Semeando o Evangelho

Semear a Verdade e o Amor de Deus
sábado, 2 de setembro de 2017
EM TUDO DAI GRAÇAS
Por Clóvis Gonçalves
O salmista diz “rendei graças”. É um imperativo, uma ordem. Sei que humanistas de plantão logo dirão gratidão é sincera somente se for espontânea. Controvérsia à parte, o fato é que a ingratidão revela uma natureza pecaminosa e rebelde. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1:21). E na medida que o tempo passa, os homens vão se tornando cada vez menos agradecidos, pois “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes” (2Tm 3:1-2).
Do cristão espera-se que seja agradecido, pois tem um estilo de vida baseado na dependência divina. “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4:6). Sendo as ações de graças incorporadas ao seu modo de vida, o crente não é agradecido ocasionalmente, mas em todo tempo, lugar ou situação, pois reconhece como verdadeiro o mandamento “em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5:18). E o faz “louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3:16).
O salmista especifica “rendei graças ao Senhor”. A Bíblia é um livro de ações de graças, pois registra pelo menos 175 agradecimentos sendo feitos. Desses, apenas duas vezes é para pessoas, a absoluta maioria Deus é o objeto das ações de graça. Não se trata, pois, de apenas de dizer“dou graças” ou “muito obrigado”, e mas enfatizar que se dá graças a Deus. Não é mera atitude de gratidão ou cortesia, mas de reconhecimento de quem Ele é e de que governa todas as coisas pelo Seu poder.
Devemos dar graças “porque Ele é bom”. E neste ponto devemos nos guiar mais pelo que a Bíblia diz do que pela avaliação que fazemos do que nos acontece. A Bíblia repete 23 vezes que Deus é bom, e isto deveria por fim a qualquer dúvida quanto a isso. Mesmo assim, a Bíblia nos convida dizendo “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34:8). Porém, mesmo Deus sendo bom, coisas ruins podem acontecer, e acontecem, com os que são objetos de Sua bondade. E não devemos duvidar, em meio ao sofrimento, da bondade do Senhor. Pois em meio a pior das adversidades, o Pai está controlando todas as coisas em nosso favor, tendo a eternidade como horizonte. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28) e por isso sempre rendemos graças ao Senhor, que é bom, sempre.
Devemos dar graças porque “a sua misericórdia dura para sempre”. Deus não apenas em bomem si, mas é bom para conosco. E misericórdia é Sua bondade manifesta a nós enquanto indignos de qualquer favor. Creio que a misericórdia é mencionada aqui porque muitas vezes pensamos que Deus nos abandonará por causa de nossas falhas. Pensamos Deus é bom enquanto formos bons. Mas a misericórdia é amor dirigido a quem não tem mérito algum. E para acentuar isso de forma a não deixar dúvida, o salmista repete “a sua misericórdia dura para sempre” 26 vezes neste salmo!
Misericórdia é especialmente aplicável em referência ao nosso destino eterno. Ao ser eterna, a misericórdia do Senhor nos é dispensada da eternidade passada à eternidade futura, incluindo aí nossa história na terra. Podemos e devemos ser sempre gratos ao Senhor, pois mesmo que tribulações intensas nos sobrevenham, seremos guardados no amor de Deus para a eternidade, pois Sua misericórdia dura para sempre. Sejamos agradecidos todos os dias, tornemos pública nossa gratidão a Deus. “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136:1).
Soli Deo Gloria
O salmista diz “rendei graças”. É um imperativo, uma ordem. Sei que humanistas de plantão logo dirão gratidão é sincera somente se for espontânea. Controvérsia à parte, o fato é que a ingratidão revela uma natureza pecaminosa e rebelde. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1:21). E na medida que o tempo passa, os homens vão se tornando cada vez menos agradecidos, pois “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes” (2Tm 3:1-2).
Do cristão espera-se que seja agradecido, pois tem um estilo de vida baseado na dependência divina. “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4:6). Sendo as ações de graças incorporadas ao seu modo de vida, o crente não é agradecido ocasionalmente, mas em todo tempo, lugar ou situação, pois reconhece como verdadeiro o mandamento “em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5:18). E o faz “louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3:16).
O salmista especifica “rendei graças ao Senhor”. A Bíblia é um livro de ações de graças, pois registra pelo menos 175 agradecimentos sendo feitos. Desses, apenas duas vezes é para pessoas, a absoluta maioria Deus é o objeto das ações de graça. Não se trata, pois, de apenas de dizer“dou graças” ou “muito obrigado”, e mas enfatizar que se dá graças a Deus. Não é mera atitude de gratidão ou cortesia, mas de reconhecimento de quem Ele é e de que governa todas as coisas pelo Seu poder.
Devemos dar graças “porque Ele é bom”. E neste ponto devemos nos guiar mais pelo que a Bíblia diz do que pela avaliação que fazemos do que nos acontece. A Bíblia repete 23 vezes que Deus é bom, e isto deveria por fim a qualquer dúvida quanto a isso. Mesmo assim, a Bíblia nos convida dizendo “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34:8). Porém, mesmo Deus sendo bom, coisas ruins podem acontecer, e acontecem, com os que são objetos de Sua bondade. E não devemos duvidar, em meio ao sofrimento, da bondade do Senhor. Pois em meio a pior das adversidades, o Pai está controlando todas as coisas em nosso favor, tendo a eternidade como horizonte. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28) e por isso sempre rendemos graças ao Senhor, que é bom, sempre.
Devemos dar graças porque “a sua misericórdia dura para sempre”. Deus não apenas em bomem si, mas é bom para conosco. E misericórdia é Sua bondade manifesta a nós enquanto indignos de qualquer favor. Creio que a misericórdia é mencionada aqui porque muitas vezes pensamos que Deus nos abandonará por causa de nossas falhas. Pensamos Deus é bom enquanto formos bons. Mas a misericórdia é amor dirigido a quem não tem mérito algum. E para acentuar isso de forma a não deixar dúvida, o salmista repete “a sua misericórdia dura para sempre” 26 vezes neste salmo!
Misericórdia é especialmente aplicável em referência ao nosso destino eterno. Ao ser eterna, a misericórdia do Senhor nos é dispensada da eternidade passada à eternidade futura, incluindo aí nossa história na terra. Podemos e devemos ser sempre gratos ao Senhor, pois mesmo que tribulações intensas nos sobrevenham, seremos guardados no amor de Deus para a eternidade, pois Sua misericórdia dura para sempre. Sejamos agradecidos todos os dias, tornemos pública nossa gratidão a Deus. “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136:1).
Soli Deo Gloria
A PROVA DA VOSSA FÉ
“A prova da vossa fé.” (1 Pedro 1.7)
É uma grande coisa, se alguém pode verdadeiramente falar com vocês, meus irmãos e irmãs, sobre “sua fé”, porque nem todos os homens têm fé e onde a fé é encontrada, ela é o sinal de favor divino. A verdadeira fé é, em todos os casos, a operação do Espírito de Deus. Sua natureza é purificadora, animadora e celestial. Ela é, de todas as coisas que podem ser cultivadas no peito humano, um dos bens mais preciosos. Ela é chamada de “fé igualmente preciosa”, e “a fé dos eleitos de Deus.” Onde quer que a fé seja encontrada, é a marca de certeza da eterna eleição, o sinal de uma condição abençoada, a previsão de um destino celestial. Ela é o olho da alma renovada, a mão da mente regenerada, a boca do espírito recém-nascido. É a evidência da vida espiritual é a mola mestra da santidade, é a base do prazer, é a profecia de glória, é o alvorecer de conhecimento infinito.
Se você tiver fé, você tem infinitamente mais do que aquele que tem todo o mundo mas que é ainda carente de fé. Para aquele que crê é dito, “Todas as coisas são suas.” A fé é a certeza da filiação, o penhor da herança, a compreensão da possessão sem limites, a percepção do invisível. Dentro de sua fé reside Glória, assim como o carvalho dorme dentro da semente. Se você tiver fé, você não precisa pedir muito mais, salvo que sua fé pode crescer muito e que todas as promessas que são feitas para ela podem ser conhecidas e compreendidas por você. O tempo iria me faltar para dizer dos poderes, dos privilégios, das posses e das perspectivas da fé. Aquele que a possui é abençoado. Porque ele agrada a Deus, ele é justificado diante do Trono da Santidade, ele tem pleno acesso ao Trono da Graça, e ele tem a preparação para reinar com Cristo para sempre.
Até agora, tudo é agradável. Mas então vem, nesta palavra, que tanto assusta – “A prova da vossa fé.” Você vê o espinho que cresce com essa rosa? Você não pode recolher a flor perfumada sem seu companheiro áspero. Você não pode possuir a fé sem experimentar a provação. Nem comer o cordeiro sem as ervas amargas. Essas duas coisas estão juntas – fé e provação. E é sobre esta provação da sua fé que vou falar neste momento, quanto Deus me ajude.
Pode ser, meus irmãos e irmãs, que as palavras, ditas nesta boa hora devem consolá-los enquanto vocês se submetem à prova de sua fé. Que o Espírito Santo, que nutre a fé e a preserva e aperfeiçoa sob sua provação, ajude nossos pensamentos nesta hora!
I. Em primeiro lugar, deixe-me dizer isto, sua fé será certamente provada. Você pode ter certeza disso. Um homem pode ter fé e estar no presente momento sem provação. Mas nenhum homem jamais teve fé e ficou toda a sua vida sem provações. Isso não poderia – não deve ser. Porque a fé, em sua própria natureza, implica um grau de prova. Eu creio na promessa de Deus. Por enquanto, a minha fé é provada em crer na promessa, na espera do cumprimento da promessa, em me agarrar a uma certeza daquela promessa enquanto ela está demorando, e em continuar a esperar a promessa e agir sobre ela até que esteja em todos pontos cumprida para mim.
Eu não vejo como pode ser fé aquela que não é provada por seu próprio exercício. Levar a vida mais feliz e mais tranquila. Deve ser, em qualquer caso, a prova da fé, tomar a promessa e suplicar diante de Deus em oração e esperar o cumprimento da mesma. Não seja enganado, Deus nunca nos deu a fé para brincar. Ela é uma espada, mas ela não foi feita para apresentação em um dia de gala, nem para ser usada em ocasiões solenes, nem para ser exibida em um desfile. É uma espada que foi feita para cortar, ferir e matar. E aquele que tem empunhado a mesma pode esperar, entre aqui e o Céu, que ele saberá o que significa a batalha.
A fé é como uma embarcação marítima, mas não para permanecer parada no cais e apodrecer. Para quem Deus tem dado a fé, é como se alguém desse uma lanterna para seu amigo, porque ele sabia que o caminho para casa estava escuro. O próprio dom da fé é uma indicação para você de que vai precisar dele – em determinados momentos e lugares você irá especialmente requerer isto e que – em todos os pontos e em todos os lugares, você realmente precisa dele. Você não pode viver sem fé – porque uma e outra vez nos é dito, “o justo viverá pela fé”. Crer é a nossa vida e, portanto, precisamos sempre da fé.
E se Deus lhe dá grande fé, meu querido irmão, você deve esperar grandes provações. Pois, à medida que a sua fé deve crescer, você vai ter que fazer mais e suportar mais. Pequenos barcos podem manter-se perto da costa, como pequenos barcos que são. Mas se Deus faz de você um grande navio e o carrega com uma rica carga, Ele quer que você saiba o que são grandes ondas e deveria sentir a sua fúria até você ver “as suas maravilhas nas profundezas.”
Espere também provações, porque a provação é o próprio elemento da fé. A fé é uma salamandra que vive no fogo, uma estrela que se move em uma órbita sublime, um diamante que traça o seu caminho através da rocha. Fé não provada é como um diamante bruto, o brilho do qual nunca tem sido visto. Fé inexperiente é como pouca fé que alguns têm pensado que não têm qualquer fé. O que um peixe seria sem água, ou um pássaro sem ar, seria a fé sem prova. Se você tiver fé, você pode certamente esperar que a sua fé será testada, o grande Guardião dos tesouros não admite moedas para seus cofres, sem serem testadas.
É assim com a natureza da fé e assim, quanto ao seu fim – ela não prospera, salvo em tais tempos que parecem ameaçá-la de morte. Na verdade, é a honra da fé ser provada. Algum homem poderia dizer: “Eu tenho fé, mas eu nunca tive que crer sob dificuldades”? Quem sabe se você tem alguma fé? Deveria algum homem dizer: “Eu tenho muita fé em Deus, mas eu nunca tive que usá-la em algo mais do que os assuntos comuns da vida, onde eu provavelmente poderia ter agido sem ela, assim como com ela”? É esta a honra e o louvor de sua fé? Você acha que essa fé trará qualquer grande glória a Deus, ou lhe trará qualquer grande recompensa? Se assim for, você está poderosamente enganado.
Aquele que tem provado a Deus e a quem Deus tem provado, é o homem que deve ter isto dito sobre ele: “Muito bem, servo bom e fiel.” Tivesse Abraão parado em Ur dos caldeus com seus amigos e descansado lá e se divertido, onde estaria a sua fé? Ele teve a ordem de Deus para deixar o seu país para ir para uma terra que ele nunca tinha visto, para peregrinar ali com Deus, como um estranho, que habitava em tendas. E em sua obediência a esta chamada sua fé começou a ser ilustre. Onde estaria a glória da sua fé, se não tivesse sido chamado para ações corajosas e auto-negação? Será que ele teria subido àquela altura suprema, para ser o “Pai dos crentes”, se ele não tivesse amadurecido, e em seu corpo amortecido ele ainda acreditaria que Deus lhe daria semente de sua idosa esposa Sara, de acordo com o promessa? Foi a abençoada fé que o fez sentir que nada é impossível para Deus. Se Isaque tivesse nascido dele, nos dias de sua força, qual teria sido a sua fé?
