Em Êxodo 15, os israelitas acamparam-se nas nascentes de Elim por várias semanas, permanecendo sob as palmeiras e bebendo muita água. Então, chegou a hora de seguir em frente. Eles estavam em uma jornada espiritual – uma peregrinação que revela o padrão da vida cristã.
A geografia espiritual do êxodo de Israel do Egito pode ser delineada na experiência de nossas próprias vidas. Embora haja momentos refrescantes, geralmente não duram muito tempo. Logo é hora de voltar para o deserto, que é um lugar de provação e crescimento espiritual.
Os israelitas se adentraram ao deserto novamente. Pouco tempo depois estavam cansados e com fome, e mais uma vez começaram a reclamar. A murmuração era o constante pecado de Israel. Tudo começou quando Moisés foi a Faraó pela primeira vez, onde as pessoas se queixaram de que ele estava dificultando o trabalho em vez de facilitar (Êxodo 5:21). Eles reclamaram no Mar Vermelho e acusaram Moisés de levá-los ao deserto para morrer. As lamúrias continuaram por cerca 40 anos, quando se tornaram uma nação de descontentes.
Descontentamento com Deus
Nossos murmúrios não são causadas por nossas circunstâncias externas; pelo contrário, eles revelam a condição interior de nossos corações. Decerto os israelitas não tinham do que reclamar. Eles não estavam passando fome, mas confundiam o que queriam com o que precisavam. Isto é justamente a fonte do nosso descontentamento: pensar que nossas “cobiças” são realmente as nossas necessidades.
Os israelitas também suscitaram as vantagens de sua situação anterior – “Lembram-se dos velhos tempos?” – eles disseram. Olharam para trás com saudade de seu tempo no Egito, pensando no desfrutar do bufê de faraó. No entanto, é duvidoso que, como escravos, eles fossem tratados com tanta generosidade.
A atitude de Israel é uma advertência contra o grave pecado da reclamação. Embora eles se queixassem “a” ou “de” Moisés, estavam, com efeito, murmurando contra o próprio Deus. Ao dizer que teria sido melhor para eles Deus tê-los deixado morrer no Egito, eles estavam realmente dizendo que desejavam nunca ter sido salvos.
Precisamos ser honestos sobre o fato de que toda a nossa insatisfação é um descontentamento com Deus. Geralmente miramos nossas frustrações em outra pessoa ou na circunstância. Mas Deus sabe que, quando nos queixamos, estamos nos queixando dele. Um espírito lamentoso indica um problema em nosso relacionamento com Deus.
A ironia é que Deus sempre nos dá exatamente o que precisamos. Para os israelitas, isso significava maná e o sustento no deserto. Para nós, significa o verdadeiro Pão da Vida, Jesus Cristo, e seu cuidado para conosco.
Autor: Philip Graham Ryken
Fonte: Crossway
Tradução: Leonardo Dâmaso
Divulgação: Reformados 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário