno das dádivas de Deus (Pão e Vinho, Palavra, Oração) é fermento para ação coletiva e individual, porém também é chamada a lembrar-se que é juntamente com outras comunhões locais ao redor do globo o corpo universal de Cristo, e com isto chamada a um comprometimento maior com uma causa que é global, pois Jesus Cristo é Senhor sobre todo o cosmos. As Igrejas não devem estar sozinhas, mas lançar mão do diálogo para buscar consensos éticos amparados nas Escrituras que motivem a uma ação coletiva cristã no mundo.

Da mesma forma como a teologia latino-americana sempre buscou o diálogo com as ciências sociais, neste artigo continuamos nesta tradição dialogal, pois não há uma contradição inerente entre fé e a ciência. Lutero compreendia a razão como tendo “algo de divino em si”. É uma capacidade para gerenciar conhecimento humano. A razão produz ciência, e isto é fruto da graça criadora de Deus, que fez também a razão como imagem e semelhança do Criador.[7] Desta forma, o diálogo com as ciências sociais, em especial com a economia, poderá trazer bons frutos para nossa reflexão como Igreja. Não cabe a teologia se colocar arrogantemente acima das ciências como a verdade última. As propostas das ciências econômicas, do direito (especialmente na área de direitos humanos) e da filosofia serão refletidas em debate com os pressupostos teológicos aqui expostos. Nossa teologia quer em humildade, conhecendo suas limitações impostas pela razão, dialogar criticamente com as ciências, questionando seus compromissos com a vida e com o direito. Por sua vez as ciências nos questionarão até que ponto nosso compromisso com o discipulado de Cristo está sendo levado a sério na prática.[8] Nenhum saber, nem mesmo o teológico, poderá arrogantemente colocar-se como juíza absoluta de normas e valores, uma vez que sistemas políticos e econômicos são frutos de uma construção social permeada pelo pecado, ainda que na tentativa de sermos justos com todas as pessoas.

A GRAÇA DE JESUS É A FORÇA DO CRISTÃO

Paulo exortou Timóteo a fortificar-se na graça de Jesus Cristo para que pudesse continuar cumprindo o seu ministério sem temor, naqueles dias difíceis.
Não somente Timóteo, mas todos os ministros do evangelho, diante de perseguições, tribulações, aflições, necessitam estar fortalecidos na graça de Jesus, porque nada mais poderá mantê-los firme em tais circunstâncias.
É preciso ter um espírito inabalável e em paz em todo o tempo, e somente a graça de Jesus pode nos conceder esta bênção.

Porém, para ser fortalecido pelo Senhor com a Sua graça, Timóteo deveria permanecer fiel na execução de determinados deveres, e se manter constante em certas atitudes que o apóstolo lhe recordou neste capítulo, a saber:
– confiar as sãs palavras da verdade que havia aprendido do apóstolo a outros homens fiéis que fossem idôneos para também as ensinarem a outros.
– suportar as aflições do evangelho juntamente com Paulo, com a atitude de um bom soldado de Jesus Cristo; lembrando-se que nenhum soldado se envolve com negócios desta vida para poder agradar a quem o alistou para a guerra.

Timóteo deveria lembrar que o reino de Deus possui leis próprias, e portanto, o ministro do evangelho somente poderá triunfar se lutar o bom combate da fé segundo estas normas espirituais relativas ao reino, assim como um atleta só pode ser considerado vencedor se competir segundo as normas.
Um evangelista, como era Timóteo, deve trabalhar pacientemente como um lavrador, e tal como este, deve ter fruto do seu trabalho.

Se não houver frutos, dos quais o evangelista deve ser o primeiro a participar, assim como o lavrador em sua lavoura, então algo está errado no trabalho que está sendo efetuado, pois não está recebendo da parte de Deus a bênção da frutificação.
Paulo estava encorajando Timóteo a ser constante e perseverante no seu trabalho, não confiando no seu próprio poder e capacidade, mas por estar fortalecido na graça de Jesus.
Não é possível trabalhar para Deus se não estivermos fortalecidos pela graça.
É preciso força para combater o bom combate da fé, e esta força deve ser do Senhor.
A força do homem nada poderá fazer contra principados e potestades e não manterá o espírito firme nas aflições.

Este fortalecimento na graça deve aumentar em graus, porque assim como aumentam as nossas tentações em número e intensidade, nós temos necessidade de ficarmos cada vez mais fortes em nossas resoluções e em nosso amor a Cristo.
Deste modo, aqueles que confiam na sua própria suficiência não poderão fazer grande progresso no reino de Cristo.
Há graça suficiente em Cristo para todos os cristãos. Muito mais do que água nos oceanos para os peixes.