E quando ele veio para aquela prova mais severa, “Toma agora o teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e oferece-o em holocausto sobre um dos montes que eu vou te mostrar”. Quando ele se levantou de madrugada e recolheu a madeira e tomou o seu filho e andaram caminho de três dias, colocando seu rosto como um seixo para obedecer ao mandamento de Deus, quando, finalmente, ele tirou a faca, em obediência fiel ao Divino comando – em seguida, foi sua fé confessada, elogiada e coroada. Então o Senhor disse: “Agora eu sei”. Como se, mesmo para Deus, a melhor prova da fé de Abraão, então, foi exibida, quando ele não duvidou da promessa por causa da incredulidade, contando que Deus poderia ressuscitar Isaque dos mortos, se necessário, mas que deveria obedecer ao supremo comando e confiar todas as consequências a Deus, que não podia mentir.
Aqui a sua fé ganhou grande fama e tornou-se o “Pai dos fiéis”, porque ele era o mais experimentado dos crentes e ainda superou todos eles na crença infantil em seu Deus. Se Deus, então, tem dado a qualquer um de nós uma fé que é honrosa e preciosa, esta tem sido certamente submetida à sua apropriada medida de provação. E se é para ser ainda mais preciosa, ela ainda tem mais provas para suportar.
Lembramo-nos, também, de duas razões para a provação da fé. A prova da vossa fé é enviada para provar a sua sinceridade. Se ela não for provada, qual é o bem da mesma? O ouro que se dissolve no forno e desaparece em meio à chama não é ouro. E aquela fé de vocês, que tão logo seja provada, imediatamente evapora, vocês não farão bem em se livrar dela? De que uso ela seria para você na hora da morte e no Dia do Juízo? Não. Você não pode ter certeza de que a sua fé é a verdadeira fé até que seja uma fé provada. Você não pode ter certeza de que é digna de se ter, até que ela tenha sido adequadamente provada.
Ela também deve ser provada para evidenciar a sua força. Às vezes imaginamos que temos forte fé, quando, na verdade, a nossa fé é muito fraca. E como é que vamos saber se é forte ou fraca até que seja provada? Um homem que deveria estar na cama semana após semana e talvez tivesse o capricho ocioso em sua cabeça que ele era muito forte, seria quase certo de estar enganado. É só quando ele se põe a trabalhar exigindo força muscular que ele vai descobrir o quão forte ou fraco ele é. Deus não quer que tenhamos uma estimativa errada de nós mesmos. Ele não gosta que digamos que somos ricos e de que nada temos falta, quando se dá o inverso. E, portanto, Ele nos envia a prova da nossa fé para que possamos compreender o quão forte ou fraca ela é.
E, além disso, queridos amigos, é necessária a prova da nossa fé para remover suas impurezas. Há muitos acréscimos de matéria sórdida sobre as nossas mais puras graças. Estamos aptos, nós mesmos, para aumentar o volume de nossas graças, sem acrescentar real valor a elas. Confundimos quantidade com qualidade. E uma grande parte do que pensamos que temos da experiência cristã e conhecimento cristão e zelo cristão e paciência cristã é apenas a suposição de que temos essas graças, e não a verdadeira posse.
Assim, o fogo cresce mais acirrado e a massa fica menor do que era antes. Existe alguma perda nisto? Acho que não. O ouro não perde nada pela retirada de suas impurezas e nossa fé não perde nada pela dissipação de sua força aparente. A fé pode, aparentemente, perder, mas na verdade ganha. Pode parecer que foi diminuída, mas não diminuiu realmente. Tudo o que permaneceu é o que vale a pena ter. “Por que, há uma semana”, diz alguém, “Eu costumava cantar e pensar que eu tinha a plena certeza da fé. E agora mal posso dizer se eu sou um membro do povo de Deus ou não.” Agora você sabe o quanto de fé você realmente possui.
Agora você pode dizer o quanto era sólido e o quanto era farsa. Porque se aquilo que falhou com você fosse a fé verdadeira, não teria sido consumida por qualquer processo através do qual ela passou. Você perdeu a espuma do topo do copo, mas tudo o que era realmente de valor ainda está lá. Tem de ser assim para que a fé não nasça de coisas terrenas, as coisas terrenas não podem matá-la, nem mesmo tirar dela uma verdadeira partícula.
Entendam, então, queridos amigos, que para muitos propósitos úteis há uma necessidade para a provação. Pedro diz aqui, “se for necessário”, que deve haver uma prova da vossa fé. Você vai ter aquela provação, porque Deus, na sua sabedoria, dará à fé o que a fé necessita. Não fique ansioso para entrar em provação. Não se preocupe se a tentação não vem agora. Você vai tê-la em breve. Entre o dia do nosso novo nascimento e o dia da nossa entrada na nossa herança eterna, teremos provas bastante suficientes da nossa fé. Nós não precisamos ficar desconfortáveis, se por um tempo estamos sem provas, pois há meses suficientes deixados ao ano para dar ao seu inverno plenas medidas de geadas e tempestades.
II. Agora, em segundo lugar, sua fé vai ser provada de maneiras variadas. A prova de nossa fé não chega a todas as pessoas da mesma maneira. Há alguns cuja fé é testada a cada dia em sua comunhão com Deus. Eles fazem esta oração “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há algum caminho mau em mim. E guia-me pelo caminho eterno” Essa oração é ouvida constantemente. As visitações do Senhor são concedidas a eles e assim o Senhor vem, e os prova. Porque, creiam-me, não há prova mais certa de nossas almas do que o desígnio de Deus para as nossas almas.
Aparte de qualquer aflição exterior, que o pensamento procure, esse sentimento interior que é algo mais do que pensamos, que santo segredo tremendo que vem sobre nosso espírito, quando Deus se aproxima, é a constante provação de Deus de nossas graças. Se você se afastar de Deus e viver sem comunhão com Ele, você pode manter em seu coração muita falsidade e fantasia de que você está cheio de dons e graças espirituais. Mas se você se aproximar de Deus e andar com Ele, você não será capaz de manter uma opinião falsa de si mesmo. Lembre-se do que é o Senhor. Nosso Deus é um fogo consumidor.
Muitas vezes me lembrei da maneira em que as pessoas tentam suavizar as Escrituras quando dizem: “Deus fora de Cristo é um fogo consumidor.” A Bíblia não fala assim. Ela diz: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Isto é, Deus em Cristo, que é o nosso Deus, é um fogo consumidor. E quando o seu povo viver nEle, a própria presença de Deus consome neles o amor do pecado e todas as suas graças pretensiosas e realizações fictícias para que o falso desapareça e somente a verdade sobreviva.
A presença de santidade perfeita está matando a jactância vazia e as ocas pretensões. Você não precisa pedir alguma dessas diversas formas de provas que Deus envia segundo a ordem da Providência, você pode descansar bastante satisfeito com a Sua presença, como sendo a purgação mais eficaz. Porque “Sua pá está na sua mão e ele irá limpar bem a sua eira”.
Sempre que Jesus permanece conosco, “Ele se assentará como um refinador”. Quem Ele poderá deixar sozinho em sua corrupção, “Ele purificará os filhos de Levi.” É o próprio Senhor que será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. Quem suportará o dia da sua vinda? Quem ama a santidade gostaria de fugir dela? Nossa oração deve ser, “Fogo refinador passa por minha alma.”
Sim, deixe a chama devoradora passar por mim e através de mim mais uma vez, até que esta grosseria terrena comece a desaparecer. Como Moisés logo tirou suas sandálias de seus pés quando ele viu Deus na sarça ardente, então deveríamos remover as coisas supérfluas da nossa experiência espiritual e deveríamos chegar ao verdadeiro pé nu da Verdade de Deus, se nos é permitido estar de pé diante de Deus com sincera aceitação. Assim, você vê que há uma provação constante de nossa fé, mesmo naquilo que é a sua maior alegria e glória, ou seja, o seu poder de nos fazer ver o Senhor.
Mas o Senhor usa outros métodos com os Seus servos. Eu creio que Ele frequentemente nos tenta pelas bênçãos que Ele nos envia. Este é um fato que é muito negligenciado. Quando um homem tem permissão para enriquecer, que prova de fé está escondida nessa condição! É um dos mais severos testes providenciais! Onde eu conheci um homem falhar através da pobreza, eu conheci cinquenta homens falharem através de riquezas. Quando os nossos amigos têm uma grande prosperidade no mundo, eles devem convidar seus irmãos para orarem de modo especial por eles, para que possam ser preservados – porque a argila espessa é algo pesado para se andar em cima e quando os pés deslizam nela, ela adere a você, e faz da viagem para o céu uma coisa muito difícil.
Quando não nos apegamos à riqueza, ela não irá nos prejudicar. Mas há uma grande aderência no dinheiro. Vocês que não possuem riquezas podem ainda ser provados em suas misericórdias diárias, no seu conforto doméstico, numa esposa amorosa, em filhos queridos, tudo isso pode prová-lo a andar por vista e não por fé. Sim, e saúde contínua, e ausência de toda a depressão de espírito e a longa permanência de amigos e parentes podem todos fazer você auto-satisfeito e mantê-lo longe de seu Deus.
É uma grande coisa, se alguém pode verdadeiramente falar com vocês, meus irmãos e irmãs, sobre “sua fé”, porque nem todos os homens têm fé e onde a fé é encontrada, ela é o sinal de favor divino. A verdadeira fé é, em todos os casos, a operação do Espírito de Deus. Sua natureza é purificadora, animadora e celestial. Ela é, de todas as coisas que podem ser cultivadas no peito humano, um dos bens mais preciosos. Ela é chamada de “fé igualmente preciosa”, e “a fé dos eleitos de Deus.” Onde quer que a fé seja encontrada, é a marca de certeza da eterna eleição, o sinal de uma condição abençoada, a previsão de um destino celestial. Ela é o olho da alma renovada, a mão da mente regenerada, a boca do espírito recém-nascido. É a evidência da vida espiritual é a mola mestra da santidade, é a base do prazer, é a profecia de glória, é o alvorecer de conhecimento infinito.
Se você tiver fé, você tem infinitamente mais do que aquele que tem todo o mundo mas que é ainda carente de fé. Para aquele que crê é dito, “Todas as coisas são suas.” A fé é a certeza da filiação, o penhor da herança, a compreensão da possessão sem limites, a percepção do invisível. Dentro de sua fé reside Glória, assim como o carvalho dorme dentro da semente. Se você tiver fé, você não precisa pedir muito mais, salvo que sua fé pode crescer muito e que todas as promessas que são feitas para ela podem ser conhecidas e compreendidas por você. O tempo iria me faltar para dizer dos poderes, dos privilégios, das posses e das perspectivas da fé. Aquele que a possui é abençoado. Porque ele agrada a Deus, ele é justificado diante do Trono da Santidade, ele tem pleno acesso ao Trono da Graça, e ele tem a preparação para reinar com Cristo para sempre.
Até agora, tudo é agradável. Mas então vem, nesta palavra, que tanto assusta – “A prova da vossa fé.” Você vê o espinho que cresce com essa rosa? Você não pode recolher a flor perfumada sem seu companheiro áspero. Você não pode possuir a fé sem experimentar a provação. Nem comer o cordeiro sem as ervas amargas. Essas duas coisas estão juntas – fé e provação. E é sobre esta provação da sua fé que vou falar neste momento, quanto Deus me ajude.
Pode ser, meus irmãos e irmãs, que as palavras, ditas nesta boa hora devem consolá-los enquanto vocês se submetem à prova de sua fé. Que o Espírito Santo, que nutre a fé e a preserva e aperfeiçoa sob sua provação, ajude nossos pensamentos nesta hora!
I. Em primeiro lugar, deixe-me dizer isto, sua fé será certamente provada. Você pode ter certeza disso. Um homem pode ter fé e estar no presente momento sem provação. Mas nenhum homem jamais teve fé e ficou toda a sua vida sem provações. Isso não poderia – não deve ser. Porque a fé, em sua própria natureza, implica um grau de prova. Eu creio na promessa de Deus. Por enquanto, a minha fé é provada em crer na promessa, na espera do cumprimento da promessa, em me agarrar a uma certeza daquela promessa enquanto ela está demorando, e em continuar a esperar a promessa e agir sobre ela até que esteja em todos pontos cumprida para mim.
Eu não vejo como pode ser fé aquela que não é provada por seu próprio exercício. Levar a vida mais feliz e mais tranquila. Deve ser, em qualquer caso, a prova da fé, tomar a promessa e suplicar diante de Deus em oração e esperar o cumprimento da mesma. Não seja enganado, Deus nunca nos deu a fé para brincar. Ela é uma espada, mas ela não foi feita para apresentação em um dia de gala, nem para ser usada em ocasiões solenes, nem para ser exibida em um desfile. É uma espada que foi feita para cortar, ferir e matar. E aquele que tem empunhado a mesma pode esperar, entre aqui e o Céu, que ele saberá o que significa a batalha.
A fé é como uma embarcação marítima, mas não para permanecer parada no cais e apodrecer. Para quem Deus tem dado a fé, é como se alguém desse uma lanterna para seu amigo, porque ele sabia que o caminho para casa estava escuro. O próprio dom da fé é uma indicação para você de que vai precisar dele – em determinados momentos e lugares você irá especialmente requerer isto e que – em todos os pontos e em todos os lugares, você realmente precisa dele. Você não pode viver sem fé – porque uma e outra vez nos é dito, “o justo viverá pela fé”. Crer é a nossa vida e, portanto, precisamos sempre da fé.
