Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

domingo, 30 de dezembro de 2018

A SABEDORIA do CASAMENTO (Provérbios 5.15-23) - Alan Kleber Rocha


COMO AJUDAR A MINHA CONGREGAÇÃO A OUVIR SERMÕES EM UMA CULTURA DE DISTRAÇÃO?

Por Sebastian Y. Kim

As igrejas estão lidando com uma geração conduzida à distração em um nível totalmente novo. Os smartphones são uma fonte onipresente de distração que podem impedir as pessoas de se envolverem de todo coração no culto de adoração semanal. Mensagens e notificações os afastam do momento, e, se ficarem entediados, haverá sempre uma alternativa por perto.

Por vezes, os cristãos utilizam seus telefones durante o sermão. Eu já vi pessoas rindo ou se entretendo com alguma coisa no smartphone enquanto o pastor abordava questões importantes da Palavra de Deus.

Cinco grandes desafios

Para explorar o envolvimento de cristãos adultos durante os sermões de domingo, entrevistei 14 membros de uma congregação local, todos no final da adolescência até os 30 anos. De minhas entrevistas e estudos fisiológicos / neurológicos, eu discerni cinco principais desafios que celulares representam para ouvir sermões.

Tecnologia Aditiva
Uma recente pesquisa revelou que o uso de smartphones libera dopamina, o que causa prazer intenso. As empresas nacionais e os desenvolvedores de aplicativos continuam aprimorando seus produtos para estimular os centros de recompensa no cérebro humano, de modo que os usuários achem mais difícil parar de usar os aplicativos. Quase todos os entrevistados mais jovens disseram que continuam usando seus telefones durante a pregação da manhã de domingo; eles fazem isso parcialmente, porque a tecnologia é projetada para ser viciante.

Curto Alcance de Atenção
Estudos recentes também mostram que o uso descontrolado de dispositivos digitais pode causar um ávido desejo de multitarefa. A maioria dos entrevistados disse que se sentem distraídos mesmo quando guardam seus smartphones. A presença do telefone atual não é o único problema, é também o estilo de vida de distração que deixa rastro.

Deficiência de Aprendizagem
Os efeitos destrutivos das experiências de dependência podem ser permanentes, especialmente para crianças e adolescentes. Devido ao constante entretenimento, os dispositivos digitais podem estar criando uma geração de caçadores de emoção entediados que estão em risco de desenvolver dificuldades de aprendizagem.

Declínio da habilidade social
Outro estudo recente mostra que as crianças que usam dispositivos digitais têm habilidades diminuídas para entender as emoções dos outros. Quando a interação humana é constantemente substituída por aparelhos digitais, as habilidades sociais e a empatia declinam. Esse declínio pode afetar a capacidade de uma pessoa se relacionar com o pregador.

      5. Depressão

Outro estudo ainda revelou que usuários de redes sociais habituais podem desenvolver sintomas de depressão, tanto que psiquiatras cunharam o termo “depressão no Facebook”.

Quatro maneiras de ajudar

Diante de tudo, como podemos ajudar nossas congregações a superar esse obstáculo generalizado?

Relacionamentos Significativos
“As interações humanas offline podem curar as feridas dos viciados em smartphones”, afirmam especialistas. A maioria dos entrevistados disse que poderia ouvir a pregação melhor quando interagia pessoalmente com pessoas da igreja, incluindo o pastor. Pastores, cumprimentem o seu povo pessoalmente.

“Os pregadores devem saber o que está acontecendo na vida das pessoas”, disse um entrevistado. Os alunos adultos ouvem melhor quando pensam que foram ouvidos pelo seu instrutor. Passe tempo com suas ovelhas; fale com elas sobre as coisas da vida.

Adoração Significativa
É mais fácil prestar atenção em um culto atencioso e apaixonado. A liderança da igreja deve elaborar a liturgia para cultivar a alegria de Cristo. Os entrevistados disseram que “a paixão genuína do pregador os motiva a ouvir”. Pregue com paixão por Cristo, que vem da constante intimidade com ele.

Discipulado Significativo
Os pastores precisam dar um bom exemplo com o uso do smartphone. Guarde os dispositivos digitais para maximizar a conversação, a oração e a leitura. Saia com a família ou amigos e passe tempo sem tecnologia. Se você é pai ou mãe, limite o uso de aparelhos digitais.

Ensinar os cristãos a se envolver no sermão também pode ajudar. Aqueles que fizeram um curso de discipulado com o pastor disseram que sabem o que ele está tentando realizar no púlpito. Ademais, aqueles que participaram do curso disseram que não estão tentados a usar seus telefones durante o sermão. Continue fazendo discípulos, ensinando-os a ouvir um sermão ou conversando em pequenos grupos.

Pregação Significativa
O vício da distração é uma questão de coração. Pastores não podem salvar seus ouvintes, somente o evangelho pode.

Bryan Chapell observou: “A boa pregação, em certo sentido, envolve sair do caminho para que a Palavra possa fazer seu trabalho”. Similarmente, James Montgomery Boice disse uma vez: “Quando um pregador prega, o próprio Cristo fala”. Cristo é o rei do dilúvio de distrações. Ele transforma ouvintes através da pregação. Então, pregue a Cristo em todas as passagens da Bíblia.

Procura-se ouvintes da Palavra

Os pastores/pregadores precisam de bons ouvintes tanto quanto as igrejas precisam de bons pastores/pregadores. Aqueles que sucumbem à distração no banco devem ter em mente que sua distração é contagiosa – ninguém está imune a isso, incluindo o pastor ou pregador. O pastor vê e sente tudo. Ele pode não ser capaz de se concentrar e adorar se estiver diante de distrações externas persistentes. Por outro lado, os pregadores devem ouvir os ouvintes e se relacionar com eles (Romanos 10:17).

Infelizmente, a ideia cultural geral parece ser a de que os pastores devem pregar bons sermões, enquanto os congregantes não têm a responsabilidade de ouvir. Há poucos livros publicados sobre como ouvir sermões, mas inúmeros livros sobre como pregar bem. Destarte, a Bíblia enfatiza a audição e aponta ouvintes para o Salvador que faz todas as coisas novas, incluindo nossos ouvidos. Que possamos orar por ouvidos que ouça. A igreja deve equipar os ouvintes, especialmente em uma era de distração.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

EVITANDO O PRECONCEITO (BARTOLOMEU)

Filipe e Bartolomeu… (Mateus 10:3).

O preconceito pode destruir relacionamentos e impedir que pessoas venham a Cristo.

O preconceito é uma generalização desnecessária baseada em sentimentos de superioridade. É um pecado repugnante que alimentou o ódio e conflitos por séculos, dividindo nações inteiras e trazendo miséria incalculável. Todavia, o preconceito é mais condenatório quando cega as pessoas para a Palavra de Deus. O profeta Jonas foi tão preconceituoso contra os assírios que se recusou a ir a Nínive para pregar para eles. Mesmo depois que Deus o convenceu a obedecer, ele queria morrer, porque o povo de Nínive se arrependeu e Deus os poupou.

O preconceito também influenciou Natanael, cujo último nome era Bartolomeu. João 1:45-46 diz: Filipe encontrou Natanael e lhe disse: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Então Natanael perguntou: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Filipe respondeu: Venha ver!

Nazaré jazia à margem do mundo judaico – a última parada antes do território gentio. Talvez o povo de Caná, a cidade natal de Natanael, fosse mais refinado e educado do que o povo de Nazaré. Seja qual for a razão, a perspectiva de Natanael parecia ser que nada além de problemas poderia sair de Nazaré.

O preconceito cegou muitas pessoas para o evangelho. Os líderes religiosos judeus rejeitaram a Jesus porque Ele não se encaixava na ideia de um Messias; não era de Jerusalém e não era instruído nas sinagogas. Felizmente, o desejo de Natanael pela verdade subjugou seu preconceito e ele veio a Jesus.

Talvez você tenha familiares ou amigos que estão resistindo ao evangelho por causa do preconceito. Se assim for, não desanime e não desista! Jesus rompeu o preconceito de Natanael e o redimiu, e Ele fez o mesmo com muitos outros.

Sugestão para oração

Ore por aqueles que você conhece que estão cegos pelo preconceito, pedindo a Deus que abra seus olhos espirituais para a Sua verdade.

Confesse qualquer preconceito que você possa ter em seu próprio coração.

Estudo adicional

Praticar unidade e humildade é a melhor maneira de vencer o preconceito dentro do Corpo de Cristo. Leia Efésios 4:1-6 e Filipenses 2:1-8.

Que atitudes Paulo incentivou?

Quem é o exemplo que devemos seguir de humilde serviço em favor dos outros?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

DEUS CUIDA DE VOCÊ

Versículo do dia: Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. (1 Pedro 5.6-7)

Por que a ansiedade quanto ao futuro é uma forma de orgulho?

A resposta de Deus seria algo como isso:

Eu — o Senhor, seu Criador — sou aquele que lhe conforta, que promete cuidar de você; e aqueles que lhe ameaçam são meros homens mortais. Portanto, seu medo significa que você não confia em mim — e mesmo que não tenha certeza de que seus próprios recursos cuidarão de você, ainda assim opta por uma autossuficiência frágil, em vez de crer na minha graça futura. Assim, todo o seu temor — fraco como é — revela orgulho.

O remédio? Converta-se da autossuficiência para a dependência de Deus e coloque sua fé no poder todo-suficiente da graça futura.

Vemos a ansiedade como uma forma de orgulho em 1 Pedro 5.6-7. Observe a conexão gramatical entre os versos. “Humilhai-vos… sob a poderosa mão de Deus… [versículo 7] lançando sobre ele toda a vossa ansiedade”. O versículo 7 não é uma nova sentença. É uma cláusula subordinada. “Humilhai-vos… [por meio de] lançar sobre ele toda a vossa ansiedade”.

Isso significa que lançar suas ansiedades sobre Deus é um modo de se humilhar sob a poderosa mão de Deus. É como dizer: “Coma educadamente… mastigando com a boca fechada”. “Dirija com cuidado… mantendo os olhos abertos”. “Seja generoso… convidando alguém para o Dia de Ação de Graças”.

Uma maneira de ser humilde é lançar todas as suas ansiedades sobre Deus. O que significa que um obstáculo para lançar suas ansiedades sobre Deus é o orgulho. O que significa que a preocupação indevida é uma forma de orgulho.

Agora, por que lançar as nossas ansiedades sobre o Senhor é o oposto do orgulho? Porque o orgulho não gosta de admitir que tem alguma ansiedade. E se o orgulho tem que admitir isso, ainda assim, ele não gosta de admitir que o remédio pode ser confiar em alguém que é mais sábio e mais forte.

Em outras palavras, o orgulho é uma forma de incredulidade e não gosta de confiar na futura graça de Deus. A fé admite a necessidade de auxílio. O orgulho não. A fé confia em Deus para ajudar. O orgulho não. A fé lança ansiedades sobre Deus. O orgulho não.