Paulo estava dizendo a Timóteo naquela hora difícil para a Igreja: Seja forte! Mas lembrou-lhe que não deveria procurar esta força em si mesmo, senão em Cristo.
Ele deveria ter forças para continuar treinando outros para levarem adiante o trabalho de pregação do evangelho.
Ele deveria ordená-los, tendo o cuidado de observar se eram fiéis e idôneos para serem ordenados para pregarem a Palavra de Deus e cuidar da Sua Igreja.
Timóteo deveria estar preparado para suportar dureza tal como um soldado de Jesus Cristo em combate.

Jesus é o capitão da nossa salvação, e caso alguém esteja a Seu serviço, deve esperar ter que suportar lutas e tristezas neste mundo porque terá que lutar para poder se manter fiel à Sua vontade, e terá que se acostumar a isto se pretender continuar íntegro na realização do trabalho que faz em Seu nome.
Assim como um soldado que se encontra em combate numa guerra convencional neste mundo, o cristão engajado no serviço do ministério não pode também se embaraçar com os negócios desta vida.

Isto não significa necessariamente que não deve trabalhar secularmente para se sustentar e à sua família, mas que não deve se emaranhar em suas atividades temporais, de maneira que não venha a se desviar do seu dever para com Deus.
Todo cristão deve ter a permanente preocupação quanto ao que deve ser e fazer para agradar a Cristo.

Deve se inteirar quanto ao que deve ser e fazer na Igreja.
Contudo, deve sempre aferir se as suas atitudes estão agradando efetivamente a Cristo e cooperando para o avanço do Seu reino, em cooperação com a obra do Espírito Santo, ou se está agindo apenas para agradar à carne.
Por isso todos os cristãos são chamados a juntar tesouros no céu e não na terra, porque onde estiver o seu tesouro ali estará também o seu coração.
Se o objetivo de vida de um cristão diz respeito apenas às coisas deste mundo, ele não poderá, de modo algum, agradar ao capitão da sua salvação, que o tem alistado para um combate espiritual contra o pecado, Satanás e o mundo.
Se quisermos vencer batalhas contra esta trindade maligna, nós temos que lutar, mas sempre com as armas espirituais, como se vê em II Cor 10.3-5.

Se pretendermos colher frutos como o lavrador, temos que trabalhar.
Se desejamos ser coroados com a coroa da vida, nós temos que correr a carreira espiritual que nos está proposta segundo as normas estabelecidas por Deus.
Muitos cristãos estão empenhados numa corrida mas não para almejarem o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Assim o alvo deles não é o que foi proposto por Deus para que tenham mais de Seu Filho e Sua vontade, de maneira que o prêmio máximo é para aquele que ganhar mais do próprio Cristo.
Esta corrida é portanto para os que são humildes e mansos de coração.
É uma corrida, que caso estejamos correndo segundo as normas divinas, nos trará perseguição, privações, lutas e até mesmo em alguns casos, martírio, como ocorria com os cristãos da Igreja Primitiva.

Então o conselho de Paulo a Timóteo significava que ele deveria buscar nada além do próprio Cristo, e considerar, como ele, Paulo, todas as demais coisas como estrume para poder ganhar mais de Cristo.

Devocional Diário - Paulo Junior

QUAL É O SEU SENHOR?

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro.” (Mateus 6:24)

Jesus nos adverte dizendo que não podemos servir a dois senhores. Entretanto, nosso coração caído invariavelmente nos inclina a isso. A pergunta que você deve fazer, querido irmão, é: qual senhor eu estou servindo? Existem formas de saber isso. A medida que o texto prossegue, encontramos a resposta. O senhor a quem servimos é “o tesouro que está em nosso coração”, pois onde ele estiver ali estará nosso coração (Mateus 6:21). Então vem outra pergunta: onde está nosso tesouro? O texto nos dá mais uma dica. “Os olhos são a candeia do corpo” (Mateus 6.22). Como sei onde está o meu tesouro? Ele está, “onde estão fixos os meus olhos”! Querido irmão onde estão presos os seus olhos? Quais são suas ambições? Quais são suas paixões? Onde estão centradas suas metas? Quando você responder essas perguntas sinceramente, para si mesmo. Quando souber onde estão seus olhos, você saberá onde está seu tesouro. Então saberá quem é o seu senhor!