E se Deus lhe dá grande fé, meu querido irmão, você deve esperar grandes provações. Pois, à medida que a sua fé deve crescer, você vai ter que fazer mais e suportar mais. Pequenos barcos podem manter-se perto da costa, como pequenos barcos que são. Mas se Deus faz de você um grande navio e o carrega com uma rica carga, Ele quer que você saiba o que são grandes ondas e deveria sentir a sua fúria até você ver “as suas maravilhas nas profundezas.”
Espere também provações, porque a provação é o próprio elemento da fé. A fé é uma salamandra que vive no fogo, uma estrela que se move em uma órbita sublime, um diamante que traça o seu caminho através da rocha. Fé não provada é como um diamante bruto, o brilho do qual nunca tem sido visto. Fé inexperiente é como pouca fé que alguns têm pensado que não têm qualquer fé. O que um peixe seria sem água, ou um pássaro sem ar, seria a fé sem prova. Se você tiver fé, você pode certamente esperar que a sua fé será testada, o grande Guardião dos tesouros não admite moedas para seus cofres, sem serem testadas.
É assim com a natureza da fé e assim, quanto ao seu fim – ela não prospera, salvo em tais tempos que parecem ameaçá-la de morte. Na verdade, é a honra da fé ser provada. Algum homem poderia dizer: “Eu tenho fé, mas eu nunca tive que crer sob dificuldades”? Quem sabe se você tem alguma fé? Deveria algum homem dizer: “Eu tenho muita fé em Deus, mas eu nunca tive que usá-la em algo mais do que os assuntos comuns da vida, onde eu provavelmente poderia ter agido sem ela, assim como com ela”? É esta a honra e o louvor de sua fé? Você acha que essa fé trará qualquer grande glória a Deus, ou lhe trará qualquer grande recompensa? Se assim for, você está poderosamente enganado.
Aquele que tem provado a Deus e a quem Deus tem provado, é o homem que deve ter isto dito sobre ele: “Muito bem, servo bom e fiel.” Tivesse Abraão parado em Ur dos caldeus com seus amigos e descansado lá e se divertido, onde estaria a sua fé? Ele teve a ordem de Deus para deixar o seu país para ir para uma terra que ele nunca tinha visto, para peregrinar ali com Deus, como um estranho, que habitava em tendas. E em sua obediência a esta chamada sua fé começou a ser ilustre. Onde estaria a glória da sua fé, se não tivesse sido chamado para ações corajosas e auto-negação? Será que ele teria subido àquela altura suprema, para ser o “Pai dos crentes”, se ele não tivesse amadurecido, e em seu corpo amortecido ele ainda acreditaria que Deus lhe daria semente de sua idosa esposa Sara, de acordo com o promessa? Foi a abençoada fé que o fez sentir que nada é impossível para Deus. Se Isaque tivesse nascido dele, nos dias de sua força, qual teria sido a sua fé?
E quando ele veio para aquela prova mais severa, “Toma agora o teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e oferece-o em holocausto sobre um dos montes que eu vou te mostrar”. Quando ele se levantou de madrugada e recolheu a madeira e tomou o seu filho e andaram caminho de três dias, colocando seu rosto como um seixo para obedecer ao mandamento de Deus, quando, finalmente, ele tirou a faca, em obediência fiel ao Divino comando – em seguida, foi sua fé confessada, elogiada e coroada. Então o Senhor disse: “Agora eu sei”. Como se, mesmo para Deus, a melhor prova da fé de Abraão, então, foi exibida, quando ele não duvidou da promessa por causa da incredulidade, contando que Deus poderia ressuscitar Isaque dos mortos, se necessário, mas que deveria obedecer ao supremo comando e confiar todas as consequências a Deus, que não podia mentir.
Aqui a sua fé ganhou grande fama e tornou-se o “Pai dos fiéis”, porque ele era o mais experimentado dos crentes e ainda superou todos eles na crença infantil em seu Deus. Se Deus, então, tem dado a qualquer um de nós uma fé que é honrosa e preciosa, esta tem sido certamente submetida à sua apropriada medida de provação. E se é para ser ainda mais preciosa, ela ainda tem mais provas para suportar.
Lembramo-nos, também, de duas razões para a provação da fé. A prova da vossa fé é enviada para provar a sua sinceridade. Se ela não for provada, qual é o bem da mesma? O ouro que se dissolve no forno e desaparece em meio à chama não é ouro. E aquela fé de vocês, que tão logo seja provada, imediatamente evapora, vocês não farão bem em se livrar dela? De que uso ela seria para você na hora da morte e no Dia do Juízo? Não. Você não pode ter certeza de que a sua fé é a verdadeira fé até que seja uma fé provada. Você não pode ter certeza de que é digna de se ter, até que ela tenha sido adequadamente provada.
Ela também deve ser provada para evidenciar a sua força. Às vezes imaginamos que temos forte fé, quando, na verdade, a nossa fé é muito fraca. E como é que vamos saber se é forte ou fraca até que seja provada? Um homem que deveria estar na cama semana após semana e talvez tivesse o capricho ocioso em sua cabeça que ele era muito forte, seria quase certo de estar enganado. É só quando ele se põe a trabalhar exigindo força muscular que ele vai descobrir o quão forte ou fraco ele é. Deus não quer que tenhamos uma estimativa errada de nós mesmos. Ele não gosta que digamos que somos ricos e de que nada temos falta, quando se dá o inverso. E, portanto, Ele nos envia a prova da nossa fé para que possamos compreender o quão forte ou fraca ela é.
E, além disso, queridos amigos, é necessária a prova da nossa fé para remover suas impurezas. Há muitos acréscimos de matéria sórdida sobre as nossas mais puras graças. Estamos aptos, nós mesmos, para aumentar o volume de nossas graças, sem acrescentar real valor a elas. Confundimos quantidade com qualidade. E uma grande parte do que pensamos que temos da experiência cristã e conhecimento cristão e zelo cristão e paciência cristã é apenas a suposição de que temos essas graças, e não a verdadeira posse.
Assim, o fogo cresce mais acirrado e a massa fica menor do que era antes. Existe alguma perda nisto? Acho que não. O ouro não perde nada pela retirada de suas impurezas e nossa fé não perde nada pela dissipação de sua força aparente. A fé pode, aparentemente, perder, mas na verdade ganha. Pode parecer que foi diminuída, mas não diminuiu realmente. Tudo o que permaneceu é o que vale a pena ter. “Por que, há uma semana”, diz alguém, “Eu costumava cantar e pensar que eu tinha a plena certeza da fé. E agora mal posso dizer se eu sou um membro do povo de Deus ou não.” Agora você sabe o quanto de fé você realmente possui.
Agora você pode dizer o quanto era sólido e o quanto era farsa. Porque se aquilo que falhou com você fosse a fé verdadeira, não teria sido consumida por qualquer processo através do qual ela passou. Você perdeu a espuma do topo do copo, mas tudo o que era realmente de valor ainda está lá. Tem de ser assim para que a fé não nasça de coisas terrenas, as coisas terrenas não podem matá-la, nem mesmo tirar dela uma verdadeira partícula.
Entendam, então, queridos amigos, que para muitos propósitos úteis há uma necessidade para a provação. Pedro diz aqui, “se for necessário”, que deve haver uma prova da vossa fé. Você vai ter aquela provação, porque Deus, na sua sabedoria, dará à fé o que a fé necessita. Não fique ansioso para entrar em provação. Não se preocupe se a tentação não vem agora. Você vai tê-la em breve. Entre o dia do nosso novo nascimento e o dia da nossa entrada na nossa herança eterna, teremos provas bastante suficientes da nossa fé. Nós não precisamos ficar desconfortáveis, se por um tempo estamos sem provas, pois há meses suficientes deixados ao ano para dar ao seu inverno plenas medidas de geadas e tempestades.
II. Agora, em segundo lugar, sua fé vai ser provada de maneiras variadas. A prova de nossa fé não chega a todas as pessoas da mesma maneira. Há alguns cuja fé é testada a cada dia em sua comunhão com Deus. Eles fazem esta oração “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há algum caminho mau em mim. E guia-me pelo caminho eterno” Essa oração é ouvida constantemente. As visitações do Senhor são concedidas a eles e assim o Senhor vem, e os prova. Porque, creiam-me, não há prova mais certa de nossas almas do que o desígnio de Deus para as nossas almas.
Aparte de qualquer aflição exterior, que o pensamento procure, esse sentimento interior que é algo mais do que pensamos, que santo segredo tremendo que vem sobre nosso espírito, quando Deus se aproxima, é a constante provação de Deus de nossas graças. Se você se afastar de Deus e viver sem comunhão com Ele, você pode manter em seu coração muita falsidade e fantasia de que você está cheio de dons e graças espirituais. Mas se você se aproximar de Deus e andar com Ele, você não será capaz de manter uma opinião falsa de si mesmo. Lembre-se do que é o Senhor. Nosso Deus é um fogo consumidor.
Muitas vezes me lembrei da maneira em que as pessoas tentam suavizar as Escrituras quando dizem: “Deus fora de Cristo é um fogo consumidor.” A Bíblia não fala assim. Ela diz: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Isto é, Deus em Cristo, que é o nosso Deus, é um fogo consumidor. E quando o seu povo viver nEle, a própria presença de Deus consome neles o amor do pecado e todas as suas graças pretensiosas e realizações fictícias para que o falso desapareça e somente a verdade sobreviva.
A presença de santidade perfeita está matando a jactância vazia e as ocas pretensões. Você não precisa pedir alguma dessas diversas formas de provas que Deus envia segundo a ordem da Providência, você pode descansar bastante satisfeito com a Sua presença, como sendo a purgação mais eficaz. Porque “Sua pá está na sua mão e ele irá limpar bem a sua eira”.
Sempre que Jesus permanece conosco, “Ele se assentará como um refinador”. Quem Ele poderá deixar sozinho em sua corrupção, “Ele purificará os filhos de Levi.” É o próprio Senhor que será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. Quem suportará o dia da sua vinda? Quem ama a santidade gostaria de fugir dela? Nossa oração deve ser, “Fogo refinador passa por minha alma.”
Sim, deixe a chama devoradora passar por mim e através de mim mais uma vez, até que esta grosseria terrena comece a desaparecer. Como Moisés logo tirou suas sandálias de seus pés quando ele viu Deus na sarça ardente, então deveríamos remover as coisas supérfluas da nossa experiência espiritual e deveríamos chegar ao verdadeiro pé nu da Verdade de Deus, se nos é permitido estar de pé diante de Deus com sincera aceitação. Assim, você vê que há uma provação constante de nossa fé, mesmo naquilo que é a sua maior alegria e glória, ou seja, o seu poder de nos fazer ver o Senhor.
Mas o Senhor usa outros métodos com os Seus servos. Eu creio que Ele frequentemente nos tenta pelas bênçãos que Ele nos envia. Este é um fato que é muito negligenciado. Quando um homem tem permissão para enriquecer, que prova de fé está escondida nessa condição! É um dos mais severos testes providenciais! Onde eu conheci um homem falhar através da pobreza, eu conheci cinquenta homens falharem através de riquezas. Quando os nossos amigos têm uma grande prosperidade no mundo, eles devem convidar seus irmãos para orarem de modo especial por eles, para que possam ser preservados – porque a argila espessa é algo pesado para se andar em cima e quando os pés deslizam nela, ela adere a você, e faz da viagem para o céu uma coisa muito difícil.
Quando não nos apegamos à riqueza, ela não irá nos prejudicar. Mas há uma grande aderência no dinheiro. Vocês que não possuem riquezas podem ainda ser provados em suas misericórdias diárias, no seu conforto doméstico, numa esposa amorosa, em filhos queridos, tudo isso pode prová-lo a andar por vista e não por fé. Sim, e saúde contínua, e ausência de toda a depressão de espírito e a longa permanência de amigos e parentes podem todos fazer você auto-satisfeito e mantê-lo longe de seu Deus.
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
BUSQUE O BEM DA SUA CIDADE
Versículo do dia: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto… Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz. (Jeremias 29.4-7)
Se isso foi verdade para os exilados de Deus na Babilônia, parece ainda mais verdadeiro para os exilados cristãos nesse mundo “babilônico”. Então, o que devemos fazer?
Nós devemos fazer as coisas comuns que precisam ser feitas: edificar casas, habitar nelas, plantar pomares. Isso não o contaminará se você fizer tudo para o verdadeiro Rei e não apenas servindo à vista, como para agradar a homens.
Busque a paz do lugar para onde Deus o levou. Pense em si mesmo como enviado por Deus, porque é isso que você é.
Ore ao Senhor por sua cidade. Peça que coisas grandes e boas aconteçam para a cidade. Evidentemente Deus não é indiferente à sua paz. Esta é uma razão pela qual ele não é indiferente: na paz da cidade, o seu povo terá paz.
Isso não significa que desistimos da nossa orientação para o exílio. Na verdade, nós faremos mais bem a esse mundo mantendo uma firme liberdade de suas atrações sedutoras. Serviremos melhor à nossa cidade obtendo os nossos valores da cidade “que há de vir” (Hebreus 13.14). Faremos mais bem à nossa cidade convocando tantos de seus cidadãos quantos pudermos para serem cidadãos da “Jerusalém lá de cima” (Gálatas 4.26).
