Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

domingo, 17 de dezembro de 2017

10 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER ACERCA DA ONISCIÊNCIA DE DEUS

Por: Sam Storms

O salmista declara que “o nosso Senhor é grande e muito poderoso; o Seu entendimento não tem limites” (Salmo 147:5). Muitas vezes falamos sobre o que sabemos e como sabemos, mas raramente paramos e perguntamos: como Deus sabe? O que Deus conhece?

1) O conhecimento de Deus é intuitivo, não discursivo. Quando digo que o nosso conhecimento é discursivo, quero dizer que ele surge para nós por meio de observação, raciocínio, comparação, indução, dedução e assim por diante. Em outras palavras, nós aprendemos. Mas o conhecimento de Deus é intuitivo, inato e imediato. Deus não aprende, ele simplesmente sabe. Ele não descobre nem esquece de nada.


2) Também devemos lembrar que o conhecimento de Deus é simultâneo, não sucessivo. Ele vê as coisas ao mesmo tempo e em sua totalidade, enquanto nós sabemos apenas como os objetos do conhecimento são trazidos antes de nós, um pouco depois do outro. Com Deus, o ato de percepção é completo e instantâneo. Deus pensa sobre todas as coisas ao mesmo tempo.

3) Também sabemos das Escrituras que o conhecimento de Deus é independente e não dependente. Ele não recebe seu conhecimento de ninguém ou de qualquer coisa externa. Isaías perguntou: “Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem ele se aconselhou, para que lhe dessem compreensão? Quem lhe ensinou a vereda da justiça ou quem lhe ensinou sabedoria? E quem lhe mostrou o caminho de entendimento?” (Isaías 40:13-14). A resposta, é claro, ninguém.

4) O conhecimento de Deus é infalível, impassível de erro. Como Ronald Nash disse: “A onisciência divina significa que Deus não possui falsas crenças. Não somente todas as crenças de Deus são verdadeiras, a extensão do conhecimento é total, ele conhece todas as proposições verdadeiras” (51). Deus está sempre correto no que ele conhece.

5) O conhecimento de Deus é infinito, não parcial. Deus conhece todas as suas obras desde o princípio do mundo (Atos 15:18). Deus conhece exaustivamente todos os seus feitos e planos. Ele também nos conhece exaustivamente. Nenhum segredo do coração humano, nenhum pensamento da mente ou sentimento da alma escapa do seu olhar (Veja 1 Crônicas 28:9a; Provérbios 15:3; Salmos 69:5; 139:1-4; Isaías 40:27-28; Ezequiel 11:5; Jeremias 17:9-10; 1 Reis 8:39; Mateus 6:8; Atos 1:24 ; Hebreus 4:13; 1 João 3:20).

6) Deus tem um conhecimento previamente exaustivo sobre todas as coisas que acontecem, incluindo as escolhas moralmente responsáveis ​​feitas por homens e mulheres. Deus emite um desafio para todas as outras divindades: “Quem, assim como eu, fez predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha diante de mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! Não fiquem apavorados, nem tenham medo. Por acaso não revelei e anunciei isso a vocês muito tempo atrás? Vocês são as minhas testemunhas. Será que há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça” (Isaías 44:7-8). Deus, sozinho, declara o que está por vir. Só Deus conhece o futuro, pois Deus sozinho o ordenou.

7) A verdade da onisciência de Deus deve afetar nossa adoração a Ele. Stephen Charnock declarou:

Considere o quão grande é conhecer os pensamentos, intenções e as obras de um homem desde o início até o fim de sua vida; para saber tudo antes do ser deste homem, quando ele foi hospedado de longe pelos lombos de seus antepassados, sim, de Adão. Quanto é maior para saber e conhecer os pensamentos e as obras de três ou quatro homens, de uma aldeia ou de um bairro inteiro. É ainda maior saber a imaginação e as ações de tal multidão de homens que estão contidos em Londres, Paris ou Constantinopla. Quanto maior ainda é conhecer as intenções e as práticas, os instrumentos clandestinos de tantos milhões, que têm, fazem ou devem enxergar em todos os lugares do mundo, cada pessoa com milhões de pensamentos, desejos, projetos, afeições e ações! Deixe esse atributo, então, tornar o Deus abençoador honrado aos nossos olhos e adorável em todas as nossas afeições. Adore a Deus por essa maravilhosa perfeição! (Stephen Charnock, “A Existência e os Atributos de Deus”, p. 239-40).

8) Uma compreensão adequada do entendimento de Deus também deve ter um impacto profundo sobre a nossa humildade. Charnock explica:

Não há nada de que o homem seja mais capaz de se orgulhar do que o seu conhecimento; é uma perfeição que ele se gloria. Mas, se o nosso pouco conhecimento exterior das coisas nos envaidecem, a consideração do conhecimento infinito de Deus deve reduzir este abcesso. Como não somos nada em relação à infinitude de sua essência, então nosso conhecimento não é nada em relação à extensão do seu entendimento. Nós temos uma faísca de existência, mas nada para o calor do sol; nós temos uma gota de conhecimento, mas nada para o oceano divino. Que coisa vã é para um ribeiro superficial se vangloriar de seus riachos, diante de um mar cujas profundidades são insondáveis! Como é vaidade se gabar da nossa força quando nos lembramos do poder de Deus e da nossa prudência quando vemos a sabedoria de Deus; por isso não é menos uma vaidade para se orgulhar do nosso conhecimento quando pensamos na compreensão e no conhecimento de Deus (240).

9) O conhecimento de Deus sobre os segredos de nossos corações deve ter uma profunda influência sobre a nossa santidade pessoal e prática:

Pode a consciência de um homem facilmente e deliciosamente saborear do que lhe é razoável cair no conhecimento de Deus, quando é abominável aos olhos de sua santidade e torna o hipócrita detestável para ele? As tentações não possuem nenhum encorajamento para aproximar-se dele, que está constantemente munido com os pensamentos de que o seu pecado está registrado na onisciência de Deus (258).

10) O que ainda é mais glorioso é que esta doutrina que nos faz temer o pecado é também o fundamento do conforto e da segurança. Se Deus é onisciente, então Ele sabe o pior sobre nós, mas mesmo assim nos ama! O apóstolo João escreve: “E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, diante dele, tranquilizaremos o nosso coração. Pois, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1 João 3: 19-20).

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