Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Espiritualidade Líquida (Parte 1) - Pr Leonardo Cavalcanti


A BÍBLIA NOS ENSINA A VIVER: "IDENTIDADE"

Por Johnny Bernardo

Na série “A Bíblia nos ensina a viver” apresentaremos uma sequência de textos (artigos) sobre os mais diversos assuntos, como identidade, valor, responsabilidade, família, sustentabilidade, trabalho, vergonha, obediência, inveja etc. Trabalharemos a partir de casos do dia a dia – a exemplo de pessoas que sofrem de depressão e crise de identidade – dando a eles um basamento bíblico, de superação das dificuldades e aflições que atinge toda a humanidade. Acreditamos que a Bíblia contém a Palavra de Deus, que ela é suficiente no sentido em que nos oferece lições de como viver, de como nos comportar em meio a uma sociedade em constante processo de degeneração e crise. Para começar, partiremos da criação do homem, de seu valor enquanto criatura de Deus.

Identidade

Aos 15 anos, tudo o que Ana Luiza quer é ser compreendida. Na espiral de emoções que vive, a estudante vivencia uma crise em busca da própria identidade. Veste-se de preto e, às vezes, se enclausura no quarto e chora. Em outros momentos, ignora a mãe e só consegue se sentir confortável perto dos amigos, que nem sempre entendem o que se passa na cabeça da amiga. Luiza está experimentando modelos de vida. Não quer ser chamada de “patricinha”, mas também se assusta com suas atitudes quando deseja ser rebelde. Da última vez, em meio a um ataque de raiva, chorou ao ouvir uma música. Ficou tão triste que cortou o braço com uma gilete. Queria morrer.

“Quando estou triste, me corto. É como se a tristeza fosse embora. Dói ali e não dói a tristeza. A dor que eu sentia por dentro era maior que a dor do braço – explica”.

Anelise Zanoni (ZR: 2008) apresenta, em seu artigo “Crise de identidade e tristeza recorrente são causas de depressão em adolescentes” um exemplo da amplitude deste fenômeno que atinge pelo menos 350 milhões de pessoas no mundo. Segundo o site minha vida, a “depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si”. É um mal.

Assim como Luiza, centenas de outras pessoas lutam contra a depressão, como Cristina, 35 anos. “Depressão. O que dizer sobre esse assunto? É cinza, sem sabor, sem cor, sem brilho, sem vida. É o que sentimos. Nada faz sentido, nada tem valor, nada é bonito, nada importa. A sensação da morte presente sim é algo muito real, porque a gente se sente, morto-vivo e vivo-morto. E tudo que lembra a morte é mais familiar e mais desejado que qualquer outra coisa. Sintomas? Dores terríveis, sensação de fim, uma tristeza inexplicável, apatia total às coisas da vida, não se tem vontade de fazer absolutamente nada. Só de morrer, devagarinho, pedindo que o mundo nos deixe em paz. Um sofrimento sem razão de ser, mas com feridas profundas. De onde vem? Não sei explicar. Não tem explicação. Tudo é tristeza, tudo é um vão. Um poço sem fundo”.

O que, de fato, faz com que pessoas de duas faixas etárias diferentes – uma adolescente e uma adulta de 35 anos – tenham constantes crises de identidade, de baixa autoestima? Vivemos dias difíceis, de correria, de luta por sobrevivência. É típico da sociedade pós-moderna o individualismo, o egoismo, a ausência de amor e companheirismo. Nas grandes cidades, pais não acompanham o crescimento dos filhos. Os meios de comunicação – e especialmente as redes sociais – apresentam um homem diferente daquele que conhecemos. Não somos tratados como indivíduos, como pessoas. Mas a algo maior que aflige a humanidade, que está na raiz de todos os males, que é o pecado. O pecado nos distancia de Deus (Romanos 3.23), gera morte e tristeza (6.12).

Fomos criados à imagem e à semelhança de Deus

De acordo com um estudo publicado na revista científica PLoS Biology, e que teve menção no jornal britânico BBC News (2011), há  8,7 milhões de espécies de seres vivos no mundo, fora as espécies desconhecidas pelo universo científico. Imagine a seguinte situação: de todos os seres vivos criados por Deus, apenas o homem foi criado à sua imagem, e conforme a sua semelhança. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança […]” (Gênesis 1.26). Quão maravilhosa é a nossa posição frente às demais criaturas, e não somente as físicas, mas também as espirituais. Embora com alguma semelhança com Deus, os anjos não foram criados à sua imagem. Daí a importância do homem dentro do processo criativo de Deus. Somos únicos, e é por isso que temos de agradecer por nossa posição privilegiada no universo.

A ideia de que somos parte de um processo evolutivo, que temos parentesco com primatas africanos, não encontra respaldo bíblico. Pelo contrário: nenhum macaco possui a imagem de Deus, e a nenhuma das espécies de primatas foi dada a primazia de domínio, a não ser dentro de sua própria espécie. O homem, portanto, aparece em uma posição de destaque frente os 8,7 milhões de espécies criadas por Deus. De certa forma, o homem aparece como a coroa da criação, o elemento vivo para o qual foi dedicado o sexto dia do processo criativo. No quarto e quinto dias foram criados os milhares de espécies de animais, mas no sexto dia toda a atenção foi direcionada ao homem. Pela primeira vez desde a criação da luz (1.3), há uma convergência divina na criação. Pai, Filho e Espírito Santo se mobilizam para a criação do homem. “Façamos o homem…”.

Devemos reconhecer tamanha mobilização e cuidado dedicado à coroa da criação. Isso revela a nossa importância enquanto seres únicos. Fomos criados à imagem de Deus no sentido em que nos identificamos com Ele. Somos a imagem de Deus, assim como Jesus o era por ocasião de sua vinda ao mundo. “E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou” (João 14.6). Ao dotar o homem com sua imagem, Deus permitiu que este pudesse ter comunhão com Ele, expressar seus sentimentos e alegria por servi-lo. O pecado trouxe sérias consequências ao homem, como a perda momentânea de sua comunhão com Deus. “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não veja” (Isaías 59.2). A comunhão entre Deus e Adão foi interrompida no momento em que este pecou.

O comentarista bíblico e evangelista norte-americano Dwight Lyman Moody (1837-1891) fala das consequências da desobediência do homem e de sua posição (de privilégio) anterior ao pecado, ao dizer que o homem “era uma criatura que o seu criador podia visitar e ter amizade e comunhão com ele. De outro lado, o Senhor podia esperar que o homem lhe correspondesse e fosse digno de sua confiança. O homem foi constituído possuidor do privilégio da escolha, até o ponto de desobedecer a seu criador, Ele tinha de ser o representante e mordomo responsável de Deus sobre a terra, fazendo a vontade do seu criador e cumprindo o propósito divino”. O pecado de fato estabeleceu uma barreira entre nós e o nosso criador, mas em Cristo reencontraríamos o caminho.

Se pela imagem Adão tinha a possibilidade de identidade com Deus, de aproximação com Ele, de que maneira podemos entender a expressão “conforme a nossa semelhança”? Temos aí uma mera expressão repetitiva, uma reafirmação do fato de que o homem seria criado à imagem de Deus, ou algo mais profundo, como uma semelhança de caráter, de confiabilidade, de imutabilidade? Sim, o homem recebeu do criador parte de seus atributos morais, como amor, compaixão, caridade, benignidade e longanimidade, mas também a imortalidade, ou seja, a capacidade de viver para sempre. Mas esse viver para sempre estava atrelado à manutenção de sua santidade, do preservar a imagem de Deus, concedida gratuitamente ao homem. Adão tinha uma grande responsabilidade pelo o fato de ter sido constituído por Deus seu representante na terra.

Consegue compreender a complexidade da existência humana? O homem foi criado com o objetivo de ser o embaixador de Deus, de ser seu representante, mas ao ceder ao pecado o homem escolheu trilhar outro caminho. É claro que o homem não perdeu a imagem de Deus e nem muito menos a capacidade de exercer os atributos morais, mas precisa urgentemente se voltar para Deus como forma de regeneração. Agora, é verdade que a queda de Adão e Eva levou seus descendentes a degeneração, a um distanciamento do paraíso que fez com que a imagem de Deus no homem fosse gradualmente prejudicada, no sentido em que o pecado cria uma mancha na alma somente removida pelo sangue purificador de Jesus Cristo. Casos como depressão e crise de identidade são consequências do pecado, e que tem prejudicado muitas famílias.

