Semeando o Evangelho

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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO VERSUS ARREPENDIMENTO (PARTE 2)

Por Eric Davis

 Diferenças entre a mudança de comportamento e a santificação

A diferença entre a mudança de comportamento e a santificação está na falsa e na verdadeira mudança. Sem o arrependimento concedido pelo Espírito Santo, só podemos mudar o comportamento, e assim não poderemos reformar o coração/adoração. Os fariseus eram um exemplo extremo de mudanças de comportamento:

Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de roubo e de glutonaria! Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo! Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês são semelhantes aos sepulcros pintados de branco, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! Assim também vocês, por fora, parecem justos aos olhos dos outros, mas, por dentro, estão cheios de hipocrisia e de maldade (Mateus 23:25-28).

Mas não precisamos ser fariseus para cometer o erro de frutos remendados. Até mesmo os cristãos podem se aproximar da mudança dessa maneira. E as consequências de fazê-lo não são insignificantes.

Por exemplo, mesmo para o cristão, a mudança de comportamento pode ter consequências, tais como:

Interior limpo;
Nossos corações permanecem inalterados;
Nos tornamos habilidosos em ajustar o comportamento, mas não nossos corações;
Nos tornamo práticos em habilidades superficiais, embora os ídolos do coração permaneçam não ameaçados;
Com o comportamento ajustado, podemos ter uma moralidade externa agradável às pessoas, mas manter a idolatria interna, desagradando a Deus;
Pode parecer que mudamos, mas continuamos a adorar nossos ídolos, com aprovação e moralidade;
Corremos o risco de mudar para a aprovação dos homens;
Amar a Deus de todo o nosso coração não é a motivação para pensar, fazer e falar.
Contudo, quando nos arrependemos pelo Espírito Santo, talvez nem sempre pareça algo drástico, diferente e superficial, pois está no nível do coração. O arrependimento envolve uma contestação divina sobre a raiz e o fruto do pecado, uma mudança do coração da idolatria para Deus, com a correspondente renovação externa (2 Coríntios 7: 9) Em arrependimento:

Nossos corações são alterados;
Nos tornamos capazes de discernir o engano do coração;
Nos tornamos hábeis na identificação e exposição da idolatria que alimenta o nosso pecado;
Seremos agradáveis externamente e internamente a Deus;
A idolatria fica exposta e erradicada, quer pareça ou não agradável às pessoas;
Nós possuímos cada vez mais semelhança interna, aceitável a Deus;
Nós mudamos o nível da adoração que Deus vê;
Amar a Deus é a motivação para pensar, fazer e falar.
Todavia, há consequências potenciais de abordar o comportamento e não abordar a adoração do coração através do arrependimento:

A espiritualidade cristã é limitada às ações externas;
As pessoas aprovam minhas habilidades sociais enquanto permaneço orgulhoso e sem mudanças no coração;
Uma visão deficiente e imprópria da santificação. Uma vez que o meu foco está no exterior, e o pouco que ajusto essas mudanças, eu posso ser enganado para realçar a santificação;
Me engano ao pensar que já cheguei à caminhada espiritual;
Diagrama de três árvores. Há pouca necessidade dos meios da graça de Deus (por exemplo, a igreja local, a pregação, o ensino, a prestação de contas, a inclusão, o discipulado, o estudo das Escrituras, a oração, o próximo, a reprovação);
Falsa percepção de maturidade espiritual;
Falta na comunhão com Deus, em coisas como o meu amor pelo Espírito, ao revelar o pecado, mostrando-me que, sob todo pecado, está o ato/estado de idolatria e a violação do maior mandamento; a comunhão em confessar o pecado com a garantia de consolo do meu pai amoroso é quebrada, assim como a comunhão de experimentar uma renovada mudança de coração, a comunhão do Espírito na produção de uma nova humildade e alegria na extraordinária misericórdia de Deus, ao enviar Cristo para propiciar sua ira por não apenas um, mas por todo ato de idolatria que alimenta o meu pecado.
Portanto, o discernimento é necessário na aproximação das mudanças pessoais. Eu sou um remendador de frutas ou um hacker de raiz? Para discernir se estamos tendo uma abordagem não bíblica, de mudança de comportamento ou uma abordagem de arrependimento bíblico, podemos fazer algumas perguntas:

O que eu discerni como superficial, apresentando o problema?
O que eu discerni como a origem do problema?
Como abordo o problema?
O que pode curar o problema?
Com minha abordagem ao problema, estou dizendo que é o “fim principal do homem”?
Qual será o resultado desta abordagem do problema?
Essas perguntas nos ajudarão a ficar ao pé da fruta em nossas vidas. Abaixo de nossos pensamentos, palavras e ações, temos correspondentes desejos de controle. Se o nosso desejo de controle, por exemplo, é o elogio às pessoas, puniremos o que o impede e louvaremos o que o ajude. Se adorarmos numa grande igreja, vamos fazer de tudo para conseguir, e fugir quando não acontecer. Se o nosso ídolo é o respeito da nossa esposa, vamos puni-lo quando estiver ausente e louvarmos quando presente. Se adorarmos o conforto e a facilidade, louvaremos a Deus quando os conseguirmos e nos queixaremos quando não os termos. Devemos aprender a lidar com a adoração e não apenas com ações.

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