Semeando o Evangelho

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

10 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE A TENTAÇÃO

Por Sam Storms

Antes de começar, vamos lembrar que Satanás tem uma estratégia. Em 2 Coríntios 2.11, o apóstolo alerta para que “nós não sejamos enganados por Satanás, porque não ignoramos os seus desígnios”. A palavra traduzida por “enganados” ou “ter vantagem sobre”, significa enganar ou defraudar alguém pelo engano. Satanás tem uma visão clara, uma agenda, se você observar a situação de Corinto. Pensar que ele age aleatoriamente e sem objetivo é exatamente o que ele quer.

Considere Efésios 6.11, quando Paulo novamente fala das “estratégias satânicas”. Aqui ele usa a palavra grega “methodia”, da qual vem o termo “método”. Ele tem em mente estratégias astutas (cf. Efésios 4.14), cuidadosamente trabalhadas para “pegar” cristãos desavisados. Você ficaria surpreso em saber que Satanás está operando na formação e disseminação de sistemas de valores em nossa sociedade, que ele influência instituições, organizações, movimentos filosóficos, políticos, sociais, e sistemas econômicos? Tenha certeza que Satanás escolhe seus objetivos e, em seguida, utiliza e explora os meios mais eficazes, evitando todos os obstáculos, para alcançar seus fins diabólicos.

1) Deus prova sua fé sem jamais tentá-lo ao pecado (Tiago 1.13). O propósito divino da provação é a santificação e o fortalecimento. O propósito satânico na tentação é enganar e destruir. O mal não existe no coração de Deus, ele não é seu autor. Certamente, ele existe em nosso coração e nós somos o seu autor. A tentação quase sempre se inicia na carne (Tiago 1.14). Nossa carne ateia fogo no pecado. Satanás simplesmente assopra as chamas. Satanás é impotente até que digamos “sim” ao pecado. Ele explora nossas decisões pecaminosas, mais frequentemente pela intensificação do curso das ações que nós já escolhemos. Paulo analisa esse ponto em Efésios 4.26-27. Ele nos exorta: “Irai-vos e não pequeis, não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deem oportunidade ao Diabo”. Satanás não é apontado nem culpado por criar a raiva, em primeiro lugar. Nós somos responsáveis por isso. Satanás é culpado em usar isso e outros pecados para ganhar acesso a nossas vidas, expandir e intensificar o curso de nossas escolhas de comportamento.

2) Devemos lembrar que a tentação, em si mesma, não é pecado. Isso é criticamente importante, especialmente para aqueles que sofrem de uma consciência excessivamente frágil. Jesus foi repetidamente tentado (Hebreus 2.17-18; 4.15; Mateus 4), mas ele não tinha pecado. Nós devemos resistir a pensar que somos cristãos inferiores ou cristãos espiritualmente pobres porque somos frequentemente tentados. Isso é o que Martinho Lutero falou: “Você não pode evitar que pássaros voem sobre sua cabeça, mas você pode evitar que eles façam um ninho em seu cabelo”. A questão é que a tentação apenas torna-se pecado quando você a aceita.

3) Tentações frequentemente são fortes porque vem na forma de sedução ou encanto para satisfazer necessidades legítimas por meio de meios ilegítimos. A estratégia de Satanás com Jesus no deserto é um exemplo claro disso. Pão não é algo ruim; tampouco o desejo para aliviar a fome comendo, especialmente depois de você ter feito um jejum por 40 dias. O auxílio divino é uma sólida promessa nas Escrituras (Salmo 91).  A autoridade sobre os reinos da terra é algo que Deus prometeu ao Filho há muito tempo (cf. Salmo 2). A tentação, dessa forma, teve como objetivo seduzir Jesus a alcançar fins divinamente aprovados por meios ilegítimos e pecaminosos. A tentação é frequentemente forte quando alívio ou satisfação parecem estar juntas no mesmo pecado que Satanás está sugerindo.

Um ponto a ser destacado é que a força da tentação vem de uma tendência que leva as virtudes a tal extremo que elas se tornam vícios. Por exemplo, é muito fácil para quem sente alegria de comer, se tornar um glutão, ou a benção do descanso vir a ser preguiça; ou ainda, a paz e quietude se tornarem falta de comunicação, ou alguém trabalhador se tornar ganancioso. Liberdade se transformar em licença para libertinagem. Todos sabem como o prazer pode se tornar em sensualidade, ou cuidado pessoal em egoísmo; ou mesmo, o amor próprio vir a ser vaidade. A prudência pode se transformar em cinismo ou incredulidade, ou a ira justa em ódio; o prazer com o sexo pode se tornar em imoralidade, o senso de responsabilidade em perfeccionismo. A lista pode crescer infinitamente, mas penso que já entendemos o ponto.

4) Satanás gosta de tentar especialmente quando o cristão é um novo convertido, e, portanto, tem pouco conhecimento e preparo para resistir a suas sugestões sedutoras. Este é, precisamente, o fundamento do alerta contra uma investidura prematura de um novo convertido ao presbitério. Paulo fala que ele não deve ser “um neófito, ou poderá se inflar em presunção e cair na condenação do diabo”. Isso não sugere que os cristãos mais velhos e maduros estejam isentos; de acordo com 1 Timóteo 3.7, Satanás é hábil em explorar todos os defeitos sobre a reputação de um líder cristão.

