Semeando o Evangelho

Semeando o Evangelho
Semear a Verdade e o Amor de Deus

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Trindade: Deus Filho e Nossa Salvação - Sérgio Lima


COMO ENSINAR AS CRIANÇAS A ENTENDER A BÍBLIA


Por Sara Wallace


A melhor parte de ver meu primogênito aprender a ler era saber que ele estava bem encaminhado para ler a Bíblia por si mesmo. Foi incrível pensar que a Palavra de Deus seria acessível a ele.

Mas isso também era um pensamento intimidador. Por onde começar? Parecia irresistível.

Como pais, é tentador impedir a leitura da Bíblia, porque achamos que é muito densa, e nossos filhos não conseguiriam entender. É como colocar botas de caminhada adultas em uma criança que acabou de aprender a andar. É melhor ficar com livros ilustrados sobre a arca de Noé e a história de Jonas e o peixe.

Mas a Bíblia é para crianças também. O próprio Jesus disse: “Deixem os pequeninos e não os impeçam de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus” (Mateus 19.14). Nós não temos que reter isso delas. Contudo, nossos filhos precisam de orientação e direção. É por isso que Deus instrui os pais a ensinar a lei de Deus: “Ensinem essas palavras aos seus filhos, falando delas quando estiverem sentados em casa, andando pelo caminho, quando se deitarem e quando se levantarem” (Deuteronômio 11:19).

No livro Sua Palavra Sozinha, Summer Lacy escreve: “O maior erro que você pode cometer em relação ao estudo da Bíblia é começar com a suposição de que você não pode entendê-la”. Em vez de presumir que nossos filhos não entenderão isto ou aquilo, como podemos propositadamente equipá-los para a compreensão?

Quando entregamos aos nossos filhos uma Bíblia, há duas verdades fundamentais para dar a eles junto com ela.

A Bíblia não é sobre você
Pode ser surpreendente as crianças aprenderem que a Bíblia é para elas, mas não primordialmente sobre elas. Por causa do ego, nós naturalmente lemos a Bíblia através de sua lente. “O que isso diz sobre mim? O que eu devo fazer (ou não fazer) agora?” Essas não são perguntas ruins, mas elas perdem o ponto principal. Elas pulam direto para a aplicação pessoal sem qualquer fundamento. Quem é este Deus que devemos obedecer? Por que devemos obedecê-lo? Como pais, é nosso trabalho apontar nossos filhos para longe da verdadeira estrela do show. Eu amo como Bryan Chapell explica este ponto em sua introdução à Bíblia da Transformação do Evangelho:

Jesus é a figura principal e culminante neste estágio. O palco está montado para ele; tudo o que acontece no palco diz respeito a ele; e nós não entendemos completamente nada no palco até que tenhamos identificado sua relação com ele.

Se quisermos que nossos filhos entendam as Escrituras, devemos ajudá-los a ver Cristo nela. É como dar a eles um anel decodificador. A aplicação prática de repente tem significado. O eu é colocado em seu devido lugar e a obediência tem uma motivação verdadeira e duradoura.

A Bíblia conta uma história
As crianças normalmente não pensam em uma “grande figura”, por isso, naturalmente, leem a Bíblia como lições morais isoladas. Em seu excelente livro The Biggest Story [A maior história], Kevin DeYoung escreve: “Nossos filhos podem se familiarizar com muitas histórias da Bíblia sem nunca compreender a História Maior que dá sentido a todas as outras”.

Essa “história maior” é o evangelho. O evangelho não é apenas uma das muitas histórias da Bíblia; é a história final da Bíblia. Nossa missão, portanto, é ajudar nossos filhos a entender cada história individual dentro do contexto da história final.

Mas como fazemos isso? Obviamente, o nome “Jesus” não está em todas as páginas. Ainda assim, como diz Sally Lloyd-Jones: “Toda história sussurra seu nome”. Ou como Chapell continua dizendo: “Nosso objetivo, como leitores da Bíblia que estão interpretando como Cristo pretende, não é tentar fazer com que Jesus apareça magicamente em cada texto, mas mostrar onde cada texto está corretamente neste estágio da redenção”.

Nenhuma passagem está sozinha. Cada um tem um contexto dentro da história do evangelho – seja predizendo a Cristo, preparando-se para Cristo, refletindo sobre Cristo, ou resultando Cristo (Bíblia da Transformação do Evangelho). Se nossos filhos já sabem o que – ou neste caso, a quem procurar – a Bíblia torna-se instantaneamente mais fácil de entender.

Três perguntas

Aqui estão três perguntas para ajudar as crianças que leem a Bíblia a trocar os óculos egocêntricos por óculos centrados no evangelho.

O que esta passagem me ensina sobre Deus?

O que esta passagem me ensina sobre seres humanos (ou sobre mim mesmo)?

O que esta passagem me ensina sobre a necessidade e a vinda de um Salvador?

Muitas vezes, as duas primeiras perguntas respondem à terceira. Separe um tempo para sentar com seus filhos e tentar essa abordagem juntos. Escolha uma passagem da Escritura e faça essas três perguntas.

E sobre a aplicação? Vamos chegar lá. Mas comece priorizando o fundamento. Quando seus filhos desenvolverem o hábito de encontrar as respostas para essas três perguntas, eles poderão perguntar: “O que Deus quer que eu faça?” Só podemos aplicar a Bíblia adequadamente em nossas vidas quando o evangelho é a força motriz. .

Então, vamos dar aos nossos filhos as ferramentas que eles precisam para não serem meramente informados pela Palavra de Deus, mas transformados de dentro para fora.

EDIFICANDO SOBRE O FUNDAMENTO FIRME E INABALÁVEL – PARTE 3

em fé é impossível agradar a Deus, porque tal agrado decorre de um viver constante na Sua Palavra.

O que não incluir esta obediência real à Palavra, nem que seja no esforço sincero demonstrado em cumpri-la, não pode ser chamado de fé.
Daí afirmar o apóstolo Paulo que tudo o que não provém de fé é pecado (Rom 14.23).
Onde faltar esta verdadeira piedade haverá sempre este sinal evidente de falta de fé.
Chamamos todo o nosso caminhar com Cristo, de vida da fé ou pela fé. De se caminhar por fé e não por vista.

A fé verdadeira sempre é acompanhada por obras de fé, em sinal patente da real e progressiva transformação de nossas vidas.
A graça chama por mais graça, e ela sempre crescerá pelo exercício da fé. Desta vida consagrada nas mãos do Senhor.

A fé imporá graciosamente e por constrangimento a renúncia ao ego carnal, ao pecado, ao fascínio do mundo, e se oporá firmemente às tentações do diabo, e nos habilitará a suportar as provações, perseverando na prática do nosso dever para com Deus.
Pela fé confirmaremos a Lei do Senhor. Amaremos seus mandamentos, seus estatutos, seus juízos, suas promessas, e tudo faremos para não transgredi-los.
Assim, uma pessoa pode ser um cristão autêntico, ser um fiel que compõe o rebanho de Cristo, e todavia ainda estar vivendo de modo infiel ao Seu Deus.

No dizer de Tiago, a falta de fé e a consequente falta de sabedoria recebida de Deus que conduz a uma vida cristã correta, será sempre vista num homem de coração dobre, que é inconstante em todos os seus caminhos.
Ser de “coração dobre” – dpsuchos, como está no original grego, que literalmente significa “de duas almas” – não que ele tenha duas almas, mas é aquilo que chamamos de pessoa de duas caras, um hipócrita.

Na congregação ele mostra a falsa face piedosa, e na vida cotidiana manifesta a sua real condição carnal e que resiste a Deus e à Sua vontade.
Daí a ordenança do apóstolo:
“Tg 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Tg 4:8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.
Tg 4:9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.

Tg 4:10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.”
Podemos ver a atualidade e urgência da necessidade de aplicação destas palavras em todas as congregações cristãs. E não é sem motivo que ela se encontra registrada na Palavra por inspiração do Espírito Santo, para alertar aos cristãos quanto a esta crucial necessidade.

Temos uma natureza terrena pecaminosa, ao lado da nova natureza espiritual recebida pela fé, e sempre haverá portanto, esta necessidade de mortificação do pecado, e aproximação do Senhor para sermos revestidos da Sua própria vida.
A negligência desta necessidade sempre conduzirá a um viver afastado dos caminhos de Deus, não importando quão assíduos sejamos aos trabalhos de nossas congregações.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

DEUS SABE DE TODAS AS COISAS

Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir (Salmo 147:5).

Como Deus sabe de tudo, então Ele conhece o nosso pecado.

Nosso tempo na história foi chamado de “A Era da Informação”. Os computadores trabalham ao redor do relógio armazenando informações de todos os ramos do conhecimento. E essa quantidade de dados está crescendo cada vez mais. Sem a ajuda da tecnologia avançada, podemos processar e interpretar apenas uma pequena fração.

Em contraste, Deus é onisciente; Ele sabe todas as coisas. A Escritura diz: “O seu entendimento não se pode medir”. Isaías pergunta: “Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem ele se aconselhou, para que lhe desse compreensão? Quem lhe ensinou a vereda da justiça ou quem lhe ensinou sabedoria? E quem lhe mostrou o caminho de entendimento?” (40:13-14). A resposta a todas essas questões é “Ninguém”.

Como o conhecimento de Deus é infinito, Ele nunca aprende nada nem esquece nada. Quando você ora, você não está dizendo a Deus algo que Ele não conhece. Ele simplesmente escolhe trabalhar em nossas orações.

Deus conhece todos os detalhes de nossas vidas. Jesus disse: “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Lucas 12:7). Deus não precisa contar porque Ele sabe intrinsecamente quantos existem. Ele também conhece todos os nossos pensamentos (Isaías 66:18). Davi disse: “A palavra ainda nem chegou à minha língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda” (Salmo 139:4). No mesmo salmo, Davi continua dizendo: “Até as próprias trevas não te serão escuras” (v. 12). Você não pode esconder nada do conhecimento de Deus.

A onisciência de Deus deve ser um impedimento para o pecado. Pense em alguns dos erros que você cometeu quando era criança quando seus pais não estavam por perto. Você nunca teria feito essas coisas na frente deles porque não queria ser punido. Mas “Deus trará todo ato ao juízo, tudo o que está escondido, seja bom ou mal” (Eclesiastes 12:14). Embora a pena eterna pelo pecado tenha sido paga por Cristo, Deus ainda nos disciplina quando pecamos (Hebreus 12:5-11). Existe alguma coisa em sua vida que você teria vergonha se Deus soubesse? Se há, arrependa-se, porque Ele sabe!

Sugestão para oração

Louve a Deus pelo Seu infinito conhecimento.

Estudo adicional

Leia o louvor de Davi sobre a onisciência de Deus no Salmo 139:1-6. Quais áreas específicas do conhecimento de Deus ele menciona?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

CINCO PROPÓSITOS DO SOFRIMENTO

Versículo do dia: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8.28)

Raramente nós conhecemos as micro razões de nossos sofrimentos, mas a Bíblia nos dá macro razões que sustentam a fé.

É bom termos uma maneira de nos lembrar de algumas delas para que, quando de repente formos afligidos ou tenhamos a chance de auxiliar outros em sua aflição, possamos lembrar de algumas das verdades que Deus nos deu para nos ajudar a não perdermos a esperança.

Aqui está uma maneira de lembrar: cinco palavras (ou se ajudar, escolha três e tente embra-las).

Os macro propósitos de Deus em nossos sofrimentos incluem:

Arrependimento: O sofrimento é um chamado para que nós e outros deixemos de valorizar qualquer coisa na terra acima de Deus. Lucas 13.4-5:

“Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.”

Confiança: O sofrimento é um chamado para confiar em Deus e não nos suportes que sustentam a vida do mundo. 2Coríntios 1.8-9:

“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos.”

Justiça: O sofrimento é a disciplina do nosso amoroso Pai celestial, para que possamos compartilhar sua santidade. Hebreus 12.6, 10-11:

“Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe… Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.”

Galardão: O sofrimento está operando para nós um grande galardão no céu que compensará mil vezes cada perda aqui. 2Coríntios 4.17:

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.”

Lembrança: O sofrimento nos lembra que Deus enviou seu Filho ao mundo para sofrer, para que o nosso sofrimento não fosse uma condenação divina, mas a sua purificação. Filipenses 3.10:

“…para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos.”

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do dia: “E há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então, te apressarás.” (2 Samuel 5.24)

Os membros do corpo de Cristo devem se mostrar bastante dispostos a orar, sempre procurando que a unção do Santo descanse no coração deles, que venha o reino de Cristo e que a vontade de Deus seja feita, “assim na terra como no céu” (Mateus 6.10). Há tempos em que Deus parece favorecer, de modo especial, a Sião. Tais ocasiões devem ser para os crentes como “um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras”. Devemos ser duplamente dedicados à oração e duplamente zelosos, lutando mais junto ao trono da graça do que o temos feito. A ação deveria ser imediata e vigorosa. A maré está subindo; nademos corajosamente até à praia.

