O Reino de Deus é um assunto extremamente importante e descrito em toda a Bíblia. Portanto, é difícil reduzir sua essência para apenas dez coisas; é algo praticamente impossível. De qualquer modo, vamos tentar.
1) Jesus afirmou que o cumprimento da esperança do Antigo Testamento, com suas bênçãos presentes, estava em sua pessoa e ministério. O elemento inesperado era que a realização estava ocorrendo sem a consumação final. A esperança profética do reino Messiânico vindouro, como prometido a Israel, está sendo cumprida na pessoa e ministério de Jesus, mas não consumada. Nosso Senhor veio com a mensagem de que antes que o reino viesse em sua consumação escatológica, veio em sua própria pessoa, que o inaugurou em espírito e poder. O reino, com efeito, é tanto o atual reinado espiritual de Deus quanto o futuro domínio sobre o qual ele governará em poder e glória.
2) O reino de Deus não é uma região, uma fronteira geográfica, com limites claramente definidos, como aqueles que separam os EUA do Canadá e do México; pelo contrário, o reino não deve ser identificado com nenhuma nação ou órgão político.
3) O reino de Deus não é aquele lugar que chamamos de céu, pelo menos ainda não. Isso não significa que o reino de Deus está ausente do céu. De maneira nenhuma! Jesus governa como Rei e Senhor enquanto se assenta entronizado à direita do Pai. No entanto, o reino nunca deve ser considerado como restrito a algum tipo de local celestial ou inteiramente espiritual e invisível. Quando o reino de Deus vier em sua plenitude consumada, será manifestado em um novo céu e em uma nova terra. Devemos nos proteger de espiritualizar o reino, como se fosse pouco mais do que o domínio espiritual de Cristo, e não um reinado cósmico que abrange também a criação material.
4) O reino não é a Igreja. A Igreja é o povo através do qual o reinado dinâmico da presença e do poder de Deus é manifesto. Evidentemente, não devemos nos esquecer o que João diz em Apocalipse 1:5b-6:
Àquele que nos ama e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!
Existe, porém, um sentido muito real em que nós, o povo de Deus redimido e perdoado, somos “um reino e sacerdotes” para Deus.
5) O reino não é um lugar, mas um poder. Não é uma coisa estática, mas um reinado dinâmico e vivo. Não é um lugar, mas um senhorio. Este é um lembrete correto para todos os que pensam erroneamente que o reino é delimitado por linhas territoriais tanto no Oriente Médio como na América do Norte. Dito isto, nunca podemos esquecer que, conectados às promessas de Deus em sua aliança, a nossa herança é uma pátria “celestial” (Hebreus 11:16), o Novo Céu e a Nova Terra.
6) O reino ainda não é a libertação da opressão política (mas será). Advogados do evangelho social argumentam que o reino deveria ser identificado com “liberdade e justiça para todos”. Quando Cristo regressar, o reino trará a verdadeira liberdade e justiça cósmica em todas as esferas. Ademais, nunca devemos identificar o reino de Deus com o sucesso de qualquer programa social ou político, ou com a vitória de qualquer partido político.
7) O reino ainda não é a renovação da criação (mas será) nem a prosperidade material (mas será).
8) O reino de Deus é a presença e o poderoso senhorio da pessoa do próprio rei, Jesus. O Reino é conhecido e visto onde quer que Cristo seja reconhecido, onde seus súditos são salvos, onde seus inimigos são vencidos e onde seus imperativos são obedecidos.
9) Decerto, o reino de Deus está em qualquer lugar ou em qualquer pessoa sobre a qual Jesus Cristo exerce seu senhorio. O reino é o Rei reinando em corações e mentes.
10) A presença dinâmica e soberana de Deus está agora entre nós em Jesus. Deus está exercendo força real. O reino é Deus em força, Deus na ação salvadora. O reino de Deus Pai é manifestado por Jesus Cristo, seu Filho!
Autor: Sam Storms
Fonte: Sam Storms
Tradução: Leonardo Dâmaso
Divulgação: Reformados 21
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