Paulo Junior

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

PARA OS PEQUENINOS DE DEUS

Versículo do dia: Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. (Lucas 2.1-5)

Você já pensou que coisa maravilhosa é que Deus tenha ordenado de antemão que o Messias nascesse em Belém (como mostra a profecia em Miquéias 5); e que ele ordenou tudo de tal modo que, quando chegou o tempo, a mãe e o pai (segundo a lei) do Messias estavam vivendo em Nazaré; e que para cumprir a sua palavra e levar duas pequenas pessoas a Belém nesse primeiro natal, Deus colocou no coração de César Augusto que todo o mundo romano deveria ser recenseado, cada um em sua própria cidade?

Como eu, você já se sentiu pequeno e insignificante num mundo de sete bilhões de pessoas, onde todas as notícias são sobre grandes movimentos políticos, econômicos e sociais e sobre pessoas ilustres com muito poder e prestígio?

Se você já se sentiu assim, não permita que isso o deixe desanimado ou infeliz. Pois está implícito na Escritura que todas as grandes forças políticas e todos os gigantescos complexos industriais, sem que saibam, estão sendo guiados por Deus, não por causa deles mesmos, mas por causa do pequeno povo de Deus — como a pequena Maria e o pequeno José que precisavam ser levados de Nazaré para Belém. Deus governa um império para abençoar os seus filhos.

Não pense que, por você experimentar a adversidade, a mão do Senhor está encurtada. Não é a nossa prosperidade, mas a nossa santidade que Deus busca com todo o seu coração. E para essa finalidade, ele governa o mundo inteiro. Como diz Provérbios 21.1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina”.

Ele é um Deus grande para pessoas pequenas, e temos grande motivo para nos alegrar que, sem que saibam, todos os reis, presidentes, primeiros-ministros e chanceleres do mundo cumprem os decretos soberanos do nosso Pai celestial, para que nós, os filhos, sejamos conformados à imagem do seu Filho, Jesus Cristo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Todo o que crê é justificado.” (Atos 13.39)

O crente no Senhor Jesus desfruta de uma justificação presente. A fé não produz este fruto mais tarde, e sim agora. Visto que a justificação é o resultado da fé, a justificação é dada ao crente no momento em que este recebe a Jesus. Aqueles que se achegam ao trono de Deus são justificados agora? Sim, nós o somos, tão verdadeira e tão claramente justificados como aqueles que andam vestidos de branco e cantam louvores melodiosos em harmonia com as harpas celestiais. O ladrão na cruz foi justificado no momento em que volveu os olhos de fé ao Senhor Jesus. Paulo, depois de anos de serviço, não era mais justificado do que o ladrão que não realizou qualquer serviço.

Hoje, estamos aceitos no Amado e absolvidos do pecado. Hoje, estamos inocentes para com a justiça divina. Oh, que pensamento extasiante! Há alguns cachos da videira, os quais não conseguiremos colher até que entremos no céu, mas este pensamento é um ramo que crescer muito alto. Não é este o fruto da terra, o qual nunca podemos comer até que atravessemos o Jordão. E sim, ele é parte do maná do deserto, parte de nosso alimento diário com o qual Deus nos supre em nossa viagem. Somos perdoados agora; nossos pecados são removidos agora; e permanecemos aceitos diante de Deus agora, como se nunca tivéssemos sido culpados. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). No Livro de Deus, não existe qualquer pecado contra um dos membros do povo dele. Portanto, quem pode lançar sobre eles qualquer acusação? Não existe nem mancha, nem culpa, nem acusação, nem qualquer coisa semelhante que permanece sobre um crente. Este privilégio deve nos despertar ao dever; e, enquanto a vida dura, devemos gastá-la e ser gastos para o nosso amado Senhor Jesus.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O mundo que Deus amou (Estudos no evangelho de João) 15 - Comunidade Cristã de Londrina


LEGALISMO E ANARQUIA

O oposto do erro nem sempre é o certo. Às vezes, é simplesmente um tipo diferente de erro.

Existem dois erros predominantes que o cristão pode cair e prejudicar sua integridade. Você pode pensar neles como dois buracos igualmente perigosos de ambos os lados do caminho estreito (Mateus 7:14).

De um lado, você tem legalismo. Com regras inexoráveis que governam o comportamento externo, os legalistas não colocam muita ênfase na integridade. É importante o que você faz – ou, além e mais do que isso, o que você não faz – não por que ou como você faz isso.

No legalismo, a conformidade toma o lugar da fidelidade. Sua rígida adesão às regras é o que importa, não a atitude que sustenta sua obediência externa ou a verdadeira natureza das afeições do seu coração. A integridade é apenas a medida de quão consistente você segue as regras. Não tem nada a ver com a obra transformadora interna do Espírito nem com a mortificação da carne (Romanos 8:13).