O que temos feito com a imagem de Deus? Casos como a da jovem Luiza e da Cristina são exemplos de como a humanidade caminha, como ela se distancia de Deus. A depressão tem a capacidade de fazer com que adolescentes e adultos mutilem seus próprios corpos, seja quando da tentativa de suicídio ou quando da entrega de seus corpos para a prostituição. Para reverter tal situação pecaminosa e destrutiva é preciso, primeiro, que o homem reconheça seus pecados e peça perdão a Deus. Segundo, tem de restabelecer sua comunhão com o criador por meio da oração. Dessa forma, o homem torna-se capaz de retomar parte de suas prerrogativas atribuídas quando de sua criação. Terceiro, e mais importante: é preciso reconhecer a nossa importância dentro do processo criativo de Deus, o nosso papel enquanto representantes dEle entre os homens. Jesus morreu na cruz com o objetivo de permitir que cheguemos a essa compreensão.

A HORA JÁ CHEGOU

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4.23)

“Mas a hora vem”. Agora segue a primeira frase, a revogação do culto, ou cerimônias, prescritos pela Lei de Moisés. Quando Jesus diz que a hora vem, ou vai chegar, ele mostra que a ordem estabelecida por Moisés não será perpétua. Quando ele diz à mulher samaritana que a hora já é chegada, ele põe fim às cerimônias, e declara que o tempo de reforma, de que fala o Apóstolo (Hebreus 9.10), tem sido, assim, cumprido. No entanto, ele aprova o Templo, o Sacerdócio, e todas cerimônias ligadas a eles, no que concerne ao tempo passado. Ainda, como para mostrar que Deus não escolhe ser adorado tanto em Jerusalém ou no monte Gerizim, ele apresenta um princípio superior, que a verdadeira adoração a Ele consiste no espírito; para que, daí se segue, Ele possa ser corretamente adorado em todos os lugares.

Mas a primeira pergunta que se apresenta aqui é: por que, e em que sentido, é a adoração de Deus chamada espiritual? Para entender isso, nós devemos atender ao contraste entre o espírito e os emblemas exteriores, como entre as sombras e a verdade. Da adoração a Deus é dito que consiste no espírito, porque ela não é nada mais do que aquela fé interior do coração que produz oração, e, depois, a pureza de consciência e auto-negação, para que possamos ser dedicados a obedecer a Deus como sacrifícios vivos e santos.
Daí surge outra pergunta, os patriarcas não adoraram a Deus espiritualmente sob a Lei? Eu respondo, como Deus é sempre o mesmo, ele não aprovou desde o início do mundo qualquer outro culto do que aquele que é espiritual, e que está de acordo com sua própria natureza. Isto é abundantemente atestado pelo próprio Moisés, que declara em muitas passagens que a Lei não tem outro objetivo senão que o povo se apegue a Deus com fé e uma consciência pura (Dt 10.12,16 etc).

Mas ainda mais é claramente declarado pelos profetas quando eles atacam com severidade a hipocrisia do povo, porque eles pensavam que tinham satisfeito a Deus, quando acabaram de apresentar os sacrifícios e fizeram uma devoção exterior. É desnecessário citar aqui muitas provas que devem ser encontradas em toda parte, mas as passagens mais marcantes são as seguintes: Salmo 50; Isaías 1, 58, 66; Miquéias 5; Amós 7. Mas, enquanto a adoração de Deus, sob a Lei era espiritual, ela estava envolvida com tantas cerimônias exteriores, que se assemelhava a algo carnal e terreno. Por esta razão Paulo chama as cerimônias de rudimentos fracos e pobres (Gálatas 4. 9).

Da mesma maneira, o autor da Epístola aos Hebreus diz que o antigo santuário, com seus utensílios, era terreno (Hebreus 9.1). Assim, podemos dizer com justiça que a adoração da Lei era espiritual em sua substância, mas, no que diz respeito à sua forma, foi tanto terrena e carnal; para o conjunto daquela dispensação, que em relação à realidade com a qual está agora plenamente manifestada, ela consistiu em sombras.

Vamos ver agora o que os judeus tinham em comum conosco, e o que diz respeito a eles diferirem de nós. Em todos os tempos Deus quis ser adorado por fé, oração, agradecimento, pureza de coração, e inocência da vida; e em nenhum momento ele se deleitou com todos os outros sacrifícios. Mas sob a Lei havia várias adições, porque o espírito e em verdade estavam escondidos sob tipos e sombras, que, agora que o véu do templo foi rasgado (Mateus 27.51), nada é escondido ou obscuro. De fato, há entre nós, nos dias de hoje, alguns exercícios de piedade exterior, os quais se tornam necessários em razão da nossa fraqueza, mas tal é a moderação e sobriedade deles (ceia e batismo), que eles não obscurecem a pura verdade de Cristo. Em suma, o que foi exibido para os patriarcas sob figuras e sombras agora é exibido abertamente.

Não se pode negar que Cristo estabelece aqui uma clara distinção entre nós e os judeus. Quaisquer que sejam os subterfúgios que são usados por aqueles que insistem em manter ritos e cerimoniais no culto de adoração, estão usando coisas que foram abolidas pela vinda de Cristo. Assim todos os que oprimem a Igreja com uma multiplicidade excessiva de cerimônias, fazem o que está em seu poder para privar a Igreja da presença de Cristo. Eu não paro para examinar as desculpas vãs que eles pleiteiam, afirmando que muitas pessoas nos dias de hoje têm ainda necessidade desses auxílios como os judeus tinham em tempos antigos. É sempre o nosso dever investigar por que ordem o Senhor quis que a sua Igreja fosse governada, pois somente Ele sabe completamente o que é conveniente para nós. Agora é certo que nada está mais em desacordo com a ordem designada por Deus do que a grosseira pompa carnal que prevalece em várias instituições religiosas ditas cristãs. O espírito era de fato ocultado pelas sombras da Lei, essas máscaras o desfiguram completamente; e, portanto, não devemos ceder a tais corrupções vergonhosas.

Quaisquer que sejam os argumentos que possam ser empregados pela engenhosidade de homens, ou por aqueles que não têm coragem suficiente para corrigir vícios – certamente não podem ser tolerados para que a regra prevista por Cristo não seja violada.
“Os verdadeiros adoradores”. Cristo parece reprovar indiretamente a obstinação de muitos, a qual mais tarde foi exibida; pois sabemos quão obstinados e contenciosos foram os judeus, quando o Evangelho foi revelado, na defesa das cerimônias a que estavam acostumados. Mas esta declaração tem um significado ainda mais amplo; porque, sabendo que o mundo nunca mais seria inteiramente livre de superstições, Jesus separa assim os fiéis devotos e retos daqueles que eram falsos e hipócritas. Armados com este testemunho, não vamos hesitar em condenar os que violam o culto verdadeiro, e sejamos corajosos para desprezar suas censuras. Por que razão deveríamos temer, quando sabemos que Deus fica contente com esta adoração pura e simples, que é desprezada por aqueles que não o adoram da forma devida?

O que é adorar a Deus em espírito e verdade aparece claramente a partir do que já foi dito. É deixar de lado as complicações das antigas cerimônias, e manter apenas o que é espiritual no culto de Deus; porque a verdade da adoração de Deus consiste no espírito, e cerimônias são apenas uma espécie de apêndice. E aqui, novamente, deve ser observado, que a verdade não é comparada com a falsidade, mas com a prática da Palavra de Deus, que é a verdade (João 17.17) e pela qual somos santificados pela operação do Espírito Santo.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

FAÇA SATANÁS CONHECER A SUA DERROTA

Versículo do dia: Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tiago 4.7)

Quanto mais real Satanás se evidenciar em nosso dia, mais preciosa a vitória de Cristo se tornará para aqueles que creem nele.

O Novo Testamento ensina que quando Cristo morreu e ressuscitou, Satanás foi derrotado. Um tempo de liberdade limitada é concedido a ele, mas seu poder contra o povo de Deus é rompido e sua destruição é certa.

“Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3.8).
“Destes [carne e sangue] também ele [Cristo] igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hebreus 2.14).
“[Deus,] despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Colossenses 2.15)
Em outras palavras, o golpe decisivo foi dado no Calvário. E um dia, quando o tempo de liberdade limitada de Satanás acabar, Apocalipse 20.10 diz: “O diabo… [será] lançado para dentro do lago de fogo e enxofre… e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”.

O que isso significa para aqueles que seguem Jesus Cristo?

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8.33).
“Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.38-39).
“Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4.4).
“Eles [os santos], pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram” (Apocalipse 12.11).
Portanto, “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós!”. Ele foi derrotado, e a nós foi dada a vitória. Nossa tarefa agora é viver nessa vitória e fazer Satanás conhecer a sua derrota.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?” (Lucas 23.31)

Dentre outras interpretações desta sugestiva pergunta, a seguinte é repleta de ensinamento: “Se Cristo, o inocente substituto dos pecadores, sofreu, o que será quando o próprio pecador – o lenho seco – cair nas mãos do Deus irado?” Ao ver a Jesus no lugar dos pecadores, Deus não O poupou. Quando Deus encontrar os não-regenerados, também não os poupará. Ó pecador, Jesus foi levado à cruz pelos inimigos dele; da mesma forma, você será levado ao lugar que lhe está designado. Jesus foi abandonado por Deus. E, se Deus abandonou a Jesus, por vê-Lo como pecador apenas por causa da imputação, quanto mais abandonado será você! “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?” (Marcos 15.34) – que grito terrível! Mas, qual será o seu clamor, quando você disser: “Ó Deus, ó Deus, por que me abandonaste”? A resposta virá: “Rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei” (Provérbios 1.25-26). Se Deus não poupou o seu próprio Filho (ver Romanos 8.32), quanto menos Ele poupará a você! Quantas chicotadas de açoite ardente você não sofrerá quando sua consciência o golpear com todos os seus terrores?