Oh! que tenhamos um derramamento do Pentecostes e realizações semelhantes às do Pentecostes! Crente, em você mesmo, há épocas em que escuta “um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras”. Você desfruta de um poder especial na oração. O Espírito de Deus lhe proporciona alegria e felicidade. As Escrituras lhe são esclarecidas; e as promessas, aplicadas. Você anda na luz da face de Deus; tem uma liberdade peculiar na devoção e comunhão mais íntima com o Senhor Jesus do que costumava ter. Ora, nessas épocas cheias de regozijo quando você escuta “um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras”, é tempo de levantar-se. É tempo de livrar-se de qualquer hábito mau, enquanto o Espírito de Deus o assiste em suas imperfeições. Ice suas velas, mas lembre-se do que algumas vezes você canta – “eu posso apenas içar as velas; O Senhor! O Senhor! Precisa soprar o bom vento”. De qualquer forma, certifique-se de que as velas estão abertas. Não perca o vento por estar despreparado para recebê-lo. Busque a ajuda de Deus, assim poderá ser mais zeloso no trabalho, à medida que fica mais firme na fé; ore mais constantemente, à medida que tiver mais acesso ao trono; seja mais santo em seus relacionamentos, à medida em que vive mais próximo a Cristo.

SOCORRO! ME CASEI COM A PESSOA ERRADA

Por Courtney Reissig

Em uma viagem recente de negócios, meu marido estava sentado ao lado de um homem prestes a recomeçar a vida. Quanto mais eles conversavam, mais meu marido aprendia sobre esse homem e seus planos para o futuro. Depois de um casamento fracassado e uma série de tentativas de fazer algo de sua vida, ele finalmente se reconectou à sua namorada do ensino médio. Este voo era o caminho a seguir. Ele estava indo buscá-la para que pudesse viver com ele – onde poderiam viver felizes para sempre. O que falhou na primeira vez não aconteceria novamente; ele estava certo. Com uma segunda chance para ser feliz, ele não iria perdê-la.

Com o lançamento das redes sociais e mecanismo de busca, o que já foi algo impossível (como encontrar uma antiga namorada perdida), agora é possível. Estudos mostraram que o Facebook tem minado casamentos e levado pessoas ao descontentamento com suas vidas atuais e à saudade do que poderia ter sido. Podemos ter rompido com esta pessoa no colégio ou na faculdade (por uma boa razão), mas com o passar do tempo e um perfil bem elaborado tornam a grama ainda mais verde do outro lado.

Quando o casamento se torna difícil, ou nossos filhos são ingratos, é fácil olhar para o passado e pensar: tomei uma decisão errada. Eu me casei com a pessoa errada. Deixe-me assegurar-lhe: você não errou.

Deus ordena tudo

Uma vez, ouvi dizer que Deus sabia exatamente o que estava fazendo quando juntou um casal. Nas semanas e meses que antecedem o dia do casamento, isto pode parecer a declaração mais verdadeira já pronunciada: você conheceu sua alma gêmea. Seu coração vibra quando ele segura sua mão. Você dificilmente consegue dormir em antecipação de se casar com ela. Nas palavras de Jerry Maguire, “vocês realmente se completam”.

Alguns meses ou anos podem se passar e você irá perceber que se casou com um monstro. A vida real se estabelece, a pessoa chega, sai, não é tão bonita (o) ou não é o que você esperava que fosse. Contudo, se Deus sabe o que está fazendo, então há algo para aprender nas águas às vezes enlameadas do casamento.

Quando Jesus defendeu o casamento no Novo Testamento, ele não o fez em nome do amor ou da compatibilidade, mas com base na autoridade de Deus sobre o casamento (Mateus 19:6; Marcos 10:9). Acreditamos na permanência terrena do casamento porque sabemos que Deus uniu este homem particular com esta mulher. Dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, para nossos próprios casamentos, Deus nos entregou um ao outro. Nossa cultura moderna torna mais fácil para nós pensarmos que cometemos um erro quando o casamento se fortalece, porque fazemos uma escolha. Existem poucos casamentos organizados na cultura ocidental. Muitos homens e mulheres namoram, compram um anel e escolhem a data do casamento por conta própria. Eu sei que fiz isso. Com exceção de meu marido, que pediu permissão ao meu pai para se casar comigo (e o fato de termos sido criados por amigos), nós realmente estávamos “no controle” do nosso relacionamento. Quando o casamento se torna difícil, esse controle percebido nos faz pensar que temos uma saída – ou, pelo menos, merecemos uma saída.

Entretanto, Deus não é menos soberano sobre nossos casamentos em um contexto ocidental do que no Oriente próximo antigo ou em uma aldeia remota na África. O casamento é sobre Deus juntando duas pessoas para um propósito de união. Ele está sobre todas as coisas (Efésios 4:6). Compreender o seu bom propósito nos dá esperança quando sentimos que as paredes do conflito se fecham em nós.

A finalidade do casamento

Gary Thomas disse que o propósito do casamento é torna-lo santo, não feliz. Obviamente, benefícios secundários do casamento existem, como companheirismo, experiências compartilhadas e, muitas vezes, a verdadeira felicidade. Mas esse não é o objetivo final. O propósito final é nos tornar como Jesus. Nós não chegaremos ao último dia por nossa conta. O casamento é um dos bons meios de Deus para santificar-nos e nos levar em segurança para casa.

A crença de que nos casamos com a pessoa errada é muito mais tenebrosa do que somos levados a acreditar. É bom ser amado e apreciado. É bom saber que a paixão é possível novamente. Mas, todo esse amor, apreciação e paixão desaparecerão quando chegarmos ao outro lado das pastagens verdes mais proverbiais. As pessoas são apenas pessoas. Elas não podem satisfazer as necessidades mais profundas de nossas almas, mesmo que suas palavras, ações e perfis do Facebook nos digam o contrário.

Uma visão em longo prazo sobre o casamento (e a vida para este assunto) nos salva da propensão de se esconder quando fica difícil ou é menos do que esperávamos. Deus prometeu nos levar ao último dia mais semelhantes a Jesus do que quando começamos (Filipenses 1:6).

O homem sentado ao lado do meu marido não conseguiu entender que a mulher que ele iria encontrar na outra extremidade da viagem não era a resposta para os seus anseios mais profundos. Ele não perdeu “o único amor de sua vida” todos esses anos. E também não temos. Talvez o nosso cônjuge não seja tudo o que esperamos que ele ou ela fosse (ou prometeu ser no dia do casamento), mas vamos encará-lo – pois também não somos o que deveríamos ser. Mas Deus é fiel. Ele se juntou a nós em seu plano soberano para nossas vidas, nos prometendo que nunca nos casamos com a pessoa errada.

EDIFICANDO SOBRE O FUNDAMENTO FIRME E INABALÁVEL – PARTE 2

É possível ser despertado espiritualmente várias vezes, quer no culto público ou doméstico e particular, e ainda assim não se firmar na constância e perseverança na fé e na verdade, requerida por Cristo de todos os seus discípulos.

A razão disto está atrelada ao fato de se negligenciar a prática da Palavra de Deus no viver diário, na prática diária da vida. Por não se dar a devida atenção e respeito às ordenanças de Deus, e não ter reverência a Ele como o Rei que é de fato, e que nos impõe regras absolutas para nos mantermos na comunhão com Ele.
Assim, não é apenas o seu poder que deve ser glorificado, mas o seu amor, que além de glorificado deve ser honrado, por santificarmos o seu nome por um correto testemunho de vida, que seja segundo a Palavra.

Enquanto a alma não estiver submissa à vontade do Senhor ela não poderá experimentar a vida estável que está em Cristo, e assim, sempre estará sendo agitada pelo vento que a afastará cada vez mais longe do Senhor e da Sua santa vontade.
Uma edificação firme e inabalável não pode ser feita de adorações ocasionais, de êxtases momentâneos, mas de uma caminhada sóbria, num comportamento santo, debaixo da influência e direção cotidiana do Espírito Santo.

Daí Jesus afirmar a necessidade de se carregar a cruz para a negação do ego carnal, não apenas por uma hora ou por um período determinado, mas diariamente, até que tenhamos completado a nossa jornada neste mundo.

Alguém que tenha uma fé pequena não está excluído disto, porque uma fé assim pode ser sincera e pegar algo da vontade de Deus com constância e firmeza.
Deus firmará e apoiará o fraco que se submeter a Ele com sinceridade.
Mas o hipócrita, aquele que dúvida, nada receberá do Senhor, ainda que simule ter uma fé forte.

As ondas do mar estão numa forma num momento, e em outra, em seguida, e sempre se apresentam assim, de modo que não podem ser definidas.
Decididamente, não é este tipo de comportamento em nós, que agradaria a Deus.

A Morte de João Batista - Augustus Nicodemus


FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

SINTA A VERDADEIRA TRISTEZA PELO PECADO

Reconheçam a sua miséria, lamentem e chorem… (Tiago 4:9a).

A humildade espiritual será marcada por uma verdadeira tristeza sobre o pecado.

A cultura moderna faz todo o possível para evitar a dor, adiar o pensamento sobre assuntos desagradáveis, maximizar o conforto e a sensação de bem-estar em relação às circunstâncias.

Essa filosofia é o reflexo de uma atitude orgulhosa e egocêntrica, não de uma atitude humilde e centrada em Deus. Tiago exorta as pessoas a reconhecerem suas misérias em relação ao pecado. As exigências do evangelho começam neste ponto. Tiago não está negando a alegria que virá quando o evangelho for recebido sinceramente. Ele simplesmente está dizendo que os pecadores devem se sentir mal antes que eles possam se sentir bem. A palavra miséria, neste sentido, se refere aos sentimentos internos de vergonha sobre o pecado, a tristeza profunda que causa, e o espírito de penitência que o pecador humilhado terá como resultado.

A pessoa humilde também chorará por seu pecado. Isso nos lembra o que o Senhor Jesus disse nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:4). O choro é uma quebra de espírito que fará com que o coração da pessoa humilde sofra quando ele percebe sua total falência espiritual por causa do pecado.

A palavra que Tiago usa para chorar está intimamente relacionada com o conceito de tristeza. Mas essa tristeza não é apenas qualquer tristeza ou a tristeza comum que todas as pessoas sentem durante o curso da vida. Tiago usa uma palavra forte que geralmente se refere ao sofrimento sobre a morte de um ente querido. Tiago, portanto, exorta o humilde pecador a se lamentar ou sentir tristeza como em um doloroso funeral em relação a sua pecaminosidade.

Chorar, muitas vezes, é a resposta física que o ferido sinceramente humilde terá em suas circunstâncias. As lágrimas são o presente de Deus para nós que permitem a libertação para nossos corações doloridos, como Pedro descobriu após trair o Senhor (Marcos 14:72).

A miséria, a tristeza e o choro apontam para uma tristeza genuína sobre o pecado, o que Paulo chama de “tristeza piedosa” (2 Coríntios 7:10-11). Se você estiver entre os humildes, essa será sua atitude enquanto você entra no reino de Deus (Tiago 4:9) e ao viver a vida cristã (Mateus 5:3-4).

Sugestão para oração

Ore para que Deus lhe dê o senso de tristeza sobre todo o pecado em sua vida, mesmo sobre o que pareça insignificante.

Estudo adicional

Leia Hebreus 12:15-17. O que faltava na resposta de Esaú (v.17)? (Leia Gênesis 25:27-34 e 27:30-38 para o pano de fundo.)

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do dia: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem.” (2 Coríntios 4.18)

Em nossa peregrinação cristã, é bom, na maior parte da jornada, que olhemos adiante. À frente, estão a nossa coroa e o nosso alvo. Quer seja para obtermos esperança, ou alegria, ou consolação, ou inspiração para o nosso amor, o futuro tem de ser o grande objeto dos olhos da fé. Contemplando o futuro, vemos o pecado removido, o corpo de pecado e morte destruído, a alma perfeita e preparada para ser participante da herança dos santos na luz (ver Colossenses 1.12).

Além disso, ao contemplar o futuro, os olhos iluminados do crente podem ver o rio da morte como algo superado, a melancólica travessia deixada para trás e as já alcançadas colinas de luz, nas quais se encontra a cidade celestial. Ele vê a si mesmo entrando pelas portas de pérolas, aclamado como alguém mais do que vencedor, coroado pelas mãos de Cristo, recebido nos braços de Jesus, glorificado juntamente com Ele. Contemplando o futuro, o crente vê a si mesmo sendo assentado com Jesus em seu trono, assim como Ele venceu e assentou-Se no seu trono, à direita de seu Pai. O pensamento deste futuro pode aliviar as trevas do passado e a melancolia do presente. As alegrias do céu compensarão as tristezas da terra. Este mundo é apenas uma morada temporária e logo passará. O tempo, quão breve; a eternidade, quão longa! A morte, quão breve; a imortalidade, quão infinita! O caminho é tão curto! Logo, eu estarei lá.