Satanás gosta de nos tentar quando sentimos que nossa fé está forte, quando pensamos que estamos invulneráveis ao pecado. Se nós estamos convencidos que temos o controle, nós nos tornamos desatentos. “Uma fortaleza desguarnecida”, disse Oswald Chambers, “é duplamente vulnerável”.

5) O Diabo gosta de nos tentar quando nós estamos em um ambiente estranho. Gordon MacDonald explica: “Em um ambiente de vida doméstica com família e amigos, existe um cronograma de rotinas, um conjunto de sistemas de apoio, e uma forma de fazer coisas; tudo isso estimula uma vida responsável e, inversamente, restringe uma vida irresponsável. Naturalmente, todos esses sistemas ou padrões caem quando uma pessoa está a milhas de casa”. (Rebuilding Your Broken Sword, 100).

Certamente, nosso desejo é que nossa resistência interna contra a tentação do pecado seja nutrida e suficientemente sustentada por nossa fascinação e alegria com a beleza de Deus em Cristo em tais circunstâncias. Mas, quando os limites externos que frequentemente e inconscientemente governam nosso comportamento são removidos, ou são aumentados, logo descobrimos a profundidade ou superficialidade da maturidade de nossas almas.

6) Satanás também gosta de nos tentar quando nossa fé é provada no fogo da aflição. Quando estamos cansados, exaustos, quando somos perseguidos, nos sentimos excluídos ou ignorados, Satanás faz seu jogo. Sua tática mais comum é sugerir que Deus está longe, que ele está nos tratando injustamente; a partir disso, Satanás lança sua sedução apelativa, de que nós não precisamos mais obedecer. Dor física, perdas financeiras ou relacionamentos quebrados, combinadas com o silêncio dos céus, servem para intensificar a força da tentação.

7) Satanás gosta de nos tentar imediatamente depois de “altos e baixos espirituais”. Períodos de euforia emocional e prosperidade podem, algumas vezes, levar à complacência, orgulho e falsa sensação de segurança. Quando isso ocorre, somos alvos fáceis para as setas do inimigo. A mesma coisa acontece durante o desânimo, quando nós perguntamos se Deus se importa. Nós ficamos desapontados e o pecado, de repente, parece a coisa mais razoável a se fazer.

8) Umas das táticas mais efetivas de Satanás é colocar seus pensamentos em nossas mentes, e depois, nos culpar por tê-los:

Quando pensamentos ou inclinações contrárias à vontade de Deus se infiltram na mente, muitos cristãos confundem esses pensamentos como sendo seus próprios pensamentos, e assumem a responsabilidade por eles. Então, com habilidade, o diabo lança seus pensamentos entre os santos, e quando começam a se lamentar, ele já está longe. Assim, eles carregam a vergonha e Satanás consegue cumprir o seu propósito. (William Gurnall).

Quando mentir para Deus sobre você não funciona, ele mente para você sobre Deus. Ele faz tudo o que estiver ao seu alcance para convencer você de que Deus não é bom, que ele não pode ser confiável, que ele está prendendo você, que ele não estará lá quando você precisar dele (Gênesis 3; Mateus 4). E, se isso não for suficiente, ele mente para você sobre si mesmo (Efésios 6.16), fazendo você acreditar que você não é o que Deus diz que você é, e que nunca será o que Deus prometeu que você será.

Uma tática relacionada à tentação é que Satanás lança suas acusações como se elas fossem do Espírito Santo. Em outras palavras, ele concorda com seus termos e escolhe suas oportunidades, de tal maneira que nós podemos facilmente confundir sua voz com a voz de Deus. Então, como nós podemos distinguir a acusação satânica da convicção divina? Entre outras coisas, o primeiro vem na forma de condenação que gera sentimentos de desesperança. É dito que nossos pecados nos colocam além ou distantes demais de uma esperança de graça e do poder do perdão. As acusações de Satanás são desprovidas de qualquer referência à suficiência da cruz. Uma vívida convicção de pecado, por outro lado, vem com uma lembrança da suficiência e finalidade do derramamento do sangue de Cristo, tudo isso com a promessa de esperança e alegria do perdão.

9) Conheça a si mesmo. Uma pergunta frequente é: “Se eu fosse o diabo, onde eu atacaria?” Em outras palavras, seja rápido em identificar suas fraquezas, seus pontos vulneráveis, áreas onde você tem falhado, e tome medidas drásticas para se proteger no futuro. Se você é suscetível ao efeito do álcool, não brinque com a bebida. Se suas fantasias são facilmente alimentadas por imagens, fique longe de filmes que contêm isso.

10) Confronte e vença a tentação no começo, não no fim. A melhor e mais efetiva tática contra a tentação é lidar com isso com força, antes que ela tenha uma oportunidade de enfraquecer você. É melhor antecipar-se para eliminar a tentação (se possível), do que lidar com isso mais tarde, quando suas defesas estiverem baixas.

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