Vivamos assim, para que os nativos desejem conhecer o nosso Rei.
Versículo do dia: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto… Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz. (Jeremias 29.4-7)
Se isso foi verdade para os exilados de Deus na Babilônia, parece ainda mais verdadeiro para os exilados cristãos nesse mundo “babilônico”. Então, o que devemos fazer?
Nós devemos fazer as coisas comuns que precisam ser feitas: edificar casas, habitar nelas, plantar pomares. Isso não o contaminará se você fizer tudo para o verdadeiro Rei e não apenas servindo à vista, como para agradar a homens.
Busque a paz do lugar para onde Deus o levou. Pense em si mesmo como enviado por Deus, porque é isso que você é.
Ore ao Senhor por sua cidade. Peça que coisas grandes e boas aconteçam para a cidade. Evidentemente Deus não é indiferente à sua paz. Esta é uma razão pela qual ele não é indiferente: na paz da cidade, o seu povo terá paz.
Isso não significa que desistimos da nossa orientação para o exílio. Na verdade, nós faremos mais bem a esse mundo mantendo uma firme liberdade de suas atrações sedutoras. Serviremos melhor à nossa cidade obtendo os nossos valores da cidade “que há de vir” (Hebreus 13.14). Faremos mais bem à nossa cidade convocando tantos de seus cidadãos quantos pudermos para serem cidadãos da “Jerusalém lá de cima” (Gálatas 4.26).
Vivamos assim, para que os nativos desejem conhecer o nosso Rei.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia:“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8.37)
Vamos a Cristo para receber perdão e depois, com muita frequência, olhamos para nós mesmos em busca de poder para lutarmos contra nossos pecados. Paulo falou as seguintes palavras de repreensão: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebeste o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.1-3).
Traga os seus pecados à cruz de Cristo, pois somente ali o velho homem pode ser aniquilado (ver Romanos 6.6). Estamos crucificados com Cristo. A única arma com a qual lutaremos contra o pecado é lança que penetrou o lado de Jesus. Por exemplo, como você pode vencer seu mau gênio? Talvez você nunca experimentou a solução correta de trazê-lo ao Senhor Jesus. Como foi que obtive a salvação? Vim a Jesus como eu estava e confiei nEle para salvar-me. É deste mesmo modo que eu tenho de mortificar meu temperamento descontrolado; é a única maneira pela qual eu posso fazê-lo morrer. Tenho de levá-lo à cruz e clamar: “Senhor Jesus, creio que Tu podes me livrar deste temperamento explosivo”. Esta é a única maneira de golpear fatalmente esse temperamento. Você é cobiçoso? Sente que o mundo está enlaçando-o? Você pode lutar contra este mal o quanto desejar, mas você nunca será liberto dele, exceto pelo sangue de Jesus. Entregue-se a Ele. Diga-Lhe: “Senhor, eu tenho confiado em Ti, teu nome é Jesus pois Tu salvas teu povo dos pecados deles. Senhor, este é um de meus pecados; salva-me dele!” A Lei é nada sem Cristo, no que se refere a acabar com o pecado. Seu arrependimento, suas orações e lágrimas – todos juntos – nada valem sem Jesus. Ninguém, exceto Jesus, pode transformar pecadores ou os santos desamparados em homens bons. Se você quer ser um vencedor, isso tem de acontecer por intermédio do Senhor Jesus.
Vamos a Cristo para receber perdão e depois, com muita frequência, olhamos para nós mesmos em busca de poder para lutarmos contra nossos pecados. Paulo falou as seguintes palavras de repreensão: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebeste o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.1-3).
Traga os seus pecados à cruz de Cristo, pois somente ali o velho homem pode ser aniquilado (ver Romanos 6.6). Estamos crucificados com Cristo. A única arma com a qual lutaremos contra o pecado é lança que penetrou o lado de Jesus. Por exemplo, como você pode vencer seu mau gênio? Talvez você nunca experimentou a solução correta de trazê-lo ao Senhor Jesus. Como foi que obtive a salvação? Vim a Jesus como eu estava e confiei nEle para salvar-me. É deste mesmo modo que eu tenho de mortificar meu temperamento descontrolado; é a única maneira pela qual eu posso fazê-lo morrer. Tenho de levá-lo à cruz e clamar: “Senhor Jesus, creio que Tu podes me livrar deste temperamento explosivo”. Esta é a única maneira de golpear fatalmente esse temperamento. Você é cobiçoso? Sente que o mundo está enlaçando-o? Você pode lutar contra este mal o quanto desejar, mas você nunca será liberto dele, exceto pelo sangue de Jesus. Entregue-se a Ele. Diga-Lhe: “Senhor, eu tenho confiado em Ti, teu nome é Jesus pois Tu salvas teu povo dos pecados deles. Senhor, este é um de meus pecados; salva-me dele!” A Lei é nada sem Cristo, no que se refere a acabar com o pecado. Seu arrependimento, suas orações e lágrimas – todos juntos – nada valem sem Jesus. Ninguém, exceto Jesus, pode transformar pecadores ou os santos desamparados em homens bons. Se você quer ser um vencedor, isso tem de acontecer por intermédio do Senhor Jesus.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
O REINO DE DEUS NA MENSAGEM DE CRISTO
Por Marcelo Berti
“A erudição moderna revela quase que uma unanimidade ao afirmar que o Reino de Deus constitui-se na mensagem central de Jesus. Marcos introduz a missão de Cristo com as palavras: ‘Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no evangelho’ (Marcos 1.14-15). Mateus sumariza seu ministério com as palavras: ‘E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino’ (Mateus 4.23). A cena introdutória de Lucas não menciona o Reino, mas, por outro lado, cita a profecia de Isaías a respeito da vinda do Reino e depois relata a afirmação de Jesus: ‘Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos’(Lucas 4.21)”. (LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento, Hagnos, 2001, pp.55)
Considerando as palavras de Ladd, de que o Reino de Deus é parte central da mensagem de Cristo, vamos observar que a visão que Ele apresenta sobre o Reino de Deus tem diferentes nuances, que pretendemos respeitar antes de se levantar uma conclusão sobre o modo como ele usa a expressão.
A. O Reino de Deus é espiritual e presente
Como já demonstramos, havia nos tempos de Jesus uma clara expectativa da vinda do Messias-Rei como libertador político. A expectativa judaica era que o Messias-Rei viria de Jerusalém (Mt.5.35), como o magos do oriente já tinham demonstrado (Mt.2.2), fato não negado pelo próprio Cristo (Mt.27.11; Jo.18.37), mas ironizado por aqueles que o crucificaram (Mt.27.27, 37, 42).
De modo interessante, os judeus tinham certa resistência com esse fato, pois não o viam como o Filho de Davi, Messias-Rei libertador de Israel. Note que é exatamente essa uma das acusações contra Jesus Cristo: “E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei” (Lc.23.2). Isso é importante ser ressaltado, pois nesse sentido Jesus foi uma decepção para aqueles que o esperavam, pois não viam nele um Rei Valente, um líder político que vira para libertar a Israel.
Essa frustração não veio sem evidências, pois o próprio Jesus em algumas ocasiões rejeitou a ideia de ser feito rei entre eles: “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte” (Jo.6.15). Além disso, Ele mesmo testificava que seu Reino não era desse mundo: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo.18.36).
A verdade é que o Reino de Deus, segundo ensinado por Ele mesmo, na ocasião da sua encarnação não era estritamente um Reino Físico: “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lc.17.20-21). Esse reino apresentado por Cristo não era o Reino que os judeus pareciam esperar, apesar de ser o Reino Prometido.
O Reino apresentado por Cristo, era um Reino dos céus (Mt.3.2; 4.17), uma forma mais aceitável de se apresentar o Reino de Deus a um Judeu. É evidente que o Reino dos céus apresentado por Cristo no Evangelho de Mateus é o Reino de Yahweh, mas que por zelo ao uso do nome do Senhor, foi apresentado como Reino dos céus. Uma rápida observação nos evangelhos sinóticos irá revelar esse fato. Reforça essa ideia o eventual uso do termo céu (Gr. ouranós) como alusão ao próprio Deus em Mateus (Mt.21.25; cf. Mt.5.16; 5.34; 5.45; 6.9; 16.1; 23.22).
Esse Reino dos céus estava próximo e essa era a mensagem pregada por Cristo (Mt.3.2; 9.35; Lc.4.43; 8.1; 10.9) e ensinada aos seus seguidores (Mt.10.7; Lc.9.2, 60), a quem revelaria os mistérios desse reino (Mt.13.11). Esse reino seria visto por seus seguidores antes que viessem a morrer (Mt.16.28), o que reforça a ideia de um Reino espiritual e não físico. A participação nesse Reino exigia arrependimento (Mc.1.15), ser como uma criança (Mt.18.3-4; 19.14; Mc.10.14; Lc.12.32; 18.16-17), nascer de novo (Jo.3.3-5; 8), ser desapegado ao dinheiro (Mt.19.24; Lc.6.20), ser humilde de espírito (Mt.5.3), persistente no trabalho do Reino (Lc.9.62), perseguido por causa da justiça (Mt.5.10), ou seja, manter uma ética adequada ao Reino (Mt.5.20; 19.12; Mc.9.47). Entretanto, não são as obras que determinam a entrada nesse Reino, nem mesmo as riquezas do homem (Mc.10.23-25; Lc.18.24-25), mas a graça de Deus (Mt.21.31). Em outras palavras, era necessário exercer a fé centrada no Messias-Rei como Salvador e Senhor (At.2.36; Rm.10.9). Não é à toa que os judeus não aceitavam sua mensagem, e que o acusavam de usurpar das escrituras um direito que não era dele (Lc.23.2).
Ele é manifesto na pessoa de Cristo na demonstração de seu poder-autoridade com o mundo espiritual (Mt.12.28; Lc.11.20), na restituição graciosa do Rei (Mt.20.1) e não na falsa religião defendida pelos doutores da lei (Mt.23.13). Na sua infinda graça, Jesus Cristo é quem dá a conhecer o Reino de Deus a quem ele quer (Mc.4.11; Lc.8.10).
O Reino de Deus também deveria ser buscado com sua justiça (Mt.6.33; Lc.12.31), com esforço apodera-se dele (Mt.11.12; Lc.16.16) e com abnegação dele participa (Lc.18.29). Ele é o alvo da oração dos seguidores de Cristo, que clamam para que o Reino venha até nós (Lc.11.2) e nesse sentido ele não tem aparência externa, mas está dentro de nós (Lc.17.20-21). E por fim, esse Reino é confiado, destinado aos seguidores de Cristo (Lc.22.29), que fazem do reino sua mensagem (At.8.12; 14.22; 19.8; 20.25; 28.23; 31). Nesse sentido, o Reino de Deus pregado por Cristo era primariamente espiritual e, por conseguinte presente. Era uma mensagem para o já, para o agora.
B. O Reino de Deus é histórico e futuro
Como já vimos, parece claro que existe na mensagem de Cristo um claro teor de espiritualidade no Reino prometido. Contudo, devemos lembrar que desde cedo no Ministério Público de Jesus, os seus seguidores o reconheceram como Messias e Rei. Natanael assim que o conheceu testemunhou: “Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo.1.49). Ao que tudo indica, a força da expectativa messiânica real acompanhou a Jesus Cristo de modo que podemos ver no início do ministério de Cristo uma oração com esse teor: “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1.33). Essa mesma expectativa é a mesma que sempre acompanhou os discípulos de Cristo, e eles também esperavam pela concretização desse reino durante todo o tempo de ministério de Jesus entre eles. A curiosidade deles era tanta que gostariam de saber quem seria o que se assentaria ao seu lado no Reino (Mt.20.21), ou quem seria o maior nele (Mt.18.1). De modo interessante, Jesus também ensinou sobre ser maior ou menos no Reino dos céus (Mt.5.17-19), o que sugere que este não seria apenas espiritual.
Esse Reino seria mediado por um povo, tal como já o fora no passado pelo povo judeu. Entretanto, como os judeus rejeitaram o a Cristo como Messias prometido, Jesus atesta que “o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt.21.43). Essa visão do Reino era completamente nova para os judeus que o ouviam e em função da ofensa que essa mensagem trazia sobre eles, eles o queriam matar (v.45-46). Ou seja, a visão que Cristo apresenta sobre esse reino parece incluir um detalhe histórico importante e inesperado: A Igreja (Mt.16.16-19), como um parêntesis histórico entre a chegada do Messias como Redentor e Seu retorno como Rei. Nesse intervalo profético, os seguidores de Cristo, a igreja do Senhor, é quem encarna os valores do Reino e anuncia sua mensagem espiritual de restauração, sempre na expectativa do dia em que o Próprio Senhor estabelecerá seu Reino.