Portanto, a maneira de lutar contra a incredulidade do orgulho é admitir voluntariamente que você tem ansiedades e valorizar a promessa da graça futura nas palavras: “Ele tem cuidado de vós”

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Ele é totalmente desejável.” (Cântico dos Cânticos 5.16)

A insuperável beleza de Jesus é atraente em todos os aspectos. A beleza dele não é apenas para ser admirada, e sim para ser amada. O Senhor Jesus é muito mais do que agradável e belo. Ele é desejável. Com certeza, o povo de Deus pode justificar o uso deste adjetivo excelente, pois o Senhor Jesus é o objeto do amor mais intenso do seu povo, um amor fundado na excelência intrínseca da pessoa dele, a completa perfeição de seus encantos. Discípulos de Jesus, olhem para os lábios de seu Senhor e respondam: o falar dele não é o mais agradável de todos? As palavras dele não lhes fazem arder o coração, enquanto caminha ao lado de vocês na jornada cristã? Contemplem a cabeça de Jesus, mais preciosa que ouro finíssimo, e digam-me: os pensamentos dele não lhes são preciosos? A adoração de vocês não é fortalecida com afeição, quando se prostram com humildade diante daquela face que, à semelhança do Líbano, é tão excelente como os cedros (ver Cântico dos Cânticos 5.15)? Não existe encanto em todas as características do Senhor Jesus? E toda a sua pessoa não é tão perfumada com os aromas de excelentes unguentos? Há algum membro em seu corpo glorioso que não seja atraente? Existe alguma porção de sua pessoa que não seja um bom atrativo para nossas almas? Ou, alguma de suas obras que não seja uma forte corda para reter seu coração?

O nosso amor por Ele não é um selo colocado apenas sobre o coração amoroso do Senhor Jesus. Nosso amor também está firmado em seu braço poderoso. Desejamos imitar toda a vida de Jesus e refletir todo o seu caráter perfeito. Em todos os outros seres, vemos imperfeições; em Cristo, porém, existe toda a perfeição. O melhor de todos os santos do Senhor Jesus têm manchas em suas vestes e rugas em seu rosto. O Senhor Jesus é totalmente amável. Todas as estrelas têm manchas. O mundo tem desertos. Não conseguimos amar tudo na coisa mais amável, mas Ele é ouro puríssimo; é luz sem trevas, resplendor sem obscuridade. “Ele é totalmente desejável.”

A LOUCURA do ADULTÉRIO (Provérbios 5.1-14) - Alan Kleber Rocha


15 MANEIRAS DE SOBREVIVER AO MINISTÉRIO EM LUGARES DIFÍCEIS

Por Mez McConnell

Trabalhar por quase 24 horas diárias em nossas comunidades é desgastante. Eu vejo isso nos meus colegas de trabalho. Eu vejo isso nos rostos de nossos novos estagiários, os quais parecem prontos depois de apenas algumas semanas. Todos dizem a mesma coisa: “Eu não sabia que era tão difícil”.

Me sinto cansado, me sinto mal, me sinto estressado. Sinto a necessidade de uma pausa. Entretanto, isso é quase impossível se você estiver exercendo ministérios em lugares difíceis. Como um plantador, você terá uma igreja para pastorear, sermões para preparar, reuniões e sessões de aconselhamento pastoral para participar.

Como líder, você pode ter uma equipe para treinar e motivar, uma visão para o plantio, evangelismo para se engajar e estudos bíblicos a serem realizados. Pessoalmente, trabalho duro, dou muitas risadas, mas quando saio de férias, vou descansar.

Eu não estou sozinho nessas emoções. Trabalhar em nossos tipos de áreas é extremamente cansativo. Então, como lidamos nestes tempos difíceis quando estamos estressados? Aqui estão 15 dicas:

Trabalhe duro para manter suas disciplinas espirituais particulares de leitura, meditação e oração. Tudo está perdido se elas saírem pela janela. Ela vão te ancorar e te manter em sintonia com o Espírito Santo de Deus. Um carro não vai continuar por muito tempo se estiver saindo fumaça. Mais cedo ou mais tarde, chegará a um ponto morto.
Escreva uma lista de tarefas e trabalhe com isso. Basta fazer uma coisa de cada vez, e assim você não se sentirá tão sobrecarregado por todas as atividades.
Na sua lista, inclua um tempo com os amigos (não relacionados ao ministério). Force a si mesmo se precisar, mas não se desligue e se retire para o “estudo” (a menos que seja necessário, é claro!). Mais importante ainda, certifique-se de passar algum tempo com alguém que irá encorajar sua alma e não drenar seus recursos espirituais. Aconselhar seu amigo sobre o estado de seu casamento não é a maneira mais relaxante de passar o tempo livre.
Encontre um bom livro para ler que irá edificar seu espírito. Eu tento ler pelo menos uma biografia por mês.
Tente encontrar tempo para se exercitar. Caminhada, corrida, academia, futebol; não importa qual. Faça exercícios. Isso ajuda.
Peça às pessoas que orem por você especificamente durante os momentos difíceis. Seria uma boa ideia para sua vida tentar encontrar algumas pessoas que se comprometerão com você em oração regular. É algo que encorajo todos os obreiros cristãos a fazer.
Não tome decisões importantes quando estiver estressado. Às vezes surgem certas “ofertas de emprego” de outras igrejas (e/ou organizações) maiores e mais fáceis de trabalhar; contudo, me pergunto se uma mudança de ministério irá melhorar minha situação. Não vai. A grama nunca é mais verde.
Não se envolva em nenhuma disciplina da igreja e/ou responda a e-mails negativos até que você tenha dormido bem. A tendência a ter uma reação instintiva aumenta quando você se sente cansado. Pode fazer você se sentir melhor por um curto momento, mas o inevitável arrependimento e culpa virão.
Tente conversar com um crente maduro e confiável sobre como você está se sentindo e busque o seu conselho. Eles não podem ajudar em tudo. Às vezes, pelo menos no meu caso, conversar com alguém é uma boa ajuda.
Arrependa-se do seu complexo de Deus. Você não pode resolver os problemas de todo mundo. Você não pode melhorar tudo. Esse não é o seu trabalho. Mostre Jesus às pessoas – esse é o seu trabalho. Não pare de fazer isso.
Lembre-se da glória do evangelho novamente. É uma coisa linda que Jesus fez por nós. É uma coisa maravilhosa. Compartilhe isso com você mesmo novamente. Lembre-se do poder da graça em sua vida.
Faça pausas regulares. Tente encontrar pelo menos um dia de leitura/oração por mês.
Escreva um diário (ou em um blog). Isso me relaxa.
Lembre-se da palavra de Paulo para a igreja dos Gálatas, no capítulo 6, versículo 9: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois, se não desistirmos, colheremos no tempo certo”.
Continue trabalhando na dica número 1.
É isso aí. Como eu gostaria de poder prometer que, se você seguir estas 15 dicas, você terá um ministério longo e saudável nos lugares difíceis! Essas coisas me ajudaram e oro para que também ajudem você. Continue confiando no Senhor. Ele é a nossa força.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

SUPERANDO O PESSIMISMO (FELIPE)

Filipe… (Mateus 10:3).

O pessimismo irá cegá-lo para a suficiência dos recursos de Deus.

Dizem que um otimista vê um copo meio cheio; um pessimista o vê meio vazio. Um otimista vê oportunidades; um pessimista vê obstáculos. Em certo sentido, Felipe era otimista. Ele reconheceu Jesus como o Messias e imediatamente viu uma oportunidade de compartilhar sua descoberta com Natanael. Em outro sentido, Filipe era um pessimista, porque às vezes ele falhava em ver o que Cristo poderia realizar apesar dos aparentes obstáculos.

Em uma dessas ocasiões, Jesus havia acabado de ensinar e curar uma multidão de pessoas. Estava anoitecendo e as pessoas começaram a ficar com fome. Aparentemente, Filipe era responsável pela comida; então, Jesus lhe perguntou: “Onde compraremos pão para lhes dar de comer?” (João 6:5). Felipe disse: “Nem mesmo duzentos denários de pão seriam suficientes para que cada um recebesse um pedaço” (v. 7). Em outras palavras, “não temos recursos suficientes em toda a nossa conta poupança para comprar comida o bastante para um grupo desse tamanho!” A mente calculista, pragmática e pessimista de Filipe poderia chegar a apenas uma conclusão: esta é uma impossibilidade absoluta.

Jesus sabia o tempo todo como iria resolver o problema, mas queria testar a fé de Filipe (v. 6). Ele deveria ter passado no teste, porque já tinha visto Jesus criar vinho da água no casamento em Caná (João 2:1-11). Apesar do fracasso de Filipe, Jesus não desistiu dele. Em vez disso, de cinco pães de cevada e dois peixes, Jesus criou comida o bastante para alimentar toda a multidão, substituindo, assim, o pessimismo de Filipe por uma reafirmação da suficiência divina.

Há um pouco de Felipe em cada um de nós. Experimentamos o poder salvador de Deus e O vimos responder a oração, mas há momentos em que deixamos que o pessimismo nos roube a alegria de vê-lo trabalhar através dos obstáculos em nossas vidas. Não deixe que isso aconteça com você. Mantenha seus olhos em Cristo e confie na Sua suficiência. Ele nunca vai falhar com você!

Sugestão para oração

Memorize Efésios 3:20-21. Recite-o frequentemente como um hino de louvor e uma afirmação de sua fé em Deus.

Estudo adicional

Leia os números 13 e 14.

Que tipo de relatório os espiões pessimistas trouxeram de volta da Terra Prometida?

Como as pessoas reagiram ao seu relatório?

Como Deus reagiu ao relatório deles?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

ABRA AS JANELAS DO SEU CORAÇÃO

Versículo do dia: Pus sobre ele o meu Espírito… Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega. (Isaías 42.1-3)

Provavelmente, as palavras mais encorajadoras que eu tenho ouvido em semanas vieram de uma profecia em Isaías 42.1-3, sobre como Jesus usará seu poder espiritual.

Você se sente como uma “cana quebrada” — como um daqueles grandes lírios que têm a haste esticada até que a flor caia no chão e não tenha mais vida? Você já se sentiu como se sua fé fosse apenas uma pequena faísca em vez de uma chama — como aquele pequeno ponto vermelho no pavio depois que você apaga a vela de aniversário?

Coragem! O Espírito de Cristo é o Espírito de encorajamento: ele não tirará a sua flor; ele não apagará sua centelha.

“O Espírito do Senhor está sobre mim… para evangelizar os pobres” (Lucas 4.18). “Nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Malaquias 4.2). “[Ele é] manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11.29). “Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo SENHOR” (Salmos 27.14).

Pode ser um sofrimento para nós que sejamos apenas uma faísca em vez de um fogo flamejante. Mas ouça e seja encorajado: Sim, há uma grande diferença entre uma faísca e um fogo. Porém, há uma diferença infinita entre uma faísca e nenhuma! Uma semente de mostarda (de fé) está infinitamente mais próxima de ser uma montanha do que de ser semente nenhuma.

Abra a janela das promessas de Deus e deixe o Espírito soprar em cada recâmara do seu coração. O Vento Santo de Deus não quebrará ou apagará. Ele levantará sua cabeça e fará a sua faísca tornar-se uma chama. Ele é o Espírito de encorajamento.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14.22)

O povo de Deus tem suas aflições. Quanto Ele escolheu seus filhos, nunca esteve em seus planos que eles não fossem provados. Eles foram escolhidos “na fornalha da aflição” (Isaías 48.10). Não foram escolhidos para ter paz no mundo e alegria terrena. Nunca lhes foi prometido liberdade de doenças e das dores da mortalidade; quando o Senhor deles fez a testamento de privilégios, incluiu punições entre as coisas que inevitavelmente eles herdariam. As provações fazem parte de nosso quinhão. Elas foram predestinadas para nós de conformidade com o solene decreto e deixadas como legado no testamento de nosso Senhor. Assim como é certo que as estrelas estão dispostas no céu pelas mãos de Deus e que suas órbitas estão fixadas por Ele, assim também é certo que as provações estão designadas de modo específico para cada um de nós. Deus ordenou o tempo, o lugar e a intensidade de nossas provações, bem como o efeito que elas terão sobre nós.

