Por John McAlister
Antes de avaliarmos como exatamente o púlpito age como um instrumento de louvor e adoração na igreja, examinemos mais alguns argumentos que corroboram por que a pregação da Palavra é o elemento central do culto da igreja:
1. Nada é mais central na Criação do que a Palavra de Deus.
a. Ao abrirmos as páginas das Escrituras, logo em seu início ouvimos o relato de como Deus criou os céus e a terra pelo poder criativo da sua Palavra. (Gn 1) Pense nisso: tudo que existe foi criado e ordenado pela voz de Deus. Mais que isso: Deus não só criou o universo pela sua Palavra, como também o sustenta pela sua Palavra. (Hb 1.3) Tão importante é a Palavra de Deus para a ordem da criação que, quando Satanás apresentou-se no Jardim do Éden para tentar o primeiro casal e induzi-lo ao pecado, a primeira coisa que ele fez foi questionar e afrontar a Palavra de Deus: “Foi isto mesmo que Deus disse…?” (Gn 3.1) Se a ordem original do universo foi estabelecida pela Palavra de Deus, a desordem da criação se deu justamente pela rejeição e corrupção da Palavra de Deus. E seria diferente no culto da igreja ao seu Criador? Quando a Palavra de Deus é ouvida e obedecida, brotam vida, beleza e ordem no louvor da igreja ao Senhor. Porém, quando a Palavra é marginalizada, desprezada e corrompida, seguem a feiura, a corrupção e a desordem.
2. Nada é mais central na história do povo de Deus do que a Palavra de Deus.
a. Mesmo após a Queda, Deus agiu para restaurar a ordem da Criação por meio do chamado de um povo escolhido dentre as nações para pertencer a ele e adorá-lo. (Ex 19.4-6) Foi pela sua Palavra que Deus convocou Israel para fora do Egito, o libertou do seu cativeiro e o ensinou a cultuá-lo. Significativamente, Deus ensinou este povo pela sua Palavra a quem eles deveriam adorar e também como eles deveriam adorá-lo. (cf. Ex 20.1-6) E todas as vezes em que este povo afastou-se e rebelou-se do Senhor, corrompendo o seu chamado para glorificá-lo e adorá-lo, como Deus o chamou de volta à sua vocação original? Não por meio de cantores e dançarinos, atores e apresentadores, mas por meio de profetas e mensageiros (i.e. pregadores) incumbidos de trazer o povo de volta a Deus por meio de uma nova submissão à sua Palavra. E seria diferente em nosso tempo hoje? Como o povo que se chama pelo nome do Senhor voltará a cultuar a Deus com santidade e piedade se não pelo retorno às Sagradas Escrituras, mediante a sua exposição e pregação fiel dos púlpitos das igrejas?
3. Nada é mais central na missão de Jesus Cristo e da Igreja do que a Palavra de Deus.
a. Quando Jesus Cristo – o próprio Deus encarnado – adentrou a História, ele o fez iniciando o seu ministério terreno de que forma? Pregando a Palavra de Deus! (Mc 1.15) Ele mesmo definiu que esta era sua missão: vir ao mundo para proclamar as verdades libertadoras e transformadoras do Reino de Deus. (Mc 1.38; Lc 4.14-21) E após ter cumprido cabalmente o plano da redenção na Cruz do Calvário e no Túmulo Vazio, ele comissionou os seus discípulos, pelo poder do seu Santo Espírito, a irem pelo mundo todo, fazendo discípulos das nações, por meio da proclamação do Evangelho. (Mt 28.18-20; At 1.8) Logo, assim como Deus criou e ordenou o mundo por meio do poder conjunto da sua Palavra e do seu Santo Espírito (Gn 1.1-3), é assim que ele ordenou a redenção deste mundo caído, por meio do poder conjunto do Verbo Encarnado, Jesus Cristo, e do seu Santo Espírito, operantes no mundo agora por meio da pregação ungida das Escrituras Sagradas.
b. Então, como Deus age para redimir, salvar e transformar pecadores caídos a fim de que eles passem a adorar única e exclusivamente ao Senhor? Por meio da proclamação fiel e ungida da Palavra de Deus. (Rm 10.14-15) Foi assim que a Igreja nasceu: da Palavra e do Espírito. (At 2.1-41) E é assim que ela continuou crescendo e amadurecendo em seu serviço e louvor ao Senhor: por meio da proclamação fiel das Escrituras. (At 2.42-47; 2Tm 3.14 – 4.5) E seria diferente em nossos tempos, por acaso?
4. Nada é mais central na História da Igreja do que a Palavra de Deus.
a. Não é sem razão, portanto, que quanto mais a igreja se afasta do ensino e da proclamação fiel das Escrituras, mais ela se corrompe em seu culto e louvor a Deus. Todavia, quanto mais ela se aproxima da pregação fiel da Palavra, mais ela cresce e se fortalece em seu louvor a Deus. Tem sido assim desde a geração apostólica até os nossos tempos. Nenhum movimento de reforma e avivamento da igreja aconteceu à revelia da fiel proclamação das Escrituras Sagradas. (p.ex. [Pré-] Reforma Protestante [Wycliffe, Huss, Lutero, Calvino], Puritanismo e Grandes Avivamentos [Edwards, Whitefield], Avivamentos Modernos [Spurgeon, Lloyd-Jones]). Ou seja: quanto mais central for a proclamação da Palavra de Deus no culto da igreja, tanto mais centrada a igreja estará em seu culto a Deus. Ou melhor: o louvor e a adoração da igreja ficam de pé ou caem pela proclamação fiel ou não das Escrituras Sagradas.
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