Pecadores cheios de justiça própria, quem ficará no lugar de vocês quando Deus afirmar: “Ó espada, desperta, levanta-te contra o homem que Me rejeitou. Fere-o e deixa-o sentir dores para sempre”? Em Jesus cuspiram. Ó pecador, quão imensa será a sua vergonha! Não podemos resumir em poucas palavras todos os sofrimentos que sobrevieram ao Senhor Jesus, que morreu por nós. Portanto, é impossível descrevermos o oceano de pesares que sobrevirá ao seu espírito, se você morrer na situação em que se encontra agora. Certo é que você morrerá, então, pode ser agora. Por meio das agonias do Senhor Jesus, por meio das suas feridas e do seu sangue, impeça que recaia sobre você a ira de Deus que está por vir! Creia no Filho de Deus, e você jamais perecerá.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Espiritualidade Líquida (Parte 1) - Pr Antonio Savio


A BÍBLIA NOS ENSINA A VIVER: "RESPONSABILIDADE"

Por Johnny Bernardo

Dando sequência à série A Bíblia nos Ensina a Viver, neste segundo texto (artigo) dedicaremos nossa atenção a um tema crucial para a nossa sociedade, que é a importância da responsabilidade. O termo responsabilidade está em voga não somente em nosso país, como também no mundo. Crise econômica, desemprego, inflação, falta de água, desmatamento excessivo são apenas alguns dos temas que estão em discussão. Como superá-los? Como podemos construir uma sociedade sustentável, acolhedora e que dê condições de sobrevivência às gerações futuras? Como nossos filhos e netos viverão nas próximas décadas? São indagações importantes e que merecem nossa atenção. Há bases bíblicas para uma suposta “responsabilidade ambiental evangélica”? Qual é o papel da Igreja frente aos inúmeros desafios que aflige toda a humanidade? Sua função é apenas de ser um canal de comunicação do Evangelho, ou pode ir além?


A humanidade passa por uma situação crítica

Na 10º Conferência das Partes da Convenção Sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em novembro de 2010, no Japão, o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, fez uma declaração estarrecedora: “Os seres humanos estão destruindo as bases que sustentam a vida na Terra”. Impactante, não? O que de fato temos feito com a criação? Devemos adotar a posição conservadora de um grupo de cientistas e líderes religiosos norte-americanos – de que nada disso é verdade, de que a natureza e, principalmente, a sobrevivência da espécie humana não está em risco -, ou já é hora de pararmos para pensar de que forma temos contribuído com a manutenção do equilibrio da natureza, que é obra do poder criativo de Deus? Estamos sim diante de uma situação preocupante e que envolve todos.

Diferente do que alguns pensam, o homem tem sim parte de culpa no atual estágio de degradação do meio ambiente. Exemplo do que estamos falando é o desabafo de Gardiner Harris. Em texto publicado no jornal The New York Times, em junho de 2015, Harris fala sobre um dilema que o acompanha desde que mudou para a capital da Índia, Nova Déli. “A respiração de meu filho de oito anos, Bram, estava cada vez mais difícil. Seu inalador passou a ser crucial. Então, numa noite assustadora, nove meses depois de nossa mudança para Nova Déli, o inalador parou de funcionar, e a respiração do Bram ficou ofegante, quase em pânico. Corremos para um hospital particular a quilômetros de distância. Minha mulher estava no banco de trás, com a cabeça do Bram em seu colo, enquanto abríamos caminho em meio a um trânsito caótico. Quando chegamos, os médicos injetaram esteroides em meu filho. Bram voltou para casa uma semana depois”.

Correspondente do New York Times no sul da Ásia desde 2012, Harris compartilha sua frustração com a situação caótica da Índia. “Nós estávamos preparados para enfrentar dificuldades: pedintes insistentes, dengue endêmica e o calor que pode chegar a 50º no verão. Não fazíamos ideia, porém, de como Nova Déli poderia ser perigosa para nossos dois meninos. Pouco a pouco descobrimos que o verdadeiro perigo em Déli vem do ar, da água, dos alimentos e das moscas. Esses perigos adoecem, incapacitam e matam milhões de pessoas por ano na Índia, gerando um dos piores desastres mundiais de saúde pública. Descobrimos que Déli enfrenta uma gravíssima crise respiratória pediátrica. Um estudo mostrou que quase metade das 4,4 milhões de crianças no ensino primário e secundário da cidade já sofreram danos pulmonares irreversíveis devido ao ar. São horrores dos quais a maioria dos indianos não escapam”.

Que situação difícil essa a do jornalista norte-americano. Ele fala de sua preocupação com a manutenção de seu emprego e benefícios, mas também fala de sua preocupação com a saúde de seus meninos e, principalmente, com a situação debilitada de Bram. Em seu artigo Harris menciona uma nova crise respiratória e a revelação que a permanência na Índia pode causar danos irreversíveis na saúde de Bram. Mas o que fazer, não é? Afinal, a Índia é destino de milhares de outras pessoas que desembarcam por lá com finalidades diversas, seja para representar suas empresas ou mesmo para comunicar a mensagem do Evangelho, como é o caso de missionários brasileiros que para lá se dirigem todos os anos. A poluição e as condições de higiene são sim motivo de procupação de quem pretende se aventurar na Índia. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o ar de Nova Déli é duas vezes mais poluído que Pequim, a capital da China.

Índia e China possuem diversas semelhanças, como superpopulação – juntos os países tem um terço da população mundial, ou seja, 2,5 bilhões de pessoas -, desrespeito aos Direitos Humanos e são um dos grandes causadores da destruição da natureza. Estados Unidos, França e Inglaterra também tem parte de culpa por serem grandes emissores de gases poluentes, que trazem prejuízos econômicos e de saúde incalculáveis. Some tudo isso a uma grande explosão demográfica: existem hoje mais de sete bilhões de pessoas no mundo, das quais 955 milhões vivem no Continente Americano. A crise hidríca do Estado de São Paulo e a Califórnia, nos EUA, são apenas parte de um sintoma de uma infecção ambiental que afeta praticamente todos os países. Vivemos todos dentro de um mesmo barco, e cujos efeitos maritmos afetam a todos nós.

Como temos tratado a natureza, que é parte do processo criativo de Deus

Como cristãos confessos, entendemos a natureza – o que inclui a fauna e a flora – como parte do processo criativo de Deus. Singular em meio a diversos outros planetas, a Terra foi escolhida por Deus como o local em que faria surgir a vida. Somos especiais. Nenhum outro planeta em nossa constelação – e não quero aqui me prender à discussão de que se há ou não vida em outras constelações, afinal é algo não tratado de forma detalhada nas Escrituras – possui tamanha riqueza ambiental como a Terra. De fato somos priveligiados por viver em um planeta com tamanha beleza e condições de vida. O capítulo um de Gênesis é crucial ao entendimento da origem das diversas espécies de animais e vegetais. A natureza é obra de um arquiteto inteligente, senão não teríamos saído do estágio caótico, de ausência de luz e forma descrita em Gênesis 1.2. Big Bang?

Não, a natureza não é – pelo menos não da forma como evolucionistas entendem a origem do universo e da vida – parte de um processo evolutivo, mas de uma ação criativa de Deus. Não sabemos ao certo como se deu a elaboração de todas as espécies, embora Gênesis 1.11 e 20 descreva a ordenança divina com relação ao surgimento das primeiras especies de animais terrestres e maritmos. O fato é que as espécies foram criadas por um ato poderoso de Deus. Não temos qualquer dúvida com relação a isso. A ciência ainda não conseguiu – mesmo depois de centenas de pesquisas científicas posteriores a Charles Darwin – dar uma explicação razoável ao surgimento da vida. Não há nada na Origem das Espécies – livro este publicado em 24 de novembro de 1859 por Charles Darwin – que faça entender que a vida surgiu de uma ameba, de substâncias oriundas dos oceanos. A vida não tem essas características ancestrais. Não há provas.