Os verdadeiros crentes nunca devem esperar que ficarão isentos de aflições. Se o esperam, serão desapontados, pois nenhum de seus antecessores viveu sem aflições. Observe a paciência de Jó. Lembre-se de Abraão, pois ele teve as suas provações e por meio da fé as suportou e tornou-se o “pai dos crentes”. Atente à biografia de todos os patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, e você descobrirá que tiveram de passar pelo fogo da aflição todos aqueles que Deus tornou vasos de misericórdia. Desde a antiguidade, foi ordenado que a cruz da aflição seria colocada sobre os ombros de cada vaso de misericórdia, como uma marca por meio da qual os vasos do Rei seriam distinguidos. No entanto, embora a aflição seja o caminho de Deus para seus filhos, estes desfrutam da consolação de saberem que o seu Senhor atravessou esse caminho antes deles. Podem contar com a presença e a simpatia dele para fortalece-los, sua graça para ampará-los e seu exemplo para ensinar-lhes como suportar a aflição.

Não Abandone o Caminho Certo (Provérbios 4.20-27) - Alan Kleber Rocha


AS REDES SOCIAIS CONSOMEM A ALMA

Por David Appelt

As redes sociais prevaleceram tão rápido em nossas vidas que sequer percebemos que aconteceu. Estamos online no trabalho, em casa – em todos os lugares. E isso pode fazer muito bem às nossas vidas.

Entretanto, como a maioria das coisas, o excesso pode ser um problema para nós. Tendo recentemente percebido algumas maneiras pelas quais as redes sociais podem ser “excessos inúteis” em minha própria vida, quero compartilhar cinco maneiras pelas quais elas nos transformam (esperançosamente de uma forma que impacta a maneira como todos nós as usamos).

As redes sociais nos torna centralizados

A rede social, em seu melhor, é um meio de conversar online, onde eu me conecto com outras pessoas, até mesmo com aqueles que amo, mas que estão longe de mim. O mais comum na rede social, porém, é a criação de outra pessoa, um personagem incrível.

A rede social não apenas acentua meu desejo de ser excitante e impressionante para os outros, mas também fornece um caminho para tentar satisfazer esse desejo como nunca antes.

Estar imerso neste mundo online por toda a vida faz com que eu seja mais egocêntrico ao longo do tempo. O quadro de vaidade que tenho online pode me fazer desejar a mesma atitude de “olhe pra mim” na vida real.

Meios de comunicação social nos fazem esquecer de se concentrar em pessoas reais na vida real

Podemos dedicar tanto tempo e energia para manter relacionamentos online e um personagem que tendemos a deixar de dedicar tempo e energia às pessoas reais e físicas que vemos todos os dias – família, amigos, vizinhos ou igreja. Isso não significa que a amizade online seja ruim, mas significa que nunca devo negligenciar as pessoas da minha vida que estão fisicamente presentes.

Permanecer menos tempo nas redes sociais me deixa com mais tempo e energia para conversar com os amigos que moram perto de mim, para orar pelas pessoas da minha família e igreja, e construir relacionamentos com aqueles que estão geograficamente na minha vida.

Meios de comunicação social nos fazem esquecer de meus chamados principais

Numa era em que estamos conectados ao mundo inteiro, muitas vezes esquecemos que Deus nos chama principalmente a investir naqueles que estão próximos de nós e na igreja local (lembre-se de que a maioria dos mandamentos na Bíblia são direcionados no contexto do “próximo” e igrejas locais). Meu chamado principal é amar a Deus, servir minha família, servir em meu trabalho e servir em minha igreja.

A rede social pode ser uma avenida que nos distrai da ligação principal, cria inveja para os chamados dos outros ou nos esgota de muitos chamados concorrentes. Eu, minha família, minha igreja e minha vizinhança estariam mais bem servidas se estivéssemos mais offline e mais envolvidos pessoalmente.

Redes sociais podem arruinar o seu humor

Pode ser alguém postando algo antibíblico. Pode ser um tweet ridículo sobre política. Pode ser apenas um post aleatório no Facebook sobre nada em particular. Qualquer uma dessas coisas tem a capacidade de arruinar o seu humor, deixando-o triste (na melhor das hipóteses) e com raiva (na pior das hipóteses).

Atrair pessoas no Facebook ou Twitter para uma discussão raramente é frutífero. 90% das vezes se transforma em um jogo de gritos online. Nada é resolvido. As opiniões quase nunca mudam.

Como resultado, as pessoas se afastam mais irritadas. Mesmo que eu apenas leia uma “discussão” contenciosa, ainda assim pode arruinar o meu humor. Essa é uma atitude que eu posso levar para casa, me deixando aborrecido perante a família e amigos.

Redes sociais podem arruinar relacionamentos

Só pensamos sobre como as redes sociais mantêm os relacionamentos vivos – e certamente podem. Porém, elimina o mesmo número que manteve. É fácil dizer coisas online que eu nunca diria pessoalmente. Eu posso simplesmente publicar sobre as notícias do dia e nunca pensar duas vezes. Muitas vezes é escrito de forma muito mais inflexível do que eu jamais falaria.

Atiro flechas de fogo na internet e os relacionamentos se queimam. Amizades perfeitamente boas tornam-se campos de batalha por desacordo político. As pessoas que eu potencialmente teria a oportunidade de testemunhar são colocadas do outro lado de um muro de hostilidade política e pessoal de 20 metros de altura – prejudicando qualquer chance de amizade no futuro.

E agora, o que fazer?

Precisamos fazer um balanço de que formas as redes sociais nos afetam. Pode ser um lugar para nós exercitarmos nossa própria vaidade. Pode nos distrair das pessoas pelas quais somos chamados para nos importar. Facebook e Twitter podem ser um lugar onde discutimos e prejudicamos relacionamentos e amizades sobre política ou outras discussões.

A rede social pode ser uma parte de nossas vidas que é benéfica em pequenas quantidades, mas prejudica nosso humor em excesso.

Vamos garantir que nosso testemunho seja mais forte, tanto online quanto pessoalmente. Para muitos, isso significa desconectar-se da rede social com mais frequência. Como com qualquer coisa em nossas vidas, vamos ser honestos o suficiente para fazer a pergunta: Como estou usando as redes sociais? Para a glória a Deus ou não?

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

A NECESSIDADE DA ORAÇÃO DE GRATIDÃO

Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças (Filipenses 4:6).

Os verdadeiros crentes irão reagir, felizmente, às provações e sofrimentos.

A manutenção espiritual preventiva é muito importante. Se somos crentes disciplinados, nos preparamos para qualquer tipo de provação ou dificuldade. Então, quando o inesperado acontecer, poderemos responder de maneira piedosa e apreciar verdadeiramente o que o Senhor está nos ensinando.

A atitude expressa no versículo de hoje é básica e um dos mais fortes antídotos para o medo e a falta de preparação diante das provações. O apóstolo Paulo afirma uma atitude que nos permite pedir ajuda a Deus em meio às dificuldades, mas não deixa margem para dúvidas, culpas ou questionamentos. Essas respostas revelam ausência de fé e falta de aceitação do que Deus tem para nós.

Ao reagirmos com oração e gratidão às provas de Deus em nossas vidas, não importa quão dolorosas, inesperadas ou difíceis de entender, receberemos Sua paz insuperável. Um olhar cuidadoso em Filipenses 4:6, juntamente com o versículo 7 – “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus” – proclama que a principal preocupação de Deus para nós não é necessariamente responder nossas orações, mas que conheçamos Sua paz sobrenatural. Nós também podemos aplicar este princípio da longa série de perguntas que Jó fez a Deus sobre Si mesmo. Deus escolheu não responder as perguntas de Jó (ver Jó 38-41), porque Seu propósito era simplesmente que ele conhecesse a soberania de Deus e se submetesse a ela.

Esse pode ser o Seu propósito para nós também. Destarte, o Senhor quer que sejamos preparados para provações e sofrimentos com uma resposta de fé e gratidão, que reconheçamos que Ele tem um propósito último para nós (1 Pedro 5:10), e que lembremos de Sua promessa de que não receberemos provação ou tentação que não podemos suportar (1 Coríntios 10:13).

Sugestão para oração

Peça a Deus para ajudá-lo a permanecer fiel em sua leitura e estudo das Escrituras, para que a manutenção preventiva de sua alma seja forte.

Agradeça ao Senhor pela Sua paz que está disponível mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Louve-o por um tempo específico em que essa paz foi especialmente reconfortante para você.

Estudo adicional

Leia Efésios 2:14-15; 6:15 e 1 Tessalonicenses 5:23. Quais componentes importantes caracterizam a paz?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

COMO POSSO SER CHEIO COM O ESPIRITO?

Versículo do dia: Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. (Romanos 15.4)

Como podemos ser cheios com o Espírito Santo? Como podemos experimentar um derramamento do Espírito Santo sobre nossa igreja que nos encha de alegria indomável e nos liberte e capacite a amarmos aqueles que nos rodeiam de maneiras tão autênticas que eles sejam ganhos para Cristo?

Resposta: Medite de dia e de noite sobre as incomparáveis ​​promessas Deus, as quais dão esperança. Como o versículo acima nos mostra, foi dessa forma que Paulo manteve seu coração cheio de esperança, alegria e amor.

A plena certeza da esperança vem a partir da meditação nas promessas da Palavra de Deus. E isso não contradiz a sentença de oito versos posteriores que diz que o Espírito Santo nos dá esperança (Romanos 15.13). Isso acontece porque o Espírito Santo é o autor divino da Escritura. Não é contraditório que a maneira como ele nos enche de esperança é enchendo-nos com sua própria palavra de promessa.

A esperança não é alguma emoção vaga que surge do nada, como uma dor de estômago. A esperança é a confiança de que o maravilhoso futuro prometido pela Palavra do Espírito realmente se tornará realidade. Portanto, o modo de ser cheio com o Espírito é ser cheio com a sua Palavra. O caminho para ter o poder do Espírito é crer nas promessas da sua Palavra.

Pois é a palavra da promessa que nos enche de esperança, a esperança nos enche de alegria e a alegria transborda no poder e na liberdade de amar o próximo. E essa é a plenitude do Espírito Santo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Tende fé em Deus.” (Marcos 11.22)

Fé são os pés da alma, com os quais ela pode marchar na estrada dos mandamentos. O amor pode fazer com que os pés se movam com mais rapidez, mas a fé são os pés que levam a alma. A fé é o óleo que capacita as rodas da devoção santa e da piedade sincera a girarem com facilidade. Sem a fé, as rodas são removidas do carro, e somos arrastados pesadamente. Com fé posso realizar todas as coisas. Sem ela, eu não terei nem a propensão nem a capacidade de fazer alguma coisa na obra de Deus.

Se desejamos encontrar homens que servem a Deus da melhor forma, temos de procurar os que têm muita fé. Pouca fé salva um homem, mas não pode fazer grandes coisas para Deus. O Pouca-Fé, personagem de Bunyan, não conseguiria ter lutado contra Apoliom; foi necessário que Cristão o fizesse. O pobre Pouca-Fé não conseguiria ter destruído o Gigante Desespero. Certamente, Pouca-Fé irá para o céu, mas sempre tem de esconder-se numa casca e frequentemente perde tudo, exceto suas joias. Pouca-Fé diz: “Este caminho é difícil, cercado de espinhos afiados e cheio de perigos; tenho medo de prosseguir”. Contudo, uma fé robusta lembra a promessa: “Sejam de ferro e de bronze os teus ferrolhos, e, como os teus dias, durará a tua paz” (Deuteronômio 33.25) e assim ela se arrisca destemidamente. Pouca-Fé permanece em desânimo, chorando diante das águas. A fé abundante canta: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão” (Isaías 43.2); e imediatamente ela atravessa tais águas.