Quando ao mundo meu coração está preso com sua pesada tempestade de cuidados. Meus prazerosos pensamentos sobem ao céu Achando refugio nesse desespero.

Brilhantes visões de fé me sustentam Até que passe a peregrinação,

Medos fustigam, problemas maltratam, mas o lar, afinal, os salvos alcançarão!

"Multiplicando discípulos" - Pr. Jônatas Davies


COSMOVISÕES

Por James Anderson

Aborto. Eutanásia. Pornografia. Casamento do mesmo sexo. Direito dos transgêneros. Pesquisa embrionária. Melhoramento genético…

Os cristãos que observam a cultura no Ocidente têm uma noção clara de que as coisas estão caminhando numa direção destrutiva. Embora a maioria dos crentes possa identificar facilmente os sintomas do declínio, poucos se sentem competentes para diagnosticar e abordar as causas principais. Existem muitos fatores complexos por trás desses acontecimentos, mas uma ferramenta inestimável para melhor compreensão e engajamento com a nossa cultura é o conceito de Cosmovisão. Os terremotos sociológicos e fissuras morais que observamos em nossos dias são, em grande parte, devido ao que poderíamos chamar de “placas tectônicas culturais”: mudanças nas visões de mundo subjacentes e as colisões entre elas.

O que é uma cosmovisão? Como a própria palavra sugere, é uma visão geral do mundo. Não é uma visão física do mundo, mas, sim, uma visão filosófica, uma perspectiva abrangente sobre tudo o que existe e importa para nós.

A visão de mundo de uma pessoa representa suas crenças e pressupostos mais fundamentais sobre o universo em que ela habita. Reflete como a pessoa responderia a todas as “grandes questões” da existência humana – questões fundamentais sobre quem e o que somos, de onde viemos, por que estamos aqui, para onde (se em qualquer lugar) estamos indo, o significado e propósito da vida, a natureza da vida após a morte, e como é uma boa vida aqui e agora. Poucas pessoas pensam nessas questões com profundidade, e poucas ainda têm respostas firmes para essas questões, mas a visão de mundo de uma pessoa, pelo menos, a levará a obter respostas e a outras pessoas.

As visões de mundo moldam e comunicam nossas experiências de mundo ao nosso redor. Como os óculos com lentes coloridas, eles afetam o que vemos e como vemos. Dependendo da “cor” das lentes, algumas coisas podem ser vistas mais facilmente, ou, inversamente, elas podem ser menos enfatizadas ou distorcidas; de fato, algumas coisas podem não ser vistas.

As visões de mundo também determinam amplamente as opiniões das pessoas em questões de ética e política. O que uma pessoa pensa sobre aborto, eutanásia, relações entre pessoas do mesmo sexo, ética ambiental, política econômica, educação pública, e assim por diante, dependerá de sua visão de mundo subjacente mais do que qualquer outra coisa.

Como tal, as visões de mundo desempenham um papel central e definidor em nossas vidas. Elas moldam o que acreditamos e o que estamos dispostos a acreditar, como interpretamos nossas experiências, como nos comportamos em resposta a essas experiências e como nos relacionamos com os outros. Nossos pensamentos e nossas ações são condicionados por nossas visões de mundo.

As visões de mundo operam tanto no nível individual quanto no nível social. Raramente duas pessoas têm exatamente a mesma visão de mundo, mas elas podem compartilhar o mesmo tipo básico de visão de mundo. Além disso, dentro de qualquer sociedade, certos tipos de cosmovisão serão representadas com mais destaque do que outras, e, portanto, exercerão maior influência sobre a cultura de cada sociedade.

A civilização ocidental desde o século 4 tem sido dominada por uma cosmovisão cristã, embora tenha havido indivíduos e grupos que a desafiaram. Contudo, nos últimos dois séculos, por razões que vão do tecnológico ao teológico, a cosmovisão cristã perdeu seu domínio, e cosmovisões concorrentes se tornaram muito mais proeminentes. Essas visões de mundo não-cristãs incluem:

O Naturalismo: não há Deus. Os humanos são apenas animais altamente evoluídos. O universo é um sistema físico fechado.

O Pós-modernismo: não há verdades objetivas e padrões morais (tudo é relativo). A “realidade” é, em última análise, uma construção social humana.

O Panteísmo: Deus é a totalidade da realidade; assim, somos todos divinos por natureza.

O Pluralismo: as diferentes religiões do mundo representam perspectivas igualmente válidas sobre a realidade última. Existem muitos caminhos válidos para a salvação (todas as religiões levam a Deus).

O Islã: existe apenas um Deus e Ele não tem filho. Deus revelou Sua vontade para todas as pessoas através do Seu último profeta, Maomé, e Sua palavra eterna, o Alcorão.

O Deísmo terapêutico moralista: Deus apenas quer que sejamos felizes e agradáveis ​​a outras pessoas. Ele apenas intervém em nossos assuntos quando pedimos a Ele para nos ajudar.

Cada uma dessas visões de mundo tem implicações profundas na maneira como as pessoas pensam sobre si mesmas, quais os comportamentos que elas consideram certo ou errado, e como elas gerem suas vidas. Destarte, é crucial que os cristãos sejam capazes de se envolver com a incredulidade no nível da visão de mundo. Os cristãos precisam entender não apenas o que significa ter uma cosmovisão bíblica, mas também por que devem se apegar a essa cosmovisão e aplicá-la em todas as esferas da vida.

Eles devem ser capazes de identificar as principais visões de mundo não-cristãs que disputam o domínio em nossa sociedade, para entender onde elas diferem fundamentalmente da cosmovisão cristã, e para construírem um argumento bem fundamentado de que a cosmovisão cristã, por si só, é verdadeira, boa e bonita.

O desafio é maior do que nunca. Mas não devemos ficar desencorajados, porque as oportunidades e os recursos disponíveis para nós também são maiores do que nunca. No último meio século, houve um notável renascimento na filosofia e na apologética cristãs, muitas das quais se concentraram no desenvolvimento e na defesa de uma cosmovisão bíblica. Seja para o que for que Deus chame o seu povo a fazer, ele os capacita para o trabalho (veja Efésios 4:11-12; Hebreus 13: 20-21). O problema não é que a igreja esteja subequipada, mas que ela ainda precisa fazer pleno uso do que Cristo providenciou para ela.

EDIFICANDO SOBRE O FUNDAMENTO FIRME E INABALÁVEL – PARTE 1

“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1.6-8)

O pedir a Deus do texto se refere à sabedoria para viver a vida cristã, notadamente no que se refere à necessidade de perseverança, constância, paciência, em meio às aflições.

Aquele que duvida do poder, da bondade e misericórdia de Deus para realizar uma profunda obra de transformação da sua vida, até a plena maturidade, não o receberá da parte do Senhor, porque isto deve ser buscado com fé constante, diária, no carregar da cruz e seguir a Cristo e a Sua vontade.

A inconstância no viver cristão é comparada por Tiago ao movimento irregular e inconstante das ondas do mar, que é determinado pelo vento, e não pela própria água que ela contém.

Assim também o crente inconstante em seu caminhar é movido pelos ventos de falsas doutrinas, pelo seu próprio querer, e pela ação de espíritos malignos e a atração do mundo, porque não está firmemente edificado no fundamento da salvação que é o próprio Cristo, fundamento este que está revelado nos escritos dos profetas e apóstolos.

A ação de cavar do homem sábio e prudente para edificar a sua casa sobre a rocha, configura o esforço e trabalho que são necessários para se achar o alicerce, que é Cristo, e iniciar a construção do edifício espiritual em sua própria vida, mediante prática da Palavra de Deus.

No “pedir” citado por Tiago em nosso texto está implícita além da necessidade da oração, a de se buscar o conhecimento da vontade de Deus em Sua Palavra, com vistas à sua prática.

E isto deve ser traduzido no caminhar em direção à busca da constância e confirmação da fé, em graus cada vez maiores, conforme isto é concedido pela operação do Espírito Santo.
É evidente que aqueles que não forem achados neste trabalho, são os “inconstantes em todos os seus caminhos” referidos no texto, porque dão com isto uma prova flagrante de falta de fé em Deus.

A fé é ativa e conduz à nossa transformação e ao culto e serviço a Deus.
As graças de Deus serão aumentadas em nós à medida que nos dedicarmos a isto com diligência. E o próprio Espírito infundirá em nós um aumento crescente de nossa plena confiança nas promessas de Deus, e no conhecimento da pessoa e vontade de Jesus Cristo.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

ORAÇÃO ILIMITADA

Jesus lhes contou uma parábola para mostrar que deviam orar sempre e nunca desanimar… (Lucas 18:1).

A oração nunca deve ser limitada a determinados horários, lugares ou circunstâncias.

Quando era criança, aprendi a orar com a cabeça inclinada, os olhos fechados e as mãos cruzadas. Mesmo quando era jovem, pensei que esse era o único modo aceitável de oração.

Na época do seminário, eu cantei em um quarteto que viajou para várias igrejas em todo país. A primeira vez que viajei com eles, tivemos uma reunião de oração no carro, e o motorista orou com os olhos abertos. Todos nós ficamos felizes por ele ter feito isso, mas eu me perguntei se Deus realmente ouviu aquela oração.

Desde então, eu entendi que orar com os olhos fechados é um meio útil para evitar distrações, mas não é obrigatório na Escritura – nem a maioria das outras limitações que muitas vezes as pessoas colocam na oração. Por exemplo, algumas pessoas querem limitar a oração a um tipo de postura, mas a Escritura fala de pessoas orando de pé, sentadas, ajoelhadas, olhando para cima, curvando-se e levantando as mãos.

Por outro lado, alguns tentam limitar a oração a certos momentos do dia, como na manhã ou à noite. Todavia, na Bíblia, as pessoas oravam em todos os momentos: manhã, noite, três vezes ao dia, antes das refeições, após as refeições, à hora de dormir, à meia-noite, na juventude, na velhice, em momentos de aflição e felicidade.

De modo semelhante, as Escrituras não colocam limites no lugar ou nas circunstâncias da oração. Ela fala de pessoas que oraram em uma caverna, dentro de casa, em um jardim, em uma montanha, junto a um rio, no mar, na rua, no Templo, na cama, no estômago de um peixe, em batalha, em um telhado, em uma prisão, no deserto e em uma cruz.

O ponto é claro: não há um modo correto específico ou um tipo de oração, e a oração não está limitada pela sua localização ou pelas circunstâncias. Você deve orar sempre. Isso inclui qualquer tipo de oração, sobre qualquer assunto e em qualquer momento do dia ou da noite.

Sugestão para oração

Faça uma lista de seus planos, pensamentos e preocupações atuais. Você fez de cada um deles um propósito de oração? Comprometa-se a compartilhar todos os aspectos de sua vida com Deus.

Estudo adicional

Leia o Salmo 136. Observe como o Senhor está intimamente envolvido na vida do Seu povo.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

CONVERTE-NOS

Versículo do dia: Converte-nos, ó Senhor, para que possamos ser convertidos! (Lamentações 5.21, tradução própria)

Não há esperança para o povo de Deus, a menos que Deus os converta de seus desvios e queda no pecado e incredulidade.

O livro de Lamentações é o livro mais sombrio da Bíblia. O próprio Deus havia dizimado a menina dos seus olhos.

 • “Deu o SENHOR cumprimento à sua indignação, derramou o ardor da sua ira; acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos” (Lamentações 4.11).

 • “Destruiu tudo o que era formoso à vista” (Lamentações 2.4).

 • “O SENHOR a afligiu, por causa da multidão das suas prevaricações” (Lamentações 1.5).

Então, como o livro termina?

Ele termina com a única esperança que existe:

Converte-nos, ó Senhor, para que possamos ser convertidos.

Essa é minha única esperança, e sua única esperança.

Jesus disse a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lucas 22.31-32).

Não se você se converter. Mas, quando você se converter.

Cristo Jesus é aquele que está à destra de Deus, quem de fato está intercedendo por nós (Romanos 8.34).

Ele nos converterá. Logo, “àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços… seja a glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos” (Judas 1.24-25).

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do dia: “Perfeito em Cristo.” (Colossenses 1.28)

Em sua alma, você sente que lhe falta a perfeição? O dia-a-dia lhe mostra isso? As lágrimas que brotam de seus olhos choram imperfeição. Todo suspiro que irrompe de seu coração sussurra imperfeição. Toda palavra grosseira que procede de seus lábios resmunga imperfeição. Com muita frequência, você tem visto em seu coração a confirmação de que não pode sonhar com um momento sequer de perfeição em você mesmo. Todavia, em meio a esta triste consciência de sua imperfeição, eis uma palavra de consolo – você é perfeito em Cristo (ver Colossenses 2.10). Aos olhos de Deus, você é completo nEle. Agora mesmo, você é aceito no Amado.