Como então entender que a Terra e toda a vida que nela existe é obra de um arquiteto inteligente? Pelo próprio funcionamento da Terra, dos ciclos da vida. Tudo funciona perfeitamente, no seu devido lugar, nos fazendo lembrar de uma sinfonia, da melodia de uma orquestra sinfônica. A vida tem essas características, de um ritmo suave e com um ciclo completo de nascimento, vida e morte. Há uma lei para tudo, para todas as espécieis de animais e vegetais. A própria Terra é um organismo vivo, não no sentido como entendem os adeptos da Nova Era, mas no sentido em que a vida corre por suas artérias e que sem as suas características naturais seria impossível haver vida no mundo. Mercúrio tem justamente essas limitações pelo o fato de que, durante o dia atingi temperaturas torrenciais, e que a noite é extremamente gelado devido à inexistência de atmosfera. Por esse e por outros motivos a Terra deve ser preservada pela humanidade.

Que seria do planeta sem as estações do ano? Outono, Inverno, Primavera, Verão. Entende? Elas são importantes ao ciclo regulatório de nosso planeta. Hoje pela manhã (escrevo estas linhas na noite de 8 de julho de 2015) ao conversar com um senhor em uma padaria, ele falou da importância das geadas. “… Lá na roça, onde nasci e fui criado, as geadas eram importantes porque beneficavam a roça (…) eram importantes porque beneficiavam as plantações”. Não nasci na roça e também não me atrevo a questionar práticas dos trabalhadores das lavouras, mas posso concordar que as estações do ano são vitais à manutenção da vida, na reposição de água nos aquiferos e reservas. Por outro, é importante dizer que estamos vivendo um período difícil, de instabilidade climática que afeta a disponibilidade de água para o consumo do homem. A Terra é alvo de uma ação destrutiva, de uma intervenção humana cujos resultados são danosos.

Deus deu ao homem a possibilidade de domínio sobre a fauna e a flora

Adão e Eva deveriam procriar e encher a Terra, mas como seus descendentes poderiam sobreviver? Onde encontrariam recursos necessários à sua perpetuação? Como seria a relação do homem com a natureza, com os animais e os vegetais? Gênesis 1.28-30 nos apresenta um parâmetro para a compreensão deste longínquo processo. “E Deus lhes abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai e enchei a terra, e sujeitai-a, e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra (…) Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, e que há fruto que dê semente, ser-vos-à para mantimento. E a todo animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento, e assim foi”. Deus concedeu ao homem o direito de “explorar a Terra”, de administrá-la.

Embora Deus tenha permitido que o homem explorasse a Terra como forma de “sobrevivência”, o atual estágio de destruição da natureza vai contra os propósitos divinos de preservação. Deus não criou os céus e a terra com o intuíto de destruí-los. A perpetuação do homem teria de ocorrer em consonância com a exploração sustentável dos recursos naturais. Hoje observamos o inverso, infelizmente. E o que é pior: há quem defenda a exploração predatória dos recursos naturais com base no fato de que Deus concedeu ao homem o direito de subjugar a fauna e a flora. Nada mais atrasado, medieval e desumano. A natureza é parte de um projeto maior, de implantação do paraíso na Terra. Por que Deus colocou o homem no Édem senão com o objetivo de que este aprendesse a importância de uma administração sustentável? (Gn 2.15). Não deveria Adão lavrar e guardar o Jardim do Édem? Não seria esta uma relação de amor?

A entrada do pecado no mundo causou sérios problemas não somente ao homem, mas também a toda a criação. “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22). Entende? A criação também passa por um período de dor semelhante a uma mulher em processo de parto. Como parte da criação, o homem tem o dever de protegê-la, de preservar a obra prima de Deus. Nada justifica o desmatamento desenfreado da Amazônia, a poluição de rios e oceanos, a aniquilação de espécies inteiras de animais. Nem mesmo a ideia de que “Deus destruirá a Terra“ deve ser tomada como base para o argumento de que não devemos nos envolver com políticas de defesa do meio ambiente, de uma sociedade sustentável. Por outro, isso não significa que os crentes devem largar seus locais de culto para se dedicar as causas ambientais do Greenpeace ou de qualquer outra ONG ambientalista moderna.

Os crentes podem contribuir de diversas formas com o bem-estar da sociedade, com a preservação da criação, começando com uma reformulação de seus próprios hábitos. Consumir de forma consciente, não adquirir madeiras de origem ilegal, não descartar plásticos e papeis em vias públicas, não usar água de forma abusiva é alguns de vários exemplos de mudança de hábitos que todo cristão dever aderir. É preciso exercer nossa cidadania, dar a nossa contribuição com a construção de uma sociedade sustentável. Bram e outras crianças são vítimas de um sistema ultrapassado, que desde a Revolução Industrial vem causando sérios problemas nas grandes cidades do mundo. Diante deste quadro desolador a Igreja deve estabelecer um diálogo de alto nível com a sociedade, participar de debates cujos temas afetam diretamente seus membros e congregados. É o momento de a Igreja assumir uma postura firme frente aos desafios.

O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO

“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29)

No dia seguinte”. Não pode haver dúvida de que João já havia falado sobre a manifestação do Messias; mas quando Cristo começou a aparecer, ele desejou que o anúncio dele fosse rapidamente conhecido, e o tempo havia chegado no qual Cristo poria fim ao ministério de João, assim como, quando o sol se levanta, e a aurora desaparece. Depois de ter testemunhado aos sacerdotes que foram enviados a ele, sobre Aquele no qual deveriam buscar a verdade e o poder de batizar com o Espírito Santo, já se achava presente, e João estava conversando no meio do povo, e no dia seguinte, ele apontou Jesus à vista de todos. Porque esses dois atos, um após o outro, em rápida sucessão, devem ter afetado poderosamente suas mentes. Esta também é a razão por que Cristo apareceu na presença de João.

“Eis o Cordeiro de Deus”. O principal ofício de Cristo é breve e claramente indicado; que tira os pecados do mundo pelo sacrifício da sua morte, e reconcilia os homens com Deus. Existem outros favores, de fato, que Cristo nos concede, mas este é o principal favor, e o resto depende disso; que, por apaziguar a ira de Deus contra o pecado, faz com que sejamos contados como santos e justos. Porque a partir desta fonte fluem todos os rios de bênçãos, que, por não imputar os nossos pecados, ele nos recebe em seu favor. Assim, João, a fim de nos conduzir a Cristo, começa com o perdão gratuito dos pecados que nós obtemos através dele.

Pela palavra Cordeiro ele alude aos antigos sacrifícios da Lei. Ele tinha que tratar com os judeus que, tendo sido acostumados a sacrifícios, não poderiam ser instruídos sobre a expiação dos pecados de qualquer outra forma que não fosse por meio de um sacrifício. Como havia diversos tipos deles, ele apresenta um, por uma figura de linguagem, para representar o todo; e é provável que João tenha feito alusão ao cordeiro pascal. Deve-se observar, em geral, que João empregou este modo de expressão, que era melhor adaptado para instruir os judeus, e possuía uma força maior; assim como em nossos próprios dias, em consequência do batismo ser geralmente praticado, nós entendemos melhor o que se refere à obtenção do perdão dos pecados através do sangue de Cristo, quando nos dizem que somos lavados e purificados por ele de nossas poluições.

Ao mesmo tempo, como os Judeus comumente tinham noções supersticiosas sobre os sacrifícios, ele corrige essa falha, lembrando-lhes o objeto para o qual todos os sacrifícios foram dirigidos. Foi um abuso muito perverso da instituição dos sacrifícios, que eles tivessem fixado a sua confiança nos sinais exteriores; e, portanto, João, apontando para Cristo, testificou que ele é o Cordeiro de Deus; pelo que se entende que todos os sacrifícios, que os judeus estavam acostumados a oferecer nos termos da Lei, não tinham poder algum para expiar os pecados, mas que eles eram apenas figuras, da verdade que foi manifestada em Cristo.
“Que tira o pecado do mundo”. Ele usa a palavra pecado no singular, para qualquer tipo de iniquidade; como se tivesse dito, que todo tipo de injustiça que aliena os homens de Deus são afastadas por Cristo. E quando ele diz, o pecado do mundo, ele estende esse favor indiscriminadamente a toda a raça humana; para que os judeus não pensassem que ele tinha sido enviado somente a eles.

Mas daí podemos inferir que o mundo inteiro está envolvido na mesma condenação; e que, assim como todos os homens sem exceção, são culpados de injustiça diante de Deus, eles precisam se reconciliar com ele. João Batista, pois, falando genericamente do pecado do mundo, tinha por propósito incutir em nós a convicção de nossa própria miséria, e nos exorta a buscar o remédio. Agora é nosso dever, abraçar o benefício que é oferecido a todos, que cada um de nós possa ser convencido de que não há nada para nos impedir de obter a reconciliação em Cristo, desde que venhamos a ele pela orientação da fé.