Essa parece ser a compreensão básica das parábolas do Reino proferidas por Cristo: Apesar da consistente rejeição do Messias feita pelos judeus, o Reino de Deus continua florescendo, afinal sua mensagem favorece uma diversidade de resultados a ela (Mt.13.3-8); também haverá uma mistura entre bem e mal durante o nosso período, antes que uma consumação escatológica definitiva aconteça (Mt.13.24-30; 36-43); a mensagem do reino crescerá muito rapidamente alcançando diferentes grupos de pessoas (Mt.13.31-32) do mesmo modo que o elemento maligno cresça paralelamente à expansão da mensagem do reino (Mt.13.33); e tal mistura entre a expansão da mensagem do reino e o elemento maligno até que o Reino seja finalmente estabelecido e execute a separação final (Mt.13.47-50) (PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Novo Testamento, Hagnos, 2008, pp.51)
Esse Reino contaria com a participação de pessoas de diferentes nacionalidades, mas estariam com os patriarcas no Reino dos céus (Mt.8.11; Lc.13.29), e essa mensagem chegará até os confins da terra (Mt.24.14), precedendo o fim dos tempos. Assim os próprios seguidores de Cristo e propagadores da mensagem do Reino teriam a chance de ensinar de acordo com as escrituras e serem avaliados para o Reino futuro (Mt.5.19). Durante esse período, eles esperarão pelo retorno do Messias, o Rei, reconhecido como o Noivo da Igreja (Mt.25.1ss). Então, todos prestarão contas diante do Rei por suas ações (Mt.18.24) e aqueles que viveram na iniquidade, contrariando a ética e a espiritualidade do Reino presente, no futuro serão ou jogados na fornalha de fogo (não cristãos Mt.13.41-42), ou colocados fora do Reino (maus cristãos Lc.13.28), mas os justos resplandecerão como o Sol no Reino do Deus Pai (Mt.13.43) e serão convidados a participar do Reino de Deus que está preparado desde a fundação do mundo (Mt.25.34), no qual esperamos participar de uma celebração (Lc.22.30; cf. Mt.26.29; Mc.14.25;). Esse aspecto do Reino, segundo Jesus Cristo, também está próximo (Lc.21.31).
Entretanto, esse futuro não é algo apenas escatológico, mas algo que está além do presente do autor (Lc.19.11), de modo que o Reino futuro de Deus esteja em funcionamento antes dos seus discípulos originais morressem (Mt.16.28; Mc.9.1; Lc.9.27; Lc.22.16-18), e que os seguidores mais próximos ainda aguardavam ver depois da morte de Cristo (Mc.15.43; Lc.23.51). Nesse quesito, a expectativa futura é apresentada em consonância ao conceito espiritual do Reino.
C. O Reino de Deus e a expectativa judaica
Após a observação das diferentes nuances do Reino no ensino de Cristo, já pudemos observar alguns aspectos do Reino que ora se adequam a visão judaica corrente, ora a confronta claramente. Essa relação com a expectativa da judaica e a mensagem de Cristo sugerem que muita dessa expectativa não era legítima ante ao plano divino, por outro lado, parte dela parecia em consistente com a mensagem de Cristo. Um desses claros indicativos é a declaração de Cristo que os seus doze discípulos irão julgar as Doze Tribos de Israel (Lc.12.32; 22.28-30). Isso evidencia claramente que Israel ainda não havia saído da visão e preocupação divina.
Outro detalhe que parece contribuir para a essa confluência entre a visão de Cristo e da expectativa judaica sobre o reino são as parábolas dos banquetes contadas por Jesus (Mt.22.1-14; Lc.14.15-24), o fato de que Cristo os ensina a orar pelo Reino futuro (Mt.6.10) e a prefiguração de Isaías 25.69 na cena da última ceia. Também encontramos alguns conceitos escatológicos em conformidade com a expectativa judaica, como por exemplo a ideia de dois diferentes destinos em relação ao Reino futuro (Mc.9.47), do desfrute do Reino como uma herança (Mt.5.20) ou um estado futuro em que se entre (Mt.25.31-46) e a descrição dos acontecimentos que farão parte do dia do juízo (Mt.7.21-23; 25.1-13; Lc.21.31) (BLOMBERG, Craig, Jesus e os evangelhos, Vida Nova, 2009, pp501).
Por outro lado, as questões mais presentes e espirituais do Reino eram inimagináveis na expectativa judaica. A ideia de um reino real e presente no indivíduo parecia uma distorção da mensagem do Reino aos olhos dos judeus. A chamada ao arrependimento, a primazia dos pecadores e o novo nascimento (em todas as suas figuras) pareciam distantes demais da expectativa judaica.
Ao considerarmos essas declarações de Cristo sobre o Reino o que podemos dizer? É o reino futuro? É histórico? É espiritual? É presente? Essa visão aparentemente contraditória da exposição de Cristo, bem como a leitura delas a partir de diferentes pressupostos encontrados no Antigo Testamento, é que levaram a tantas diferenças de opiniões sobre o Reino, como vimo no início dessa seção. Entretanto, é essa mesma apresentação diversa e ampla do Reino de Deus que intrigou os judeus que o ouviam, e por isso mesmo, várias vezes se levantaram contra ele, muito embora, eventualmente Sua mensagem era compatível com as expectativas deles.
Ou seja, partindo da visão judaica no período de Cristo, o Seu ensino sobre o Reino de Deus contém aspectos em conformidade, embora boa parte do seu ensino fosse inovadora e inesperada. É nessa mistura de conceitos, presente e futuro, histórico e espiritual que Cristo apresenta sua mensagem. Observando essas características, Darrell Bock atesta:
“É a justaposição desses vários elementos que mostra quão eclético e sintético, até criativo, é o ensino de Jesus sobre o Reino. Jesus pregou uma esperança que os judeus podiam reconhecer, mas ele também pregou muito mais. Ele acolheu elementos da esperança apocalíptica judaica, mas não repetiu meramente esses temas. O sentido desses tetos, como um todo, é que Jesus atua dentre dessa história e, todavia, a remodelará um dia. Novamente, o ensino nem é esse mundo reorganizado, nem um novo mundo criado, mas ambos em seu tempo certo”. ”. (BOCK, Darrell, Jesus segundo as escrituras, Shedd, 2006, pp.544)
“A erudição moderna revela quase que uma unanimidade ao afirmar que o Reino de Deus constitui-se na mensagem central de Jesus. Marcos introduz a missão de Cristo com as palavras: ‘Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no evangelho’ (Marcos 1.14-15). Mateus sumariza seu ministério com as palavras: ‘E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino’ (Mateus 4.23). A cena introdutória de Lucas não menciona o Reino, mas, por outro lado, cita a profecia de Isaías a respeito da vinda do Reino e depois relata a afirmação de Jesus: ‘Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos’(Lucas 4.21)”. (LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento, Hagnos, 2001, pp.55)
Considerando as palavras de Ladd, de que o Reino de Deus é parte central da mensagem de Cristo, vamos observar que a visão que Ele apresenta sobre o Reino de Deus tem diferentes nuances, que pretendemos respeitar antes de se levantar uma conclusão sobre o modo como ele usa a expressão.
A. O Reino de Deus é espiritual e presente
Como já demonstramos, havia nos tempos de Jesus uma clara expectativa da vinda do Messias-Rei como libertador político. A expectativa judaica era que o Messias-Rei viria de Jerusalém (Mt.5.35), como o magos do oriente já tinham demonstrado (Mt.2.2), fato não negado pelo próprio Cristo (Mt.27.11; Jo.18.37), mas ironizado por aqueles que o crucificaram (Mt.27.27, 37, 42).
De modo interessante, os judeus tinham certa resistência com esse fato, pois não o viam como o Filho de Davi, Messias-Rei libertador de Israel. Note que é exatamente essa uma das acusações contra Jesus Cristo: “E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei” (Lc.23.2). Isso é importante ser ressaltado, pois nesse sentido Jesus foi uma decepção para aqueles que o esperavam, pois não viam nele um Rei Valente, um líder político que vira para libertar a Israel.
Essa frustração não veio sem evidências, pois o próprio Jesus em algumas ocasiões rejeitou a ideia de ser feito rei entre eles: “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte” (Jo.6.15). Além disso, Ele mesmo testificava que seu Reino não era desse mundo: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo.18.36).
A verdade é que o Reino de Deus, segundo ensinado por Ele mesmo, na ocasião da sua encarnação não era estritamente um Reino Físico: “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lc.17.20-21). Esse reino apresentado por Cristo não era o Reino que os judeus pareciam esperar, apesar de ser o Reino Prometido.
O Reino apresentado por Cristo, era um Reino dos céus (Mt.3.2; 4.17), uma forma mais aceitável de se apresentar o Reino de Deus a um Judeu. É evidente que o Reino dos céus apresentado por Cristo no Evangelho de Mateus é o Reino de Yahweh, mas que por zelo ao uso do nome do Senhor, foi apresentado como Reino dos céus. Uma rápida observação nos evangelhos sinóticos irá revelar esse fato. Reforça essa ideia o eventual uso do termo céu (Gr. ouranós) como alusão ao próprio Deus em Mateus (Mt.21.25; cf. Mt.5.16; 5.34; 5.45; 6.9; 16.1; 23.22).
Esse Reino dos céus estava próximo e essa era a mensagem pregada por Cristo (Mt.3.2; 9.35; Lc.4.43; 8.1; 10.9) e ensinada aos seus seguidores (Mt.10.7; Lc.9.2, 60), a quem revelaria os mistérios desse reino (Mt.13.11). Esse reino seria visto por seus seguidores antes que viessem a morrer (Mt.16.28), o que reforça a ideia de um Reino espiritual e não físico. A participação nesse Reino exigia arrependimento (Mc.1.15), ser como uma criança (Mt.18.3-4; 19.14; Mc.10.14; Lc.12.32; 18.16-17), nascer de novo (Jo.3.3-5; 8), ser desapegado ao dinheiro (Mt.19.24; Lc.6.20), ser humilde de espírito (Mt.5.3), persistente no trabalho do Reino (Lc.9.62), perseguido por causa da justiça (Mt.5.10), ou seja, manter uma ética adequada ao Reino (Mt.5.20; 19.12; Mc.9.47). Entretanto, não são as obras que determinam a entrada nesse Reino, nem mesmo as riquezas do homem (Mc.10.23-25; Lc.18.24-25), mas a graça de Deus (Mt.21.31). Em outras palavras, era necessário exercer a fé centrada no Messias-Rei como Salvador e Senhor (At.2.36; Rm.10.9). Não é à toa que os judeus não aceitavam sua mensagem, e que o acusavam de usurpar das escrituras um direito que não era dele (Lc.23.2).
Ele é manifesto na pessoa de Cristo na demonstração de seu poder-autoridade com o mundo espiritual (Mt.12.28; Lc.11.20), na restituição graciosa do Rei (Mt.20.1) e não na falsa religião defendida pelos doutores da lei (Mt.23.13). Na sua infinda graça, Jesus Cristo é quem dá a conhecer o Reino de Deus a quem ele quer (Mc.4.11; Lc.8.10).
O Reino de Deus também deveria ser buscado com sua justiça (Mt.6.33; Lc.12.31), com esforço apodera-se dele (Mt.11.12; Lc.16.16) e com abnegação dele participa (Lc.18.29). Ele é o alvo da oração dos seguidores de Cristo, que clamam para que o Reino venha até nós (Lc.11.2) e nesse sentido ele não tem aparência externa, mas está dentro de nós (Lc.17.20-21). E por fim, esse Reino é confiado, destinado aos seguidores de Cristo (Lc.22.29), que fazem do reino sua mensagem (At.8.12; 14.22; 19.8; 20.25; 28.23; 31). Nesse sentido, o Reino de Deus pregado por Cristo era primariamente espiritual e, por conseguinte presente. Era uma mensagem para o já, para o agora.
B. O Reino de Deus é histórico e futuro
Como já vimos, parece claro que existe na mensagem de Cristo um claro teor de espiritualidade no Reino prometido. Contudo, devemos lembrar que desde cedo no Ministério Público de Jesus, os seus seguidores o reconheceram como Messias e Rei. Natanael assim que o conheceu testemunhou: “Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo.1.49). Ao que tudo indica, a força da expectativa messiânica real acompanhou a Jesus Cristo de modo que podemos ver no início do ministério de Cristo uma oração com esse teor: “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1.33). Essa mesma expectativa é a mesma que sempre acompanhou os discípulos de Cristo, e eles também esperavam pela concretização desse reino durante todo o tempo de ministério de Jesus entre eles. A curiosidade deles era tanta que gostariam de saber quem seria o que se assentaria ao seu lado no Reino (Mt.20.21), ou quem seria o maior nele (Mt.18.1). De modo interessante, Jesus também ensinou sobre ser maior ou menos no Reino dos céus (Mt.5.17-19), o que sugere que este não seria apenas espiritual.
Esse Reino seria mediado por um povo, tal como já o fora no passado pelo povo judeu. Entretanto, como os judeus rejeitaram o a Cristo como Messias prometido, Jesus atesta que “o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt.21.43). Essa visão do Reino era completamente nova para os judeus que o ouviam e em função da ofensa que essa mensagem trazia sobre eles, eles o queriam matar (v.45-46). Ou seja, a visão que Cristo apresenta sobre esse reino parece incluir um detalhe histórico importante e inesperado: A Igreja (Mt.16.16-19), como um parêntesis histórico entre a chegada do Messias como Redentor e Seu retorno como Rei. Nesse intervalo profético, os seguidores de Cristo, a igreja do Senhor, é quem encarna os valores do Reino e anuncia sua mensagem espiritual de restauração, sempre na expectativa do dia em que o Próprio Senhor estabelecerá seu Reino.