Entretanto, existe uma segunda perfeição, ainda a se realizar, que está prometida a toda a descendência. Não é agradável esperar pelo tempo em que todo vestígio de pecado será removido do crente e ele será apresentado inculpável diante do trono de Deus, sem mácula, rugas ou coisas semelhantes (ver Efésios 5.27)? Naquele tempo, a Igreja será tão pura, que nem mesmo os olhos da Onisciência contemplarão qualquer mancha ou culpa em seus membros. Ela será tão santa e gloriosa que Hart não terá afirmado mais que a verdade, quando disse: “Usando as vestes de meu Salvador, serei santo como o Santo”. E conheceremos e experimentaremos a felicidade expressa nesta pequena mas profunda sentença -completos em Cristo. Até àquele tempo, não compreenderemos plenamente as dimensões da salvação em Cristo. Seu coração não salta de felicidade diante deste pensamento? Mesmo sujo como você é neste momento, lá você será limpo. Oh, que salvação maravilhosa! Cristo transforma um verme num anjo; Ele toma uma coisa suja e deformada e transforma-a em algo limpo e incomparável em glória, inigualável em beleza e pronta para viver na companhia dos anjos. Ó minha alma, levante-se e admire esta bendita verdade sobre a perfeição em Cristo.

"Discipulado, a gloriosa transformação"- Pr. Henrique 


UM RESUMO DAS POSIÇÕES IGUALITARISTA E COMPLEMENTARISTA (2/2)

Por Bruce Ware

COMPLEMENTARISMO

Um Resumo Geral da Posição Complementarista

Criação em Igualdade de Essência e Distinção de Papéis – Homem e mulher foram criados por Deus iguais em dignidade, valor, essência e natureza humana, mas também distintos em seus papéis, onde ao homem foi dada a responsabilidade de assumir amável autoridade sobre a mulher, e à mulher a responsabilidade de oferecer uma assistência submissa, disposta e alegre ao homem. Gênesis 1.26-27 deixa claro que o homem e a mulher são igualmente criados à imagem de Deus, e então, no desígnio criativo de Deus, igual e completamente humanos. Mas, como vemos em Gênesis 2 (em seu próprio contexto e na compreensão de Paulo em 1 Coríntios 11 e 1 Timóteo 2), sua humanidade encontraria formas diferentes de expressão, num relacionamento de complementaridade, onde a mulher age em submissão à liderança e autoridade do homem.

Desordem Gerada pela Queda no Design Criado por Deus – O pecado introduziu no desígnio criativo de Deus muitas manifestação anômalas, entre elas uma falha na relação entre homem e mulher no cumprimento de seus papéis apropriados. Como a maioria dos complementaristas entendem, Gênesis 3.15-16 nos informa que o relacionamento entre homem e a mulher, por causa do pecado, seriam afetados pela inimizade mútua. Em particular, a mulher teria o desejo de usurpar a autoridade dada ao homem na criação, levando o homem, por sua vez, a governar a mulher de maneira injusta e corretiva, ou de maneira indevidamente abusiva.

Diferenciação de Papéis Restaurada pela Redenção em Cristo – Passagens como Efésios 5.22-33 e 1 Timóteo 2.8-15 demonstram o fato de que a intenção de Deus na criação de liderança e autoridade adequadas devem agora, em Cristo, ser completamente afirmadas, tanto na igreja quanto no lar. Esposas devem se submeter aos seus maridos no modelo de submissão da Igreja a Cristo, e mulheres não devem exercer papéis autoritativos de ensino na igreja devido à sua ordem na criação ser em seguida a de Adão. A liderança masculina, então, é vista sendo restaurada na comunidade cristã, na medida em que homens e mulheres buscam expressar sua humanidade comum, de acordo com a criação original de Deus e seu bom desígnio hierárquico.

Razões Principais de Defesa da Posição Complementarista

Evidência que o Desígnio do Criador Foi de Igualdade de Essência entre Homem e Mulher

Gênesis 1.26-27 – Mostra que o homem e a mulher compartilham da mesma natureza, sendo ambos feitos à imagem de Deus, tendo recebido de Deus a ordem de reinar sobre a terra. Este texto não explica como eles devem, juntos, fazê-lo para Deus. Portanto, neste ponto, nem o igualitarismo nem o complementarismo é ordenado. Claramente, a verdade é que homem e mulher são iguais em essência (i.e. ambos completamente humanos, feitos à imagem de Deus, de igual valor e dignidade para com Deus), e juntos comissionados ao reinado sobre a terra.

Gálatas 3.28 – A redenção e a regeneração daqueles a quem Deus iria salvar não faz distinção entre homem e mulher. O gênero é absolutamente irrelevante em relação a quem deverá ou não ser salvo.  A implicação clara, então, é que homem e mulher são iguais em essência porque a salvação chega aos humanos sem considerar seu gênero.

1 Coríntios 12.7-11 – Claramente, Deus distribui Seus dons a Seu povo como Lhe apraz, mas o gênero não é um fator na entrega de qualquer um dos dons a qualquer pessoa. Homens e mulheres são igualmente recipientes de todos os dons dados por Deus (veja 1 Co 11.5 para um relato de mulheres com o dom de profecia). Novamente, isso indica que mulheres são iguais aos homens em essência aos olhos de Deus, mas também não exclui a possibilidade de que Deus possa prescrever como estes dons devem ser usados na Igreja.

1 Pedro 3.7b – Mulheres salvas (esposas, neste contexto) devem ser tratadas com honra, precisamente porque elas, juntamente com os homens salvos, são co-herdeiras da graça da vida em Cristo. É tão importante que maridos entendam este princípio e respeitem suas esposas dessa maneira, que Pedro alerta que os maridos que não tratam suas esposas de acordo com a honra dada a elas por Deus não terão suas orações ouvidas por Ele.

Evidência que o Desígnio do Criador Foi de Distinção de Papéis entre Homem e Mulher

Gênesis 2 – Há, pelo menos, quatro elementos neste capítulo que suportam a ideia da liderança masculina (i.e., autoridade dada por Deus sobre a mulher): a) a ordem da criação (o homem criado primeiro) indica o desígnio divino prioritário no relacionamento entre o homem e a mulher. Esta também é a orientação de Paulo tanto em 1 Co 11.8 como em 1 Tm 2.13; b) Deus dá instruções a Adão, antes da criação de Eva, para não comer da árvore proibida (2.16,17). Isto implica na responsabilidade de Adão em instruir sua futura esposa e guardá-la de violar essa proibição (por isso o significado, no verso 3.6, de a mulher dar o fruto ao homem “que estava com ela”, mostrando que ele falhou em proteger sua esposa como deveria); c) Eva foi criada para ser auxiliadora de Adão. Enquanto é verdade que este termo hebraico é também usado para se referir a Deus “ajudando” seu povo, é claro que Paulo entende que o papel de Eva como auxiliadora requer que ela esteja sob a devida autoridade do homem (veja 1 Co 11.9,10 – “o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Por essa razão, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade.”); e d) a atitude de Adão de nomear Eva indicava, num contexto antigo-testamentário, a autoridade legítima dada sobre aquele a quem ele nomeava. É interessante notar que Adão nomeou sua esposa duas vezes; primeiro, quando ela foi formada de sua carne (2.23), e depois que ambos haviam pecado (3.20), indicando que sua autoridade legítima sobre ela continuou após a chegada do pecado.

Gênesis 3.1-7 – Eva foi tentada e enganada pela serpente e comeu do fruto proibido, e então deu a Adão. Eva, assim, pecou primeiro. Apesar disso, Deus se dirige a Adão para perguntar porque eles estavam escondidos (3.8). Deus considera Adão, e não Eva, responsável pelo pecado. Da mesma forma, Paulo claramente ensina que a linhagem do pecado na raça humana começa com Adão (Rm 5.12, 1 Co 15.22). Mas ele o faz em reconhecimento pleno do fato de que Eva pecou primeiro (1 Tm 2.14). Adão apenas devidamente carregaria a responsabilidade por ser o cabeça da raça humana pecaminosa, quando Eva pecou primeiro, se ele fosse visto por Deus e por Paulo como tendo autoridade e responsabilidade final sobre a mulher.

Gênesis 3.16 – O pecado trouxe não o inicio da hierarquia relacional entre o homem e a mulher, mas uma ruptura no papel de liderança do homem e de submissão da mulher dado por Deus no relacionamento entre eles. A maioria dos complementaristas compreende a maldição da mulher em Gn 3.16 como sendo que o pecado traria a Eva um desejo errôneo de dominar seu marido (ao contrario do desígnio divino da criação), e que, em resposta, Adão deveria afirmar sua liderança sobre ela. Esse entendimento vem da comparação da estrutura de sentenças e termos de Gn 3.16 com Gn 4.7. Nesse último, Deus diz a Caim que o pecado buscava destruí-lo, e assim Ele diz que “o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve inaliená-lo”. Isto, logicamente, significa que o seu pecado deseja dominar sobre você, mas, em resposta, você deve dominá-lo. Agora, a mesma estrutura de frase é encontrada em 3.16, quando é dito a Eva que “seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará.” Isso significa, à luz de 4.7, que o desejo de Eva será ilegitimamente o de dominar sobre Adão (nota: obviamente o pecado não traria a Eva um desejo amoroso e carinhoso por Adão, certo?) e, em resposta, Adão deveria impor sua liderança sobre ela. A maioria dos complementaristas afirma, então, que o pecado causou uma ruptura na ordem de liderança masculina e submissão feminina, em que: a) a mulher estava inclinada, agora, a usurpar o direito masculino de liderar a mulher, e b) que o homem estava inclinado a usar erroneamente seu direitos de liderança, seja pela pecaminosa abdicação de sua autoridade dada por Deus, conformando-se ao desejo da mulher de dominá-lo (e, portanto, falhando em liderar como deveria), ou pelo pecaminoso abuso de seus direitos de liderança dura, cruel e exploradora da mulher.

1 Coríntios 11.1-16 – Como já exposto, Paulo usa Gênesis 2 para dar suporte a posição de que a mulher precisa exibir, na igreja, sua submissão à autoridade masculina. A mulher deve ter um símbolo de autoridade sobre sua cabeça (11.10), porque ela é a glória do homem (11.7), porque ela originou-se do homem (11.8), e porque ela foi criada para o homem (11.9). Uma vez que Paulo conecta o papel submisso da mulher na igreja ao design divino da criação, é evidente que estas instruções para a igreja são aplicadas não apenas aqui, mas universalmente na igreja.

1 Coríntios 14.34-36 – Claramente a proibição da mulher de falar na igreja não pode ser absoluta, porque Paulo reconheceu, anteriormente, que havia mulheres profetizando (1 Co 11.5). O que os complementaristas entendem aqui é, usualmente, uma destas duas posições: ou que a mulher não deve assumir uma função oficial de ensino na assembleia geral, presumivelmente com homens presentes, ou que mulheres não devem ter a função de um presbítero de julgar profecias (Grudem, Carson). Em qualquer dos casos, o que é claro é o princípio de que mulheres devem exibir sua submissão à liderança masculina e aprender em silêncio dos (homens quando qualificados) responsáveis pelo ministério de ensino na igreja.

1 Timóteo 2.8-15 – Novamente, Paulo conecta sua ordem de que as mulheres recebam instrução em submissão em vez de ensinar ou exercer autoridade sobre homens (2.11,12), com o desígnio de criação divino para o homem e a mulher. Mulheres devem se submeter à liderança e ao ensino masculino porque Adão foi criado primeiro (2.13) e porque Eva foi enganada e pecou primeiro (2.14). E, novamente, é óbvio que estas instruções devem ser tomadas como aplicáveis universalmente à igreja porque estão baseadas no projeto criativo de Deus.

Efésios 5.22-33 – Mulheres devem se submeter aos seus maridos em resposta a sua submissão à liderança de Cristo (5.22). A razão para isso, diz Paulo, é que o marido é o cabeça da esposa assim como Cristo é o cabeça da Igreja (5.23). O próximo verso torna este aspecto ainda mais explícito: “assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos” (5.24). A razão chave aqui é o paralelo entre a liderança de Cristo e a liderança do marido. Assim como a igreja se submete a Cristo como aquele que tem autoridade sobre ela, assim a esposa deve se submeter ao marido como aquele que tem autoridade sobre ela. Maridos, por sua vez, devem amar suas esposas como Cristo ama a igreja (5.25-29). Quando maridos amam verdadeiramente suas esposas e esposas submetem-se aos seus maridos, vemos a distorção pecaminosa do relacionamento entre o homem e a mulher ser derrotada, e, então, um retorno àquilo que Deus planejou desde a criação do homem e da mulher.

1 Pedro 3.7a – Enquanto a segunda metade do versículo enfatiza a honra igualmente concedida às mulheres e aos homens (como co-herdeiras da graça da vida), a primeira metade claramente indica uma diferença fundamental entre o marido e a esposa. Ela, de acordo com Pedro, é uma “parte mais frágil” e precisa ser tratada com ternura e compreensão. Isso implica que a) enquanto a mulher é igual ao homem em essência (3.7b), ela é constitucionalmente diferente dele como mulher (3.7a) e b) o marido carrega uma responsabilidade dada por Deus de cuidar de sua esposa, o que é indicativo de sua liderança e responsabilidade primordial no relacionamento deles.