Além disso, ele estabelece apenas um método de remover os pecados. Sabemos que desde o início do mundo, quando suas próprias consciências lhes mantinham convencidos do pecado, os homens trabalharam ansiosamente para adquirir o perdão. Daí o grande número de oferecimentos propiciatórios, por que eles falsamente imaginavam que apaziguariam a Deus. De fato, todos os ritos espúrios de um propiciatório natural tinha a sua existência a partir de uma origem sagrada, que era, que Deus havia designado os sacrifícios para dirigir os homens a Cristo; mas, no entanto, cada homem planejou para si mesmo o seu próprio método de apaziguar a Deus.

Mas João nos leva de volta a Cristo somente, e informa-nos que não existe outra maneira em que Deus é reconciliado conosco do que por meio de sua agência, porque só ele tira o pecado. Ele, portanto, não deixa outro refúgio para os pecadores do que fugir para Cristo; pelo que ele derruba todas as satisfações, purificações, e resgates, que são inventados por homens; como, de fato, eles nada são senão invenções criadas pela sutileza do diabo.
O verbo grego airein (tirar) pode ser explicado de duas maneiras; ou que Cristo tomou sobre si a carga que nos arriava, assim como é dito que ele carregou os nossos pecados sobre o madeiro (1 Pedro 2:24😉 e Isaías diz que o castigo que nos traz a paz caiu sobre ele (Isaías 53: 5) ou que ele apaga os pecados.

Mas, como a última afirmação depende da primeira, de bom grado aceito ambas; ou seja, que Cristo, ao carregar nossos pecados, os lançou fora. Embora, o pecado habite continuamente em nós, todavia não há ninguém sob o juízo de Deus, porque quando foi anulado pela graça de Cristo, ele não nos é imputado. Nem me desagrada a observação de Crisóstomo, que o verbo no tempo presente – Airon (que tira), denota um ato contínuo; porque a satisfação que Cristo fez uma vez está sempre em pleno vigor. mas ele não se limita a ensinar-nos que Cristo tira o pecado, mas salienta também o método, ou seja, que ele tem reconciliado o Pai conosco por meio da sua morte; pois é isso que ele quer dizer com a palavra Cordeiro. Saibamos portanto, que nós fomos reconciliados com Deus pela graça de Cristo, se nos identificamos com a sua morte, e quando cremos que Aquele que foi pregado na cruz é o único sacrifício propiciatório, pelo qual toda a nossa culpa é removida.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

O QUE SIGNIFICA ORAR PELO SEU INIMIGO

Versículo do dia: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem (Mateus 5.44)

A oração por seus inimigos é uma das formas mais profundas de amor, porque significa que você realmente deseja que algo bom lhes aconteça.

Você pode fazer coisas agradáveis ​​por seus inimigos sem qualquer desejo genuíno de que as coisas vão bem com eles. Porém, a oração por eles ocorre na presença de Deus, que conhece o seu coração, e orar é interceder a Deus em favor deles.

A oração pode ser pela conversão deles, pelo arrependimento deles, para que eles sejam despertados para a inimizade em seus corações. Pode ser para que eles sejam interrompidos em sua espiral descendente de pecado, mesmo que a doença ou a tragédia façam isso. Mas a oração que Jesus tem em mente aqui é sempre pelo bem deles.

Isso é o que Jesus fez enquanto esteve pendurado na cruz:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).

E foi o que Estêvão fez quando estava sendo apedrejado:

“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado!” (Atos 7.60).

Jesus está nos chamando não apenas para fazer coisas boas por nossos inimigos, como cumprimentá-los e ajudar a suprir suas necessidades; ele também está nos convocando a desejar o melhor para eles, e expressar esses desejos em orações quando o inimigo não está presente.

Nossos corações devem desejar a sua salvação, querer a sua presença no céu e anelar por sua felicidade eterna. Assim, nós oramos como o apóstolo Paulo pelo povo judeu, muitos dos quais tornaram a vida muito difícil para Paulo:

“A boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos” (Romanos 10.1).

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame…?” (Salmos 4.2)

Que honras o povo de Israel, em cegueira, tributou ao seu Rei tão esperado?

1) Eles Lhe ofereceram uma procissão de honra, da qual tomaram parte oficiais romanos, sacerdotes judeus, homens e mulheres, enquanto Ele mesmo carregava a sua cruz. Este é o triunfo que o mundo oferece Àquele que veio para vencer os inimigos imediatos do homem. Gritos de menosprezo foram as únicas aclamações que Ele recebeu; e escárnios agressivos foram os seus únicos louvores. 2) Eles O presentearam com o vinho de honra. Em vez de Lhe darem o cálice de ouro do vinho generoso, Lhe ofereceram o entorpecente gole mortal de um criminoso, mas Ele o recusou porque preservaria ileso o paladar por meio do qual provaria a morte. Após o Senhor Jesus haver clamado: “Tenho sede” (João 19.28), eles Lhe deram vinagre misturado com fel em uma esponja, que, fixada em um caniço de hissopo, fizeram chegar-Lhe à boca. Oh! que detestável hospitalidade manifestada para com o Filho do Rei. 3) Eles Lhe deram uma guarda de honra, que demonstrou sua estima por Ele lançando sortes sobre as suas vestes, das quais se havia apoderado como sua recompensa. Tais eram os guarda-costas do adorado do céu – um quarteto de jogadores brutais. 4) Um trono de honra foi encontrado para Ele na cruz sangrenta. Na verdade, a cruz era a completa expressão dos sentimentos do mundo para com o Senhor Jesus. Eles pareciam dizer: “Filho de Deus, esta é a maneira segundo a qual o próprio Deus deveria ser tratado, se pudéssemos tocá-Lo”. 5) O título de honra era apenas nominal – “Rei dos Judeus”. No entanto, a nação judia, em cegueira, repudiou francamente aquele título e chamou o Senhor Jesus de “Rei dos Ladrões”, preferindo a Barrabás e colocando-o no lugar de maior vergonha, entre dois ladrões. Deste modo, a glória do Senhor Jesus foi transformada em vergonha pelos filhos dos homens, mas esta glória ainda alegrará os olhos dos santos e dos anjos, para sempre.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE - Parte 4 - Pr Judiclay Santos


O CRISTO GLORIFICADO VOLTARÁ

Por Denis Monteiro

Imagine alguém que trabalhou o dia inteiro, como por exemplo, uma mãe que acordou bem cedo e desde a hora que as crianças saíram para escola ela não parou de trabalhar (e nem pensou em si mesma). Ela fez todo o seu serviço doméstico, além de deixar o café da tarde e também o jantar pronto. E agora, desde a hora que ela acordou, agora que todo o trabalho terminou, ela se senta. Este “sentar” não é um mero descanso, mas ela se sentou porque o trabalho foi concluído.

Quando olhamos para Hebreus 1.3-4 nós vemos a declaração do escritor mostrando que Cristo, após ter feito a purificação dos pecados, assentou-se a destra de Deus. Assim como a ilustração que mostrou uma mãe fazendo o seu trabalho e se sentando como sinal de seu término, da mesma forma Cristo, após cumprir aquilo que o Pai lhe mandou, Ele se assentou à direita de Deus.

É justamente isso que o 19º Dia do Senhor no Catecismo de Heidelberg vai nos mostrar:

50. Por que se acrescenta: “e está sentado à direita de Deus”?

R. Porque Cristo subiu ao céu para manifestar-se, lá mesmo, como o Cabeça de sua igreja cristã(1) e para governar tudo em nome de seu Pai (2).

(1) Ef 1:20-23; Cl 1:18. (2) Mt 28:18; Jo 5:22.

51. Que importância tem, para nós, essa glória de Cristo, nosso Cabeça?

R. Primeiro: por seu Espírito Santo, Ele derrama sobre nós, seus membros, os dons celestiais (1). Segundo: Ele nos defende e protege, por seu poder, contra todos os inimigos (2).

(1) At 2:33; Ef 4:8,10-12. (2) Sl 2:9; Sl 110:1,2; Jo 10:28; Ef 4:8; Ap 12:5.

52. Que consolo traz a você a volta de Cristo “para julgar os vivos e os mortos”?

R. Que, em toda miséria e perseguição, espero, de cabeça erguida, o Juiz que vem do céu, a saber: o Cristo que antes se apresentou em meu lugar ao tribunal de Deus e tirou de mim toda a maldição (1). Ele lançará, na condenação eterna, todos os seus e meus inimigos (2), mas Ele me levará para si mesmo, com todos os eleitos na alegria e glória celestiais (3).

(1) Lc 21:28; Rm 8:23,24; Fp 3:20; 1Ts 4:16; Tt 2:13. (2) Mt 25:41-43; 2Ts 1:6,8,9. (3) Mt 25:34-36; 2Ts 1:7,10.

