Semeando o Evangelho

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sexta-feira, 6 de julho de 2018

IDEOLOGIA DE GÊNERO: DETURPAÇÃO E VERDADE

Até algumas décadas atrás, as palavras sexo e gênero poderiam ser usadas de forma intercambiável, sem qualquer problema. Hoje, no entanto, as coisas são muito diferentes. Enquanto o sexo é definido como as características biológicas que fazem um indivíduo masculino ou feminino, o gênero, como tal (masculino ou feminino), é chamado de construção social e não biológico.

Segundo a nossa sociedade, a biologia não tem nada a ver com a identidade de gênero. Mas as coisas não são tão simples.

A ciência

Para entender como o sexo de uma pessoa é determinado, é importante examinar o que a genética e a embriologia dizem. No núcleo de cada célula existem genes com diferentes combinações de DNA (ácido desoxirribonucleico), as unidades hereditárias que determinam não apenas as características físicas da pessoa, mas também o funcionamento de cada órgão.

As diferentes combinações em DNA determinam as características dos seres humanos, como cor do cabelo, tom de pele ou qualquer outra característica que marca a individualidade de cada pessoa. Nos humanos, existem 23 pares de cromossomos (46, no total); 22 pares são conhecidos como autossomos e aparecem iguais no sexo masculino e feminino. Além disso, há um último par, o que chamamos de “cromossomos sexuais”. Aqui há uma diferença: as mulheres têm dois cromossomos X (XX), e os homens um cromossomo X e outro Y (XY).

O sexo é determinado pelo tipo de gene que o feto recebe de seus pais. O filho ou filha recebe um cromossomo sexual de cada pai. A mãe sempre doa um cromossomo X, e o pai às vezes doa um cromossomo X e outras vezes um cromossomo Y.

Embora o sexo esteja determinado no momento da concepção, no estado fetal, o desenvolvimento de ambos os sexos é idêntico até a sexta semana. Se o feto é do sexo masculino, uma proteína conhecida como SRY vai entrar em ação, que é produzida a partir de um gene no cromossomo Y. Esta proteína provoca a formação dos órgãos masculinos. Se a proteína SRY estiver ausente, os órgãos femininos se desenvolverão. Assim, a composição genética (o que chamamos de genótipo) é o que determina como o indivíduo se parece e trabalha (o que chamamos de fenótipo).

A queda

Quando uma pessoa diz que se sente mais parecida com o sexo oposto do que seu fenótipo mostra, então eles falam sobre a disforia de gênero. Essa pessoa manifesta sentimentos e comportamentos como se estivesse no corpo do sexo errado, uma condição que se chama transexualidade. O termo disforia de gênero também é usado para falar sobre pessoas que sentem que seu gênero não é exclusivo (masculino ou feminino), mas que se identificam com ambos. Há, também, aqueles que são chamados de “sem-gênero”, porque sentem uma ausência de gênero ou porque são considerados um terceiro gênero completamente separado dos outros dois.

O pensamento popular agora é que o que determina o gênero no indivíduo não é a sua genética, mas o que cada pessoa “sente”.

Dot Brauer, psicóloga clínica e diretora do Centro LGBT da Universidade de Vermont, define a identificação de gênero como “o que é bom para a pessoa”. Ela diz que, “em sua geração, toda a informação foi dada de uma perspectiva limitada e com linguagem limitada, ensinada na classe de saúde e o que foi aprovado pelo conselho de educação”, sugerindo que eles tinham uma mente estreita.

Dizem que o gênero existe em um intervalo, afirmando que há muitas expressões diferentes entre os dois gêneros. Lisa Fields, da WebMD, escreve que ser transgênero “é sobre o que uma pessoa sente por dentro”. O Dr. Michael L. Hendricks, um psicólogo clínico em Washington, que trabalha com pacientes durante a transição (as pessoas que mudam do que a sua biologia determinou para o que sentem), diz que não há um padrão, mas varia com cada paciente. Agora está claro por que o Facebook tem 71 gêneros diferentes para você escolher no seu perfil.

A visão de mundo mudou, e, portanto, o idioma mudou. Não é mais “gênero biológico”, como sempre foi dito, mas “gênero atribuído”. Com isso, queremos ressaltar que o gênero foi atribuído ao nascimento pela equipe médica, sem saber se esse será realmente o gênero com o qual a criança decidirá se identificar ao longo dos anos.

Como vimos, biologia, embriologia e genética mostram que existem apenas dois sexos. Essa noção de que o gênero é independente do sexo biológico é precisamente chamada de ideologia, porque não se baseia na ciência. Embora a disforia de gênero ainda seja considerada uma anormalidade na psiquiatria, isso parece estar prestes a mudar.

