Eu presumo que grande parte dos evangélicos realmente não sabem o que é adoração – ou, pelo menos, eles realmente não sabem o que a adoração é plenamente.
Basta percorrer seus feeds de rede social em uma típica manhã de domingo que veremos muitas conversas entre os cristãos da igreja sobre adoração. Eu arriscaria dizer que a maior parte dessas conversas é focada inteiramente na música.
Entretanto, a adoração é mais do que um gênero musical, mais do que um culto de adoração. Falar do culto em termos de adoração não é fazer justiça ao assunto. Tendemos a falar de maneira secionada sobre algo que, por sua própria natureza, não pode ser secionado, porque, de acordo com a Bíblia, a adoração é o modo de vida de todo ser humano; nunca estamos sem adorar.
A cada momento de nossas vidas, estamos vivendo de uma maneira que “valorizamos” algo. Para muitas pessoas, suas ideias de valor estão centradas em si mesmas, na família ou no trabalho. De um jeito ou de outro, estamos adorando a nós mesmos. Contudo, para aqueles que descobriram a graça de Deus em Jesus Cristo, uma mudança radical ocorreu. Pelo poder do Espírito Santo em nossas vidas, somos capacitados a adorar somente o único Deus verdadeiro em vez dos muitos deuses falsos com os quais preenchemos nossas vidas – como pessoas, relacionamentos, objetos, entretenimento.
O que é verdade para nós como indivíduos é verdade para nós como uma comunidade reunida que se chama de Deus. Descobrimos na Bíblia que uma igreja centralizada no evangelho de Jesus Cristo será moldada pelo próprio evangelho. E uma igreja moldada pelo evangelho de Jesus Cristo entenderá que seu verdadeiro “serviço de adoração” é conduzido tanto dentro da reunião formal dos crentes quanto fora dela também.
Nós adoramos quando cantamos, sim, mas também adoramos quando pregamos e ouvimos a pregação, quando oramos, quando compartilhamos o evangelho e quando amamos o nosso próximo de várias maneiras diferentes ao longo da semana. O The Gospel Coalition incluiu esta declaração em sua Visão Teológica para o Ministério, intitulada de “Adoração Corporativa Capacitada”:
O evangelho muda nosso relacionamento com Deus de hostilidade ou obediência servil para intimidade e alegria. A dinâmica central do ministério centrado no evangelho é, portanto, adoração e oração fervorosa.
No culto corporativo, o povo de Deus recebe uma visão especial transformadora da vida, do valor e da beleza de Deus e, então, devolve a Deus expressões adequadas de seu valor. No coração da adoração corporativa está o ministério da Palavra.
Em cada sessão de adoração em forma de evangelho – parte do currículo da Igreja em forma de evangelho – temos como objetivo atualizar nosso senso do amor de Deus por nós em Cristo, para que todos os aspectos de nossa vida comunitária sejam moldados pelo evangelho e nos levem a glorificar o Deus que fornece sua graça tão abundantemente em Jesus.
Minha esperança é que você capture uma visão de adoração que vai além de uma música ou de um serviço no domingo. Oro para que você descubra uma visão ampliada e fortalecida para a sua vida como adorador, enquanto olhamos repetidas vezes para a glória de Cristo no evangelho encontrado em sua Palavra.
Autor: Jared Wilson
Fonte: The Good Book
Tradução: Leonardo Dâmaso
Divulgação: Reformados 21
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