O “assentar” de Cristo não é somente porque Ele concluiu a Sua obra, mas foi também uma demonstração de sua vitória sobre o pecado, a morte e o Diabo. Fazendo que todas as coisas fossem colocadas debaixo de seus pés, tornou-se o cabeça da Igreja (Ef 1.20-23), tendo toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18), como um Rei Soberano.

Na última pergunta do Dia do Senhor, o Credo confessa que Cristo voltará para “julgar os vivos e os mortos” e que esta certeza nos faz ter consolo em Cristo, mas de que forma?

Primeiro, o retorno de Cristo é uma demonstração pública da absolvição dos nossos pecados. Pois, outrora nós, filhos da ira, fomos resgatados da nossa vã maneira de viver para uma nova e viva esperança em Cristo Jesus. E assim, a condenação que nós deveríamos receber, Cristo recebe na cruz, se fazendo maldição por nós. Por isso podemos dizer que “espero, de cabeça erguida, o Juiz que vem do céu, a saber: o Cristo que antes se apresentou em meu lugar ao tribunal de Deus e tirou de mim toda a maldição”.

Segundo, além de Cristo nos livrar da condenação eterna, Cristo nos faz vitorioso com Ele, pois os nossos inimigos serão condenados. No entanto, estes inimigos não são aqueles que odiamos sem uma causa justa (p.e. vizinhos, colegas de trabalho, irmãos da igreja etc.), mas são aqueles que se voltam contra o Evangelho, os inimigos da cruz de Cristo. Mas por que será um consolo para nós, saber que tais pessoas serão lançadas no inferno? Porque, primeiro, Deus é justo e todos aqueles que zombaram d’Ele serão, por Ele mesmo, lançados no inferno, cumprindo inúmeras passagens bíblicas que falam da realidade do inferno. Segundo, é um consolo saber que a fé que Deus nos deu é genuína, uma fé que nos faz crer realmente no sacrifício perfeito de Cristo, pois aqueles que não creem em Cristo serão lançados eternamente no inferno. E, terceiro, de que valeria o inferno se Cristo tivesse morrido por toda a humanidade? Pois, se Deus derramou a sua ira – a qual era para ter sido derramada sobre mim – sobre Seu único Filho, por que Deus derramaria de novo a Sua ira sobre pecados que o Seu Filho já pagou?

Por fim, a volta de Cristo é um consolo para nós porque habitaremos com Ele para todo sempre em corpo e alma, onde todas as nossas dores, doenças e aflições serão sanadas. E, é claro, nunca mais pecaremos entristecendo o Santo Espirito de Deus.

No entanto, este consolo indizível será para aqueles que entendem que o único consolo na vida e na morte é que não pertencemos a nós mesmos, mas de corpo e alma pertencemos ao nosso fiel Salvador, Jesus Cristo, e o seu retorno é a nossa bem-aventurada esperança (Tt 2.13).

A VIDA ETERNA É GERADA PELO ESPIRITO

“O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.” (João 6.63)

“É o Espírito que vivifica”. Por estas palavras Cristo mostra a razão pela qual os judeus não se beneficiaram com a sua doutrina é que, sendo espiritual e vivificante, ela não encontrou ouvidos bem preparados. Mas como esta passagem tem sido variadamente exposta, será importante primeiro determinar o sentido natural das palavras; a partir do que será fácil perceber a intenção de Cristo. Quando ele afirma que a carne para nada aproveita, Crisóstomo indevidamente, na minha opinião, refere-se aos judeus, que eram carnais. Eu prontamente reconheço que em mistérios celestiais todo o poder da mente humana é totalmente inútil; mas as palavras de Cristo não têm esse significado, senão serão violentamente torcidas. Igualmente forçada seria essa opinião, caso aplicada à cláusula pertinente; ou seja, é a iluminação do Espírito que vivifica.
(Todo o comentário deve ser entendido à luz do fato que Jesus estava discursando a pessoas que haviam se escandalizado com o fato dele ter afirmado, nos versículos anteriores, que era necessário comer da Sua carne para que se tivesse a vida eterna.

Eles pensavam que deveriam comer literalmente a carne do Seu corpo, e assim, ele demonstra que não era a isto que estava se referindo, senão à nossa participação da sua vida espiritual, por nos alimentarmos espiritualmente dele e do seu ensino – nota do tradutor).
Agostinho pensa que devemos aplicar somente uma palavra, ou por si só, como se tivesse sido dito, “A carne somente, e por si só, não aproveita”, porque ela deve ser acompanhada pelo Espírito. Este significado concorda bem com o escopo do discurso, pois Cristo refere-se simplesmente ao modo de alimentação.

Ele não exclui portanto, todos os tipos de utilidade, como se nada pudesse ser obtido a partir de sua carne; mas ele declara que, se ela for separada do espírito, então será inútil. Porque de onde tem a carne poder para vivificar, senão porque isto é espiritual? Assim, quem quer que confine toda a sua atenção à natureza terrena da carne, vai encontrar nela nada além de que já está morta; mas aqueles que levantarem seus olhos para o poder do Espírito Santo, que é difundido sobre a carne, irão aprender do efeito real e da experiência da fé, que não é sem razão que é chamada de vivificação.
“As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”.

Esta é uma alusão à declaração anterior, porque ele agora emprega a palavra espírito em um sentido diferente. Mas como tinha falado do poder secreto do Espírito, ele elegantemente aplica isto à sua doutrina, porque ela é espiritual; porque a palavra espírito deve ser explicada como significando espiritual. Ora, a Palavra é chamada espiritual, porque ela nos chama para cima para buscar a Cristo em sua glória celestial, por meio da orientação do Espírito, pela fé, não por nossa percepção carnal; pois sabemos que nada de tudo o que foi dito, pode ser compreendido, senão pela fé. E é também digno de observação, que ele conecta a vida com o Espírito. Ele chama sua palavra de vida, a partir do seu efeito, como se ele a tivesse chamado de vivificante; mas mostra que ela não será vivificante para ninguém, senão apenas para aqueles que a recebem espiritualmente, porque outros, por ela, serão tragados pela morte. Para os piedosos, esta recomendação do Evangelho é a mais deleitável, porque eles estão certos que é designada para a sua salvação eterna; mas ao mesmo tempo, eles são lembrados que devem se esforçar para provar que eles são autênticos discípulos de Cristo.

“E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.” (João 6.65)

(Nota do tradutor: Que majestade, honra, poder, domínio e glória teria Deus Pai e Jesus Cristo se tivessem que regatear com os homens acerca da salvação deles, como que lhes implorando o favor de se converterem? Reis terrenos fariam isto com malfeitores? Quanto mais jamais o fará a Majestade santa e perfeitamente justa do Céu. Por isso se diz que somos bem-aventurados se nos humilharmos diante do Senhor, se chorarmos por nossos pecados e lhe estendermos nossas mãos implorando que seja misericordioso para conosco, pecadores que somos. Sabendo que se Deus não inclinar o seu cetro para nos perdoar, estamos irremediável e eternamente perdidos.)

65. “ Por isso eu vos disse”. Mais uma vez Jesus afirma que a fé é um dom incomum e notável do Espírito de Deus, de modo que não devemos ficar atônitos com o fato do Evangelho não ser recebido em todos os lugares e por todos. Porque, sendo fracos para virar a nosso favor o curso dos acontecimentos, pensamos da forma mais mesquinha do Evangelho, porque o mundo inteiro não concorda com ele. Surge o pensamento em nossa mente, como é possível que a maior parte dos homens deva recusar deliberadamente a sua salvação? Cristo, portanto, atribui a razão pela qual há tão poucos crentes, ou seja, porque nenhum homem, seja qual for a sua inteligência, pode chegar à fé por sua própria sagacidade; pois todos são cegos, até que sejam iluminados pelo Espírito de Deus, e, portanto, somente deste modo eles podem participar da grande bênção que o Pai designou para que sejamos participantes da mesma.

Se esta graça fosse concedida a todos, sem exceção, teria sido inoportuno e inadequado ter mencionado isto nesta passagem; pois devemos entender que era o desígnio de Cristo mostrar que não muitos acreditam no Evangelho, porque a fé procede apenas da secreta revelação do Espírito.
“Se, pelo Pai, não lhe for concedido”. Ele agora usa a palavra “conceder” no lugar que tinha usado no versículo anterior, “atrair”; pelo que ele diz que não há outra razão pela qual Deus nos atraia, senão por causa da livre graça com a qual ele nos ama; porque o que obtemos pelo dom e graça de Deus, nenhum homem adquire para si mesmo por sua própria operosidade.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

DUAS MANEIRAS DE LEMBRAR-SE DE JESUS

Versículo do dia: Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho. (2 Timóteo 2.8)

Paulo menciona duas maneiras específicas de lembrar-se de Jesus: Lembre-se dele como ressuscitado de entre os mortos. E lembre-se dele como a descendência de Davi. Por que essas duas coisas a respeito de Jesus?