Analogia Trinitariana – Complementaristas compreendem a Trindade como analógica ao relacionamento homem-mulher como planejado por Deus. Deus é um em essência e três em pessoa. As três pessoas de Deus são absolutamente iguais em essência (de fato, eles compartilham completamente, simultaneamente e sem divisão a essência divina), mas são distintos em função. Especificamente, sua distinção de função é marcada por uma relação intrínseca de autoridade dentro da liderança divina, pela qual o Filho está sujeito ao Pai, e o Espírito ao Filho. 1 Coríntios 11.4 apresenta parte desta relação: “Deus é o cabeça de Cristo.”  O exemplo mais claro da sujeição de Cristo ao Pai está em 1 Co 15.28, onde o Filho exaltado e vitorioso “se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou.” Dentro deste entendimento da Trindade, faz sentido Paulo dizer o que disse em 1 Co 11.3. Ele fala de três linhas de autoridade existentes: Cristo é autoridade (o cabeça) sobre todos os homens, o homem é autoridade (o cabeça) sobre sua mulher e Deus (o Pai) é autoridade (o cabeça) sobre Cristo. Assim como as pessoas de Deus são iguais em essência e ainda assim se relacionam dentro das linhas de uma estrutura de autoridade, também homem e mulher são iguais em essência enquanto se relacionam numa estrutura similar de autoridade.

Exemplos Bíblicos de Distinção entre Homem e Mulher

Apesar de o pecado ter produzido na mulher um desejo ilegítimo de usurpar a autoridade devida dada ao homem por Deus (Gn 3.16), Deus tem trabalhado em Israel e na Igreja para estabelecer a autoridade masculina como o padrão consistente e aprovado para a vida religiosa e para a vida doméstica.

Liderança Masculina em Israel – Desde o Jardim do Éden, Deus tem chamado homens e dado a eles responsabilidade pela liderança religiosa. Pense em Adão, Noé, Abraão, Isaque, Josué, Davi, a ordem sacerdotal masculina, os profetas de Israel e de Judá, etc. Claramente, Deus propositalmente chamava e desejava trabalhar através da liderança masculina em Israel.

Liderança Masculina no Ministério de Jesus – Sabemos, com certeza, que Jesus não era avesso a contestar costumes e tradições humanas que fossem contrários aos valores do reino. Não lhe faltava coragem para desafiar restrições fabricadas por homens aos bons e sábios propósitos de Deus (veja Mt 15.3-9; 23.1-36). E seu acolhimento de mulheres durante seu ministério itinerante comprova isso. Mas o que Jesus nunca fez, apesar de poder e de não estar restringido pelas convenções sociais para fazê-lo, foi escolher mulheres entre seus discípulos. Sua escolha de 12 homens continua o padrão encontrado no Antigo Testamento, distinguindo que certo nível de liderança espiritual é restrito a um gênero.

Liderança Masculina na Igreja – Como observado acima, Paulo explicitamente restringe as mulheres de certo nível de liderança espiritual e instrução na Igreja. 1 Coríntios 11.1-16; 14.34-36 e 1 Timóteo 2.8-15 consistentemente requerem que a  liderança espiritual humana final da igreja seja restrita aos homens. Isso é reforçado pelas qualificações para a posição de presbítero, que requer dele que seja “marido de uma só esposa” (veja 1 Tm 3.2 e Tt 1.6), o que obviamente indica que apenas homens qualificados possam servir como presbíteros.

Liderança Masculina no Lar – Efésios 5.22-33, Colossenses 3.18-20 e 1 Pedro 3.1-7 estabelecem a certeza da liderança masculina no lar. A passagem de 1 Pedro é instrutiva de uma maneira particular não abordada acima. Aqui, Pedro imagina situações onde a esposa cristã está casada com um marido não-cristão. Alguém poderia esperar que Pedro dissesse: “como você conhece a Cristo e seu marido não, você deve assumir a liderança no seu lar. Não deixe a liderança para o seu marido, pois ele não conduzirá seu lar de uma maneira cristã.” Pelo contrário, Pedro diz a estas esposas cristãs de maridos não-cristãos que “sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem a palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.”

Objeções e Respostas à Posição Complementarista

Objeção: Este entendimento complementarista é, na verdade, uma visão completamente hierárquica, onde mulheres são subordinadas aos homens, e tal posição é intolerável e contrária à liberdade do evangelho. Enquanto ela diz manter a igualdade essencial da mulher e do homem, ela, na verdade, leva inevitavelmente a uma visão da mulher como inferior, uma cidadã de segunda classe, que não é tão importante para Deus e seus propósitos como o homem é.

Resposta: Você pensa da mesma maneira sobre o relacionamento pai e filho? Ou o relacionamento entre um empregado e seu supervisor? Você acha que deveríamos eliminar todas as manifestações de hierarquia relacional como inferiores àqueles que estão sob autoridade de um superior? Relacionamentos em estrutura de autoridade nos cercam. Vivemos e trabalhamos neles todos os dias. Viveríamos em caos sem eles. Mas tais estruturas de autoridade não oferecem maior valor humano ou superioridade essencial, nem minimizam o valor humano ou implicam inferioridade essencial àqueles sob seu cargo. Além disso, se estamos corretos em pensar que a Trindade é análoga ao relacionamento homem-mulher, considere isto: é óbvio que as Escrituras não têm a intenção de sugerir que Cristo é inferior em valor ao Pai porque Ele veio apenas para cumprir a vontade do Pai. Da mesma forma, as Escrituras não têm a intenção de sugerir que a mulher é inferior ao homem por causa da liderança masculina. De fato, o oposto é verdadeiro, que homens e mulheres apenas experimentam sua humanidade plena quando funcionam da maneira que Deus planejou em Sua criação. Somos mais livres como humanos quando afirmamos a estrutura de autoridade legitimamente projetada por Deus, e trabalhamos dentro dela.

Objeção: Sua interpretação de Gênesis 2, onde você vê três indicadores de autoridade masculina, está errada. Que diferença faz quem Deus criou primeiro? Ele tinha que criar um ou outro primeiro, e apenas aconteceu de ser Adão. Além disso, lembre-se que Deus criou os animais antes de criar os seres humanos, mas isto não indica nenhum tipo de prioridade dos animais sobre os humanos, e, sim, a mulher foi criada para completar o homem, mas isso fala de sua igualdade com ele, não de sua subordinação a ele. Lembre-se que Deus é nosso ajudador. Isso o torna subordinado a nós? E o fato de Adão ter nomeado Eva não é prova de sua autoridade sobre ela. Mulheres em Israel frequentemente nomeavam seus filhos; isso não significa que mulheres (mães) são autoridade sobre homens (filhos)?

Resposta: Se a visão de Paulo de Gênesis 2 não fosse igual a dos complementaristas, talvez sua objeção tivesse alguma força. Mas é Paulo quem observa a importância da criação de Adão em primeiro lugar, e Paulo nota que Eva foi criada por causa de Adão. Portanto, os complementaristas sustentam a interpretação das Escrituras sobre este assunto. O ponto que Paulo não aborda é o da nomeação de Eva. Nosso embasamento para este tópico descansa, então, inteiramente no significado do ato de nomear em culturas ocidentais antigas. Sim, o ato de uma mãe nomear seus filhos mostra, em parte, sua autoridade sobre eles, pelo menos até que eles deixem sua casa. E lembre-se, apesar de os animais terem sido criados antes de Adão, ele foi ordenado a dar nome a eles, e isso, sem dúvida alguma, indica sua autoridade sobre eles. Parece melhor, então, à luz das considerações culturais e da compreensão paulina de Gênesis 2, sustentar estes três pontos como interpretações legítimas do relacionamento entre homem e mulher na criação.

Objeção: Gênesis 3.16 não diz nada sobre Eva dominar Adão, mas fala claramente de Adão querer dominar Eva. Você distorceu o entendimento claro deste texto. O pecado gerou em Adão um desejo ilegítimo de dominar sua esposa, apesar de seu desejo contínuo por companheirismo igualitário.

Resposta: Há dois problemas principais com a visão igualitária aqui: a) explicar o desejo de Eva como positivo ou cuidadoso falha em reconhecer o fato de que isto é parte da maldição de Eva. Certamente Deus não daria a ela a maldição de ser carinhosa com Adão. Pelo contrário, seu desejo, por estar conectado com o que o pecado fez a ela, é melhor compreendido como um desejo negativo ou errôneo; b) mas, se seu desejo é negativo, então, concorda exatamente com o desejo do pecado em Gênesis 4.7, i.e., um desejo de usurpar autoridade. Isto, junto com a sentença estrutural idêntica e a terminologia paralela entre as duas passagens, e sua proximidade nas Escrituras, leva os complementaristas às suas conclusões neste importante texto.

Objeção: Você deixou de fora muitos exemplos significativos de liderança feminina em Israel, nos evangelhos e na igreja primitiva. Não é correto simplesmente dizer que a Bíblia exibe um padrão uniforme de liderança religiosa masculina.

Resposta: Sim, mulheres possuem papéis religiosos significantes, por vezes até de liderança, por toda a Bíblia. Mas considere duas coisas: a) a maioria dos exemplos de liderança feminina aparecem em papéis que não os de autoridade religiosa humana final; Isto é, há algumas profetizas e professoras no Antigo e Novo Testamento, mas onde estão as sacerdotisas, as líderes tribais, as rainhas de Israel (Atalaia não conta, pois usurpou o trono), as apóstolas (Júnia em Rm 16.7 é altamente questionável), as presbíteras na igreja primitiva? A questão é que, no nível último de autoridade religiosa humana, a Bíblia traça uma imagem clara e uniforme de liderança masculina; b) A exceção mais aparentemente notável aos casos acima é o de Débora (Jz 4-5), que era profetiza e juíza de Israel. Mas dado ao estado espiritual de Israel naquela época, a maioria das pessoas vê os juízes não como uma ilustração do ideal de Deus para o Seu povo. Provavelmente, então, a liderança de Débora demonstra não como Deus endossa a liderança feminina, mas quão longe do desígnio e dos propósitos de Deus Israel havia se desviado. É difícil aceitar o caso de Débora como normativo à luz de todas essas evidências contrárias.

Objeção: Seu uso de “autoridade masculina” e sua referência a passagens como 1 Coríntios 11.3 e Efésios 5.23, onde “cabeça” (do grego kephale) é usada, não reconhece o significado do termo como “origem.” Compreendido desta forma, a Bíblia não vê o homem como autoridade sobre a mulher, mas como originado dela, já que Eva veio de Adão.

Resposta: Por razões léxicas e exegéticas, está compreensão sobre “kephale” é completamente inaceitável. A evidência léxica mais forte sugere que “kephale” é, às vezes, usada para objetos impessoais com o significado de “origem” (por exemplo, a cabeça, ou seja, a origem de um rio). Seu uso predominante, para não dizer exclusivo, ao se referir a seres humanos, é de “ter autoridade sobre”, e não “origem”. Exegeticamente, torna-se difícil entender como Paulo quis dizer qualquer coisa que não “autoridade sobre” em certas passagens. Efésios 5.23, por exemplo, (o marido é o cabeça da esposa assim como Cristo é o cabeça da igreja”) é seguido no verso 24 por esta afirmação: “como a igreja é submissa a Cristo, assim a esposa em tudo aos seus maridos.” Aqui, então, a submissão das esposas aos seus maridos está relacionada ao fato dos maridos serem a autoridade sobre a esposa. Da mesma forma, em 1 Coríntios 11.3 (Cristo é a cabeça do homem, o homem é a cabeça da mulher e Deus é a cabeça de Cristo”), é impossível tomar “kephale” como significando “origem”, do contrário, implicaria que Deus é a origem de Cristo, assim como Adão é fonte de Eva e Cristo a origem de Adão. Mas Cristo originou-se do Pai assim como homem e mulher foram originados? Mais ainda, o contexto do verso seguinte a este lida com a mulher cobrindo a cabeça como “um símbolo de autoridade” (11.10). Portanto, por questões léxicas, exegéticas e contextuais, fica claro que a melhor compreensão do significado é de “autoridade” masculina como padrão no lar e na igreja.

COMO E COM QUE O JOVEM PURIFICA O SEU CAMINHO

“Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra” (Salmo 119.9)

Na primeira parte do texto o salmista falou que a palavra de Deus aponta o único e verdadeiro caminho para a felicidade. Agora, a principal coisa que a palavra opera é a santidade. Este é o caminho que devemos tomar, se pretendemos chegar ao fim da nossa jornada. Isto Davi aplicou ao jovem no texto, “Com que purificará o jovem,” etc.
Nas palavras há:
Uma pergunta,

Uma resposta dada.
Na pergunta há uma pessoa em foco – um jovem. Qual é o seu trabalho, com o qual ele deve limpar o seu caminho? Nesta pergunta, há várias coisas supostas.