Essa parece ser a compreensão básica das parábolas do Reino proferidas por Cristo: Apesar da consistente rejeição do Messias feita pelos judeus, o Reino de Deus continua florescendo, afinal sua mensagem favorece uma diversidade de resultados a ela (Mt.13.3-8); também haverá uma mistura entre bem e mal durante o nosso período, antes que uma consumação escatológica definitiva aconteça (Mt.13.24-30; 36-43); a mensagem do reino crescerá muito rapidamente alcançando diferentes grupos de pessoas (Mt.13.31-32) do mesmo modo que o elemento maligno cresça paralelamente à expansão da mensagem do reino (Mt.13.33); e tal mistura entre a expansão da mensagem do reino e o elemento maligno até que o Reino seja finalmente estabelecido e execute a separação final (Mt.13.47-50) (PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Novo Testamento, Hagnos, 2008, pp.51)
Esse Reino contaria com a participação de pessoas de diferentes nacionalidades, mas estariam com os patriarcas no Reino dos céus (Mt.8.11; Lc.13.29), e essa mensagem chegará até os confins da terra (Mt.24.14), precedendo o fim dos tempos. Assim os próprios seguidores de Cristo e propagadores da mensagem do Reino teriam a chance de ensinar de acordo com as escrituras e serem avaliados para o Reino futuro (Mt.5.19). Durante esse período, eles esperarão pelo retorno do Messias, o Rei, reconhecido como o Noivo da Igreja (Mt.25.1ss). Então, todos prestarão contas diante do Rei por suas ações (Mt.18.24) e aqueles que viveram na iniquidade, contrariando a ética e a espiritualidade do Reino presente, no futuro serão ou jogados na fornalha de fogo (não cristãos Mt.13.41-42), ou colocados fora do Reino (maus cristãos Lc.13.28), mas os justos resplandecerão como o Sol no Reino do Deus Pai (Mt.13.43) e serão convidados a participar do Reino de Deus que está preparado desde a fundação do mundo (Mt.25.34), no qual esperamos participar de uma celebração (Lc.22.30; cf. Mt.26.29; Mc.14.25;). Esse aspecto do Reino, segundo Jesus Cristo, também está próximo (Lc.21.31).
Entretanto, esse futuro não é algo apenas escatológico, mas algo que está além do presente do autor (Lc.19.11), de modo que o Reino futuro de Deus esteja em funcionamento antes dos seus discípulos originais morressem (Mt.16.28; Mc.9.1; Lc.9.27; Lc.22.16-18), e que os seguidores mais próximos ainda aguardavam ver depois da morte de Cristo (Mc.15.43; Lc.23.51). Nesse quesito, a expectativa futura é apresentada em consonância ao conceito espiritual do Reino.
C. O Reino de Deus e a expectativa judaica
Após a observação das diferentes nuances do Reino no ensino de Cristo, já pudemos observar alguns aspectos do Reino que ora se adequam a visão judaica corrente, ora a confronta claramente. Essa relação com a expectativa da judaica e a mensagem de Cristo sugerem que muita dessa expectativa não era legítima ante ao plano divino, por outro lado, parte dela parecia em consistente com a mensagem de Cristo. Um desses claros indicativos é a declaração de Cristo que os seus doze discípulos irão julgar as Doze Tribos de Israel (Lc.12.32; 22.28-30). Isso evidencia claramente que Israel ainda não havia saído da visão e preocupação divina.
Outro detalhe que parece contribuir para a essa confluência entre a visão de Cristo e da expectativa judaica sobre o reino são as parábolas dos banquetes contadas por Jesus (Mt.22.1-14; Lc.14.15-24), o fato de que Cristo os ensina a orar pelo Reino futuro (Mt.6.10) e a prefiguração de Isaías 25.69 na cena da última ceia. Também encontramos alguns conceitos escatológicos em conformidade com a expectativa judaica, como por exemplo a ideia de dois diferentes destinos em relação ao Reino futuro (Mc.9.47), do desfrute do Reino como uma herança (Mt.5.20) ou um estado futuro em que se entre (Mt.25.31-46) e a descrição dos acontecimentos que farão parte do dia do juízo (Mt.7.21-23; 25.1-13; Lc.21.31) (BLOMBERG, Craig, Jesus e os evangelhos, Vida Nova, 2009, pp501).
Por outro lado, as questões mais presentes e espirituais do Reino eram inimagináveis na expectativa judaica. A ideia de um reino real e presente no indivíduo parecia uma distorção da mensagem do Reino aos olhos dos judeus. A chamada ao arrependimento, a primazia dos pecadores e o novo nascimento (em todas as suas figuras) pareciam distantes demais da expectativa judaica.
Ao considerarmos essas declarações de Cristo sobre o Reino o que podemos dizer? É o reino futuro? É histórico? É espiritual? É presente? Essa visão aparentemente contraditória da exposição de Cristo, bem como a leitura delas a partir de diferentes pressupostos encontrados no Antigo Testamento, é que levaram a tantas diferenças de opiniões sobre o Reino, como vimo no início dessa seção. Entretanto, é essa mesma apresentação diversa e ampla do Reino de Deus que intrigou os judeus que o ouviam, e por isso mesmo, várias vezes se levantaram contra ele, muito embora, eventualmente Sua mensagem era compatível com as expectativas deles.
Ou seja, partindo da visão judaica no período de Cristo, o Seu ensino sobre o Reino de Deus contém aspectos em conformidade, embora boa parte do seu ensino fosse inovadora e inesperada. É nessa mistura de conceitos, presente e futuro, histórico e espiritual que Cristo apresenta sua mensagem. Observando essas características, Darrell Bock atesta:
“É a justaposição desses vários elementos que mostra quão eclético e sintético, até criativo, é o ensino de Jesus sobre o Reino. Jesus pregou uma esperança que os judeus podiam reconhecer, mas ele também pregou muito mais. Ele acolheu elementos da esperança apocalíptica judaica, mas não repetiu meramente esses temas. O sentido desses tetos, como um todo, é que Jesus atua dentre dessa história e, todavia, a remodelará um dia. Novamente, o ensino nem é esse mundo reorganizado, nem um novo mundo criado, mas ambos em seu tempo certo”. ”. (BOCK, Darrell, Jesus segundo as escrituras, Shedd, 2006, pp.544)
RENOVAÇÃO DA MENTE
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
“E não vos conformeis com este mundo”. O termo mundo tem vários significados, mas aqui isso significa os sentimentos e os costumes dos homens; aos quais, não sem motivo, ele nos proíbe de estarmos conformados a eles. Pois desde que o mundo inteiro jaz no maligno, cabe-nos lançar fora o que temos do velho homem, se queremos realmente estar em Cristo; e para eliminar qualquer dúvida, ele explica o que ele quer dizer, ao afirmar o que é contrário à natureza; pois ele nos convida a sermos transformados em uma novidade de espírito. Esses tipos de contrastes são comuns nas Escrituras; e, portanto, o assunto é mais claramente assentado.
Agora vejamos que tipo de renovação é exigida de nós: não é aquela relativa à carne apenas, ou da parte inferior da alma, como os Sorbonistas explicam esta palavra; mas da mente, que é a parte mais excelente em nós, e à qual os filósofos atribuem a supremacia; porque a chamam de ἡγεμονικὸν, o poder de liderar; e a razão é imaginada por eles como sendo a rainha mais sábia. Mas Paulo a retira do seu trono, e assim a reduz a nada, ensinando-nos que devemos ser renovados na mente. Porque por mais que possamos lisonjear-nos, esta declaração de Cristo ainda é verdade – que cada homem deve nascer de novo, para que possa entrar no reino de Deus; porque estamos na mente e no coração, completamente alienados da justiça de Deus.
“Para que experimenteis”. Aqui você tem a finalidade para a qual devemos renovar a nossa mente – para que dando adeus a nossos próprios conselhos e desejos, e os de todos os homens, possamos estar atentos unicamente para a vontade de Deus, o conhecimento do qual procede a verdadeira sabedoria. Mas, se a renovação de nossa mente é necessária, a fim de que experimentemos qual seja a vontade de Deus, é, portanto, evidente o quanto ela é oposta a Deus.
Os epítetos que são adicionados são destinados para a finalidade de nos recomendar à vontade de Deus, para que possamos buscar conhecê-lo com maior presteza; e, a fim de restringir a nossa perversidade, é realmente necessário que a verdadeira glória da justiça e perfeição seja atribuída à vontade de Deus. O mundo convence-se de que as obras que ele já inventou são boas; mas Paulo exclama, que o que é bom e justo deve ser determinado a partir dos mandamentos de Deus. O mundo louva a si mesmo, e se deleita com suas próprias invenções; mas Paulo afirma que nada agrada a Deus, exceto o que ele tem ordenado. O mundo, a fim de encontrar a perfeição, desliza a partir da palavra de Deus em seus próprios dispositivos; Paulo, através da fixação da perfeição na vontade de Deus, mostra que, se alguém passa sobre essa marca, ele está iludido por uma falsa imaginação.
Texto de João Calvino, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
(Nota do Pr Silvio Dutra: Não à guisa de esclarecimento do que foi comentado por Calvino, que é bem claro quanto à interpretação do texto bíblico, mas para a nossa reflexão, adiciono que a questão de fazer a vontade de Deus e não a nossa, não se trata de uma mera oposição de vontades, mas de vivermos de acordo com aquilo para o que fomos projetados ao termos sido criados por Deus. Evidentemente, é por isso que Ele pode aprovar somente o que pensamos e fazemos, que esteja em conformidade com o padrão de vida que nos define como pessoas que respondem à imagem e semelhança com Deus, com a qual e para a qual fomos criadas. Não temos portanto em relação a este assunto, em vista, qualquer tipo de vontade divina caprichosa, que tenha o propósito de se afirmar autoritária e tiranicamente sobre a nossa própria vontade, uma vez que tendo sido a nossa mente corrompida pelo pecado, é totalmente compreensível que ela seja restaurada pela renovação que se acha por meio da fé em Jesus Cristo, e na prática da Sua Palavra.)
“E não vos conformeis com este mundo”. O termo mundo tem vários significados, mas aqui isso significa os sentimentos e os costumes dos homens; aos quais, não sem motivo, ele nos proíbe de estarmos conformados a eles. Pois desde que o mundo inteiro jaz no maligno, cabe-nos lançar fora o que temos do velho homem, se queremos realmente estar em Cristo; e para eliminar qualquer dúvida, ele explica o que ele quer dizer, ao afirmar o que é contrário à natureza; pois ele nos convida a sermos transformados em uma novidade de espírito. Esses tipos de contrastes são comuns nas Escrituras; e, portanto, o assunto é mais claramente assentado.
Agora vejamos que tipo de renovação é exigida de nós: não é aquela relativa à carne apenas, ou da parte inferior da alma, como os Sorbonistas explicam esta palavra; mas da mente, que é a parte mais excelente em nós, e à qual os filósofos atribuem a supremacia; porque a chamam de ἡγεμονικὸν, o poder de liderar; e a razão é imaginada por eles como sendo a rainha mais sábia. Mas Paulo a retira do seu trono, e assim a reduz a nada, ensinando-nos que devemos ser renovados na mente. Porque por mais que possamos lisonjear-nos, esta declaração de Cristo ainda é verdade – que cada homem deve nascer de novo, para que possa entrar no reino de Deus; porque estamos na mente e no coração, completamente alienados da justiça de Deus.
“Para que experimenteis”. Aqui você tem a finalidade para a qual devemos renovar a nossa mente – para que dando adeus a nossos próprios conselhos e desejos, e os de todos os homens, possamos estar atentos unicamente para a vontade de Deus, o conhecimento do qual procede a verdadeira sabedoria. Mas, se a renovação de nossa mente é necessária, a fim de que experimentemos qual seja a vontade de Deus, é, portanto, evidente o quanto ela é oposta a Deus.
Os epítetos que são adicionados são destinados para a finalidade de nos recomendar à vontade de Deus, para que possamos buscar conhecê-lo com maior presteza; e, a fim de restringir a nossa perversidade, é realmente necessário que a verdadeira glória da justiça e perfeição seja atribuída à vontade de Deus. O mundo convence-se de que as obras que ele já inventou são boas; mas Paulo exclama, que o que é bom e justo deve ser determinado a partir dos mandamentos de Deus. O mundo louva a si mesmo, e se deleita com suas próprias invenções; mas Paulo afirma que nada agrada a Deus, exceto o que ele tem ordenado. O mundo, a fim de encontrar a perfeição, desliza a partir da palavra de Deus em seus próprios dispositivos; Paulo, através da fixação da perfeição na vontade de Deus, mostra que, se alguém passa sobre essa marca, ele está iludido por uma falsa imaginação.
Texto de João Calvino, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
(Nota do Pr Silvio Dutra: Não à guisa de esclarecimento do que foi comentado por Calvino, que é bem claro quanto à interpretação do texto bíblico, mas para a nossa reflexão, adiciono que a questão de fazer a vontade de Deus e não a nossa, não se trata de uma mera oposição de vontades, mas de vivermos de acordo com aquilo para o que fomos projetados ao termos sido criados por Deus. Evidentemente, é por isso que Ele pode aprovar somente o que pensamos e fazemos, que esteja em conformidade com o padrão de vida que nos define como pessoas que respondem à imagem e semelhança com Deus, com a qual e para a qual fomos criadas. Não temos portanto em relação a este assunto, em vista, qualquer tipo de vontade divina caprichosa, que tenha o propósito de se afirmar autoritária e tiranicamente sobre a nossa própria vontade, uma vez que tendo sido a nossa mente corrompida pelo pecado, é totalmente compreensível que ela seja restaurada pela renovação que se acha por meio da fé em Jesus Cristo, e na prática da Sua Palavra.)
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
CINCO RAZÕES PARA SER DESTEMIDO
Versículo do dia: Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. (Lucas 12.32)
A razão pela qual Deus deseja que não estejamos temerosos quanto ao dinheiro e às coisas é que isso magnificaria cinco grandes aspectos sobre ele.
Primeiro, não ter medo mostra que nós estimamos a Deus como nosso Pastor. “Não temais, ó pequenino rebanho”. Nós somos o seu rebanho e ele é o nosso Pastor. E se ele é o nosso Pastor, então o Salmo 23.1 aplica-se: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará” — ou seja, não carecerei de nada do que realmente preciso.
