Semeando o Evangelho

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domingo, 6 de janeiro de 2019

O SUICÍDIO É UM PECADO IMPERDOÁVEL?

Há alguns anos, um cristão que eu conhecia se matou. Foi repentino, trágico e devastador para todos nós, especialmente para sua família. Às vezes, é difícil para qualquer um de nós acreditar que as pessoas podem fazer isso com si mesmas e com suas famílias, mas a realidade é que qualquer um de nós pode se aventurar pelo caminho sombrio do suicídio.

Não é preciso muito. Um evento traumático, uma mudança de vida, como uma doença mental ou uma morte na família, uma série de más experiências, ou um desequilíbrio químico no cérebro que causa depressão severa – todas essas coisas podem nos levar até o vale da sombra da morte.

Em momentos de fraqueza, o suicídio é mais do que possível. Existe alguma esperança para a família ou amigos de um crente que tenha cometido suicídio? A Bíblia ensina que o suicídio é o pecado imperdoável? Muitas pessoas respondem a essa pergunta com um simples “sim”. Eles dirão que o suicídio não permite arrependimento do pecado cometido, e, portanto, é um pecado imperdoável.

Embora seja verdade que uma pessoa que tenha cometido suicídio não pode se arrepender do pecado (a menos que se arrependa de antemão do que estava prestes a fazer), não é verdade que a Bíblia ensina que o suicídio é um pecado imperdoável. A Bíblia não ensina isso.

Alguns tentam usar Marcos 3:20-35 como uma passagem que iguala o suicídio ao “pecado imperdoável” de blasfemar contra o Espírito Santo; no entanto, isso é apenas uma interpretação incorreta. O pecado imperdoável específico que Jesus tem em mente não é o suicídio, mas, sim, associar a obra do Espírito Santo à obra de Satanás.

O suicídio é mencionado apenas seis vezes em toda a Bíblia; e quando é mencionado, não há avaliação moral dada se é certo ou errado. Vemos o caso de Abimeleque (Jz 9: 50-57), Sansão (Jz 16: 28-30), Saul (1 Sm 31: 1–6; 2 Sm 1:1–15; 1 Cr 10:1–13), Aitofel (2 Sm 17:23), Zimri (1 Rs 16:18-19) e Judas Iscariotes (Mt 27:5; At 1:18-20). De fato, a mensagem clara e consistente da Bíblia é o completo perdão dos pecados (passado, presente e futuro – pecado conhecido e pecado desconhecido) através da fé na pessoa e obra de Jesus Cristo.

O arrependimento em si não nos sela ao reino celestial; o Espírito Santo é quem nos selou (Ef 1:13, 4:30). Embora confessar nossos pecados diante de Deus aumente nossa comunhão com ele, não nos sela mais do que já fomos pelo sangue do cordeiro.

Além disso, quem realmente terá tempo para confessar cada pecado antes de morrer? Muitos crentes irão morrer instantaneamente. Outros podem morrer lentamente, mas mesmo assim – depois de confessarmos tantos pecados quanto podemos imaginar – ainda há pecados que cometemos contra Deus e contra o nosso próximo dos quais nem sequer temos consciência! Assim, a razão geral dada para o suicídio ser um pecado imperdoável parece não se sustentar na Bíblia ou na experiência.

Com efeito, o suicídio é um pecado “grave” porque rouba uma pessoa da santidade e do tempo de vida dado a ela por Deus. A família e os amigos de um crente que cometeu suicídio nunca devem se preocupar se o ente querido foi salvo. Felizmente, até mesmo o suicídio não é maior que o sacrifício de Jesus que perdoa “todos” os nossos pecados.

Autor: Nicholas Davis

Fonte: Core Christianity

Tradução: Leonardo Dâmaso

Divulgação: Reformados 21

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