1. Que somos desde o nascimento poluídos pelo pecado, pois temos que ser purificados. Não é, “dirigir o seu caminho”, mas “limpar o seu caminho”.
2. Que devemos ser sensatos muito cedo e no tempo apropriado, desse mal, pois a pergunta é proposta em relação ao jovem.
3. Que devemos sinceramente buscar um remédio para secar este fluxo do pecado que corre em nós. Tudo isso pode ser suposto.

O que se deve indagar depois é: qual remédio é contra isso? Que curso deve ser seguido? De modo que a soma da questão é esta: como o homem que é impuro, e naturalmente contaminado com o pecado, será feito capaz, tão logo que ele chegue ao uso da razão, para purgar a corrupção natural e viver uma vida santa e pura para Deus? A resposta é: “Observando-o segundo a tua palavra.” Quando duas coisas devem ser observadas:
(1) O remédio,

(2) A maneira como ele é aplicado e usado.
1. O remédio é a palavra – por meio do endereçamento de Deus, chamado a tua palavra, porque se Deus não tivesse dado direção sobre isso, estaríamos totalmente perdidos.
2. A maneira como ela é aplicada e usada, observando-o, etc, estudando e procurando um acordo sagrado com a vontade de Deus.

[1] Começo com a pergunta; porque, o modo negligente como o mundo aborda o assunto, parece muito impertinente e ridículo. Eles dizem: O que tem a juventude e a infância a ver com um trabalho tão sério? Quando a velhice tiver nevado sobre as suas cabeças, e a experiência inteligente de mais anos no mundo tiver lhes amadurecido para tão severa disciplina, então é a hora de pensar em limpar o seu caminho, ou de entrar num curso de arrependimento e submissão a Deus.

Para o presente – o jovem deve ser um pouco indulgente, pois eles crescerão mais sábios à medida em que crescerem mais em anos. Oh! Não; Deus demanda a sua justiça, logo que sejamos capazes de compreendê-lo. E isto concerne a cada um, tão logo chegue ao uso da razão, e tenha em mente o seu dever, tanto no que diz respeito a Deus e a si mesmo.
(1) No que diz respeito a Deus – que não pode ser mantido fora da sua justiça por muito tempo: Ec 12.1, “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade.” Ele é o nosso criador, não temos nada, mas o que ele nos deu, e que é para seu próprio uso e serviço. E, portanto, o vaso deve ser limpo tanto quanto possa ser, para que esteja “apto para o uso do Senhor.”

Isto é um tipo de restituição espiritual para as negligências da infância e o esquecimento da infância, quando não tínhamos capacidade de conhecer o nosso criador, muito menos para servi-lo. E, portanto, tão logo cheguemos ao uso da razão, devemos restaurar a sua justiça, com proveito.

(2) No que diz respeito a si mesmo. O primeiro preparo do vaso é muito considerável: Prov 22.6, “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” Quando se é bem preparado na juventude, a palavra será absorvida por eles, antes que o pecado e as concupiscências mundanas tenham obtido um enraizamento mais profundo. Se a observação de Salomão é verdadeira, a infância e a juventude de um homem são um notável presságio do que ele evidenciará mais tarde: Prov 20.11, “Até uma criança é conhecida pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.” Muito pode ser conhecido por nossas inclinações juvenis.

Mas, infelizmente! isto não encerra por completo o caso. O vaso já está preparado, mas “com que o jovem purificará o seu caminho?” o que pressupõe uma contaminação. Na criança é como um vaso recém saído da loja do oleiro, indiferente a boas ou más infusões. O vaso já está contaminado, e tem a natureza do velho homem e as corrupções da carne: Sl 51.5, “Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Chegamos poluídos no mundo, o nosso trabalho é parar o crescimento do pecado. Como a criança chafurdava na sua imundície, assim chafurdamos também espiritualmente em nosso sangue: Ez 16.4,5, “Quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas. Não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo, no dia em que nasceste, porque tiveram nojo de ti.”

Portanto, a questão é muito pertinente, “Com que o jovem purificará,” etc
Mas por que somente o jovem é especificado?
Eu respondo – Todos os homens estão envolvidos neste trabalho. Velhos não são deixados a si mesmos, nem totalmente entregues à desesperança; mas os jovens precisam mais disto, sendo inclinados a libertinagens e a prazeres carnais, e mais aptos a serem conduzidos para além da maneira correta pelas concupiscências da carne e, sendo teimosos em suas paixões e vontade própria, precisam ter seus fervores abatidos pelas doutrinas do arrependimento e conversão a Deus. E, por isso, embora outros não sejam excluídos, o jovem é expressamente referido: potros indomáveis necessitam de freios mais fortes. A palavra é de uso para todos, mas especialmente para os jovens, para refreá-los e reduzi-los à razão.

[2] A resposta – “Observando-o segundo a tua palavra.” A palavra, como um remédio contra a impureza natural é considerada de duas maneiras, como uma regra, e como um instrumento.
(1) Como a única regra daquela santidade que Deus aceitará. Todas as outras formas são apenas atalhos.
Nada é a santidade na conta de Deus, a não ser a que está de acordo com a palavra. A palavra mostra o único caminho de reconciliação com Deus, ou para ser purificado da culpa do pecado, e a única maneira de santificação sólida e verdadeira e submissão a Deus, que é a nossa purificação da imundícia do pecado.
Não há paz verdadeira sem a palavra, nem há verdadeira santidade. O primeiro é assinalado em Jer 6.16 “Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele e achareis descanso para as vossas almas.” O segundo está indicado em João 17.17, “Santifica-os na tua verdade, a tua palavra é a verdade.”

(1) Ela é a única regra para nos ensinar como obter a verdadeira paz de consciência. O mundo inteiro está se tornando desagradável a Deus, e mantido sob o temor da justiça divina. Esta escravidão é natural, e a grande pergunta é como a sua ira será aplacada: Miqueias 6.6,7, “Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Será que o Senhor ficará satisfeito com milhares de carneiros, ou com dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo pelo pecado da minha alma?” Agora, aqui não é citada a satisfação oferecida, nem o remédio para as feridas da consciência, nem o modo de remover a controvérsia entre nós e Deus; mas é pela propiciação do evangelho que é pregado, que tudo isso é efetuado.
Oh! então, o jovem para limpar sua consciência e acalmar o seu próprio espírito, tem necessidade de se apegar à palavra.

(2) A palavra é considerada com um instrumento que Deus faz uso para purificar o coração do homem. Não será errado nos estendermos pouco para mostrar a instrumentalidade da palavra para este propósito abençoado. É o espelho que revela o pecado, e a água que lava e o remove. A palavra é tanto o espelho quanto a água.
(1) É o espelho onde vemos a nossa corrupção. O primeiro passo para a cura é o conhecimento da doença, isto é um espelho onde aparecerá a nossa cara natural: Tg 1.23, “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla seu rosto natural em um espelho,” etc. Na palavra vemos a imagem de Deus e a nossa própria. É a cópia da santidade de Deus, e a representação de nossos rostos naturais, Rom 7.9.

Que bons conceitos temos da nossa própria beleza espiritual! mas não podemos ver as manchas leprosas que estão sobre nós.
(2) Isto nos coloca num trabalho para vê-las removidas; isto é a água para lavá-las. A palavra de ordem forceja o dever, que é indispensavelmente requerido. O que é comandado em nossos ouvidos, senão “Lave-se, torne-se limpo.”? Isto é indispensavelmente necessário: 1 João 3.3: “E todo aquele que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro”, e Heb 12.14, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Algumas coisas Deus pode dispensar, mas isso nunca é dispensado.

Muitas coisas são ornamentais que não são absolutamente necessárias, como a riqueza: “Sabedoria com uma herança é bom,”. Muitos têm ido para o céu, que nunca têm aprendido, mas nunca sem qualquer santidade.
(3) A palavra da promessa encoraja isto: 2 Coríntios 7.1, “Amados, tendo pois, tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”, e 2 Pedro 1.4, “Pelas quais nos têm sido doadas suas mui grandes e preciosas promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que há no mundo pela concupiscência que nele há.”

Deus poderia ter exigido isto nas bases da sua soberania, mas Deus não nos governaria com mão de ferro, mas lida com criaturas racionais de forma racional, por promessas e ameaças. Por um lado, ele nos falou de um poço sem fundo; por outro lado, das bem-aventuradas e gloriosas promessas, coisas “que o olho não viu, e o ouvido não ouviu falar, nem penetrou no coração do homem para conceber.” Portanto, a palavra tem uma instrumentalidade notável dessa forma.

(3.) A doutrina da escritura tem o remédio e o meio de limpeza – o sangue Cristo, que não é apenas um argumento ou motivo para nos mover a isto. Portanto, é instado em 1 Pedro 1.8, “quem, não havendo visto, amais; no qual, sem agora ver, mas crendo, exultais com alegria indizível”, etc. Isto impele à santidade sobre este argumento. Por quê? Tem sido um grande custo para Deus realizá-lo, por isso não devemos nos contentar com alguma moralidade superficial. Mais uma vez, a palavra propõe como uma compra, na qual a graça é adquirido por nós, por isso se diz, em 1 João 1.7, ele tem derramado o seu Espírito para nos abençoar e nos resgatar de nossos pecados. E isso excita a fé para aplicar este remédio, e assim experimentar o poder de Deus na alma: Atos 15.9, “purificando os seus corações pela fé.”

2. A maneira como a palavra é aplicada e feito uso dela: “Se ele tomar cuidado para isso, segundo a tua palavra.” Isto implica um estudo da palavra, e a tendência e importância disto, o que é necessário, se o jovem deve ser beneficiado por isto. Davi aplicou os estatutos de Deus aos homens do seu conselho. Os jovens que são encontrados com outros livros, se eles negligenciam a palavra de Deus, o livro que deve fazer a cura do seu coração e mente, eles são, com todo o seu conhecimento, miseráveis: Sl 1.2, “o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Se os homens quiserem crescer sábios para a salvação, e obter qualquer habilidade na prática da piedade, eles devem estar muito ocupados com este livro abençoado por Deus, que nos é dado para nos dirigir: 1 João 2.14, “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o maligno.”

Não será uma ligeira familiaridade com a palavra que fará um jovem ser bem sucedido em derrotar as tentações de Satanás, e será muito difícil vencer a sua própria concupiscência; não será por um pouco de irradiação nocional, mas por ter a palavra habitando em você, e permanecendo em você abundantemente. O caminho para destruir as ervas daninhas é plantar boas ervas que lhes sejam antagônicas. Nós sugamos princípios carnais como sendo nosso leite e, portanto, é dito que “falam mentiras desde o ventre.” Isto é um tipo de mistério; antes de sermos capazes de falar, falamos mentiras, ou seja, somos propensos a erros e toda sorte de fantasias carnais pelo temperamento natural e estrutura dos nossos corações, Isa 58.2, e, portanto, desde a nossa mais tenra idade, devemos estar familiarizados com a palavra de Deus: 2 Tim 3.15:

“E que desde a infância sabes as Sagradas Escrituras.” Mesmo que não se ganhe nada, quando crianças, através da leitura da palavra, senão um pouco de conhecimento memorizado, mas ainda é bom plantar na lavoura da memória, com o tempo a memorização penetrará na razão e na consciência, e daí para o coração e os afetos.
3. Isto implica um cuidado e vigilância sobre nossos corações e comportamento, para que a nossa vontade e as ações sejam conformadas à palavra. Esta deve ser a oração diária do jovem e cuidado, que haja um acordo entre sua vontade e a palavra, que ele possa ser uma Bíblia caminhante, uma carta viva de Cristo, uma cópia da palavra em sua vida, para que as verdades possam fluir claramente em sua conversação.
Tudo o que eu tenho dito pode ser dividido em três pontos:
1. Que o grande dever da juventude, é inquirir e estudar como eles podem limpar seus corações e seus caminhos para o pecado.
2. Que a palavra de Deus é a única regra suficiente e eficaz para realizar este trabalho.

3. Se queremos ter essa eficácia, é requerido muito cuidado e vigilância, para que cheguemos à direção da palavra em cada til, não uma reflexão solta e desatenta com a palavra, desconsideração negligente, mas tendo cuidado para isso.
Agora, por que na juventude, e assim que chegamos ao uso da razão, devemos mentalizar o trabalho de limpeza do nosso caminho?
1. Pense em como isso é razoável. Está claro que Deus deve ter o nosso primeiro e nosso melhor. Está claro que ele deve ter o nosso primeiro, porque ele nos viu antes mesmo de nascermos. Seu amor por nós é eterno; e deveríamos deixar Deus do lado de fora de nossas vidas até a velhice? vamos empurrá-lo para um canto? Certamente Deus, que nos amou tão cedo, isto é motivo para que ele tenha o nosso primeiro, e também o nosso melhor, pois todos nós somos dele.