Você deseja ser feliz e tranquilo? Você se alegra com a religião? Deseja ter um cristianismo de alegria e não de tristeza? Tenha fé em Deus. Se você ama o desânimo e a melancolia, contente-se com sua pouca fé. Se você ama a alegria e deseja entoar canções de regozijo, anele por este dom precioso -“fé abundante”.

A VEREDA do JUSTO (Provérbios 4.10-19) - Alan Kleber Rocha


MAIS QUE VENCEDOR?

Por Sandro Veiga

Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Romanos 8:37

A riqueza da carta que Paulo escreveu aos romanos é mesmo incomparável, pois, nesta carta o apóstolo trata de todos assuntos que envolvem o Evangelho e o faz de uma maneira sistematizada, não é sem razão que alguns gostam de chamá-la de “o Evangelho segundo Paulo”.

Ele trata aqui de temas como a corrupção geral da humanidade, fé, Cristo, salvação, justificação entre outros assuntos concernentes ao Evangelho, mas, mesmo tratando de todos estes assuntos ele toma a liberdade de falar de um atributo de Deus, por meio do qual todas estas coisas são possíveis, o AMOR DE DEUS.

Neste capítulo, Paulo, trata do efeito primário da justificação pela fé, ou seja, a falta de argumentos para qualquer condenação. O apóstolo afirma que esta justificação teve por base o amor de Deus, Sua inclinação natural.

Seu argumento é lógico e objetivo, “se Deus é por nós quem será contra nós?”, ou seja, se é Ele quem nos justifica, quem iria contra o veredito de um Juiz Idôneo e Soberano?

Então ele passa a falar de algumas situações que os cristãos romanos estavam enfrentando e que poderiam fazê-los duvidar desta justificação e, por consequência disso, do amor paternal de Deus, tais como tribulação, angústia, perseguição, fome, miséria, perigo ou a morte.

Ele afirma que, depois de envolvidos e revestidos deste amor, nenhuma destas situações teriam mais influência a ponto separá-los dele.

Então, o apóstolo cita o tão repetido versículo: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”.

Gosto de uma ilustração que ouvi como proposta para entender este versículo, deixando claro que é muito rasa perto do significado do versículo, é mais ou menos assim:

Imagine um boxeador, com essas histórias que se repetem a tais esportistas. Alguém pobre, que treina “de favor” em uma academia modesta, mas que possui algum talento e por isso então é alvo de um empresário visionário.

Passa a lutar como amador, depois se profissionaliza e disputa um título de importância internacional.

Então, desafiando e vencendo todos os oponentes que estão acima da sua colocação no ranking desta competição, ganha o direito de desafiar o campeão e, ao vencê-lo, então, torna-se o campeão, o vencedor!

Mas, se ele é o vencedor quem seria o “mais que vencedor” da história?

Sua esposa! Sim, porque teria acesso a tudo que ele conquistou às custas de socos e murros, sem nunca ter pisado em um ringue e nunca ter adquirido um hematoma!

Eu avisei que era pequena a ilustração, mas considere o seguinte:

Quem foi que sofreu? Quem apanhou? Quem foi crucificado? Quem morreu? Quem ressuscitou?

JESUS! Tudo por amor e hoje somos mais que vencedores neste amor, pois não fomos nós que sofremos com a angústia do Getsêmani, com a perseguição do seu próprio povo e com o pecado do mundo todo, mas, temos acesso hoje aos benefícios da Sua vitória.

Assim, a nossa condição de mais que vencedores consiste única e exclusivamente na vitória final do amor de Deus sobre todas estas coisas: JESUS!

Para muitos, a vitória do cristão se resume em estar acima dos outros, “honrado” por Deus e tendo o resto do mundo sob seus pés!

Para estes, a vitória tem sabor, doce como o mel!

Mas para aqueles que entendem que sua vitória consiste na sua justificação sem méritos, baseada somente nos méritos de outro maior que, por amor se fez menor, esta vitória tem cor, cheiro e sabor de sangue!

Sangue inocente!

Para aqueles que querem a vitória com sabor de mel, por mim, que se LAMBUZEM!

Mas, para aqueles que se vêem todos os dias confrontados com as acusações de serem quem são, pecadores, confiem somente na justificação para quem não tem mérito algum, a justificação que vem de Deus, a justificação que vem da Cruz, a justificação que vem do Evangelho, pois:

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”.

Um amor que da significado a cruz e uma cruz que ganha significado no amor.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

EVANGELISMO NA AMIZADE (FILIPE)

Filipe… (Mateus 10:3).

As amizades podem fornecer o solo mais fértil para o evangelismo.

Filipe provavelmente era um pescador e conhecia Pedro, André, Tiago, João, Natanael e Tomé antes de se tornarem discípulos. João 1:43-46 diz: “No dia seguinte, Jesus resolveu ir para a Galileia e encontrou Filipe, a quem disse: Siga-me. Esse Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. Filipe encontrou Natanael e lhe disse: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Então Natanael perguntou: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Filipe respondeu: Venha ver!”

Esses breves versículos revelam duas coisas sobre Filipe. Primeiro, ele tinha um coração em busca. Aparentemente, ele e Natanael estudaram as Escrituras que mostravam a vinda do Messias. Quando Jesus disse: “Siga-me”, Filipe estava pronto. Jeremias 29:13 descreve tal pessoa: “Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração”.

Segundo, ele tinha o coração de um evangelista. A primeira coisa que ele fez depois de sua própria conversão foi levar Natanael a Cristo. Imagine sua alegria ao contar a seu amigo sobre Aquele por quem eles procuraram por tanto tempo?!

Acredito que as amizades geralmente fornecem o melhor contexto para o evangelismo, porque você está introduzindo Cristo em um relacionamento já estabelecido de amor, confiança e respeito mútuo. Afinal, é natural compartilhar a alegria da sua salvação com alguém que você ama.

Eu oro para que a sua alegria transborde por aqueles ao seu redor, e que eles sejam atraídos para Cristo por causa do seu testemunho.

Sugestão para oração

Você tem amigos não salvos? Se assim for, seja fiel em orar pela salvação deles e pedir ao Senhor para usá-lo como um instrumento de Sua graça. Se não, peça ao Senhor para trazer pessoas não salvas para a sua vida, para que você possa falar sobre Cristo.

Estudo adicional

A mulher samaritana que Jesus encontrou no poço de Jacó falou dEle não apenas para os amigos dela, mas também para toda a cidade. Leia João 4:1-42.

Que analogia Jesus usou ao apresentar o evangelho a ela?

Como Jesus descreve os adoradores verdadeiros?

Qual foi a reação do povo da cidade ao testemunho da mulher?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

DEUS RECOMPENSA O HUMILDE

Versículo do dia: O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos. (Deuteronômio 33.27)

Agora você pode estar passando por coisas que estão dolorosamente preparando-lhe para algum serviço precioso a Jesus e ao seu povo. Quando uma pessoa atinge o fundo do poço com uma sensação de nulidade ou desamparo, pode descobrir que atingiu a Rocha Eterna.

Lembro-me de uma frase deliciosa do Salmo 138.6 que lemos nos devocionais do café da manhã no sábado passado: “O SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes”.

Você não pode afundar tão fundo ao desesperar dos seus próprios recursos a ponto de Deus não ver e se importar. Na verdade, ele está no fundo esperando para te segurar. Como Moisés diz: “O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos” (Deuteronômio 33.27).

Continua após anúncio:
Sim, ele vê você tremendo e escorregando. Ele poderia agarrá-lo (e muitas vezes o faz) antes que você chegasse ao fundo. Mas, dessa vez, ele tem algumas novas lições para ensinar.

O salmista disse no Salmo 119.71: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”. Ele não diz que foi fácil, divertido ou agradável. Ao relembrar, ele simplesmente diz: “Foi-me bom”.

Na semana passada eu estava lendo um livro de um ministro escocês chamado James Stewart. Ele disse: “No serviço de amor, somente os soldados feridos podem servir”. É por isso que eu acredito que alguns de vocês estão sendo preparados agora para algum precioso serviço de amor. Porque vocês estão sendo feridos.

Não pense que sua ferida lhe ocorreu à parte do propósito gracioso de Deus. Lembre-se da sua palavra: “Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim… eu firo e eu saro” (Deuteronômio 32.39).

Que Deus conceda uma graça especial a você que está gemendo sob algum fardo. Olhe ansiosamente para a renovada ternura de amor que Deus está lhe comunicando agora mesmo.

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Importa-vos nascer de novo.” (João 3.7)

A regeneração é uma dos fundamentos da salvação. Devemos ser bastante diligentes em nos assegurarmos de que somos realmente nascidos de novo, pois existem pessoas que imaginam serem nascidas de novo e não o são. Lembre-se de que ter o nome de cristão não significa ter a natureza de cristão, e que ser nascido em um país cristão e ser conhecido como alguém que se declara cristão não tem qualquer valor, a menos que algo mais seja acrescentado – o ser nascido de novo pelo poder do Espírito Santo. Ser nascido de novo é um assunto tão misterioso, que as palavras humanas não podem descrevê-lo. “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” João 3.8). Apesar disso, o novo nascimento é uma mudança que pode ser conhecida pelas obras de santidade, e sentida por uma experiência graciosa.

Esta obra grandiosa é sobrenatural. Não é algo que um homem realiza por si mesmo. É infundido um novo princípio, o qual trabalha no coração, renova a alma e afeta o homem por inteiro. Não é uma mudança de nome; é sim uma renovação em minha natureza, de modo que não sou mais o homem que eu costumava ser, e sim um novo homem, uma “nova criatura” (2 Coríntios 5.17) em Cristo Jesus. Lavar e vestir um cadáver é muito diferente de fazê-lo viver. O homem pode fazer a primeira coisa, mas só Deus pode fazer a segunda. Se você já nasceu de novo, dirá o seguinte: “Ó Senhor Jesus, Pai da Eternidade, Tu és o meu pai espiritual. Se o teu Espírito não tivesse soprado em meu espírito uma nova vida, espiritual e santa, até hoje eu estaria morto em ‘delitos e pecados’ (Efésios 2.1). A minha vida espiritual deriva-se completamente de Ti; e dela Tu és o autor. Minha ‘vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus’ (Colossenses 3.3). Já não sou eu quem vive, e sim Cristo que vive em mim (ver Gálatas 2.20)”. Que o Senhor nos capacite a estarmos certos deste assunto vital, visto que não ser nascido de novo significa estar perdido, sem perdão, sem Deus e sem esperança.

O Princípio da SABEDORIA (Provérbios 4.1-9) - Alan Kleber Rocha


COMO DEUS FALA CONOSCO?

Por Denis Monteiro

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” (Hb 1.1,2)

Introdução

Quando perguntamos “como Deus fala conosco?” diversas respostas podem ser formuladas. Por exemplo, se olharmos para o texto bíblico acima, algumas respostas já podem ser dadas. Ao consideramos a progressividade do Antigo Testamento vemos em algumas passagens Deus falando de forma audível, usando um anjo, os profetas ou até mesmo com o próprio dedo.

Parece ser uma questão infantil essa pergunta, mas ela pode definir toda a questão e uma cosmovisão. E quando olhamos para o passado, por exemplo, na Reforma Protestante ou até mesmo antes, essa pergunta faria todo o sentido tal como nos dias de hoje.

Naquela época os reformadores lutavam pela autoridade das Escrituras e contra o Catolicismo Romano que comparava a autoridade da Tradição igual ao das Escrituras. Ou seja, aquilo que a Tradição falava, mesmo que sem referência bíblica, era como se Deus estivesse falando com o Seu povo.