No século 18, o mundo passou pela revolução científica, onde a verdade era buscada através do método científico. Para que algo seja aceito como verdade, ele deve ser comprovado através da experimentação e endossamento dos resultados iniciais. Isso é efetivo quando a informação é mensurável, mas em outras áreas é impreciso.

Uma das áreas em que o método científico não tem valor é precisamente na área das emoções. Muitas declarações filosóficas, morais e psicológicas foram aceitas como postulados científicos quando, de fato, o método científico não pode ser aplicado a nenhum deles.

À medida que a sociedade mudava, o homem tornou-se mais egocêntrico e individualista, chegando a pensar que o que estabelece a verdade para cada indivíduo é a sua própria opinião. No melhor dos casos, o homem de hoje pensa que, se ele não estiver certo, a maioria está. Este é o fruto do coração enganoso do homem, que o leva a acreditar que ele está sempre certo (Provérbios 21:2).

Em nossos dias, a maioria passou a acreditar que a autorrealização é o que traz felicidade. Este é um terreno fértil para a aceitação de algo como a ideologia do gênero. Se a felicidade é um direito e a verdade é relativa, a tolerância de qualquer ideologia será o resultado natural, com a consequente rejeição de qualquer verdade absoluta.

O evangelho

É importante entender que, com a queda do homem, em Gênesis 3, todos os aspectos do ser humano foram afetados. Isso inclui o desenvolvimento físico, a faculdade mental, as emoções e a dimensão espiritual. Deus nos criou para que houvesse harmonia em todos os aspectos. Não obstante, com a entrada do pecado, essa harmonia foi perdida.

Os sentimentos e as emoções de cada pessoa são reais e podem ser bastante fortes, embora não correspondem necessariamente à verdade de sua biologia. Apesar disso, se permitirmos que a verdade seja definida pelos sentimentos e pelo individualismo, em vez do que corresponde à realidade, acabaremos na posição que hoje somos: ninguém sabe o que é verdadeiro.

Se as pessoas com disforia de gênero são encorajadas a abraçar o que é uma patologia, a única coisa que conseguimos com isso é agravar sua disfuncionalidade. Cerca de 32 de 50% das pessoas transexuais cometem suicídio, mesmo em lugares como a Suíça, onde essa ideologia é aceita. O cristão deve sempre desejar o melhor para a outra pessoa. Para essas pessoas, isso implicaria ajudá-las a abraçar o desígnio do criador.

Desde o surgimento do desejo de Adão de ser como Deus, e sua subsequente queda, a cosmovisão secular tem como meta mudar o controle de Deus para o homem, que acima de tudo quer esconder a imagem de Deus, imposta em Seu desígnio. O homem quer ser o seu próprio deus, ter o direito de decidir o que ele quer fazer e como fazer.

No entanto, 1 Crônicas 29:11-12 nos lembra que somente Deus está no controle, e Jó 42:2 nos ensina que não há nada que possa frustrar Seus planos. Os homens são “obscurecidos em seu entendimento” (Efésios 4:18), e o seu coração é “enganoso” (Jeremias 17:9). Isso explica por que pessoas inteligentes e instruídas não veem o óbvio e nem mesmo ignoram as leis de Deus que eles mesmos descobriram através da ciência para acreditar em uma mentira (João 3:19).

Deus criou dois sexos que mostram a imagem de Deus – homem e mulher – cada um com diferentes características e virtudes. E, quando se unem em harmonia , complementando-se, a glória e a sabedoria de Deus se desdobram através dos relacionamentos de uma maneira singular. A majestade e a sabedoria do Senhor são evidentes em toda a criação, mas o que melhor demonstra a sua glória, acima de tudo, é a coroa de sua criação: homem e mulher. Eles foram os únicos que foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26-27).

Quando ofuscamos as diferenças entre os sexos, distorcemos a imagem de Deus. Satanás pode manter o mundo cego (2 Coríntios 4:4), sempre levando-o a mudar a verdade pela mentira (Romanos 1:25). Isso resulta no que Paulo disse a Timóteo: “Mas os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3:13). Todavia, o próximo versículo nos lembra o que devemos fazer: “Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu”.

Nós somos embaixadores de Cristo para pregar o evangelho, e viver o seu desígnio é outra maneira de expressar que acreditamos na Sua verdade. Assim, glorificamos seu nome e afirmamos que existe um único e verdadeiro Deus, criador de tudo. Desta forma, o mundo fica indesculpável (Romanos 1:20).

Autora: Catherine Scheraldi

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