Sob a lei das primícias que eram de Deus, ele nos ensina que o primeiro e o melhor são a Sua porção. Todos os sacrifícios que foram oferecidos a ele, estavam em sua força e juventude – eram novilhos, sem doença ou defeito, e o mesmo princípio se aplicava a todas as demais ofertas: Lev 2.14: “Se trouxeres ao SENHOR oferta de manjares das primícias, farás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, os grãos esmagados de espigas verdes.” Deus não iria ficar esperando por muito tempo até que amadurecessem. Deus não será mantido por muito tempo sem a Sua porção. A juventude é o nosso melhor momento. Mal 1.13, quando eles trouxeram uma oferta fraca e doente, “Devo aceitar isso de tua mão? diz o Senhor.” A saúde, força, rapidez de espírito e vigor estão na juventude. Será a nossa saúde, e força para o uso do diabo, e vamos nos apresentar a Deus com a escória do tempo? Satanás deve se banquetear com a flor de nossa juventude, e Deus tem somente os restos e fragmentos da mesa do diabo? Quando a inteligência está entorpecida, os ouvidos, o corpo fraco, e os afetos gastos, isso é um presente adequado para Deus?
2. Considere a necessidade disto.

(1) Por causa do calor da juventude, as paixões e concupiscências são muito fortes: 2 Tim 2.22, “Fuja também das paixões da mocidade”. Os homens estão mais inclinados nesta idade de orgulho e vaidade, a paixões fortes, desordenada e excessivo amor à libertinagem: 1 Tim 3.6 “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.” Um homem pode domesticar criaturas selvagens, os leões e tigres, e a fúria da juventude precisa ser temperada e freada pela palavra. Há muita glória para a graça de Cristo que o calor e a violência sejam quebrados quando a pessoa é muito menos disposta e preparada.

(2) Porque ninguém é tentado tanto quanto eles. As crianças não podem ser de serventia ao diabo, e os velhos estão senis e têm escolhido e definido os seus caminhos, mas os jovens, que têm uma fraqueza de entendimento, e os espíritos mais intrépidos e mais agitação, o diabo ama fazer uso deles: 1 João 2.13 : ‘Eu vos escrevi, jovens, porque tendes vencido o maligno.” Eles são mais agredidos, mas é para a honra da graça quando saem vencedores, quando é empregado o seu fervor e força, não para satisfazer concupiscências, mas no serviço de Deus e luta contra Satanás. Portanto, é muito necessário que sejam temperados com a palavra desde cedo.
3. Considere os muitos inconvenientes que se seguirão, se atualmente não se importarem com este trabalho.
(1) A morte é incerta, e, portanto, um negócio tão importante como este não admite atraso. Deus nem sempre dará o aviso. Nadabe e Abiú, dois jovens irreverentes, foram levados em seus pecados, e os ursos da floresta devoraram as crianças que zombaram do profeta Eliseu. O perigo é tão grande, que assim que estejamos conscientes disto, devemos fugir dele. Quando as crianças chegam à plenitude da razão, elas ficam em sua própria conta; antes, elas estavam sob a conta de seus pais. Oh, ai de você se você morrer em seus pecados! Certamente, assim que um homem está sobre a sua própria conta pessoal, ele deveria olhar por si mesmo, para que Deus o quebre, para que ele faça a sua paz com ele.

Aplicação 1. É para se lamentar que tão poucos jovens trilhem nos caminhos de Deus. É uma coisa rara encontrar um José, ou um Samuel, ou um Josias, que buscam a Deus desde cedo. Vá às universidades, e você vai descobrir que aqueles que deveriam ser tão nazireus consagrados a Deus, vivem como aqueles que se consagraram a Satanás: Amós 2.11, “Dentre os vossos filhos, suscitei profetas e, dentre os vossos jovens, nazireus.” Os filhos dos profetas em sua juventude criados para uma disciplina mais rigorosa na sua santa vocação, separados de prazeres mundanos, para serem um estoque de um ministério bem sucedido. Mas, infelizmente eles gastaram seu tempo na vaidade, nada trazendo senão apenas os pecados do lugar, e seguiram os costumes pecaminosa do seu país. Quão poucos consideram a educação de sua juventude em conhecimento ou prática religiosa! Famílias são sociedades para serem santificadas por Deus, bem como igrejas. Os seus governantes têm verdadeiramente um encargo para com as almas assim como os pastores em relação às igrejas. Eles oferecem seus filhos a Deus no batismo, mas educam-nos para o mundo e para a carne. Eles lamentam qualquer defeito físico neles, mas não a falta da graça.
Aplicação 2.

Uma exortação para os jovens. Você que está começando a sua jornada, comece com Deus, você não tem experiência, mas você tem uma regra; você tem concupiscências poderosas, mas um espírito forte. Nenhuma faixa etária está excluída da promessa do Espírito: Joel 2.28,29, “E será que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões, e também sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”

De João Batista é dito em Lucas 1.15: “Ele será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe”, e lemos em Marcos 10.14 “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.” Há poder para iluminá-lo, apesar de todos os seus preconceitos, para subjugar suas paixões, apesar do poder da nossa natureza corrompida pelo pecado: 1 João 2.13,14: “Eu vos escrevi, jovens, porque tendes vencido o maligno. Eu vos escrevo, filhinhos, porque conheceis o Pai.”, etc, e veja Gên 39.9. Será um grande conforto para você, quando você morrer, que seu grande trabalho foi concluído. Oh, que coisa triste é que, quando o corpo vai para a sepultura, e a alma não tem ainda aprendido a conversar com Deus! Oseias 8.12, “Embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha.”. Deus tem escrito uma carta para nós, e nós não iremos lê-la, nem meditá-la? Seremos então estranhos inteiramente a ela. Mas agora, quando conhecerem a Deus, não será tão cansativo ir ter com ele.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

LIMPANDO NOSSAS MÃOS E CORAÇÕES

Limpem as mãos, pecadores! E vocês que são indecisos, purifiquem o coração (Tiago 4:8).

Mãos limpas e um coração puro sempre caracterizará o humilde.

As mãos representam nosso comportamento, o padrão de nossas ações externas. A Escritura usa esse símbolo quando encoraja as pessoas a abandonar seu comportamento pecaminoso: “Quando vocês estendem as mãos, eu fecho os meus olhos; sim, quando multiplicam as suas orações, não as ouço, porque as mãos de vocês estão cheias de sangue” (Isaías 1:15).

O versículo de hoje usa mãos como referência aos requisitos cerimoniais judeus. Os sacerdotes eram obrigados a lavar as mãos antes de entrarem na presença de Deus no tabernáculo e no templo (Êxodo 30:19-21). Portanto, o chamado para ter mãos limpas não era uma figura estranha de discurso para o público de Tiago. Como judeus, eles sabiam que uma pessoa precisava passar por um processo de limpeza e ter uma vida limpa se quisesse estar perto do Senhor.

Contudo, este processo de limpeza inclui mais do que corrigir o comportamento externo e o estilo de vida representado pelas mãos. A dimensão interior do coração também deve ser envolvida, e é por isso que Tiago 4:8 diz: “Purifiquem o coração”. O coração é o que está dentro de uma pessoa – seus pensamentos, motivos e desejos – a essência do ser. Tiago está dizendo que, quando alguém é genuinamente humilde e quer andar corretamente com Deus, ele deve lidar com o seu verdadeiro eu, o coração que é demasiadamente corrompido e enganado pelo pecado. O humilde pecador ouvirá e obedecerá as palavras de Ezequiel: “Livrem-se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês um coração novo e um espírito novo” (Ezequiel 18:31).

Mãos limpas e um coração puro são traços essenciais para qualquer um que seja contado entre os humildes. Se você não se submeteu a Deus, você não terá esses traços, e precisará se atentar aos imperativos de Tiago. Se você é humilde, irá querer manter um relacionamento íntimo com o Senhor. Destarte, para você, é crucial lembrar o que o apóstolo João promete em 1 João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Sugestão para oração

Ore para que todos os seus pensamentos e ações sejam puros e agradáveis ao Senhor.

Estudo adicional

Leia Isaías 55.

O que isso diz sobre corações e vidas transformadas?

Comente os versículos 6-7 para memorizá-los.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

COMO ARREPENDER-SE

Versículo do dia: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (1João1.9)

Um sentimento vago e ruim de que você é uma pessoa miserável não é o mesmo que convicção de pecado. Sentir-se arruinado não é o mesmo que arrependimento.

Nessa manhã, comecei a orar e me senti indigno de estar falando com o Criador do universo. Esse foi um vago senso de indignidade. Então, eu disse a ele: e agora?

Nada mudou até que comecei a ser específico sobre meus pecados. Sentimentos de miséria podem ser úteis se levam à convicção de pecados. Sentimentos vagos de ser uma pessoa má não são muito úteis.

O nevoeiro da indignidade precisa tomar forma de claros pilares sombrios de desobediência. Assim, você pode apontar para eles, arrepender-se, pedir perdão e buscar destruí-los.

Então, comecei a lembrar dos mandamentos que frequentemente quebrei. Esses são os que me vieram à mente.

Ame a Deus com todo seu coração, alma, mente e força. Não 95%, mas 100% (Mateus 22.37).
Ame o seu próximo como a si mesmo. Esteja tão desejoso que as coisas ocorram bem para ele quanto é para que as coisas vão bem para você (Mateus 22.39).
Faça todas as coisas sem murmurar. Nenhuma murmuração — interior ou exterior (Filipenses 2.14).
Lance todas as suas ansiedades nele — de forma que você não seja mais abatido por isso (1Pedro 5.7).
Diga apenas aquilo que dá graça aos outros — especialmente àqueles mais próximos de você (Efésios 4.29).
Remir o tempo. Não desperdice ou seja ocioso (Efésios 5.16).
Muito para qualquer pretensão de grande santidade! Estou desfeito.

Mas agora é específico. Eu olho nos olhos. Eu não estou reclamando sobre me sentir mal. Peço desculpas a Cristo por não ter guardado tudo o que ele ordenou.

Estou quebrantado e estou zangado com o meu pecado. Eu quero matá-lo, não a mim. Eu não sou suicida. Eu sou um odiador e assassino do pecado. (“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena”, Colossenses 3.5; “Mortificardes os feitos do corpo”, Romanos 8.13).

Neste conflito, ouço a promessa: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1João 1.9). A paz surge.

A oração se torna possível, correta e poderosa novamente.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versiculo do dia: “Todos nós temos recebido da sua plenitude.” (João 1.16)

Estas palavras nos dizem que existe plenitude em Cristo. Existe uma plenitude de Deidade, pois nEle habita a plenitude da Divindade. Em Cristo, existe plenitude de humanidade perfeita, pois nEle a Divindade se manifestou corporalmente (ver Colossenses 2.9). Existe plenitude de eficácia expiatória no sangue de Cristo, pois “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7). Existe plenitude de retidão justificadora na vida de Cristo, porque “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). Há plenitude de preponderância divina em seu apelo, pois, Ele é poderoso para “salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25). Existe plenitude de vitória na morte de Cristo, visto que, por meio da morte, Ele destruiu aquele que tem o poder sobre a morte, ou seja, o diabo (Hebreus 2.14). Existe plenitude de eficácia em sua ressurreição dentre os mortos, pois, por meio dela, Deus “nos regenerou para uma viva esperança” (1 Pedro 1.3). Existe plenitude de triunfo na ascensão de Cristo, porque “quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens” (Efésios 4.8; ver também Salmos 68.18). Há abundância de bênçãos de todos os tipos: plenitude de graça para perdoar, graça para regenerar, graça para santificar, graça para preservar, graça para aperfeiçoar. Plenitude em todas as épocas: de consolo na aflição e de orientação na prosperidade. Plenitude em cada atributo divino – de sabedoria, de poder, de amor. Existe plenitude impossível de ser perscrutada ou explorada. “Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Colossenses 1.19). Oh, quão abundante deve ser Aquele de quem todos recebem bênçãos! Certamente, existe plenitude onde a fonte está sempre jorrando, tão livre, rica e cheia em todo tempo. Peça amplamente e receberá amplamente, pois esta plenitude é inexaurível, está guardada onde os necessitados podem alcançá-la – em Jesus, Emanuel, “Deus conosco” (Mateus 1.23).

POR QUE DEUS MATOU SEU FILHO? - Comunidade Cristã de Londrina


UM RESUMO DAS POSIÇÕES IGUALITARISTA E COMPLEMENTARISTA (1/2)

Por Bruce Ware

Hoje em dia, dentro da comunidade cristã, vemos uma tentativa de buscar nas Escrituras um suporte para a luta feminista. No entanto, quando o secularismo se adentra às portas de nossas igrejas, as Escrituras passam a ser manipuladas para afirmar aquilo que elas nunca querem dizer. No assunto do papel do homem e da mulher, há duas posições conhecidas e defendidas dentro da nossa comunidade cristã: o igualitarismo e o complementarismo. Basicamente, o igualitarismo defende que o homem e a mulher são iguais em todos os aspectos, sem distinção de papéis, enquanto o complementarismo reconhece as diferenças de desígnio entre homem e mulher na criação divina e seus papéis como complementares.