No entanto, todo aquele que quisesse lutar pela autoridade das Escrituras sofreram, ao ponto de darem sua vida em fidelidade a Deus. Em meados de 1173 um mercador, chamado Pedro Valdo, doou tudo o que tinha e decidiu seguir a vida eclesiástica, pregando e traduzindo as Escrituras para a língua local; dizendo que todos deveriam ler a Palavra de Deus. Porém, ele foi proibido de pregar o Evangelho, pois, com base em Atos 5:39, dizia que devemos, primeiramente, obedecer a Deus e não aos homens. Ele dizia isso contestando a autoridade da Igreja. Além desta doutrina, ele contestava a doutrina do Purgatório, culto aos santos e a importância das relíquias sagradas.

Um outro exemplo disso é o próprio Jan Hus, o ganso. Esse homem descobre os escritos de John Wycllif¹ e começa a divulgá-los, sem contar a briga que ele teve contra as indulgências e a autoridade do papa, dizendo que Cristo sim, era o cabeça da igreja. Mas em 4 de maio de 1415 ele foi tido como herege. Em 6 de julho do mesmo ano ele recusou negar seus escritos, e em praça pública ele foi morto.

Portanto, perceba que não é uma questão simplória perguntar como “Deus fala conosco”. Quando a Escritura é posta em primeiro lugar, aquele que a defende certamente sofrerá.

Lutero, Zwinglio, Calvino, a Tradição e as Escrituras

Por se tratar da Reforma Protestante, três pessoas nos vem a mente quando tratamos da Escritura, a Palavra de Deus: Martinho Lutero, Zwinglio e Calvino.

Em 1519, dois anos após Lutero pregar na porta do castelo de Wittenberg as 95 Teses, Lutero é convocado para um debate público com Johann Eck o qual acusara o Reformador de defender as mesmas teses que Jan Huss. E com essa acusação Eck dizia a Lutero que, o que o alemão estava defendendo já tinha sido condenado pela a Igreja Católica. Entretanto, para Lutero, com essa afirmação feita por Eck, o que estava em jogo era a autoridade da Igreja em contraste com a autoridade das Escrituras. Lutero preferiu ficar com as Escrituras, dizendo:

Respondo que, certa vez, Deus falou por meio da boca de asno. Direi diretamente o que penso. Sou teólogo cristão, e sinto-me obrigado a não somente afirmar, como também defender a verdade com meu sangue e minha morte. Creio livremente e não serei escravo da autoridade de ninguém, seja concilio, uma universidade ou um papa.

Nem só de teologia viverá o homem, mas de toda salsicha que ele poderá comer. Em 1522, em plena Quaresma², período esse que só pode comer verduras, legumes e peixes, Zwinglio, juntamente com um grupo de, em média, 12 pessoas, se empanturraram de salsichas. Após sete dias Zwinglio produziu um panfleto no qual argumentou que o que estava em jogo não era as salsichas, mas que a Bíblia nada diz sobre o não comer salsichas na Quaresma. E em 1523 Zwinglio escreve suas famosas 67 Conclusões.

No Evangelho e do Evangelho aprendemos que as doutrinas e os preceitos humanos não ajudam em absolutamente nada para a salvação. (Artigo 16)

Cada cristão é livre para fazer qualquer obra que não esteja ordenada por Deus, podendo comer a qualquer tempo, qualquer alimento que quiser. E, disto deduzimos que as datas estabelecidas quanto ao comer queijo e a manteiga, é um engano papista. (Artigo 25)

Os poderes do Papado e do episcopado, junto à exigência, prepotência e orgulho espiritual que ostentam, não tem nenhum fundamento na sagrada letra, nem na doutrina de Cristo. (Artigo 34)³

O que um herege precisa, manicômio ou refutação? Quando olhamos para Calvino, tanto em suas Institutas ou a carta em Resposta ao Sacerdote Sadoleto, ele é curto e grosso.

Ao tratar sobre a autoridade da igreja romana, Calvino diz que tais tradições serviam para “estrangular das míseras almas”⁴, pois elas oprimem tiranicamente a consciência dos fiéis.

Importa reconhecer um Rei único, Cristo, seu libertador, e que sejam regidos somente por uma lei da liberdade, isto é, da sagrada Palavra do Evangelho.⁵

Ou seja, para Calvino, além da tradição ser algo que vai contra o Evangelho, ela também colocava um fardo pesado sobre as costas do fiel, fazendo com que tal pessoa ficasse escravizada e a consciência sobrecarregada.

Quando Sadoleto, sacerdote católico, escreve para o povo de Genebra, ele faz seu argumento contra Calvino dizendo que o mesmo fez com que o povo se desviasse, não primeiramente de Cristo, mas “do caminho dos pais e seus ancestrais, da eterna doutrina da Igreja Católica e que tudo encheram com suas querelas e sedições; aliás, esse sempre foi o costume daqueles que atacam a autoridade da Igreja”.⁶

Perceba, quando Sadoleto acusa Calvino de fazer o povo desviar, o foco dele não é Cristo e Sua Palavra, mas os pais [da igreja], os ancestrais, a doutrina da Igreja Católica e da tradição. Em nenhum momento esse sacerdote diz que Calvino fizera o povo desviar de Cristo. E Calvino responde:

Pomos a Palavra de Deus acima de qualquer juízo dos homens, temos, finalmente, concedido que os concílios e os santos Pais têm certa autoridade, desde que estejam de acordo com a Palavra de Deus; portanto, julgamos esses concílios e os santos pais dignos de honra e do lugar que ocupam, tão somente se estiverem razoavelmente sob Cristo.⁷

Os Livros Apócrifos

Para os teólogos medievais, as Escrituras eram as obras incluídas na Vulgata⁸, isso incluía os livros apócrifos. No entanto, os Reformadores questionaram essa definição. Eles entenderam que os livros apócrifos não poderiam fazer parte do cânon bíblico, pois na Bíblia hebraica eles não apareciam, somente na Bíblia grega e latina.

No primeiro ano da edição completa da Bíblia alemã de Lutero, os livros apócrifos foram colocados no final da Bíblia como livros “mais ou menos úteis para a vida cristã”.⁹ Para Calvino os livros apócrifos não deveriam ser tomados como Palavra de Deus:

Portanto, seja este um sólido preceito: não se deve ter outra Palavra de Deus, a que se dê lugar na Igreja, senão aquela que se contém, primeiro na Lei e nos Profetas, então nos Escritos apostólicos; nem outro modo de ensinar a igreja corretamente, senão aquele prescrito e normativo dessa Palavra.¹⁰

Da mesma forma, Zwinglio afirmou que os livros apócrifos valem a pena serem lidos, mas nunca igual as Escrituras, pois se portam como imitação das Escrituras.¹¹

Sendo assim, como podemos saber que um livro poderia ou não ser colocado como canônico? Mas, antes de mostrar, de forma básica, como poderemos ver isso; o que dizer do argumento católico de que os apócrifos são válidos porque são citados no Novo Testamento? Primeiro, o Novo Testamento também cita livros pseudoepígrafos (Ascensão de Moisés citado por Judas 9; Livro de Enoque citado por Judas 14, 15) os quais foram rejeitados pela própria Igreja Católica¹², sem contar que o apóstolo Paulo cita alguns filósofos: Em Atos 17.28 Paulo faz uma citação de um poeta do século IV antes de Cristo, Epiménedes de Cnossos; Em 1Co 15.33 Paulo faz uma citação de um provérbio retirado de um poema grego, Menandro; E em Tito 1.12 Paulo diz que o poema de Epiménedes de Cnossos era profético.

Segundo, o fato das Escrituras citar um autor não bíblico, não quer dizer que tudo o que ele escreveu é inspirado. Como podemos ver acima, Paulo cita filósofos não cristãos e ainda assim não consideramos todos os seus escritos como Palavra de Deus, mas só o que fora citado. Da mesma maneira podemos ver o capítulo 4 de Daniel, o qual foi escrito por Nabucodonosor. Ou seja, somente os textos que compõem a Sagrada Escritura são inspirados. Se há outros textos de autores citados na Bíblia que não estão entre os canônicos, esses não são inspirados por Deus. Portanto, qual o critério que podemos tomar para testar a canonicidade dos livros? Primeiro, ser escrito por um profeta ou uma pessoa com o dom de profecia. Segundo, um livro que fosse relevante não só para seu tempo como para todos os tempos e todas as épocas, bem como escrito de acordo com as revelações anteriores. Ou seja, esse livro não pode contradizer a mensagem de outros escritos.¹³

Seguindo o conselho do Rev. Augustus Nicodemus em uma palestra da Editora Fiel, basta ler os apócrifos ou os pseudoepígrafos que veremos de cara que não são livros inspirados. Por exemplo, quando lemos 2Mc 12.44 vemos o texto mostrando que devemos orar pelos mortos e oferecer sacrifício pelo mesmo para que seus pecados sejam pagos. Mas se compararmos esse texto com outros da Escritura, ele ainda assim seria verdadeiro?

“Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar.  Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s)

Compare:

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo,mas passou da morte para a vida.” (João 5.24 – negrito acrescentado)

“Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” (Hebreus 9.12 – negrito acrescentado)

“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23.43)

“Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Filipenses 1.23)

Observe que os textos acima, como João 5.24 e Hebreus 9.12, mostram que Cristo propôs eterna redenção não estando mais sob o juízo da morte, mas estando sob a vida eterna (Jo 6.47). Do mesmo modo, Lucas 23.43 e Filipenses 1.23, mostram que após a morte o salvo vai direto para o encontro de Cristo. Ou seja, esses textos, bem como outros da Escritura, não mostram uma parada, uma escala entre o purgatório e o céu, da mesma forma uma escala entre o purgatório e o inferno (cf. a parábola do Rico e Lázaro – Lucas 16.19-31).

Outros textos que podemos analisar, sem dar risada, são textos que mostram a infância de Jesus. No livro A infância do Salvador, um livro pseudoepígrafo, encontramos esse relato:

CERTA VEZ aconteceu que muitos meninos seguiam Jesus para divertirem-se em sua companhia. Mas havia um pai de família que, irado ao ver que seu filho ia com Jesus, e para que não o seguisse mais, prendeu-o numa torre fortíssima e muito sólida, sem buraco nem entrada alguma além da porta e de uma janelinha estreitíssima, que apenas deixava passar um pouquinho de luz; e a porta estava bem escondida e trancada. E aconteceu que um dia Jesus aproximou-se dali com seus companheiros para brincar. Ao ouvi-los, o menino encarcerado pôs-se a gritar junto à janela da seguinte maneira: “Jesus, queridíssimo companheiro, ao ouvir tua voz minha alma regozijou-se e senti-me cheio de alívio. Por que me deixas aqui encarcerado?” Jesus foi até ele e lhe disse: “Estende-me uma mão ou um dedo pelo buraco”. E tendo feito isto, Jesus pegou a mão daquele menino e o tirou através daquela estreitíssima janelinha. E o menino foi embora em sua companhia. Jesus disse-lhe: “Reconhece o poder de Deus e na tua velhice conta o que Deus te fez na tua infância”.¹⁴

Veja agora no livro Pseudo-Tomé, Narrações sobre a infância de Jesus:

Encontrava-se ali presente o filho de Anás, o escriba, e teve a ideia de fazer escoar as águas represadas por Jesus, usando uma planta de vime. Ante essa atitude, Jesus indignou-se e disse: — Malvado, ímpio e insensato. Será que as poças e as águas te estorvavam? Ficarás agora seco como uma árvore, sem que possas dar folhas, nem raiz nem frutos. Imediatamente o rapaz tornou-se completamente seco. Os pais pegaram o infeliz, chorando a sua tenra idade, e o levaram ante José, maldizendo-o por ter um filho que fazia tais coisas.¹⁵

De outra feita, Ele andava em meio ao povo e um rapaz que vinha correndo esbarrou em suas costas. Irritado, Jesus disse-lhe: — Não prosseguirás teu caminho. Imediatamente o rapaz caiu morto.¹⁶

Portanto, o próprio texto desses livros provam que são livros que não foram inspirados por Deus, pois não se encaixam em nenhuma outra passagem das Escrituras e ferem o caráter de Cristo.