Segundo, não ter medo mostra que nós valorizamos a Deus como nosso Pai. “Porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. Nós não somos apenas seu pequenino rebanho; somos também seus filhos, e ele é nosso Pai. Ele verdadeiramente se importa e realmente sabe o que você precisa, e trabalhará por você para assegurar-se de que você tem o que necessita.
Terceiro, não ter medo mostra que valorizamos a Deus como Rei. Ele pode nos dar o “reino” porque ele é o Rei. Isso acrescenta um tremendo elemento de poder àquele que provê para nós. “Pastor” indica proteção e provisão. “Pai” indica amor, ternura, autoridade, provisão e direção. “Rei” indica poder, soberania e riqueza.
Quarto, não ter medo mostra o quão liberal e generoso Deus é. Observe, ele dá o reino. Ele não vende o reino, nem aluga o reino, nem arrenda o reino. Ele é infinitamente rico e não precisa de nossos pagamentos. Assim, Deus é generoso e livre em sua generosidade. E isso é o que magnificamos sobre ele quando não temos medo, mas confiamos nele quanto às nossas necessidades.
Finalmente, não ter medo mostra que nós valorizamos a Deus como alguém feliz. Ele “se agrada” em lhe dar o reino. Ele deseja fazer isso. É deleitoso a ele fazê-lo. Nem todos nós tivemos pais como este, que ficavam felizes ao darem em vez de ganharem. Mas isso não importa, porque agora você pode ter tal Pai, Pastor e Rei.
Assim, a ênfase desse versículo é que devemos valorizar Deus como nosso Pastor, Pai e Rei que é generoso e se agrada em nos dar o reino de Deus: dar-nos o céu, dar-nos vida eterna e alegria e tudo o que precisamos para chegarmos lá.
Se estimarmos a Deus dessa maneira, seremos destemidos e Deus será louvado.
Versículo do dia: Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. (Lucas 12.32)
A razão pela qual Deus deseja que não estejamos temerosos quanto ao dinheiro e às coisas é que isso magnificaria cinco grandes aspectos sobre ele.
Primeiro, não ter medo mostra que nós estimamos a Deus como nosso Pastor. “Não temais, ó pequenino rebanho”. Nós somos o seu rebanho e ele é o nosso Pastor. E se ele é o nosso Pastor, então o Salmo 23.1 aplica-se: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará” — ou seja, não carecerei de nada do que realmente preciso.
Segundo, não ter medo mostra que nós valorizamos a Deus como nosso Pai. “Porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. Nós não somos apenas seu pequenino rebanho; somos também seus filhos, e ele é nosso Pai. Ele verdadeiramente se importa e realmente sabe o que você precisa, e trabalhará por você para assegurar-se de que você tem o que necessita.
Terceiro, não ter medo mostra que valorizamos a Deus como Rei. Ele pode nos dar o “reino” porque ele é o Rei. Isso acrescenta um tremendo elemento de poder àquele que provê para nós. “Pastor” indica proteção e provisão. “Pai” indica amor, ternura, autoridade, provisão e direção. “Rei” indica poder, soberania e riqueza.
Quarto, não ter medo mostra o quão liberal e generoso Deus é. Observe, ele dá o reino. Ele não vende o reino, nem aluga o reino, nem arrenda o reino. Ele é infinitamente rico e não precisa de nossos pagamentos. Assim, Deus é generoso e livre em sua generosidade. E isso é o que magnificamos sobre ele quando não temos medo, mas confiamos nele quanto às nossas necessidades.
Finalmente, não ter medo mostra que nós valorizamos a Deus como alguém feliz. Ele “se agrada” em lhe dar o reino. Ele deseja fazer isso. É deleitoso a ele fazê-lo. Nem todos nós tivemos pais como este, que ficavam felizes ao darem em vez de ganharem. Mas isso não importa, porque agora você pode ter tal Pai, Pastor e Rei.
Assim, a ênfase desse versículo é que devemos valorizar Deus como nosso Pastor, Pai e Rei que é generoso e se agrada em nos dar o reino de Deus: dar-nos o céu, dar-nos vida eterna e alegria e tudo o que precisamos para chegarmos lá.
Se estimarmos a Deus dessa maneira, seremos destemidos e Deus será louvado.
Devocional Do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Deus, porém, com a sua destra, o exaltou.”
(Atos 5.31)
Jesus, o nosso Senhor, que foi crucificado, morto e sepultado, agora está assentado no trono de glória. O mais elevado lugar que o céu pode oferecer é dele por direito incontestável. É doce a lembrança de que a exaltação de Cristo no céu é representativa. O Senhor Jesus está exaltado à direita do Pai. Como Jeová, Ele possui glórias iminentes das quais as criaturas finitas não podem compartilhar. Como Mediador, o Senhor Jesus está vestido, no céu, das honras que são a herança de todos os santos. Enchemo-nos de deleite ao meditar a respeito de quão íntima é a união de Jesus com o seu povo. Somos realmente um com Ele. Somos membros do seu corpo; e a exaltação dele é a nossa exaltação. O Senhor Jesus tem uma coroa e nos dará coroas. Ele nos dará lugares de honra, visto que venceu e está no trono, ao lado do Pai. Ele não se contenta em desfrutar sozinho de seu trono. À sua direita, tem de estar sua noiva adornada com ouro. Ele não pode ser glorificado sem a sua noiva.
Olhe para Jesus agora. Permita que os olhos da fé O contemplem com as muitas coroas na cabeça. Um dia, você será semelhante a Jesus, quando vê-Lo como Ele é. Você não será tão poderoso ou tão divino como Ele é, mas, em certa medida, compartilhará das mesmas honras e desfrutará da mesma felicidade e da mesma dignidade que Ele possui.
Contente-se em viver, por breve tempo, como alguém desconhecido e em fazer seu enfadonho percurso através dos campos de pobreza ou das colinas da aflição. Logo você reinará juntamente com Cristo, visto que Ele nos tornou reis e sacerdotes para Deus (ver Apocalipse 1.6) e reinaremos com Ele para todo o sempre. Que pensamento maravilhoso para o filho de Deus! Temos a Cristo, agora, como nosso glorioso Representante na corte celestial. Em breve, Ele voltará e nos receberá para Si mesmo, a fim de estarmos com Ele no céu, contemplarmos sua glória e compartilharmos do regozijo dele.
(Atos 5.31)
Jesus, o nosso Senhor, que foi crucificado, morto e sepultado, agora está assentado no trono de glória. O mais elevado lugar que o céu pode oferecer é dele por direito incontestável. É doce a lembrança de que a exaltação de Cristo no céu é representativa. O Senhor Jesus está exaltado à direita do Pai. Como Jeová, Ele possui glórias iminentes das quais as criaturas finitas não podem compartilhar. Como Mediador, o Senhor Jesus está vestido, no céu, das honras que são a herança de todos os santos. Enchemo-nos de deleite ao meditar a respeito de quão íntima é a união de Jesus com o seu povo. Somos realmente um com Ele. Somos membros do seu corpo; e a exaltação dele é a nossa exaltação. O Senhor Jesus tem uma coroa e nos dará coroas. Ele nos dará lugares de honra, visto que venceu e está no trono, ao lado do Pai. Ele não se contenta em desfrutar sozinho de seu trono. À sua direita, tem de estar sua noiva adornada com ouro. Ele não pode ser glorificado sem a sua noiva.
Olhe para Jesus agora. Permita que os olhos da fé O contemplem com as muitas coroas na cabeça. Um dia, você será semelhante a Jesus, quando vê-Lo como Ele é. Você não será tão poderoso ou tão divino como Ele é, mas, em certa medida, compartilhará das mesmas honras e desfrutará da mesma felicidade e da mesma dignidade que Ele possui.
Contente-se em viver, por breve tempo, como alguém desconhecido e em fazer seu enfadonho percurso através dos campos de pobreza ou das colinas da aflição. Logo você reinará juntamente com Cristo, visto que Ele nos tornou reis e sacerdotes para Deus (ver Apocalipse 1.6) e reinaremos com Ele para todo o sempre. Que pensamento maravilhoso para o filho de Deus! Temos a Cristo, agora, como nosso glorioso Representante na corte celestial. Em breve, Ele voltará e nos receberá para Si mesmo, a fim de estarmos com Ele no céu, contemplarmos sua glória e compartilharmos do regozijo dele.
domingo, 27 de agosto de 2017
EIS O CORDEIRO
Por Clóvis Gonçalves
Apesar de todos os crentes reconhecerem a centralidade da cruz para a sua fé, poucos tem dedicado algum esforço em compreender a natureza e os benefícios da expiação para suas vidas. Muitos cantam “Sim, eu amo a mensagem da cruz!”, sem se dar conta do conteúdo dessa mensagem. O versículo acima nos ajudará a compreender melhor a finalidade e os resultados da morte de Cristo. Ela também pode lançar luz a respeito de para benefício de quem ela foi designada na eternidade e realizada na história.
“Eis”
Esta é a resposta divina à pergunta do angustiado Isaque: “onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Um cordeiro era necessário, pois o homem havia ofendido o Senhor com seu pecado e a justiça divina requeria uma satisfação. Mas se faltava um cordeiro, então Isaque teria que ser imolado sobre o altar. Se Jesus não viesse, o homem teria que pagar a dívida para com Deus, e sendo essa dívida impagável, ele sofreria eternamente no inferno. Por isso o “eis” de João Batista é a melhor notícia que o homem poderia receber.
“O Cordeiro de Deus”
Para entendermos a profundidade dessa expressão precisamos voltar até aos dias do cativeiro de Israel no Egito, quando Deus lhes ordenou “Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão (…) Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:3-8;12-13). O pai de família deveria escolher o seu cordeiro, cujo sangue daria proteção aos membros de sua família. Jesus não é apenas um cordeiro pascal, mas o “Cordeiro de Deus”, o Seu escolhido, o que morreria para com Seu sangue, livrar da morte os integrantes da família de Deus.
“Que tira o pecado”
Olhemos agora para o efeito da morte do Cordeiro. Ele “tira” o pecado. Tirar é “fazer sair, sacar, arrancar, extrair” (Dicionário Aurélio). No grego, tirar é airõ e traz a idéia de “levar embora, remover, afastar de alguém” (Strong) ou “carregar, levar para fora, levar embora” (Vine). Assim, o “remendo tira parte da veste” (Mt 9:16); “o reino de Deus vos será tirado” (Mt 24:43); Satanás “tira a palavra semeada neles” (Mc 4:15) e “não peço que os tires do mundo” (Jo 17:15); etc. O sangue do cordeiro foi eficaz para livrar da morte o primogênito dos israelitas. Imagine um jovem primogênito observando seu pai colocar o sangue nas ombreiras e na verga da porta. “Será suficiente? Funcionará?”, talvez se perguntasse. Quem sabe à noite não conseguisse pregar os olhos. Mas pela manhã, quando entre os egípcios “não havia casa em que não houvesse morto”(Ex 12:30), o sangue do cordeiro bastou “para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11:28).
A expressão “que tira o pecado” aponta para a morte penal e substutiva do Cordeiro de Deus. A mesma palavra tirar é utilizada por Paulo para indicar que a dívida para com Deus foi cancelada na cruz, quando escreve “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o [airõ] inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2:14). Portanto, ao tirar o pecado, tornou sem dívida àqueles por quem foi sacrificado, daí a profecia de Isaías de que “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Is 53:11).
“Do mundo”
Considerando o que foi dito acima, sobre a finalidade e o resultado da morte do cordeiro, cabe perguntar a extensão da palavra mundo. Se mundo aqui significa “toda a humanidade sem exceção”, então o pecado de “toda humanidade sem exceção” foi tirado, vale dizer, toda a humanidade está justificada diante de Deus. Para evitar essa conseqüência, deve-se solapar a eficiência da morte vicária do Cordeiro. Mas é mais provável que mundo se refira àqueles do mundo por quem Cristo morreu e então a doutrina da morte penal e substutiva de Cristo se mantenha em pé. O testemunho bíblico favorece essa última posição.
Começando pela primeira páscoa, vemos que o sangue do cordeiro foi designado para salvar todos e somente os primogênitos dos judeus e não de todos os moradores do Egito. Paulo ensina que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15:3) e que “Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Que o nós nessa passagem não se refere a todos os homens sem exceção fica claro quando diz também “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1:4), contrapondo os crentes e o mundo. Considere ainda que a Tito referiu-se à obra de Cristo dizendo que Ele “a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:14).
Conclusão
Considerando que a morte de Cristo foi substutiva, que ela foi proveitosa no sentido que tirou o pecado daqueles porquem foi realizada e que a Palavra de Deus em inúmeras passagens restringe o efeito da morte de Cristo aos eleitos, devemos crer que Jesus não morreu pelos pecados de toda humanidade. Por outro lado, sendo a morte de Cristo eficaz pois alcança plenamente o resultado almejado, não devemos jamais ter medo de perecer, pois Ele já pagou por nós toda a nossa dívida.
Apesar de todos os crentes reconhecerem a centralidade da cruz para a sua fé, poucos tem dedicado algum esforço em compreender a natureza e os benefícios da expiação para suas vidas. Muitos cantam “Sim, eu amo a mensagem da cruz!”, sem se dar conta do conteúdo dessa mensagem. O versículo acima nos ajudará a compreender melhor a finalidade e os resultados da morte de Cristo. Ela também pode lançar luz a respeito de para benefício de quem ela foi designada na eternidade e realizada na história.