Temos visto nos Estados Unidos que as igrejas que cedem ao igualitarismo tendem a, posteriormente, ceder em suas posições quanto à liderança feminina e casamento homossexual, entre outras questões. Mas, como você irá perceber, o projeto divino para o homem e a mulher está não apenas no centro das nossas relações sociais, mas no centro do Evangelho e de nossa identidade. Acompanhe comigo enquanto estudamos como estas posições se definem e onde encontram suporte nas Escrituras.

IGUALITARISMO

Um Resumo Geral da Posição Igualitarista

Criação em Igualdade – Deus criou homem e mulher iguais em todos os aspectos. Gênesis 1.26,27 não faz distinção entre homem e mulher no fato de que ambos são feitos igualmente à Sua Imagem (i.e. igualdade ontológica), e a ambos é dada a responsabilidade de dominar Sua criação (i.e. igualdade funcional).

Desordem na Queda e Hierarquia – O pecado introduziu à ordem criada por Deus várias manifestações de desordem e relacionamentos corruptos. Entre os principais exemplos de corrupção está a introdução de uma hierarquia ilegítima entre homem e mulher. Gênesis 3.16 (a maldição da mulher) sugere que, por causa do pecado, a mulher teria uma disposição subserviente perante o homem, e o homem teria, na medida contrária, uma disposição à supremacia sobre a mulher. Assim, o relacionamento de igualdade entre o homem e a mulher, pretendido por Deus na criação, é agora degradado pela presença de uma tendência hierárquica pecaminosa e perigosa.

Igualdade Restaurada pela Redenção em Cristo – Gálatas 3.28 expressa a grande verdade de que, em Cristo, as bases falsas e pecaminosas da hierarquia entre o homem e a mulher foram abolidas; portanto, não há distinção legítima, no reino de Deus, entre homem e mulher. A igualdade entre o homem e a mulher é restaurada, a dignidade é dada de volta à mulher, e as atitudes servis são exigidas do homem e da mulher.

Razões Principais de Defesa da Posição Igualitarista

Evidência que o Desígnio do Criador Foi de Igualdade entre Homem e Mulher

Gênesis 1.26-27 – O homem e a mulher compartilham a mesma natureza humana, são feitos à imagem de Deus e recebem de Deus o mandado de dominarem a terra. Não apenas há igualdade de ser ou natureza entre o homem e a mulher, há também, mais importante ainda, igualdade de função ou tarefa: ambos devem dominar. Note que não é feita distinção para dar ao homem uma posição superior neste domínio.

Gênesis 2.18 – A mulher como “auxiliadora” é melhor entendida como uma que vem para completar (i.e. tornar completo algo que está incompleto). Então, longe de colocar a mulher como subordinada ao homem, ela mostra quanto o homem deve à mulher. Interessante notar que a palavra para “auxiladora” é usada mais frequentemente para se referir a Deus (que não é de maneira alguma subordinado a aqueles a quem ajuda) em Seu auxílio aos outros. O ponto aqui, então, é que o homem e a mulher precisam um do outro, e, por isso, são parceiros iguais no relacionamento, e não que a mulher esteja subordinada a ele.

Gênesis 2.22-24 – Eles são uma só carne, ou a mesma carne, indicando completa igualdade de pessoa

Gálatas 3.28 – Se o propósito de Deus através da redenção é o de abolir distinções falsas e pecaminosas que separem homem e mulher em classes ou em uma hierarquia, então este versículo deve ser entendido como um retorno ao que Ele havia desejado na criação, um desejo que foi distorcido pela Queda e pelo pecado, mas que agora é tornado real novamente em Cristo.

1 Coríntios 12.7-11 – Claramente, Deus distribui Seu dons ao Seu povo como Ele mesmo deseja, mas o gênero não é um fator determinante em Sua entrega de qualquer dom especial a uma pessoa. Homens e mulheres são igualmente recipientes de todos os dons de Deus (veja 1 Coríntios 11.5 para uma afirmação sobre uma mulher detentora do dom de profecia). Como a entrega dos dons espirituais de Deus é neutra, e já que Deus espera que Seus dons sejam usados na igreja, segue-se que homens e mulheres  devem exercer igualmente seus dons na igreja.

Exemplos Bíblicos de Igualdade entre Homem e Mulher

Apesar da introdução da posição hierárquica entre os seres humanos com a Queda, há indicações de que Deus  empenhava-se para destruir esta manifestação de pecado, e, no lugar disso, exibir relacionamentos igualitários neste mundo caído.

Liderança Feminina em Israel – Apesar de Israel ser largamente patriarcal (assim como a maioria das outras culturas do mundo atingidas pelo pecado na história e no tempo), Deus resolveu dar a Israel algumas expressões de liderança feminina. Exemplos: Miriã (Êxodo 15), Hulda (2 Reis 22) e Débora (Juízes 4-5), que foram profetizas, sendo Débora também juíza em Israel. Outros exemplos de mulheres que tiveram papéis proeminentes na formação espiritual e no desenvolvimento de Israel, mas não em papéis religiosos oficiais, foram Ester, Rute e Noemi.

A Mulher Ideal de Provérbios 31 – Este capítulo provê um elogio a esta mulher ideal que teme ao Senhor e que expressa serviço fiel a Ele por meio de negócios fora de casa, assim como provisão para o seu lar.

Participação Feminina no Ministério de Jesus – Há numerosos exemplos de mulheres que tiveram um papel significante no ministério de Jesus, papéis que, embora inaceitáveis na cultura da época, ainda assim demonstraram a completa aprovação da parte de Jesus por mulheres e seu desejo de ministrar. Alguns exemplos:

Lucas 8.1-3 – Mulheres que proviam financeiramente para o ministério de Jesus  e até mesmo viajaram com ele, aprendendo dele enquanto ele ensinava de vila em vila, de cidade em cidade.

Lucas 10.38-42 – Maria foi elogiada por Jesus por assentar-se aos seus pés em vez de correr para ajudar a preocupada Marta com os cuidados da casa. Novamente, Jesus encoraja mulheres a vir aprender com ele tanto quanto a homens.

Mateus 15.21-28 e Lucas 7.36-50 – Mulheres a quem Jesus usou como exemplos de fé e amor.

João 4.39-42 – A mulher samaritana tornou-se a primeira evangelista entre os não discípulos de Jesus. Isso certamente indica que Jesus considerava mulheres capazes de ensinar a outros, pois um evangelista instrui os outros no ensino principal, o próprio evangelho de Cristo.

Mateus 28.1-10 e Marcos 16.1-8 – Certamente, Deus é capaz de escolher aqueles que Ele deseja que descubram primeiro e contem aos outros sobre a ressurreição de Jesus. Quem deveria ser este grupo privilegiado? Quem foram as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus? Os evangelhos de Mateus e Marcos dão nomes de mulheres (Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé) que foram à tumba e a encontraram vazia, e receberam do anjo a ordem de ir e contar o que elas agora sabiam aos discípulos e a Pedro (Marcos 16.7). Deus escolheu mulheres, ao invés de Pedro ou qualquer um de seus discípulos, para ser as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus. Isso novamente indica a total confiança de Jesus no papel das mulheres de compartilhar com as pessoas a mensagem mais importante.

Mateus 28.18-20 e Atos 1.8 – Evangélicos universalmente compreendem a comissão cristã de dar testemunho do poder do Espírito e fazer discípulos como uma ordem que se aplica a todos os seguidores de Cristo. Logo, a proclamação do evangelho como ordenada por Cristo não é específica para um gênero.

Envolvimento Feminino na Igreja Primitiva

Atos 2 (especialmente v.17,18) – Homens e mulheres são recipientes do Espírito Santo.

1 Coríntios 12 – Como dito acima, homens e mulheres são recipientes dos dons do Espírito Santo e ordenados a usá-los na igreja (v.7).

1 Coríntios 11.5 – Aqui se faz menção de mulheres na igreja que estavam “profetizando”, claramente um dom de fala usado para instruir e edificar os participantes da igreja (de acordo com Atos 21.9).

Atos 18.26 – Priscila (mencionada primeiro) e Áquila tomaram Apolo consigo e, “com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus”. Priscila, então, estava exercendo um dom de ensino e instruindo um homem, que também era um professor (conforme Romanos 16.3-5).

Romanos 16.1-7 – Paulo recomenda duas outras mulheres (além de Prisca, no verso 3), Febe, que é uma serva, talvez diaconisa, na igreja, e Júnias, que (se de fato uma mulher) era considerada “notável entre os apóstolos”.

Objeções e Respostas à Posição Igualitarista

Objeção: A estrutura política e religiosa de Israel exibe uma liderança quase que exclusivamente masculina, e isto por ordem e chamado divinos. Por exemplo, Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, os doze filhos de Jacó como doze tribos de Israel, sacerdotes masculinos, com foco nos filhos primogênitos, reis homens (exceto Atalia, uma vil usurpadora do trono).

Resposta: Isso reflete, primariamente, a cultura patriarcal da época. Assim como Deus tolerava a poligamia e até mesmo introduziu leis que a regulassem, apesar de Seu propósito monogâmico na criação, ele tolerava o patriarcado, mostrando Sua desaprovação através das mulheres que foram levadas à posição de liderança em Israel apesar da supressão cultural das mulheres.

Objeção: Você diz que Jesus quebrou as expectativas e normas culturais ao permitir que mulheres participassem com Ele em seu ministério e no testemunho do evangelho. Por que, então, Ele não quebrou as mesmas convenções e chamou algumas mulheres como suas discípulas? Sua escolha de um grupo de discípulos totalmente masculino vai de acordo com a tradição de liderança masculina que encontramos por todo o Antigo Testamento.

Resposta: Jesus continuou com o processo de restauração da mulher ao seu lugar de igualdade plena, um processo que continuou na igreja primitiva (ver Gálatas 3.28 e 1 Coríntios 12). Jesus sabia que poderia quebrar com a tradição apenas até certo ponto, de maneira que lhe permitisse, ainda assim, a oportunidade de ensinar e viajar com a frequência que fazia. Um caso paralelo pode ser visto quando Paulo deixa de denunciar a escravidão, por mais que ele a visse como contraditória à liberdade do Evangelho.

Objeção: Paulo diz que as mulheres devem submeter-se aos seus maridos. Como ele pode fazer isso de maneira justa se, como você diz, ele havia declarado a hierarquia como resultante do pecado e abolida em Cristo?

Resposta: É interessante notar que o tratado completo de Paulo sobre maridos e esposas (Efésios 5.22-33) é introduzido com uma afirmação transicional em 5.21, que diz “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” O que se segue a esse verso, então, não pode ser tomado como contraditório a este claro comando de que os cristãos devem se submeter uns aos outros. O que, então, ele quer dizer em 5.22? Ele dá este conselho como um exemplo do tipo de submissão que deve ocorrer de modo mais geral entre todos os cristãos. O propósito deste texto é ilustrativo, e não deve singularizar as mulheres como submissas aos seus maridos.

Objeção: Quando Paulo diz que o homem (1 Coríntios 11.3) ou o marido (Efésios 5.23) é o cabeça da mulher, ele não quer dizer que o homem tem a posição de autoridade e responsabilidade sobre a mulher?

Resposta: Não, e isso pode ser percebido ao olharmos para a palavra traduzida como “cabeça” (do grego: kephale). Este termo é largamente usado na literatura grega extra-testamentária como “origem” (assim como a cabeceira/origem de um rio). Logo, o que isso quer dizer, então, é que a mulher deve sua existência ao fato de que o homem foi criado primeiro, e, em seu estado incompleto, Deus fez a mulher a partir dele. Assim, a mulher é “originada” do homem. Desta maneira, a palavra não sugere, como muitos pensam, que o homem tem alguma autoridade justa sobre a mulher.

Objeção: Quando Paulo diz em 1 Timóteo 2.11-15 que as mulheres devem aprender em submissão e não ensinar ou exercer autoridade sobre o homem, e que isto deve ser assim por causa da ordem da criação e da Queda de Eva no pecado, não requer que mulheres devam estar em um relacionamento de subordinação na igreja, com apenas homens qualificados ensinando ou pregando?

Resposta: Esta compreensão tradicional erra porque trata uma instrução específica de Paulo a uma igreja em particular como instrução normativa para todas as igrejas em todas as épocas. Há evidência que a igreja de Éfeso, pastoreada por Timóteo, estava permeada de ensinos falsos, e que este ensino vinha primariamente de mulheres na igreja que usurpavam autoridade e ensinavam erroneamente a doutrina da criação e do pecado de Adão e Eva. Se este é o caso, então devemos ver este caso não como uma proibição de todo e qualquer ensino feminino na igreja, mas como uma proibição direta a estas certas mulheres na igreja de Éfeso que eram falsas mestres.