Porque se ele ressuscitou dentre os mortos, ele está vivo e é triunfante sobre a morte. “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita” (Romanos 8.11).

Isso significa que não importa quão sério o sofrimento se torne, o pior que ele pode fazer nesta terra é matá-lo. E Jesus tomou o aguilhão desse inimigo. Ele está vivo. E você viverá. “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma” (Mateus 10.28).

A ressurreição de Jesus não foi uma ressurreição ao acaso. Foi a ressurreição do filho de Davi. “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi”. Por que Paulo diz isso?

Porque todo judeu sabia o que isso indicava. Isso significava que Jesus era o Messias (João 7.42). E isso significava que esta ressurreição não era uma ressurreição qualquer, mas a ressurreição de um Rei eterno. Ouça as palavras do anjo a Maria, mãe de Jesus:

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1.31-33)

Portanto, lembre-se de Jesus, aquele a quem você serve, e aquele por quem você sofre. Ele está vivo e reinará para sempre, e o seu reinado não terá fim. Não importa o que lhe façam, você não precisa temer.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Saiamos, pois, a ele, fora do arraial.” (Hebreus 13.13)

O Senhor Jesus, ao carregar a sua cruz, saiu da cidade para sofrer. O motivo que o crente tem para sair do arraial do pecado e das religiões não é o intenso desejo de ser diferente, e sim o exemplo de seu Senhor. O discípulo tem de seguir o seu Mestre. Cristo não era do mundo (ver João 17.14). Sua vida e seu testemunho eram um constante protesto contra a conformação com o mundo. Nunca houve tal superabundância de afeição pela humanidade como a que encontramos nEle, entretanto, Ele estava separado dos pecadores. Semelhantemente, o povo de Cristo deve sair ao encontro dEle. Este povo deve assumir sua posição “fora do arraial”, como vivas testemunhas da verdade. Eles devem estar preparados para trilhar o caminho estreito e reto. Devem ter corações destemidos, persistentes, como de leões, amando a Cristo em primeiro lugar, e depois a verdade dEle, ambos acima de tudo no mundo. O Senhor Jesus quer que seu povo saia fora do arraial, para sua própria santificação.

Você não pode experimentar crescimento na graça, em qualquer nível, enquanto estiver conformado com o mundo. A vida deseparação talvez seja um caminho de tristeza, porém é o caminho de segurança. A vida de separação pode lhe causar muitas dores e fazerde cada dia uma batalha, mas, apesar disso, é uma vida feliz. Nenhuma alegria pode sobrepujar a alegria do soldado de Cristo. Jesus se revela de modo tão gracioso e proporciona refrigério tão agradável, que o guerreiro sente mais calma e tranquilidade em sua luta diária do que os outros em seus momentos de descanso.

O caminho de santidade é um caminho de comunhão. É assim que esperamos receber a coroa, se formos capacitados, pela graça divina, a seguirmos fielmente a Cristo até fora do arraial. A coroa de glória seguirá a cruz da separação. Um momento de vergonha será compensado pela honra eterna. Um pouco de testemunho não parecerá nada, quando estivermos para sempre com o Senhor (ver 1 Tessalonicenses 4.17).

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE - Parte 3 - Pr Fábio Santos


SOMOS TODOS FEITOS DE BARRO

Por Antônio Pereira Jr.

Muita gente tem uma ideia errada da humanidade de Jesus. Acham que ele era um tipo de super-homem. Alguém que não podia sentir dores, cansaços, tristezas, angústias, indignações e aflições. Nada mais diferente do que vemos nas páginas do Novo Testamento (Mc 10.14; Jo 11.35; Mt 26.37-38). Pior ainda é o erro que se tem da sua própria humanidade. Muitos cristãos advogam um triunfalismo exagerado onde a dor, decepções, angústias, crises e problemas não podem acontecer em hipótese alguma.

Em alguns lugares não se pode falar de fraquezas e fragilidades inerentes da condição humana. Só se pode falar de bênçãos e vitórias, como se isso fosse a regra e não a exceção. Jesus, no entanto, não fingia sentimentos, Ele disse em certa ocasião: “…A minha alma está sofrendo dor extre­ma, uma tristeza mortal. Permanecei aqui e vigiai junto a mim” (Mt 26.38 – KJV). Será que quando alguém lhe pergunta como está você já disse algo parecido?

Cristãos que vivem de triunfalismos de domingo à noite não conhece de fato o Evangelho de Cristo. Essa espiritualidade dominical que não se sustenta no dia seguinte gera frustrações, tristezas e angústias que, muitas vezes, têm que ser abafadas e ignoradas na solidão de seu quarto até o fim de semana seguinte. Não precisamos fingir que somos sempre fortes. Cristo não o fez. E por que fazemos?

Hoje parece até pecado falar das fraquezas, como assim fazia o apóstolo Paulo, que entendia que a Graça de Deus se aperfeiçoa nas fraquezas inerentes do ser (2Co 12:7-10). Ou como numa música de Anderson Freire, cantada por Bruna Karla: “Sou humano, não consigo ser perfeito…” Graças a Deus que somos humanos, feitos de barro, apesar de que muitos se consideram de ouro. “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos” (2Co 4.7). Somos todos feitos de barro…

O que dizer dos líderes cristãos de hoje? Muitos tentam ser o que, de fato, não são. Alguns se acham superpoderosos, perfeitos, acima da humanidade. Não aceitam sua própria condição humana. Acham-se blindados, invulneráveis. Alguns acham que nem adoecer podem…

Muitos que advogam uma condição sobre-humana, irrealizável e impossível, vivem com a alma cheia de culpa, medo e dúvidas, simplesmente por negar aquilo que é óbvio: somos seres humanos, sujeitos a tudo debaixo do sol. Lembre-se do que disse o próprio Jesus: “…Neste mundo tereis aflições” (João 16.33b). É um fato! Contudo, Ele continua: “Mas, tendes bom ânimo!”. Aflições, tribulações, problemas, sempre virão. Mas podemos suportá-los porque: “…não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas fraquezas…” (Hb 4.15).

É uma desgraça ser, ou querer ser, um super-herói. Bom mesmo é reconhecer suas limitações, imperfeições e fraquezas. O apóstolo Paulo entendeu isso muito bem. Ele não queria ser visto como alguém inviolável, perfeito em todas as coisas, um ser sobre-humano, um superapóstolo, como alguns hoje se julgam (2Co 12.6, 10). Textos como esse nunca serão pregados em muitos púlpitos modernos. Sentir-se fraco não traz ibope hoje em dia. Paulo, entretanto, sabia que: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (2Co 10.17). Infelizmente muitos gostam de ser adorados…

Se o próprio Cristo não negou nem fingiu sua humanidade, devemos fazer diferente? Somos melhores que Ele? Como nos lembra o filósofo Mário Sérgio Cortella: “A maior vulnerabilidade é sentir-se invulnerável”. Ou como disse Freud: “Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro”.

PARA IR A JESUS É NECESSÁRIO SER ATRAÍDO A ELE POR DEUS PAI

“43 Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.” (João 6.43-45)

43. “Não murmureis entre vós”. Jesus repreendeu a murmuração deles, como se tivesse dito: “A minha doutrina não contém nenhum fundamento para ofensa, mas porque vocês são reprovados, ela irrita o veneno que vocês trazem em seus corações, e a razão pela qual vocês não se deleitam com ela é porque têm um paladar viciado.”

44. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o trouxer”. Ele não se limita a acusá-los de impiedade, mas também lembra-lhes, que é um dom peculiar de Deus abraçar a doutrina que é exibida por ele; o que ele faz, para que a incredulidade não perturbe mentes fracas. Porque muitos são tão insensatos que, nas coisas de Deus, eles dependem das opiniões dos homens; em consequência do que, eles entretêm suspeitas sobre o Evangelho, assim que veem que não é recebido pelo mundo. Os incrédulos, por outro lado, se lisonjeiam em sua obstinação, e têm a audácia de condenar o Evangelho porque não lhes agrada.

Em sentido contrário, portanto, Cristo declara que a doutrina do Evangelho, embora seja pregada a todos sem exceção, não pode ser abraçada por todos, pois uma nova compreensão e uma nova percepção são necessárias; e, por conseguinte, a fé não depende da vontade dos homens, porque é Deus quem a dá.
“Se o Pai não o trouxer”. “Vir a Cristo”, que está sendo usado aqui metaforicamente como “crer” – o Evangelista diz que as pessoas que são atraídas são aquelas cujos entendimentos Deus ilumina, e cujos corações ele inclina e transforma para a obediência a Cristo. A declaração equivale a isto: que não devemos perguntar se muitos se recusam a abraçar o Evangelho; porque nenhum homem, de si mesmo, jamais será capaz de vir a Cristo, mas Deus deve primeiro abordá-lo pelo seu Espírito; e, portanto, segue-se que nem todos são inclinados, a menos que Deus conceda esta graça àqueles a quem ele elegeu.

