Semeando o Evangelho

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Semear a Verdade e o Amor de Deus

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

NAMORO

Namorar não fazia parte da cultura do Antigo Oriente Médio, onde e quando a Bíblia foi escrita. Naquela época e naquele lugar, o costume era outro. Os casamentos eram normalmente arranjados pelos pais. Havia uma cerimônia inicial de compromisso em que os dois se comprometiam. Depois de algum tempo vinha o casamento, propriamente dito.

Todavia, é um erro muito grande – e muito comum – pegar passagens bíblicas que se referem ao casamento e aplicar ao namoro, como querer que a namorada seja submissa usando Efésios 5:22. Contudo, mesmo não tendo direções específicas na Bíblia com referência a este período chamado de namoro, encontramos princípios gerais que podem ser aplicados. Menciono três deles.

1) A necessidade de pureza – a castidade e a pureza sexual são claramente ensinados na Bíblia. O problema com o namoro é que ele abre a porta para a exploração física dos corpos dos namorados, provocando o excitamento sexual, apalpamento dos órgãos genitais e não infrequentemente as relações sexuais. Os namorados cristãos devem controlar-se e evitar toda e qualquer situação em que possam ser tentados a “avançar o sinal vermelho”. Em 1 Tessalonicenses 4.3-7, Paulo adverte:

Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.

“Defraudar”, na passagem acima, é você criar desejos e expectativas que não poderá cumprir de maneira lícita. A defraudação acontece quando o homem e a mulher se excitam sexualmente e ficam prontos para o ato sexual, quando o mesmo não pode ser realizado, pois seria fornicação. Portanto, um princípio geral que se aplica ao namoro é que o mesmo deve ser puro. Não vou aqui cair na armadilha de tentar definir que tipo de beijo pode e que tipo não pode. Acho que o bom senso nos diz que, quando a troca de beijos começa a provocar outras coisas, está na hora de parar.

2) A idolatria – consiste em colocar o namorado ou a namorada como o centro da vida, deixando Deus de lado. Comunicações constantes, telefonemas constantes e longos, mensagens no “whatsapp” trocadas a cada 15 minutos, e-mails o dia todo, tudo isso acaba virando uma obsessão que desemboca em idolatria. O namoro não é para isto; é um período de conhecimento intelectual, emocional e espiritual entre os dois. Namorados costumam se apegar em demasia um ao outro como se o outro fosse capaz de preencher o vazio e a necessidade que cada um de nós tem. Quando um namoro acaba assim, o desespero toma lugar, e não poucas vezes, suicídios. Namorados precisam manter uma distância segura. Um relacionamento intenso assim é para o casamento, e mesmo então, com cuidado, para que não incorra em idolatria. A Bíblia é clara: o Senhor Jesus é quem deve ter o primeiro lugar em nossas vidas, e somente nEle devemos buscar a plena satisfação para nossa alma cansada, aflita e sedenta.

3) A demora em casar – Paulo ensina que aqueles que não podem conter-se devem se casar, pois é melhor casar do que viver abrasado (1 Co 7:9). Namoros longos e demorados acabam provocando a fornicação e a impureza sexual. Hoje em dia, os jovens começam a namorar cedo demais e casam tarde demais. Começam aos 15 anos e querem casar somente quando tiverem casa própria, emprego fixo, ou seja, por volta dos 30 anos. Neste intervalo de 10 a 15 anos, fica muito difícil permanecer virgem e puro. O resultado são as escapadas para os motéis ou o banco de trás dos carros, quando não o próprio quarto na casa dos pais.

Algumas sugestões aos namorados cristãos:

1) Evitem situações de risco. Não fiquem muito tempo sozinhos em locais discretos. Não avancem nas carícias.

2) Leiam a Bíblia e orem juntos. Leiam bons livros sobre namoro e casamento. Frequentem os cultos, a Escola Dominical e outros grupos de estudo.

3) Não se isolem em si mesmos; procurem a companhia de outros jovens, saiam em grupo para programações sociais.

4) Envolvam os seus pais, procurem conhecê-los e ouçam seus conselhos.

5) Mantenham distância um do outro. Não transforme seu namorado (a) em um deus.

6) Namore pensando em casar e não somente para se divertir. Leve o namoro a sério. Namoricos irresponsáveis quebram corações, criam mágoas, ressentimentos e marcam as pessoas.

Se usado dentro dos princípios bíblicos de pureza e dedicação a Deus, o namoro pode ser um período proveitoso de conhecimento mútuo e de preparação para o casamento. Por outro lado, tem gente que seria muito mais feliz se não tivesse casado. O celibato (ficar solteiro e puro) é uma opção bíblica muito válida e abençoada.

Autor: Augustus Nicodemus Lopes

Fonte: O Tempora, O Mores

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