“Eis”
Esta é a resposta divina à pergunta do angustiado Isaque: “onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Um cordeiro era necessário, pois o homem havia ofendido o Senhor com seu pecado e a justiça divina requeria uma satisfação. Mas se faltava um cordeiro, então Isaque teria que ser imolado sobre o altar. Se Jesus não viesse, o homem teria que pagar a dívida para com Deus, e sendo essa dívida impagável, ele sofreria eternamente no inferno. Por isso o “eis” de João Batista é a melhor notícia que o homem poderia receber.
“O Cordeiro de Deus”
Para entendermos a profundidade dessa expressão precisamos voltar até aos dias do cativeiro de Israel no Egito, quando Deus lhes ordenou “Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão (…) Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:3-8;12-13). O pai de família deveria escolher o seu cordeiro, cujo sangue daria proteção aos membros de sua família. Jesus não é apenas um cordeiro pascal, mas o “Cordeiro de Deus”, o Seu escolhido, o que morreria para com Seu sangue, livrar da morte os integrantes da família de Deus.
“Que tira o pecado”
Olhemos agora para o efeito da morte do Cordeiro. Ele “tira” o pecado. Tirar é “fazer sair, sacar, arrancar, extrair” (Dicionário Aurélio). No grego, tirar é airõ e traz a idéia de “levar embora, remover, afastar de alguém” (Strong) ou “carregar, levar para fora, levar embora” (Vine). Assim, o “remendo tira parte da veste” (Mt 9:16); “o reino de Deus vos será tirado” (Mt 24:43); Satanás “tira a palavra semeada neles” (Mc 4:15) e “não peço que os tires do mundo” (Jo 17:15); etc. O sangue do cordeiro foi eficaz para livrar da morte o primogênito dos israelitas. Imagine um jovem primogênito observando seu pai colocar o sangue nas ombreiras e na verga da porta. “Será suficiente? Funcionará?”, talvez se perguntasse. Quem sabe à noite não conseguisse pregar os olhos. Mas pela manhã, quando entre os egípcios “não havia casa em que não houvesse morto”(Ex 12:30), o sangue do cordeiro bastou “para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11:28).
A expressão “que tira o pecado” aponta para a morte penal e substutiva do Cordeiro de Deus. A mesma palavra tirar é utilizada por Paulo para indicar que a dívida para com Deus foi cancelada na cruz, quando escreve “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o [airõ] inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2:14). Portanto, ao tirar o pecado, tornou sem dívida àqueles por quem foi sacrificado, daí a profecia de Isaías de que “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Is 53:11).
“Do mundo”
Considerando o que foi dito acima, sobre a finalidade e o resultado da morte do cordeiro, cabe perguntar a extensão da palavra mundo. Se mundo aqui significa “toda a humanidade sem exceção”, então o pecado de “toda humanidade sem exceção” foi tirado, vale dizer, toda a humanidade está justificada diante de Deus. Para evitar essa conseqüência, deve-se solapar a eficiência da morte vicária do Cordeiro. Mas é mais provável que mundo se refira àqueles do mundo por quem Cristo morreu e então a doutrina da morte penal e substutiva de Cristo se mantenha em pé. O testemunho bíblico favorece essa última posição.
Começando pela primeira páscoa, vemos que o sangue do cordeiro foi designado para salvar todos e somente os primogênitos dos judeus e não de todos os moradores do Egito. Paulo ensina que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15:3) e que “Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Que o nós nessa passagem não se refere a todos os homens sem exceção fica claro quando diz também “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1:4), contrapondo os crentes e o mundo. Considere ainda que a Tito referiu-se à obra de Cristo dizendo que Ele “a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:14).
Conclusão
Considerando que a morte de Cristo foi substutiva, que ela foi proveitosa no sentido que tirou o pecado daqueles porquem foi realizada e que a Palavra de Deus em inúmeras passagens restringe o efeito da morte de Cristo aos eleitos, devemos crer que Jesus não morreu pelos pecados de toda humanidade. Por outro lado, sendo a morte de Cristo eficaz pois alcança plenamente o resultado almejado, não devemos jamais ter medo de perecer, pois Ele já pagou por nós toda a nossa dívida.
VERDADE É EFICAZ SOMENTE QUANDO É VIVIDA
Muitos há que pensam que tudo o que os grandes homens de Deus do passado fizeram para conquistarem almas para Cristo e firmá-las na verdade, foi apenas a qualidade da mensagem bíblica que eles pregaram e ensinaram.
Outros pensam que era meramente pelo revestimento de poder do Espírito Santo que eles possuíam.
É evidente que sem isto não pode haver santificação e avivamento, mas se examinarmos cuidadosamente a vida destes homens que foram usados por Deus nós perceberemos que eles haviam se santificado primeiro a si mesmos pela Palavra que pregavam, e assim se tornaram vasos de honra, idôneos e úteis nas mãos de Deus.
Eles haviam se purificado das corrupções da carne e detestavam qualquer forma de pecado, e não faziam concessões ao velho homem que haviam crucificado e do qual se despojavam de forma aplicada e séria levando à morte todas as paixões que guerreiam contra a alma.
Eles haviam vencido as tentações por meio da fé em Cristo e pela inteira consagração de suas vidas. Traziam suas famílias debaixo do governo do Senhor, e eram em tudo um exemplo vivo para serem seguidos pelos fiéis.
Hoje em dia, quando alguém se levanta com uma inovação teológica ou mesmo de forma de adoração, arrebanham muitos seguidores porque estes não exercem qualquer tipo de senso crítico para colocá-los à prova quanto à real santificação de suas vidas pela Palavra, porque se isto fosse feito, seriam achados reprovados, tal como a Igreja de Éfeso havia feito no passado em relação aos que se diziam apóstolos, e foram achados por ela como sendo mentirosos (Apo 2.2).
Outros pensam que era meramente pelo revestimento de poder do Espírito Santo que eles possuíam.
É evidente que sem isto não pode haver santificação e avivamento, mas se examinarmos cuidadosamente a vida destes homens que foram usados por Deus nós perceberemos que eles haviam se santificado primeiro a si mesmos pela Palavra que pregavam, e assim se tornaram vasos de honra, idôneos e úteis nas mãos de Deus.
Eles haviam se purificado das corrupções da carne e detestavam qualquer forma de pecado, e não faziam concessões ao velho homem que haviam crucificado e do qual se despojavam de forma aplicada e séria levando à morte todas as paixões que guerreiam contra a alma.
Eles haviam vencido as tentações por meio da fé em Cristo e pela inteira consagração de suas vidas. Traziam suas famílias debaixo do governo do Senhor, e eram em tudo um exemplo vivo para serem seguidos pelos fiéis.
Hoje em dia, quando alguém se levanta com uma inovação teológica ou mesmo de forma de adoração, arrebanham muitos seguidores porque estes não exercem qualquer tipo de senso crítico para colocá-los à prova quanto à real santificação de suas vidas pela Palavra, porque se isto fosse feito, seriam achados reprovados, tal como a Igreja de Éfeso havia feito no passado em relação aos que se diziam apóstolos, e foram achados por ela como sendo mentirosos (Apo 2.2).
Devocional Alegria Inabalável - John Piper
A CHAVE PARA O AMOR RADICAL
Versículo do dia: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mateus 5.11-12)
Uma das questões que eu levantei recentemente, enquanto pregava sobre amar nossos inimigos, a partir de Mateus 5.44, foi: Como você ama as pessoas que lhe sequestram e depois lhe matam?
Como podemos fazer isso? De onde vem o poder para amar dessa forma? Pense em quão surpreendente isso é quando surge no mundo real! Alguma coisa poderia mostrar a verdade, poder e realidade de Cristo mais do que isso?
Creio que Jesus nos dá a chave para esse amor radical e abnegado no mesmo capítulo.
Em Mateus 5.11-12, ele fala novamente sobre ser perseguido. O que é notável nesses versículos é que Jesus diz que você é capaz não somente de suportar o maltrato do inimigo, mas de se alegrar nisso. Isso parece ainda mais fora do nosso alcance. Se eu pudesse fazer isso — se eu pudesse me alegrar em ser perseguido — então, seria possível amar meus perseguidores. Se o milagre da alegria no meio do terror da injustiça, dor e perda pudesse acontecer, então o milagre do amor por aqueles que nos ofendem também poderia surgir.
Jesus dá a chave para a alegria nesses versículos. Ele diz: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus”. A chave da alegria é a fé na futura graça de Deus — “é grande o vosso galardão nos céus”. Creio que essa alegria é o poder libertador para amarmos os nossos inimigos quando eles nos perseguem. Se isso é verdade, então o mandamento de amar é uma ordem para fixarmos as nossas mentes nas coisas que são do alto, não nas coisas que são da terra (Colossenses 3.2).
O mandamento para amarmos o nosso inimigo é uma ordem para encontrarmos nossa esperança e nossa satisfação em Deus e em seu grande galardão: sua graça futura. A chave para o amor radical é a fé na graça futura. Devemos ser persuadidos em meio à nossa agonia de que o amor de Deus é “melhor do que a vida” (Salmo 63.3). Amar o seu inimigo não lhe dá a recompensa do céu. Valorizar a recompensa do céu o capacita a amar o seu inimigo.
Devocional do Dia - Charles Spurgeon
Versículo do Dia: “Eu sei que o meu Redentor vive.” (Jó 19.25)
O âmago da consolação de Jó estava na pequena palavra “meu” – “meu Redentor” – e no fato de que o Redentor vive. Oh! que você se apegue ao Cristo vivo! Precisamos pertencer a Ele antes de podermos desfrutar dele. Que bem o ouro me faz enquanto estiver na mina? O ouro em minha carteira é o que satisfará minhas necessidades; então poderei comprar o pão que preciso. De que serviria um Redentor que não me redime ou um Vingador que não se levanta por mim? Não se contente até que, pela fé, você possa dizer: “Sim, eu me lanço nos braços do meu Senhor vivo; Ele é meu”. Pode ser que você esteja ligado a Ele por um fraco abraço. Talvez você pense que seja presunção dizer: “Ele vive como meu Redentor”. No entanto, lembre-se de que, se tiver fé como um grão de mostarda, esta pequena fé lhe dará o direito de fazer tal declaração. Entretanto, neste versículo, existe outra palavra que expressa a imensa confiança de Jó – “Eu sei” . Dizer: “Eu espero”, “eu creio” é fácil; e, no rebanho de Cristo, existem milhares de crentes que raramente vão além dessas afirmações. Todavia, para obter a essência da consolação, você precisa dizer: “Eu sei”.
As palavras “se” e “mas” são os assassinos da paz e da consolação do crente. As dúvidas são elementos sombrios em épocas de aflição. Como vespas, elas picam a alma. Se eu tenho qualquer suspeita de que Cristo não é meu, então, existe o vinagre misturado com o fel da morte. Contudo, se estou certo de que Jesus vive para mim, as trevas deixam de ser trevas; até a noite torna-se luz ao meu redor. Com certeza, se Jó, nas eras anteriores à vinda e ao advento do Senhor, pôde afirmar: “Eu sei”, não podemos falar com menor convicção. Não permita Deus que nossa confiança seja presunção. Que nossas evidências sejam retas, a fim de que não construamos em esperança infundada. Depois, não estejamos satisfeitos com o mero alicerce, pois é dos quartos do segundo piso que temos a visão mais ampla. Um Redentor vivo, genuinamente meu, é um gozo indescritível.
O âmago da consolação de Jó estava na pequena palavra “meu” – “meu Redentor” – e no fato de que o Redentor vive. Oh! que você se apegue ao Cristo vivo! Precisamos pertencer a Ele antes de podermos desfrutar dele. Que bem o ouro me faz enquanto estiver na mina? O ouro em minha carteira é o que satisfará minhas necessidades; então poderei comprar o pão que preciso. De que serviria um Redentor que não me redime ou um Vingador que não se levanta por mim? Não se contente até que, pela fé, você possa dizer: “Sim, eu me lanço nos braços do meu Senhor vivo; Ele é meu”. Pode ser que você esteja ligado a Ele por um fraco abraço. Talvez você pense que seja presunção dizer: “Ele vive como meu Redentor”. No entanto, lembre-se de que, se tiver fé como um grão de mostarda, esta pequena fé lhe dará o direito de fazer tal declaração. Entretanto, neste versículo, existe outra palavra que expressa a imensa confiança de Jó – “Eu sei” . Dizer: “Eu espero”, “eu creio” é fácil; e, no rebanho de Cristo, existem milhares de crentes que raramente vão além dessas afirmações. Todavia, para obter a essência da consolação, você precisa dizer: “Eu sei”.
As palavras “se” e “mas” são os assassinos da paz e da consolação do crente. As dúvidas são elementos sombrios em épocas de aflição. Como vespas, elas picam a alma. Se eu tenho qualquer suspeita de que Cristo não é meu, então, existe o vinagre misturado com o fel da morte. Contudo, se estou certo de que Jesus vive para mim, as trevas deixam de ser trevas; até a noite torna-se luz ao meu redor. Com certeza, se Jó, nas eras anteriores à vinda e ao advento do Senhor, pôde afirmar: “Eu sei”, não podemos falar com menor convicção. Não permita Deus que nossa confiança seja presunção. Que nossas evidências sejam retas, a fim de que não construamos em esperança infundada. Depois, não estejamos satisfeitos com o mero alicerce, pois é dos quartos do segundo piso que temos a visão mais ampla. Um Redentor vivo, genuinamente meu, é um gozo indescritível.
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