Os legalistas também medem sua própria maturidade espiritual pelas falhas que podem detectar em outros. A parábola que Cristo relatou do fariseu e do coletor de impostos em Lucas 18 é um excelente exemplo. As Escrituras deixam claro que o fariseu orou com estas palavras para o seu próprio benefício: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo o que ganho (Lucas 18:11-12 ).

Cristo nasceu em um mundo governado e entregue ao legalismo implacável dos fariseus. Eles reduziram a lei de Deus – juntamente com o rico simbolismo que apontou para o Messias vindouro – para uma lista opressiva de prescrições e proibições. Os apóstolos sabiam em primeira mão a ameaça que o legalismo representava para a igreja primitiva e advertiram contra a sucumbir à sua influência. Paulo exortou os Gálatas a resistir às pressões dos judaizantes legalistas, que tentaram adicionar obras à graça: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão (Gálatas 5: 1).

Um dos perigos do legalismo é que ele ataca a necessidade de integridade. Quando a piedade não é medida em santidade e maturidade, mas por como a sua vida se parece relativa aos outros, não há necessidade de disciplinar seu coração e sua mente. Os pecados que ninguém mais pode ver essencialmente não contam, e você acaba vivendo uma vida dupla permeada de hipocrisia. Seu comportamento externo pode parecer piedoso, mas é um disfarce sem valor se o seu coração ainda é dominado pelo egoísmo, luxúria, ódio e orgulho. Mas, se a sua piedade é apenas um disfarce, você pode ter certeza de que acabará por colapsar e expor a hipocrisia interior.

O erro oposto da pantomima espiritual do legalismo é a ilegalidade. Assim como o legalismo representava uma ameaça para a igreja primitiva, o antinomianismo – a crença de que a lei de Deus já não se aplica aos cristãos – foi uma praga espiritual na igreja do primeiro século.

Paulo escreveu à igreja de Éfeso para encorajá-los a abandonar seus hábitos pecaminosos e a viver a transformação que Deus havia operado neles: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Efésios 2:10). Ele destacou o mesmo ponto em sua carta aos Colossenses:

Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestados com ele, em glória. Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria; por causa destas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Vocês também andaram nessas mesmas coisas, no passado, quando viviam nelas. Agora, porém, abandonem igualmente todas estas coisas: ira, indignação, maldade, blasfêmia, linguagem obscena no falar. Não mintam uns aos outros, uma vez que vocês se despiram da velha natureza com as suas práticas e se revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou (Colossenses 3:1-10 ).

Ele emitiu uma advertência semelhante em Tito 2:11-12: Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa…

 Apesar destas e outras exortações claras na Escritura, o antinomianismo ainda vive e prospera em muitas igrejas hoje.

Nós lidamos com o movimento Hypergrace no passado. Em termos simples, ele enfatiza as declarações indicativas da Escritura (por exemplo, que fomos salvos pela graça – Efésios 2:8), minimizando seus imperativos (como exortações para andar em santidade – Efésios 2:10). O resultado é uma espécie de antinomianismo prático que cede ao pecado enquanto aponta para a obra completa de Cristo.

Todavia, essa ênfase desequilibrada na graça de Deus despreza a importância de cultivar uma vida de integridade. Na verdade, isso se torna praticamente impossível. Considere esta definição do livro de John MacArthur, The Power of Integrity (O Poder da Integridade):

Essencialmente, a integridade significa ser fiel aos padrões éticos de alguém, em nosso caso, aos padrões de Deus. Seus sinônimos são honestidade, sinceridade, incorruptibilidade. Ela descreve alguém sem hipocrisia ou duplicidade – alguém que é completamente consistente com as suas convicções declaradas. Uma pessoa que não tem integridade – que diz uma coisa e faz outra – é um hipócrita.

Se um crente viver com integridade, ele não pode comprometer as exortações das Escrituras para “negar a impiedade e os desejos mundanos”, “deixar de lado o eu antigo”, “viver de maneira sensata, justa, piedosa” e seguir as boas obras para as quais o Senhor nos chamou e nos transformou.

De fato, utilizar a graça de Deus como um passe livre imediato para o seu pecado é o auge da duplicidade. É uma negação aberta do trabalho de santificação do Espírito dentro de você, e o leva a encarar o pecado e a graça de Deus levianamente. Produz a negligência e a corrupção, e pode levar ao trágico naufrágio espiritual.

Viver com integridade significa evitar o legalismo, a ilegalidade e a hipocrisia inerente em ambos os extremos. Em vez disso, precisamos seguir o equilíbrio que Paulo ressalta em sua carta aos Efésios: alguém que abraça o evangelho e busca a santidade. Vejamos:

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.

Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Efésios 2:4-10).

Autor: Jeremiah Johnson