As Escrituras, a Autoridade da Igreja e as nossas Confissões. Há alguma diferença?

Vimos acima que a Autoridade da Igreja [Católica], ou Tradição, eram detentoras da correta interpretação das Escrituras e tudo quanto eles decidissem deveria ser aceito e não revogado.

Mas, e quando olhamos para as nossas confissões reformadas, como por exemplo, a de Westminster, e dizemos que a subscrevemos, não estaríamos nós se portando da mesma maneira como a igreja católica? Por exemplo, a Igreja Presbiteriana do Brasil no Artigo 1 diz que aceita “como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismo Maior e Breve”.¹⁷ E também mostra que seus ministros e oficiais devem aceitar também esses documentos.¹⁸

A diferenciação começa pelas definições dos termos. Para a Igreja Católica a Tradição é igualada às Escrituras, contendo toda a doutrina revelada.¹⁹ Já os Símbolos de Fé, como o próprio Manual Presbiteriano os definem, são sistemas expositivos de doutrinas e práticas como explica o Dr. Heber:

A definição de uma confissão não difere basicamente da de um credo, senão na forma. Uma confissão contém mais ou menos os mesmos elementos de um credo, mas de forma bem mais elaborada, com detalhes que um credo não possui, por ser mais conciso. Uma confissão aborda mais assuntos do que um credo, e os apresenta de forma mais sistemática.²⁰

Um segundo ponto que podemos levantar quanto a diferenciação é a possibilidade de mudança. Se a Tradição é igualitária às Escrituras, logo elas não possuem erros e não podem ser mudadas. Mas, como vimos acima, a doutrina do Purgatório, por exemplo, é facilmente contestada por outras passagens do Novo Testamento, bem como também a utilização dos livros apócrifos. No entanto, quando se trata da Confissão de Fé de Westminster já houveram mudanças e acréscimos. Uma mudança que é discutida até hoje por alguns foi a retirada de um trecho do capítulo XXIII sobre o Magistrado Civil e a utilização das autoridades seculares para suprimir pessoas que blasfemam e propagam heresias.²¹ Entretanto, essa mudança que fora feito pode ser explicada de duas maneiras: As formas de aplicação de punição contra aqueles que pervertiam as doutrinas na Antiga Aliança não são as mesmas que o Estado aplica e o sistema de Governo são totalmente diferentes e é uma contradição em si mesmo. O texto III do Magistrado Civil mostra que os magistrados não podem assumir para si a administração da Palavra, dos Sacramentos e das chaves do Reino dos céus, mas podem suprimir todo tipo de perversão. Com base no quê?

Sendo assim, há uma enorme diferença entre a Tradição Católica e a subscrição dos Símbolos de Fé.

Quando nós invalidamos a autoridade das Escrituras

De que maneira nós invalidamos a autoridade das Escrituras? De duas maneiras.

Em primeiro lugar nós podemos nos remeter ao Éden, quando os nossos primeiros pais desobedeceram a Palavra de Deus. Deus, ao criar tudo e o primeiro casal, deu-lhes ordens para que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17) que estava no jardim. No entanto, ao estarem diante da serpente a autoridade da Palavra de Deus tinha sido colocada em xeque. Pois, Deus havia dito que se eles comessem certamente morreriam, mas a serpente disse que se eles comessem “certamente não morreriam” (Gn 3.4). De que maneira o casal poderia analisar tal confrontação? Por achismo? Pela circunstância? Ou pela relatividade da verdade? Na verdade, o casal fez uma investigação apurada dos fatos e concluiu: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gn 3.6)

O final nós já sabemos. Eles desobedeceram a Deus, mas essa desobediência não trouxe condenação somente aos dois, mas a toda posteridade depois deles, pois julgaram o que eles decidiram como certo e a Palavra de Deus errada.

Ao longo da história bíblica vemos os personagens bíblicos sofrendo porque invalidaram a autoridade das Escrituras e até mesmo o povo escolhido de Deus, sendo levado para o exílio porque transgrediram os mandamentos do Senhor.

Por que se submeter à autoridade das Escrituras?

PORQUE ELA É A PALAVRA DE DEUS

O próprio Deus a inspirou (2Timóteo 3.16) sendo uma revelação d’Ele mesmo. A Bíblia revela a vontade de Deus para com o Seu povo como um manual de instruções. Os manuais que conhecemos, como os de eletrodomésticos, mostram diversas páginas de como usar tal equipamento e algumas páginas no final mostrando a quem devemos recorrer caso algo dê errado. As Escrituras, como manual, aponta algumas páginas de como Deus disse para usarmos aquilo que Ele criou, bem como demonstra em mais de 90% desse manual o que fazer caso algo dê errado. A Escritura é trinitariana. Ela é inspirada por Deus, mediante a ação do Espírito Santo em seus servos para revelar a Jesus Cristo (cf. 1Pedro 1.10-12).

CRISTO E A SUA PALAVRA SÃO UM

Quando afirmamos que Cristo e a Sua Palavra são um, isso não quer dizer que estamos venerando um livro, estamos afirmando que nele encontramos – não em uma parte, mas em toda a Escritura – a voz de Cristo e as ações do nosso Salvador desde a Antiga Aliança.

Um exemplo disso é quando olhamos para Atos 1.1. Lucas começa o seu relato afirmando que eram “…todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar”. Ou seja, o Evangelho de Lucas não é só Palavra de Deus, mas são as ações do próprio Cristo, a Palavra encarnada.

Outro texto que mostra essa relação do nosso Senhor e de Sua Palavra, é João 15.4,7: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” Veja, o texto mostra que os discípulos de Jesus devem estar unidos a Ele, da mesma maneira unidos à Sua Palavra. Não existe a possibilidade de dizer que está unido a Cristo e distante da Palavra, ou estar unida à Palavra e distante de Cristo.

Respondendo a pergunta feita no início, “Como Deus fala conosco?”: Ele fala por meio de Sua Palavra.

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” João 17.7

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Notas:
[1] Wycllif foi tido como o precursor da Reforma Protestante, não somente como tradutor das Escrituras, mas como aquele que lutou contra a autoridade do papa. Cf. “História da Teologia Cristã“, Roger Olson, Ed. Vida, páginas 365 a 370.
[2] A Quaresma é o período de preparação para a Páscoa do Senhor, cuja duração é de 40 dias. Tal período, portanto, inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas e se estende até o Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. O período é, assim, marcado pela penitência, pela realização constante de jejuns, pela conversão e pela preparação dos catecúmenos para o batismo. Fonte: < http://www.portalcatolico.org.br/single-post/2017/02/28/O-tempo-da-Quaresma> Acesso em: 07/09/17
[3] As 67 Conclusões de Ulrico Zwinglio. Traduzido por: Rev. Ewerton B. Tokashiki. Fonte: <https://www.academia.edu/2419171/As_67_Conclus%C3%B5es_de_Ulrich_Zwingli> Acesso em: 07/09/17
[4] Institutas, IV, 10, 1
[5] Institutas, IV, 10, 1
[6] Carta de Calvino ao cardeal Sadoleto. Disponível em: <http://projetocasteloforte.com.br/wp-content/uploads/2017/03/DE-CALVINO-AO-CARDEAL-SADOLETO-COM-CAPA.pdf> Acesso em: 08/09/17
[7] Ibid.
[8] Cf. MCGRATH, Alister E. Teologia Histórica: Uma introdução à História do Pensamento Cristão. São Paulo: CEP, 2007, p.196
[9] BACKUS, Irena. Apócrifos. In: GISEL, Pierre (Org.) Enciclopédia do protestantismo: teologia, eclesiologia, filosofia, história, cultura, sociedade, política. – São Paulo: Hagnos, 2006, p.82
[10] Institutas, III, 8, 8
[11] JACKSON, S. Zwingli’s Influence, and His View of the Apocrypha. Fonte: <https://zwingliusredivivus.wordpress.com/2013/10/21/zwinglis-influence-and-his-view-of-the-apocrypha/> Acesso em: 09/09/17
[12] Cf. Sessão IV – Os Livros Sagrados e a Tradição dos Apóstolos. Fonte: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/trento/#sessao4> Acesso em: 09/09/17
[13] Cf. ARNOLD, Bill T. e BEYER, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento: uma perspectiva cristã. – São Paulo: CEP, 2001, p.22
[14] A infância do Salvador. In: PROENÇA Eduardo de (Org). Apócrifos e pseudoepígrafos da Bíblia – vol. 1. 17ª ed. – São Paulo: Fonte Editorial, 2017, p. 431
[15] Evangelho Pseudo-Tomé, 2017, ibid. p. 509-510
[16] Ibid. p. 510
[17] Manual Presbiteriano, Art. 1
[18] Manual Presbiteriano, Art. 119
[19] A Escritura e a Tradição da Igreja são Palavra de Deus, ensinamentos divinos. Fonte: <https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-que-e-a-tradicao-da-igreja/> Acesso em: 09/09/17
[20] CAMPOS, Heber Carlos de. A Relevância dos Credos e Confissões. In: Fides Reformata II:2 (jul-dez 1997), 97.
[21] III. Os magistrados não podem assumir para si a administração da Palavra e dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu (2Cr 26:18 com Mt 18:17 e Mt 16:19; 1Co 12:28,29; Ef 4:11,12; 1Co 4:1,2; Rm 10:15; Hb 5:4); mas, ele tem autoridade, e é o seu dever, fazer com que a paz e a unidade sejam preservados na igreja, que a verdade de Deus seja mantida pura e inteira; que todas as blasfêmias e heresias sejam suprimidas; todas as corrupções e abusos do culto e da disciplina sejam impedidos ou reformados; e todas as ordenanças de Deus sejam devidamente estabelecidas, administradas e observadas (Is 49:23; Sl 122:9; Ed 7:23,25-28; Lv 24:16; Dt 13:5,6,12; 2Rs 18:4; 1Cr 13:1-9; 2Rs 23:1-26; 2Cr 34:33; 2Cr 15:12,13). Para uma melhor eficácia destas coisas, ele tem poder para convocar sínodos, estar presentes neles, e providenciar para que o que quer que tenha sido decidido neles esteja de acordo com a mente de Deus (2Cr 19:8-11; 2Cr 29 e 30; Mt 2:4,5) <https://goo.gl/FCgaRw>. Compare com a Confissão adotada pela IPB: II. Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da palavra e dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação cristã, segundo a profissão e crença de cada uma. E é dever dos magistrados civis proteger a pessoa e o bom nome de cada um dos seus jurisdicionados, de modo que a ninguém seja permitido, sob pretexto de religião ou de incredulidade, ofender, perseguir, maltratar ou injuriar qualquer outra pessoa; e bem assim providenciar para que todas as assembléias religiosas e eclesiásticas possam reunir-se sem ser perturbadas ou molestadas.

<http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm>

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

INTEGRIDADE SIGNIFICA DESCOMPROMISSO!

SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que vive com integridade, que pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade (Salmo 15:1-2).

Amar a Cristo e ser caracterizado pela crescente fidelidade à verdade bíblica é o coração da verdadeira integridade.

A integridade cristã tem sido definida como a ausência de compromisso e a presença de convicções bíblicas. Nas palavras do salmista, é empregar a justiça e falar a verdade de coração (Salmos 15:2).

