Semeando o Evangelho

Semeando o Evangelho
Semear a Verdade e o Amor de Deus

domingo, 6 de janeiro de 2019

IDENTIFICANDO O RESSENTIMENTO

Todos nós – em um momento ou outro em nossas vidas – fomos enganados. E se você parasse para refletir sobre às vezes em que foi decepcionado, traído e desapontado, não demoraria muito para a raiva emergir. Mas o que acontece se não conseguirmos combater essa raiva com o amor e a misericórdia de Deus? Quais são os efeitos quando deixamos de olhar para Cristo a fim de superar o desapontamento? O que acontece com nossos relacionamentos quando deixamos de nos arrepender de nossa raiva?

A resposta para essas perguntas é ressentimento. O ressentimento não é uma condição essencial, não é uma residência primária para o sentimento; pelo contrário, o ressentimento é o efeito da presença contínua da raiva, ciúme, inveja, dúvida e orgulho. E o ressentimento esmagará você.

O ressentimento é mais bem descrito como sendo uma ferrugem. Podemos passar por cima de uma ponte, passar por um carro velho e ver sinais de decadência e destruição. A ferrugem enfraquece as estruturas através do lento e deliberado processo reacionário de decadência. Mas a ferrugem não é a principal causa da fraqueza. A ferrugem é o efeito posterior de um processo chamado oxidação. Quando o ferro e o metal são expostos ao ar (oxigênio) e à água, as moléculas começam a decair lentamente. O efeito deste decaimento é a ferrugem. Se não for tratada, a ferrugem enfraquecerá as estruturas mais fortes e transformará o que antes era confiável e seguro em algo que pode parecer forte, mas que na verdade é fraco.

O ressentimento é um processo lento, que começa com as fraquezas inerentes à estrutura de nossa constituição como seres humanos pecadores.

Sem o devido cuidado e precaução, quando abrigamos ódio e raiva, falta de perdão e ciúmes, isso produzirá ressentimento. Lentamente, talvez de formas não óbvias para os outros, começamos a ser corroídos, tornando-nos fracos e, por fim, instáveis.

Deus nos deu nossas emoções para a sua glória. Nossa memória para sua glória. Nossa energia para a Sua Glória; todavia, o ressentimento polui e corrompe todos essas dádivas. O ressentimento faz com que nossas emoções fiquem contra nós, quando tiramos nossos olhos de Deus e colocamo-nos nos outros. O ressentimento ocorre quando tiramos nossos olhos de Deus e olhamos para outras pessoas, comparando nossas vidas às delas, sem a perspectiva da soberania de Deus. Nós começamos a ter inveja delas e isso começa a produzir lentamente dentro de nós ressentimento.

Por outro lado, quando focamos corretamente nossos olhos em Deus, relacionamos todas as ocorrências com Sua misericórdia e graça, de modo que sempre que algo de bom acontece à outra pessoa, nos sentimos bem e nos alegramos no que Deus fez por ela.

Deus nos deu a memória para recordar de Sua glória passada e para sustentar nossa esperança futura. Quão gloriosa é a memória de alguém quando está refletindo corretamente sobre o que Deus faz. No entanto, o ressentimento molda nossas memórias e rouba nossa alegria e esperança. É como uma fotografia superdesenvolvida – você pode ver detalhes do evento capturados, mas a imagem geral do passado é dominada por esse tom de neblina que dispersa os detalhes da imagem. O ressentimento colore os eventos e elimina os bons detalhes do passado e subestima os negativos.

Podemos ver isso tão claramente no evento do Êxodo. Os israelitas são libertados de 400 anos de escravidão e servidão, e uma vez no deserto, eles lentamente começam a se ressentir de tudo. Eles se ressentem de Deus, sentindo como se Ele os libertasse para morrer no deserto. Eles se ressentem de Moisés, porque Ele é o único que tem comunhão com Deus. E suas memórias são poluídas por esse ressentimento a ponto de começarem a desejar sua antiga vida no Egito. É por isso que tão frequentemente nos Salmos e nos Profetas os escritores admoestam o povo de Israel a lembrar-se das obras do Senhor.

Lembre-se de Sua bondade! Não seja pego em ressentimento. Nós encontramos esperança quando nos lembramos do amor e cuidado de Deus por nós.

Deus nos deu energia para a Sua glória, e, por energia, quero dizer o desejo de ser ativo e trabalhar para Deus. Ele deu a cada um de nós uma tarefa, não importa onde estamos na vida, para proclamar o evangelho! Devemos ter uma direção externa às nossas energias, à medida que “entramos em todas as nações”, batizando e ensinando, proclamando as “maravilhosas excelências daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:8). Contudo, o ressentimento redireciona nossa energia. Em vez de derramar, nossas energias são dirigidas para dentro de nós mesmos. Deixamos de ser uteis para o reino, pois passamos muito tempo presos em nossa própria raiva e inveja dos outros.

Enfim, podemos parecer estruturalmente sólidos, mas, se os pecados de orgulho, ciúme e raiva se instalaram em nossos corações, a ferrugem do ressentimento começa a aparecer. E, se não formos abordados, as horas extras nos afetarão e nos tornaremos cada vez mais fracos e menos úteis.

Irmãos, irmãs, protejam-se contra o ressentimento. Veja o bem em sua vida como manifestação da graça de Deus, e o bem na vida dos outros como algo digno de louvor.

Autor: Drew Griffin

Fonte: For The Church

Tradução: Leonardo Dâmaso

Divulgação: Reformados 21

Nenhum comentário:

Postar um comentário