É verdade que, de fato, quanto ao tipo de inclinação, esta não é violenta, de modo a obrigar os homens por força externa; mas ainda é um poderoso impulso do Espírito Santo, que leva os homens a desejarem o que anteriormente não estavam dispostos, achando-se relutantes a abraçar. É uma afirmação falsa e profana, portanto, que ninguém é atraído, senão aqueles que estão dispostos a serem atraídos, como se o homem fosse obediente a Deus por seus próprios esforços; porque a vontade com que os homens seguem a Deus é a que eles já têm de si mesmos, por Ele ter inclinado seus corações a obedecê-lo.

(Nota do Tradutor: Por esta afirmação de nosso Senhor Jesus Cristo vemos que é de bom senso, no assunto da religião, que não tentemos buscar a salvação ou adorar a Deus de acordo com os meios inventados pela nossa própria imaginação, mas nos esvaziarmos de nossas convicções religiosas e adquirirmos aquelas que Cristo e seus apóstolos nos ensinam na Bíblia, dependendo inteiramente de Deus por nos entregarmos a Cristo, pela fé nele e no que nos tem ensinado, para que o Espírito Santo o aplique aos nossos corações.)

“Está escrito nos profetas”. Cristo confirma com o testemunho de Isaías o que ele disse, no versículo anterior, que ninguém pode vir a ele, a não ser que seja trazido pelo Pai. Ele usa a palavra profetas no plural, porque todas as suas profecias tinham sido reunidas num único volume, de modo que todos os profetas poderiam ser considerados um único livro. A passagem que é aqui citada encontra-se em Isaías 54.13, onde, falando da restauração da Igreja, ele promete a ela, filhos ensinados pela instrução de Deus. Por isso, pode ser facilmente inferido, que a Igreja não pode ser restaurada de qualquer outra forma que não seja por Deus realizar o ofício de um Instrutor, e trazer os crentes a si mesmo. A forma de ensino, da qual o profeta fala, não consiste simplesmente na voz exterior, mas igualmente na operação secreta do Espírito Santo.

Em suma, este ensinamento de Deus é a iluminação interior do coração.
“E serão todos ensinados por Deus”. A palavra todos deve ser limitada aos eleitos, os únicos que são os verdadeiros filhos da Igreja. Agora, não é difícil ver de que maneira Cristo aplica esta predição ao presente assunto. Isaías mostra então que a Igreja é somente verdadeiramente edificada, quando ela tem seus filhos ensinados por Deus em Cristo, portanto, conclui que os homens não têm olhos para contemplar a luz da vida, até que Deus lhos abra.
“Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido”.

A soma do que é dito é, que todos os que não creem são afirmados por Cristo serem reprovados e condenados à destruição; porque todos os filhos da Igreja e herdeiros da vida são transformados por Deus em seus discípulos obedientes. Daí segue-se que não há um só de todos os eleitos de Deus, que não seja participante da fé em Cristo. (E isto não por qualquer mérito que haja neles, senão exclusivamente por terem sido atraídos por Deus a Cristo e à vida de obediência que eles acolheram voluntariamente – nota do tradutor). Mais uma vez, como Cristo anteriormente afirmou que os homens não são habilitados para crerem, até que tenham sido atraídos, então ele agora declara que a Sua graça, pela qual são atraídos, é eficaz, de modo que necessariamente creem.

Estas duas cláusulas absolutamente derrubam todo o poder do livre-arbítrio para a salvação, porque se é apenas quando o Pai nos atraiu que começamos a vir a Cristo, não há em nós qualquer início de fé, ou qualquer preparação para isso. Por outro lado, se todo o que vem é porque o Pai lhe ensinou, Ele dá a eles não somente a escolha de crer, mas a própria fé. Quando, portanto, voluntariamente nos rendemos à orientação do Espírito, isto é uma parte, e, por assim dizer, um selo da graça; porque Deus não iria nos chamar, se Ele fosse apenas estender a sua mão, e deixar a nossa vontade, em um estado de suspense. Mas em estrita propriedade de linguagem Ele diz que nos atrai, quando Ele estende o poder do seu Espírito para o efeito pleno da fé.

É dito daqueles que ouvem a Deus, que voluntariamente concordam com Deus falando-lhes no seu interior, porque o Espírito Santo reina em seus corações.
“Vem a mim”. Jesus mostra a conexão inseparável que existe entre Ele e o Pai. Porque o significado é, que é impossível que qualquer um que seja discípulo de Deus não obedeça a Cristo, e que aqueles que rejeitam a Cristo se recusam a ser ensinados por Deus; porque a única sabedoria que todos os eleitos aprendem na escola de Deus é, para vir a Cristo; porque o Pai, que o enviou, não pode negar a si mesmo.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

OS LIVROS NO JULGAMENTO

Versículo do dia: E adorá-la-ão [à besta] todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. (Apocalipse 13.8)

A salvação é assegurada para todos os que estão escritos no Livro da Vida.

A razão pela qual ser escrito no Livro da Vida garante a nossa salvação é que o livro é chamado “o Livro da Vida do Cordeiro que foi morto” (Apocalipse 13.8). Os nomes nesse livro não são salvos com base em suas obras. Eles são salvos com base na morte de Cristo.

Então, como o registro de nossas vidas contido nos “livros” tem participação em nosso julgamento? A resposta é que os livros contêm evidências suficientes de nosso pertencimento a Cristo que funcionam como uma confirmação pública da nossa fé e união com ele.

Considere Apocalipse 21.27: “Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”. Aqui o resultado de estar “escrito no Livro da Vida” não é somente não perecer, mas também não praticar comportamentos abomináveis ​​e pecaminosos.

Por exemplo, considere o ladrão na cruz. Jesus disse que ele entraria no paraíso (Lucas 23.43). Mas como será o julgamento para ele quando os livros forem abertos? Mais de 99,9% de sua vida consistirá em pecado. Sua salvação será garantida pelo sangue de Cristo.

Então, Deus abrirá os livros, usará o registro do pecado para glorificar o supremo sacrifício do seu Filho e usará a última página para mostrar a mudança que foi feita nas atitudes e palavras do ladrão. Essa última página — as últimas horas na cruz — será a confirmação pública da fé do ladrão e de sua união com Cristo.

Portanto, quando digo que o que está escrito nos livros é uma confirmação pública da nossa fé e união com Cristo, não quero dizer que o registro contenha mais boas obras do que más.

Eu quero dizer que ali haverá o tipo de mudança que mostra a realidade da fé — a realidade da regeneração e da união com Cristo. É assim que eu começo o dia, confiante de que minha condenação é passada (Romanos 8.3), que meu nome está no Livro da Vida e que aquele que começou boa obra em mim há de completá-la até ao Dia de Cristo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.” (Lucas 23.26)

Vemos na atitude de Simão em levar a cruz uma figura do ministério da Igreja durante todas as gerações. A Igreja é um instrumento que leva a cruz, após Jesus. Ele não sofreu para excluir o sofrimento do crente. Ele levou a cruz, não para que você escapasse dela, e sim para que pudesse suportá-la. Cristo o isenta do pecado, mas não do sofrimento. Porém, devemos nos confortar com este pensamento: em nosso caso, assim como no de Simão, é a cruz de Cristo, e não a nossa, que estamos levando. Quando você for perseguido por causa de sua piedade, quando o seu cristianismo lhe trouxer a provação de zombaria cruel, lembre-se: não é a sua cruz, e sim a de Cristo, que você está levando. Oh! quanto deleite temos em levar a cruz de nosso Senhor Jesus! Você está levando a cruz após Ele. Você tem uma bendita companhia. Seu caminho está marcado pelas pisadas de seu Senhor. As marcas de sangue do ombro ferido de Jesus estão sobre o fardo mais pesado.

É a cruz do Senhor Jesus; Ele vai adiante de você, assim como um pastor vai à frente de suas ovelhas. Tome a sua cruz dia após dia e siga a Jesus. Também não esqueça que a está levando em companheirismo com Cristo. Você carrega a parte leve, enquanto Ele, a pesada. Alguns pensam que Simão carregou apenas uma parte da cruz, e não toda ela. Isto é bem possível; Cristo deve ter levado a parte mais pesada, aquela onde ficariam os braços e Simão deve ter carregado a ponta. Certamente é assim que acontece com você. Você está levando apenas a parte mais leve e final da cruz. Cristo tomou a parte mais pesada. E não esqueça que, embora Simão tenha levado a cruz apenas por breve espaço de tempo, isso lhe outorgou honra duradoura. De modo semelhante, a cruz que levamos está planejada apenas para breve espaço de tempo; depois, receberemos a coroa, a glória. Nós deveríamos amar a cruz e, ao invés de tremer diante dela, tomá-la por cara, visto que para nós tem “eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4.17).