Muitas pessoas nas Escrituras demonstram integridade exemplar. Por exemplo, Jesus falou de Natanael como um israelita “em quem não havia engano, falsidade” (João 1:47). Estar sem dolo é ser sincero e despretensioso, o que é outra maneira de dizer que Natanael tinha integridade. Que elogio maravilhoso!

Como Natanael, Daniel era um homem de integridade intransigente. Deus usa até mesmo as circunstâncias mais difíceis para testar e refinar sua integridade.

Este é um tópico especialmente oportuno para os nossos dias, porque o espírito de compromisso está florescendo ao nosso redor – na política, nos esportes, nos negócios e, infelizmente, até mesmo na igreja. Mas a Escritura nos chama a um padrão inflexível que reflete a integridade do próprio Cristo. Como o apóstolo João disse: “Aquele que diz que permanece em [Cristo] deve andar da mesma forma que Ele andou” (1 João 2:6).

Alguns desafios que aguardam aqueles que se recusam a comprometer suas convicções bíblicas, bem como as bênçãos que lhes advêm. Oro para que o Senhor o fortaleça e encoraje, e você será aquele que verdadeiramente “anda com integridade e pratica a justiça, e fala a verdade em seu coração”.

Sugestão para oração

Faça a oração do rei Davi hoje: “Guarda a minha alma e livra-me; não seja eu envergonhado, pois em ti me refugio. Que a sinceridade e a retidão me preservem, porque em ti espero” (Salmo 25:20-21).

Estudo adicional

Leia Daniel 1, 3 e 6. Faça uma lista dos traços de caráter que você vê em Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego, que são dignos de imitação.

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

OLHE PARA JESUS, PARA SUA ALEGRIA

Versículo do dia: Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens… Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.. (Mateus 23.5-7)

A coceira da autorrecompensa deseja ardentemente pelo coçar da autoaprovação. Ou seja, se estamos tendo prazer em nos sentirmos autossuficientes, não estaremos satisfeitos sem que outros vejam e aplaudam nossa autossuficiência.

Por isso a descrição de Jesus dos escribas e fariseus em Mateus 23.5-7.

Isso é irônico. A autossuficiência deveria libertar a pessoa orgulhosa da necessidade de ser aprovada pelos outros. Isso é o que significa “suficiente”. Porém, evidentemente há um vazio nessa suposta autossuficiência.
 
O eu nunca foi projetado para satisfazer a si mesmo ou confiar em si mesmo. Ele nunca pode ser suficiente. Somos apenas a imagem de Deus, não o próprio Deus. Somos sombras e ecos. Portanto, haverá sempre um vazio na alma que luta para ser satisfeita com os recursos do eu.

Esse desejo vão pelo louvor de outros sinaliza o fracasso do orgulho e a ausência de fé na constante graça Deus. Jesus viu o efeito terrível desse anseio pela glória humana. Ele o citou em João 5.44: “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?”. A resposta é: você não pode. O desejo pela glória de outras pessoas torna a fé impossível. Por quê?

Porque fé significa ser satisfeito com tudo o que Deus é para você em Jesus. E se você é inclinado a obter a satisfação da sua coceira com o coçar da aclamação dos outros, você se afastará de Jesus.

Porém, caso você se converta do eu como a fonte de satisfação (arrependimento), e venha a Jesus para o gozo de tudo o que Deus é para nós nele (fé), então a coceira será substituída por uma fonte a jorrar para a vida eterna (João 4.14).

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “Assim, pois, não durmamos como os demais.” (1 Tessalonicenses 5.6)

Existem muitas maneiras de promovermos a vigilância cristã. Com muito vigor, devo advertir os crentes a conversarem juntos a respeito dos caminhos do Senhor. Cristão e Esperança, quando viajavam em direção à Cidade Celestial, disseram a si mesmos: “Para evitar sonolência nesse lugar, iniciemos uma boa conversa”. Cristão perguntou: “Onde vamos começar?” Esperança respondeu: “Onde Deus começou conosco”. Então, Cristão cantou: “… A comunhão dos santos, se bem direcionada, os mantém alertas, apesar do esforço do inferno”. Os crentes que se isolam e peregrinam sozinhos estão sujeitos a se tornarem sonolentos. Mantenha o companheirismo cristão e será preservado em vigilância, bem como se manterá animado e encorajado, a fim de realizar progresso mais rápido na jornada para o céu. No entanto, à medida que você recebe de outros crentes conselhos edificantes a respeito dos caminhos de Deus, tenha o cuidado de ser o tema de sua conversa, o Senhor Jesus.

Quando os santos têm sono, venham cá, e ouçam estes peregrinos conversando. Sim, e deles aprendam deste modo, como manter abertos os olhos sonolentos. A comunhão dos santos, se bem direcionada, os mantém alertas, apesar do esforço do Inferno.

Faça com que os olhos da fé estejam constantemente fixos nEle. Encha de Jesus o seu coração. E que os seus lábios falem sobre a dignidade dele. Irmão, viva bem próximo da cruz e você não dormirá. Esforce-se para incutir em si mesmo um profundo senso da importância do lugar para o qual você está indo. Se você lembrar que está indo para o céu, não dormirá na estrada. Se você pensar que o inferno está em seu encalço e a morte o está perseguindo, não perderá tempo.

Crente, você dormirá enquanto os portões de pérola estão abertos, enquanto as canções dos anjos esperam por sua companhia e uma coroa de ouro está preparada para a sua cabeça? Oh! não! Em santa comunhão continue vigiando e orando, para que não caia em tentação (ver Mateus 26.41)!

Abençoada Morada do Justo (Provérbios 3.27-35) - Alan Kleber Rocha


DEUS SE ARREPENDE?

Por Heber Carlos de Campos

Em muitos lugares, as Escrituras afirmam que “Deus se arrependeu”, como em Gênesis 6.5, 6; Êxodo 32.10-14; Jeremias  18.8,10; 26.13; Jonas 3.9,10,42; Amós 7.1-3.

Alguns desses textos dizem respeito a uma mudança da atitude de Deus estudada acima, mas há outros que parecem indicar uma mudança mais séria em Deus, que merecem uma análise mais detalhada.

Esse fenômeno de Deus se “arrependendo” é explicado em teologia como sendo um antropopatismo, isto é, a atribuição de um “sentimento humano” a Deus.

Todavia, há certos “sentimentos” de Deus que são próprios somente dele, e não das criaturas. Os escritores sacros tentaram expressar um sentimento que é próprio de Deus usando palavras que expressam um sentimento unicamente humano. Essas palavras humanas, mesmo que inspiradas, permanecem huma­nas, e não são suficientes para explicar o que a divindade sentiu quando se diz que ele se “arrependeu”.

Uma outra verdade a respeito desta matéria, que está muito clara em vários textos das Escrituras, é que o arrependimento atribuído a Deus não tem o mesmo sentido que o arrependimento atribuído aos homens. Os versos a serem estudados abaixo atestam essa verdade.

De um lado, Deus não tem o “arrependimento” que o homem tem. Deus não é homem para se arrepender. É óbvio que o “arrependimento” que conota erro, falta de planejamento, impotência, etc., não pode ser atribuído a Deus. Essas coisas são próprias de seres criados, além de serem pecadores. O escritor bíblico contrasta o homem finito e pecador com o Deus eterno e imutável:

Nm 23.19 – Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou tendo falado, não o cumprirá?

Isto quer dizer que Deus não possui as coisas próprias de um ser humano. Deus não planeja mal, Deus não erra nos seus objetivos, não pode crescer nem diminuir no seu conhecimento de tudo o que há. No mínimo, o arrependimento de Deus não é igual ao dos seres humanos na sua essência. Nele está a verdade imutável e ele não age como agem os homens, arrependendo-se, isto é, mudando os seus planos ou as suas promessas, por causa da sua impotência ou do seu plano mal feito, ou ainda voltando atrás dos seus pecados.

Sl 110.4 – O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre. segundo a ordem de Melquisedeque.

De outro lado, o arrependimento que Deus tem, o homem não possui. O arrependimento de Deus é singular nele. É impossível para o homem possuir o que é próprio de Deus. No entanto, a expressão hebraica usada é a mesma. Uma das evidências mais fortes de que o arrependimento de Deus não é igual ao dos seres humanos está demonstrada em 1Sm 15.11, que deve ser comparado com 1Sm 15.29. Num mesmo capítulo se diz que Deus se arrepende e que ele não se arre­ pende. Como podemos entender isso? No verso 11, o escritor está se referindo ao arrependimento de Deus; no verso 29, ele se refere ao arrependimento dos homens. Observe que a palavra hebraica é a mesma nos dois casos, mas o sentido não é o mesmo. Eu posso saber com clareza qual é o tipo de arrependimento que os seres humanos possuem, mas não tenho condições de saber qual é o conteúdo do arrependimento em Deus. Certamente, os dois não são da mesma natureza.

Portanto, esse arrependimento, que não é coisa de homem, nós não sabemos exatamente o que possa ser. Se fosse possível ao homem conhecer sobre esse arrependimento, os escritores bíblicos teriam uma palavra mais apropriada. As Escrituras não têm uma palavra apropriada para o “arrependimento de Deus” por­que nenhum ser humano conhece ou pode expressar esse sentimento, porque ele é peculiar a Deus. Então, os escritores sacros tentaram expressar um sentimento que é próprio de Deus com uma palavra que expressa um sentimento próprio de homens. Daí o nome técnico antropopatismo, ao qual já nos referimos acima.

Essas aparentes mudanças ou “arrependimentos” em Deus não indicam que Deus altera alguma coisa em seu ser, propósitos, atributos ou promessas.

Trecho extraído do livro O Ser de Deus e Seus Atributos, pág 197-198. Editora: Cultura Cristã

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

FALANDO A VERDADE EM AMOR (JOÃO)

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão… (Mateus 10:2).

Procure manter o equilíbrio adequado entre verdade e amor.

Algumas pessoas imaginam João como alguém excessivamente sentimental e egoísta, deitado com a cabeça no ombro de Jesus e constantemente se referindo a si mesmo como o discípulo a quem Jesus amava. Mas isso não é uma definição precisa de um dos “Filhos do Trovão”! Ele amava Jesus profundamente e ficou surpreso que Jesus o amasse – especialmente depois que ele queria matar os samaritanos e garantir um lugar proeminente para si mesmo no reino de Deus. Chamar-se de “o discípulo a quem Jesus amava” (por exemplo, João 21:20) era simplesmente sua maneira de se maravilhar com a graça de Deus em sua vida.

Uma vez que amava a Jesus, João nunca permitiu que seu amor se deteriorasse em mero sentimentalismo. De fato, o equilíbrio adequado entre verdade e amor é a marca do seu ministério. Em seus escritos encontramos a palavra amor mais de oitenta vezes, e testemunhamos quase setenta vezes. Seu profundo amor por Cristo o compeliu a ser um mestre do amor e testemunha da verdade. Para ele, a obediência à verdade era a mais alta expressão de amor. Como 1 João 2:5 diz: “Mas quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus”.

A maior alegria de João era saber que seus filhos espirituais estavam andando na verdade (3 João 4). Ele denunciou firmemente qualquer um que tentasse desviá-los dessa meta, negando ou distorcendo a Palavra de Deus.

Hoje, os programas de TV e outras influências têm confundido as linhas entre opinião e verdade. A opinião de um homem é supostamente tão boa quanto à do seu próximo, e há pouca conversa sobre o que é certo ou errado.

A verdade sofre até dentro da igreja, porque muitos cristãos estão dispostos a comprometê-la para evitar perturbar as pessoas. Esquecem que o verdadeiro amor floresce apenas na atmosfera da verdade bíblica (Filipenses 1:9).

Em meio a toda essa confusão, Deus chama você para falar a verdade em amor (Efésios 4:15). O mundo não precisa de outra opinião – precisa da Palavra absoluta de Deus!

Sugestão para oração                                                       

Graças a Deus pelo dom do seu amor e pelo poder da sua verdade. Peça a Ele para torná-lo uma pessoa de integridade bíblica cada vez maior.

Estudo adicional

Leia Apocalipse 2:1-7.

Que forças a igreja de Éfeso tinha?

O que faltou?

O que Jesus exigiu disso?

Devocional Alegria Inabalável - John Piper

DEUS SE ALEGRA EM LHE FAZER O BEM

Versículo do dia: Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem… Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem. (Jeremias 32.40-41)

Essa é uma daquelas promessas de Deus que eu relembro repetidamente quando fico desanimado (sim, isso acontece com os pastores). Você pode pensar em qualquer fato mais encorajador do que Deus se alegrar em fazer-lhe o bem?

Ele não deixou de cumprir a sua promessa (Romanos 8.28). É a alegria dele fazer-lhe o bem. E não apenas algumas vezes. Sempre! “Não deixarei de lhes fazer o bem”.

Continua após anúncio: 
Mas, às vezes, nossa situação é tão difícil de suportar que simplesmente não podemos sentir qualquer alegria. Quando isso acontece comigo, tento imitar Abraão: “esperando contra a esperança, creu” (Romanos 4.18). Deus sempre foi fiel em guardar essa pequena centelha de fé para mim e, eventualmente (não imediatamente), a transforma em uma chama de felicidade e plena confiança.

Oh, como sou contente em saber que aquilo que faz o Deus Todo-Poderoso mais feliz é fazer o bem a você e a mim!

Devocional Do Dia - Charles Spurgeon

Versículo do Dia: “A minha graça te basta.” (2 Coríntios 12.9)

Se nenhum dos santos de Deus fosse pobre e experimentasse provações, não conheceríamos sequer a metade das consolações da graça de Deus. É possível encontrarmos um peregrino desprovido de um lugar onde reclinar a cabeça, mas que pode afirmar: “Eu confio no Senhor”. Podemos encontrar um crente pobre, sofrendo a falta de coisas essenciais, que, apesar disso, se gloria no Senhor. Podemos encontrar uma viúva desolada e dominada por aflição, mas, assim mesmo, crendo no Senhor Jesus. Que honra eles demonstram ao evangelho!

A graça de Deus é ilustrada e magnificada na pobreza e provações dos crentes. Os santos permanecem firmes em cada desencorajamento, crendo que todas as coisas cooperam juntas para o bem deles (ver Romanos 8.28). Eles creem que, em última instância, uma verdadeira bênção pode surgir de males aparentes; creem ou que seu Deus realizará um livramento imediato ou que Ele certamente há de ampará-los na aflição, que durará o tempo que a Ele for agradável. Esta paciência dos crentes comprova o poder da graça de Deus. Há um farol à beira-mar. A noite está calma, eu não sei se o farol está firme. A tempestade deve assolar e, então, poderei dizer se ele aguentará. Assim acontece com a obra do Espírito. Se ela não fosse, vez após vez, cercada por águas tempestuosas, não saberíamos quando é verdadeira e forte; se os ventos não soprassem contra ela, não saberíamos quão firme e segura ela é. As obras-primas de Deus são aquelas que permanecem firmes e inabaláveis em meio às dificuldades. Aquele que deseja glorificar o seu Deus tem de incluir em suas considerações o fato de que enfrentará muitas provações. Se as lutas não forem muitas, nenhum crente pode ser ilustre diante de seu Senhor. Então, caso seu caminho esteja cheio de provações, regozije-se porque você demonstrará, de modo excelente, a graça de Deus que é abundante e suficiente. Nunca imagine que Ele o deixará – odeie tal pensamento. Podemos continuar confiando até ao fim, pois Deus tem sido suficiente até agora.

SABEDORIA e AMOR ao PRÓXIMO (Provérbios 3.27-28) - Alan Kleber Rocha


OS PERIGOS DE UM EVANGELHO ULTRA SIMPLIFICADO

Por John MacArthur

O que precisa ser transmitido aos incrédulos para que possam entender e abraçar a salvação?

Muitas das tendências modernas no evangelismo propendem a adotar uma abordagem minimalista para a questão. Infelizmente, o desejo legítimo de expressar o coração do evangelho deu lugar a um esforço menos saudável. É uma campanha para destilar os elementos essenciais da mensagem para os melhores termos possíveis.

O glorioso evangelho de Cristo – que Paulo chamou de “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16) – inclui toda a verdade sobre Cristo. Contudo, o evangelicalismo atual tende a considerar o evangelho como um “plano de salvação”. Reduzimos a mensagem para uma lista de fatos declarados nas palavras mais triviais possíveis: “Seis Passos para a Paz com Deus”. “Cinco coisas que Deus quer que você conheça”. “Quatro Leis Espirituais”. “Três verdades com as quais você não pode viver”. “Duas maneiras de viver”. Ou, “Um Caminho Para o Céu”. (Esta não é uma crítica a essas apresentações específicas, mas é meramente uma observação que parecemos ansiosos para produzir e usar como “planos de salvação” que enumeram e consolidam a mensagem do evangelho).

Outra tendência, igualmente perigosa, é reduzir o evangelismo a um script memorizado. Muitas vezes, o treinamento de evangelismo consiste em fazer com que os cristãos memorizem uma série de perguntas, antecipando que cada pergunta cairá em uma das poucas categorias que tem uma resposta pré-planejada.

Todavia, o evangelho não é uma mensagem que pode ser capsulada, abreviada, encolhida e depois oferecida como um remédio genérico para todo o tipo de pecador. Os pecadores ignorantes precisam ser instruídos sobre quem é Deus e por que Ele tem o direito de exigir obediência deles. Os pecadores justos devem ter o seu pecado exposto pelas demandas da lei de Deus. Os pecadores despreocupados precisam ser confrontados com a realidade do julgamento iminente de Deus. Os pecadores temerosos precisam ouvir que Deus, em Sua misericórdia, forneceu um meio de libertação. Todos os pecadores devem entender o quão Deus é completamente santo. Eles devem compreender as verdades básicas da morte sacrificial de Cristo e o triunfo de Sua ressurreição. Eles precisam ser confrontados com a exigência de Deus de que eles se voltem do seu pecado para abraçar Cristo como Senhor e Salvador.

Além disso, em todos os casos que Jesus e os apóstolos evangelizaram – seja ministrando a indivíduos ou multidões – não houve dois incidentes em que eles apresentaram a mensagem precisamente na mesma terminologia. Ambos sabiam que a salvação é uma obra soberana de Deus. O papel deles era pregar a verdade, pois o Espírito Santo é quem aplica a mensagem individualmente aos corações dos Seus eleitos.

A forma da mensagem será diferente em cada caso. Mas o conteúdo deve sempre conduzir ao lar da realidade da santidade de Deus e da condição impotente do pecador. Então, aponte os pecadores para Cristo como um Senhor soberano, mas misericordioso, que pagou a expiação total por todos os que se voltam para Ele em fé.

Os cristãos de hoje são muitas vezes advertidos sobre o perigo de falar demais para os perdidos. Certos problemas espirituais são rotulados como tabu ao falar com os não-convertidos, como a lei de Deus, o senhorio de Cristo, o arrependimento, a rendição, a obediência, o julgamento e o inferno. Tais coisas não devem ser mencionadas, para que não “adicione algo à oferta do presente gratuito de Deus”.

Pior ainda, há alguns que levam esse evangelismo reducionista ao seu extremo mais distante. Aplicando erroneamente a doutrina reformada do sola fide (somente a fé), eles fazem da fé o único assunto permitido para falar aos não-cristãos sobre o dever perante Deus. Assim, eles tornam a fé completamente sem sentido, extraindo-a de tudo, exceto de seus aspectos nocionais. Isso, alguns acreditam, preserva a pureza do evangelho. Mas o que realmente faz é diminuir o poder da mensagem da salvação.

Falsos convertidos também habitam na igreja, cuja fé é falsa e cuja esperança mantém uma falsa promessa. Dizendo que “aceitam a Cristo como Salvador”, eles descaradamente rejeitam Sua legítima reivindicação como Senhor. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Marcos 7:6). “Afirmam que conhecem a Deus, mas o negam por meio do que fazem; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para qualquer boa obra” (Tito 1:16). Aproximam-se de Cristo superficialmente chamando-o de “Senhor, Senhor!” (Lucas 6:46). Tais pessoas se encaixam na descrição trágica dos “muitos” em Mateus 7:22-23, que no dia final ficarão  aterrorizados ao ouvir Jesus dizer: “Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal”.

Se não há uma descrição simples para uma conversa evangelística, então, o que o evangelista deve falar ao proclamar o evangelho? Quais são os pontos que precisamos deixar claros se quisermos articular o evangelho tão precisamente quanto possível? A santidade de Deus, a depravação do homem, a obra de Cristo e as determinações de Deus sobre o pecador. Estas são verdades que precisamos abraçar como povo de Cristo e dominar como suas testemunhas.

FORÇA PARA O DIA - DEVOCIONAL JOHN MACARTHUR

PREPARADO PARA A PIOR DAS PROVAÇÕES

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha (Mateus 7:25).

A fidelidade no discipulado mostrará que estamos preparados para a pior adversidade e provações possíveis.

As pessoas geralmente não estão preparadas para os problemas inesperados da vida. Isto foi vividamente ilustrado pelas inundações de 500 anos que atingiram as planícies do norte dos Estados Unidos, na primavera de 1997. Uma comunidade no Rio Vermelho, em Dakota do Norte, foi especialmente devastada pelos eventos surpreendentes.

Depois de trabalhar diligentemente por dias para fortificar os diques contra o rio crescente, as pessoas em Grand Forks estavam esperançosas. Porém, em uma manhã, em meados de abril de 1997, o implacável Red River rompeu as barreiras de terra e inundou toda a cidade de 50.000 habitantes. Poucas mortes ou ferimentos graves ocorreram, mas praticamente toda a população teve que abandonar casas e propriedades nas águas barrentas. Foi uma das maiores evacuações em massa na história dos desastres americanos, e levou muito tempo até que Grand Forks e as cidades vizinhas pudessem reparar quase todos os danos causados pelas inundações.

Para os crentes, enfrentar uma provação tão inesperada pode ajudá-los a aprender a se aproximarem do Senhor. E eles podem se preparar repousando na verdade das palavras do profeta: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme, porque ele confia em ti. Confiem sempre no SENHOR, porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna” (Isaías 26:3-4).

Jesus enfatizou a necessidade de total abnegação por Seus seguidores e total preparação para enfrentar qualquer desafio, até mesmo a morte (Mateus 10:38-39). Se estivermos vivendo diariamente como Seus discípulos, nenhuma provação nos pegará totalmente despreparados. Podemos ficar temporariamente surpresos e nos sentirmos impotentes inicialmente, mas não permaneceremos assim. Deus é soberano e tem o direito de trazer certas provações e tribulações em nossas vidas, e Ele também é mais do que capaz de nos dar todo o recurso que precisamos para suportar (Filipenses 4:11-13; 1 Pedro 5:6-7).

Sugestão para oração

Agradeça a Deus pela força e sabedoria que Ele dá através de Sua Palavra para que você esteja preparado para qualquer provação que Ele enviar.

Estudo adicional

Leia 1 Pedro 5:6-11 e gaste algum tempo extra meditando ou memorizando um ou dois dos versículos.

Escreva um pensamento-chave relacionado a estar espiritualmente preparado para as provações.